domingo, 29 de dezembro de 2013

Prova de Filosofia Antiga 4



Prova de filosofia Antiga

Referencias

Prova de filosofia Básica

80- 113(Questão ) 
39 (Questão) 

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Prova de filosofia 900791;1312;  1622;104;   28;   
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Filosofia Antiga

26. Sobre a democracia na Grécia Antiga, pode-se dizer que: 
       A) a democracia era indireta, mediante eleição de representantes. 
B) aqueles que participavam das discussões na ágora tinham o direito de exprimir e defender suas opiniões em público. 
C) ela afirmava a igualdade de todos os cidadãos diante da lei e do direito de participarem do governo da pólis. 
D) era considerado cidadão somente o homem adulto, livre, nascido em Atenas. 

29. Leia as frases abaixo. I - Para os físicos ecléticos, na Grécia Antiga, a causa, composição e sustentação da natureza estão no átomo; 
II - O átomo é o primeiro princípio, nada nasce do nada ou retorna ao nada. 
III - Todas as realidades possíveis veem à tona a partir da agregação e desagregação dos átomos. 
Está(ão) correto(s): 
     A) todos os itens. 
B) apenas os itens I e III. 
C) apenas os itens II e III. 
D) apenas o item I. 

30. Durante o período clássico, entre os séculos V e IV a.C., a Grécia vislumbrou o surgimento dos sofistas, filósofos itinerantes vindos de todas as partes do mundo grego. Sobre os sofistas é incorreto afirmar-se que: 
A) a retórica ocupava para estes um lugar muito importante. 
     B) o homem pode chegar ao conhecimento da verdade absoluta utilizando-se da lógica formal. 
C) Protágoras acreditava que o homem era a medida de todas as coisas. 
D) para Górgias, o bom orador seria sempre capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer tema. 


49. Observe os quadros I e II. 
Quadro I - Pensadores 
1 Pré-Socráticos 
2 Sócrates 
3 Sofistas 

Quadro II - Contexto Históric o 
1 Atenas, século V a.C.; período clássico; democracia ateniense; "Século de Péricles"; Guerra do Peloponeso. 
2 Colônias gregas da Ásia Menor e da Magna Grécia; século VI a. C.; período arcaico. 
3 Contemporâneos de Sócrates. 
Leia os pensamentos a seguir: 
I. Ensinam por discursos eloquentes e não por diálogo; cobram por seus ensinamentos; desacreditam na possibilidade de se conhecer a verdade universal ? relativistas; preocupação em persuadir e não com a busca da verdade; praticantes da retórica; apresentam-se como sábios; amantes da opinião (philodoxos). 
II. Preocupação em investigar o princípio que dá origem a todas as coisas (phisys); constroem explicações racionais (não míticas) para essa indagação. 
III. Preocupação com a política, a ética e o conhecimento; não se apresenta como sábio: "Sei que nada sei"; "Conhece-te a ti mesmo"; filosofa por meio do diálogo - método dialético e nada cobra por isso; busca da verdade (epistéme); amigo do saber (philosopho). 
Assinale a alternativa que apresenta a relação correta entre pensador, o contexto histórico e os pensamentos reproduzidos. 
(A) Pensador I, contexto I, pensamento I. 
(B) Pensador I, contexto III, pensamento II. 
(C) Pensador II, contexto I, pensamento I. 
      (D) Pensador I, contexto II, pensamento II. 
(E) Pensador III, contexto III, pensamento III. 

Mito
Marque "V" verdadeiro..............

17 - A tragédia grega teve seu auge entre os séculos VI e IV a.C. É a expressão de profundas mudanças ocorridas na ordem sociopolítica e cultural dessa época. A mitologia já não é a única forma de representação do mundo, mas rivaliza com a concepção filosófica fundamentada na razão (lógos), e as leis de origem divina confrontam-se com as leis escritas. A tragédia expressa os conflitos e os impasses em que se encontram não apenas a pólis, mas também a alma (psyché) do homem grego. 
Assinale o que for correto. 
01) A tragédia grega criticava o povo, era uma arte elitista à qual só a aristocracia podia assistir. 
02) Ésquilo, ao escrever Prometeu Acorrentado, defende que todos os homens, inclusive os escravos, fossem libertados da obrigatoriedade do trabalho, de forma que pudessem gozar a vida no benefício do ócio e do prazer. 
04) Aristóteles, na Poética, afirma que a tragédia nasceu de formas líricas como o ditirambo, isto é, um canto coral em louvor a Dionísio, o deus do vinho. 
08) Sófocles escreveu uma tragédia intitulada Édipo Rei, que trata do patricídio e da prática do incesto, essa tragédia é utilizada por Sigmund Freud para elaborar a teoria do complexo de Édipo na psicanálise. 
16) É uma das características da tragédia grega representar a vontade e as ações humanas tentando, em vão, escapar ao destino que impera sobre a vida do homem. 
17)04-08-16 

Filosofia

QUESTÃO 56 
Na filosofia, a definição constitui o momento de fixação e de delimitação, pelo menos virtual, dos conceitos. Sua aparente simplicidade esconde, de fato, um conjunto de operações que é preciso esclarecer. Não existe definição filosófica independente da doutrina. Os estilos e a forma das definições platônicas não são os de Aristóteles. 
F. Cossutta. Elementos para a leitura dos textos filosóficos. Martins Fontes, 1994, p. 53 (com adaptações). 

A respeito do texto acima e de conhecimentos relativos à questão da conceituação filosófica, assinale a opção correta. 

A - Definir um conceito filosófico é fixar um sentido universal para ele. 
      B - Uma doutrina filosófica é uma articulação de definições coerentes entre si. 
C - A definição é resultado de um procedimento só aparentemente complexo de delimitação dos conceitos. 
D - Aristóteles apreendeu estilo e forma das definições de Platão. 

39. A Filosofia possui uma característica peculiar que é compreender o mundo e agir sobre ele. Forma-se um corpo de conhecimentos para dar sentido ao mundo e desvendar a realidade. Desenvolver uma consciência critica é, por excelência, uma das essências da Filosofia, que também tem uma relação direta com a: 
A. religião. 
     B. reflexão. 
C. reminiscência. 
D. revelação. 
E. refutação. 

32. Dentre as competências e habilidades necessárias ao egresso dos cursos de Filosofia, encontram-se: 
I - capacidade para análise, interpretação e comentários textuais; 
II - capacidade de desenvolver consciência crítica sobre conhecimento, razão e realidade sócio-histórico-política; 
III - compreensão da importância das questões acerca do sentido e da significação da própria existência e das produções culturais; 
IV - percepção da integração necessária entre a filosofia e a produção científica, artística, bem como com o agir pessoal e político. 
Das alternativas dadas acima, estão corretas: 
A) apenas II e III. 
B) apenas I e IV. 
C) apenas I, III e IV. 
     D) todas. 

41 
Qual, dentre os abaixo relacionados, é um motivo relevante para o surgimento da Filosofia na Grécia antiga? 

    (A) A presença na mitologia grega de caracteres universalizantes e com pretensão de explicação da realidade, a partir de princípios abstratos. 
(B) A presença na cultura grega de uma valorização dos loucos, das mulheres e das crianças, de modo que o indivíduo masculino tinha um papel secundário. 
(C) O fato de os gregos terem em seu território uma das sete maravilhas do mundo antigo: o colosso de Rodes. 
(D) Os gregos foram os primeiros a desenvolver as tecnologias de produção agrícola e militar, e assim conseguindo dominar outros povos, como os persas e os egípcios, no sentido bélico. 
(E) Os gregos foram o primeiro povo a fazer a revolução neolítica e por isso foram os que mais desenvolveram sua cultura no sentido de uma maior abstração. 

43 Embora a Filosofia já existisse na Grécia, desde o século VI a.C., foi em Atenas, na virada do século V para o IV a.C., que a filosofia com Sócrates iniciou toda uma nova abordagem, trazendo para o seu campo de discussão o tema da 
(A) teologia 
(B) lógica 
(C) fenomenologia 
(D) física e da ontologia 
    (E) ética e da política 
38 
Qual é o domínio da filosofia que investiga prioritariamente o ser tal como ele é nele mesmo? 
(A) Gnosiologia 
    (B) Ontologia 
(C) Criticismo 
(D) Lógica 
(E) Ética 
16 
Despojada do secreto, a theoría do físico transforma-se assim no objeto de um debate; ela se prepara para justificar-se; ser-lhe-á necessário prestar contas do que afirma, prestar-se à crítica e à controvérsia. VERNANT, Jean-Pierre. Mito e Pensamento entre os gregos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. Cap. 7. p. 481. De acordo com o trecho acima, conclui-se que 
(A) a filosofia surge, na Grécia antiga, não só independentemente das instituições da pólis, mas principalmente contrária a elas. 
(B) a distinção entre pensamento mítico e pensamento filosófico é completamente insignificante, pois já os mitos de Homero e Hesíodo devem ser considerados filosóficos. 
(C) a filosofia, que surge com os primeiros investigadores da natureza, herda da tradição mítica o compromisso com os rituais de realeza e de soberania. 
     (D) o discurso dos primeiros investigadores da natureza acompanha as formas institucionais da pólis. 
(E) o surgimento da filosofia consistiu no primeiro despertar do pensamento, constituindo, propriamente, uma espécie de milagre na história. 


 Estética



16 - A Estética, enquanto disciplina filosófica, é o estudo dos sentimentos, dos conceitos e dos juízos resultantes de nossa apreciação das artes, ou da classe mais geral de objetos considerados tocantes, belos ou sublimes. O conceito de belo relacionado com as artes recebeu, conforme a época histórica e as correntes filosóficas, definições divergentes. 
Assinale o que for correto. 
01) O quadro de Pablo Picasso, Guernica, que retrata os horrores da Segunda Guerra Mundial, ao descrever o bombardeio sobre a cidade espanhola Guernica, não poderia ser considerado como uma obra de arte bela. 
02) Para Platão, os objetos são belos na medida em que participam do ideal de beleza, que é perfeito, imutável, atemporal e supra-sensível. 
04) Aristóteles, na Poética, considera o teatro trágico a mais feia das artes, pois representa os piores dos sentimentos humanos. 
08) David Hume relativiza a beleza ao gosto de cada um. Aquilo que depende do gosto e da opinião pessoal não pode ser discutido racionalmente. 
16) A concepção de arte de Hegel provoca a revolução nas artes ocorrida no século XX, inclusive influenciando os pintores impressionistas. 
16)02-08 


Pré-socráticos

31. Tales de Mileto afirmava que a água é a origem de todas as coisas. Friedrich Nietzsche, no fim do século XIX, considerou Tales, por conta dessa afirmativa, o primeiro filósofo, como se pode confirmar na passagem de A filosofia na época trágica dos gregos citada no volume da coleção Os pensadores dedicado aos pré-socráticos. Nietzsche considera que a razão pela qual Tales é o primeiro filósofo grego é que ele: 
A) abandonou "o mito e as narrativas mágicas" 
B) asseverou algo sobre "a origem das coisas" 
     C) afirmou implicitamente que "tudo é um" 
D) usou "métodos científicos" de abordagem 
E) preservou "a experiência empírica" ao pensar 
75. O devir, o fluxo dos contrários, é uma aparência, mera opinião que formamos porque confundimos a realidade com as nossas sensações, percepções e lembranças. O devir dos contrários é uma linguagem ilusória, não existe, é irreal, não é. É o não-ser, o nada, impensável e indizível. O que existe real e verdadeiramente é o que não muda nunca, o que não se torna oposto a si mesmo, sem contrariedades internas. É o Ser. 
(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática, 2001) 
O trecho refere-se ao pensamento de 
(A) Heráclito. 
(B) Rousseau. 
(C) Marx. 
    (D) Parmênides. 
(E) Sócrates. 

Pitágoras (571/570 a.C. - 497/496 a.C.)

Leia o texto para responder às questões de números 41 e 42. Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos (a festa mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali estando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as disputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois, durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música, teatro); e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Esse terceiro tipo de pessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo. 
Com isso, Pitágoras queria dizer que o filósofo não é movido por interesses comerciais ? não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir - não faz das ideias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores ou "atletas intelectuais"; mas é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida: em resumo, pelo desejo de saber. A verdade não pertence a ninguém, ela é o que buscamos e que está diante de nós para ser contemplada e vista, se tivermos olhos (do espírito) para vê-la. 
(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2001) 

41. Do texto pode-se depreender que 
(A) o filósofo é um cidadão grego. 
(B) o trabalho do filósofo consiste em comparecer aos jogos olímpicos. 
     (C) apenas a alma pode contemplar a verdade. 
(D) a contemplação só é possível diante de competições. 
(E) a busca pela verdade se dá em competições esportivas e artísticas. 

42. Pitágoras, filósofo antigo, pertenceu ao período da Filosofia grega denominado período 
(A) pré-socrático ou antropológico. 
(B) helenístico ou greco-romano. 
(C) socrático ou antropológico. 
(D) sistemático. 
     (E) pré-socrático ou cosmológico. 

Heráclito de Éfeso (aprox. 540 a.C. - 470 a.C.)

QUESTÃO 41 
Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA. 
    A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento. 
B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão. 
C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo. 
D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um. 


45. Leia o texto a seguir. 
O filósofo X afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela. 
O mundo, dizia o filósofo X, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna contrário de si mesmo. O logos é a mudança e a contradição. 
(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2001) 
O pensador X de que trata o texto é 
(A) Platão. 
(B) Aristóteles. 
(C) Parmênides. 
    (D) Heráclito. 
(E) Sócrates. 

QUESTÃO 41 
Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA. 
    A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento. 
B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão. 
C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo. 
D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um. 


Parmênides de Eléia (cerca de 530 a.C. - 460 a.C.)

QUESTÃO 43 
Leia atentamente o texto abaixo. 
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. 
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores 
Marque a alternativa INCORRETA. 
A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. 
B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. 
    C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos. 
D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência. 

Leia o texto abaixo: "Afasta o pensamento desse caminho de busca e que o hábito nascido de muitas experiências humanas não te force, nesse caminho, a usar o olho que não vê, o ouvido que retumba e a língua: mas, com o pensamento, julga a prova que te foi fornecida com múltiplas refutações. Um só caminho resta ao discurso: que o ser existe." 
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: filosofia pagã antiga. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2003. p. 35. 

Com base no pensamento de Parmênides, assinale a alternativa correta. 
A) Os sentidos atestam e conduzem à verdade absoluta do ser. 
B) O ser é o eterno devir, mas o devir é de alguma maneira regido pelo Logos. 
C) O discurso se move por teses e antíteses, pois essas são representações exatas do devir. 
     D) Quem afirma que "o ser não existe" anda pelo caminho do erro. 
27. Parmênides ensinava que o princípio fundamental de todas as coisas é o ser. Por tal afirmação, o filósofo defendia a ideia de que: 
A) a essência de todas as coisas encontra-se no Ser em movimento. 
B) o Ser e o não-Ser possuem existência própria. 
C) o Ser é efêmero em sua constância e ordem. 
    D) o Ser é o que nos caracteriza essencialmente, não importa o quanto mudamos. 


QUESTÃO 43 
Leia atentamente o texto abaixo. Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. 
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores 
Marque a alternativa INCORRETA. 
A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. 
B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. 
      C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos. 
D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência. 


      Empédocles de Agrigento. 

28. Para este filósofo, a compreensão do universo reside na agregação e desagregação dos quatro elementos originários e incorruptíveis: terra, água, fogo e ar. Estamos nos referindo a: 
A) Heráclito de Éfeso. 
B) Pitágoras de Samos. 
      C) Empédocles de Agrigento. 
D) Zenão de Eleia. 

Sofistas

31. Mestres ilustres da retórica, Górgias, Protágoras, Pródicos, Hípias e Arquidamos, são conhecidos na história da Filosofia como Sofistas. Aparentemente, as lições destes são consideradas um enciclopedismo vago e engenhoso, isto porque: 
A. contribuíram para a subversão da ordem social, econômica e religiosa da Grécia, apresentando argumentações contrárias ao governo; 
B. suas teorias eram insustentáveis e baseadas, fundamentalmente, na prática da dialética e no exercício da democracia plena; 
C. graças às técnicas da linguagem que utilizavam, eles podiam defender sua posição, independência e honra nas Cidades gregas; 
    D. não possuíam outro programa que não fosse ensinar aos alunos a falar bem de tudo e de não importar o quê, e de defender com persuasão, não importando a causa; 
E. faziam valer os princípios que fundaram o regime democrático grego, estabelecendo assim a eficácia do saber das correntes sofísticas. 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA

Sócrates (470a.C. - 399a.C.)

QUESTÃO 46 
Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre este saber, sobre esta capacidade em ato que todo ensino deve se fundar. Instruir (ensinar) pode, portanto, significar duas coisas absolutamente opostas: confirmar uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la, ou, inversamente, forçar uma capacidade que se ignora ou se denega a reconhecer e a desenvolver todas as conseqüências desse reconhecimento. O primeiro ato chama-se embrutecimento e o segundo, emancipação. 
Jacques Ranciére. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte. Autêntica, 2002, p. 11-2 (com adaptações). 

Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta. 

        A - Sócrates, que teria declarado "saber de nada saber", é o modelo de filósofo dos tempos mais antigos. 
B - Ensinar é forçar o aluno a adquirir competências preestabelecidas. 
C - O ensino é o preenchimento das lacunas de conhecimento do educando. 
D - O ensino é sempre emancipatório. 
36. De acordo com Leandro Konder, em Filosofia e educação: de Sócrates a Habermas, foi por ter consciência de que seu tema era muito abrangente e por estar atento à mudança constante do real, que Michel de Montaigne teria inventado, no século XVI, o gênero do: 
A) aforismo 
B) tratado 
C) sistema 
    D) ensaio 
E) sermão 

32. O embate entre sofistas e filósofos na antiguidade grega é um tema central quando se discute a origem do pensamento ocidental. No capítulo "Pré-socráticos: físicos e sofistas", contido no livro Curso de filosofi a, organizado por Antonio Rezende, Maura Iglésias explica que, ao tempo da velhice de Sócrates, surgiram sofistas que se especializaram em uma técnica de disputa verbal que, ao contrário da dialética socrática, não pretendia alcançar conhecimento algum. De acordo com a autora, essa técnica sofística que visava a refutar o adversário a qualquer custo e ganhar a disputa chama-se: 
     A) erística 
B) maiêutica 
C) ironia 
D) catarse 
E) dialética ascendente 

31. Para Sócrates, a verdade pode ser encontrada no interior de cada homem mediante a dialética, jogo de perguntas e respostas que compreendiam dois momentos na busca da verdade. 
A) ironia responsável por ridicularizar o interlocutor e retórica capaz de conduzi-lo à verdade. 
B) maiêutica responsável por possibilitar ao indivíduo um encontro consigo mesmo e ironia capaz de despertá-lo para a verdade. 
C) maiêutica capaz de conduzir o indivíduo à verdade e metafísica necessária por colocá-lo frente à verdade transcendente. 
     D) ironia responsável por levar o homem ao reconhecimento de sua ignorância e maiêutica responsável por levar o interlocutor a dar a luz a novas ideias. 


19 - Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem. Assinale o que for correto. 
01) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua filosofia. 
02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre. 
04) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia. 
08) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos. 
16) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria. 
19)02-04-16 

33. Para Sócrates a Ética é uma ciência e pode ser ensinada e que a consciência, uma vez esclarecida, conduz a vontade ao Bem; este não é senão o conjunto de proposições fruto do acordo entre o indivíduo consigo mesmo e com os outros (AGOSTINI, Nilo - p. 24, 2010). Assim, a educação dos cidadãos consiste, numa tarefa ética primordial. Essa tarefa (doutrina) da ética é chamada de: 
     a) Intelectualismo moral. 
b) Maiêutica. 
c) Ironia. 
d) Virtude. 


Platão (428 a 347 a.C.)
02- Leia o texto abaixo. "SÓCRATES: Portanto, como poderia ser alguma coisa o que nunca permanece da mesma maneira? Com efeito, se fica momentaneamente da mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse tempo, não vai embora; e se permanece sempre da mesma maneira e é "em si mesma", como poderia mudar e mover-se, não se afastando nunca da própria Ideia? 
CRÁTILO: Jamais poderia fazê-lo. 
SÓCRATES: Mas também de outro modo não poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no próprio momento em que quem quer conhecê-la chega perto dela, ela se torna outra e de outra espécie; e assim não se poderia mais conhecer que coisa seja ela nem como seja. E certamente nenhum conhecimento conhece o objeto que conhece se este não permanece de nenhum modo estável. 
CRÁTILO: Assim é como dizes." 
PLATÃO, Crátilo, 439e-440a 

Assinale a alternativa correta, de acordo com o pensamento de Platão. 
     A) Para Platão, o que é "em si" e permanece sempre da mesma forma, propiciando o conhecimento, é a Ideia, o ser verdadeiro e inteligível. 
B) Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o único que pode ser conhecido, na medida em que é o único ao qual o homem realmente tem acesso. 
C) As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma transformação contínua. Conhecê-las só é possível porque são representações mentais, sem existência objetiva. 
D) Platão sustenta que há uma realidade que sempre é da mesma maneira, que não nasce nem perece e que não pode ser captada pelos sentidos e que, por isso mesmo, cabe apenas aos deuses contemplá-la. 

33. No "Livro X" do diálogo de Platão A República, o personagem Sócrates empreende uma investigação da poesia tendo em vista a teoria das ideias. Ao discutir os diferentes tipos de produção a partir do exemplo do "leito", Sócrates afirma que Deus fez um único leito, que é "o leito essencial". Ele explica (597c), ainda, que, na hipótese de que Deus houvesse feito dois leitos, de pronto: 
A) surgiria um terceiro, somando-se às ideias dos dois primeiros, passando a existir três leitos essenciais 
     B) surgiria um terceiro, em cuja ideia os dois primeiros teriam de incluir-se, passando este outro a ser o leito essencial 
C) surgiria um terceiro, um quarto, um quinto, e assim indefinidamente, aproximando-se cada vez mais do essencial 
D) não haveria mais o leito essencial, passando a existir apenas leitos determinados produzidos pelo carpinteiro 
E) não haveria mais o leito essencial, passando a existir apenas simulacros de leitos produzidos pelo pintor 

21) Platão destaca, na República (livro III), a importância da educação musical dos futuros guardiões da cidade, ao dizer: 
[...] a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-na mais fortemente [...]. 
(PLATÃO. A República. Tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. p. 133.) 
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a relevância da educação musical dos guardiões em Platão, considere as afirmativas a seguir: 
I. A música deve desenvolver agressividade e destempero para evitar o temor dos inimigos perante a guerra. 
II. A música deve desenvolver sentimentos éticos nobres para bem servir a cidade e os cidadãos. 
III. A música deve divertir, entreter e evocar sentimentos afrodisíacos, para alívio do temor perante a guerra. 
IV. A música deve moldar qualidades como temperança, generosidade, grandeza de alma e outras similares. 
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. 
a) I e II. 
     b) II e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, III e IV. 


18 - Há uma diferença fundamental entre a concepção da democracia concebida pelos pensadores modernos, que combateram o Antigo Regime com a Revolução Francesa, e a democracia concebida pela Antiguidade Clássica grega em Atenas. Essa diferença caracteriza-se, entre outras coisas, pela maneira de articular a relação entre a esfera pública e a esfera privada da sociedade. Assinale o que for correto. 
01) A democracia ateniense era limitada, pois impedia o acesso à esfera pública de um grande contingente da população, composto pelas mulheres, pelos escravos e pelos estrangeiros, todos eles relegados à vida privada. 
02) O homem grego realizava-se como cidadão participando da esfera pública, era nela que adquiria notoriedade e podia afirmar sua individualidade como homem livre. 
04) Na esfera pública, a relação entre os cidadãos era regida pelo princípio de igualdade diante da lei e do igual direito à palavra. Os cidadãos formavam uma assembléia em que a prática da violência estava excluída. Na esfera privada, esses princípios eram negados. 
08) Benjamin Constant (1776-1830), ao conceber um sistema de governo fundamentado na representatividade, pretendia resolver, no Estado moderno, as relações entre a esfera privada e a esfera pública, dando ao cidadão a liberdade de participar diretamente da esfera pública ou de delegar essa prerrogativa para dedicar-se exclusivamente aos negócios da vida privada. 
16) A república democrática representativa - que deveria, em princípio, ampliar a liberdade política por permitir ao cidadão escolher entre a dedicação à vida privada ou à vida pública - apresentou inicialmente um caráter de exclusão sociopolítica semelhante à da democracia ateniense. Isso se se considerar que, em duas das maiores potências mundiais, isto é, na França e na Inglaterra, as mulheres alcançaram plena cidadania pelo sufrágio universal só depois da Segunda Guerra Mundial. 
18)01-02-04-08-16 


45 O que está sendo representado pelo "Sol" na Alegoria da Caverna de Platão? 
(A) A realidade sempre em fluxo 
(B) A razão humana 
(C) A existência do mundo sublunar 
(D) A luz natural 
    (E) A Ideia de Bem 


36 
Atenienses, [...] enquanto tiver alento e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos dirigir exortações, de ministrar ensinamentos de toda espécie àqueles de vós que eu deparar. 
PLATÃO. Defesa de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, v. Sócrates. 29 d. 
Vida sem exame, não é vida digna de ser humano. PLATÃO. Defesa de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, v. Sócrates. 38 a. 
De acordo com Sócrates, retratado na literatura platônica, em especial nos chamados "diálogos socráticos", podemos diferenciar objetivamente o seu ensino de uma postura doutrinária. Por quê? 
(A) Porque não contava com o apoio de material didático e de uma estrutura institucional de ensino. 
(B) Porque ele citava muitos poetas de cor e sabia profundamente muitas coisas da cultura grega em geral. 
    (C) Porque seu ensino não consistia na difusão de um saber, mas antes na própria problematização do saber. 
(D) Porque filosofia para ele era fundamentalmente uma questão de se filiar a uma escola ou doutrina, antes de ser uma escolha de vida. 
(E) Porque para ele filosofia é uma atividade fundamentalmente da memória e da erudição. 
QUESTÃO 44 
Leia o trecho abaixo. 
E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma idéia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c). 
PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1996. 
Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão. 
A) Somente por meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento das idéias. 
    B) No pensamento platônico, o conhecimento das idéias permite ao filósofo discernir a unidade inteligível em face da multiplicidade sensível. 
C) Para que a alma humana alcance o conhecimento das idéias, ela deve elevar-se às alturas do inteligível, o que somente é possível após a morte ou por meio do contato com os deuses gregos. 
D) Tanto a dialética quanto a matemática elevam o conhecimento ao inteligível; mas, somente a matemática, por seu caráter abstrato, conduz a alma ao princípio supremo: a idéia de Bem. 

18 
Em "O Banquete", de Platão, Sócrates apresenta um diálogo que travara com Diotima, para quem o 
(A) Amor consiste na harmonia entre duas pessoas, sendo cada uma delas amante e amada ao mesmo tempo. 
(B) Amor encontra-se acima de Zeus na ordem genealógica dos deuses. 
(C) Amor caracteriza-se por governar o movimento do mundo sensível. 
     (D) iniciado nos saberes do Amor é conduzido por ele da contemplação dos corpos belos à contemplação da essência da beleza. 
(E) amante só se encontra junto ao Amor ao contemplar as Formas puras. 


32) Na República, Platão faz a seguinte consideração sobre os poetas: 
[...] devemos começar por vigiar os autores de fábulas, e selecionar as que forem boas, e proscrever as más. [...] Das que agora se contam, a maioria deve rejeitar-se. [...] As que nos contaram Hesíodo e Homero - esses dois e os restantes poetas. Efectivamente, são esses que fizeram para os homens essas fábulas falsas que contaram e continuam a contar. 
(PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. 8. ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. p. 87-88.) 
Por seu turno, na Poética, Aristóteles diz o seguinte a respeito dos poetas: 
[...] quando no poeta se repreende uma falta contra a verdade, há talvez que responder como Sófocles: que representava ele os homens tais como devem ser, e Eurípides, tais como são. E depois caberia ainda responder: os poetas representam a opinião comum, como nas histórias que contam acerca dos deuses: essas histórias talvez não sejam verdadeiras, nem melhores; [...] no entanto, assim as contam os homens. 
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 468. Os Pensadores IV.) 
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento estético de Platão e de Aristóteles, assinale a alternativa correta. 
a) Para Platão e Aristóteles, apesar da importância de poetas como Homero, na educação tradicional grega, as fábulas que compuseram são perigosas para a formação da juventude. 
b) Platão critica os poetas por dizerem o falso e apresentarem deuses e heróis de maneira desonrosa, enquanto Aristóteles os elogia por falarem o verdadeiro. 
         c) Platão e Aristóteles concordam com o fato de o poeta falar o falso, só que para Platão suas fábulas são indignas para a juventude, enquanto que, para Aristóteles, a poesia por ser mímesis não precisa dizer a verdade. 
d) O problema para Platão é que Homero e os outros poetas falam sobre o mundo sensível e não sobre a verdade; já Aristóteles acredita que eles devem ser repreendidos por isso. 
e) Falar o falso para Platão é problemático porque o falso pode passar pelo verdadeiro; para Aristóteles, o poeta apresenta a verdadeira realidade. 


QUESTÃO 44 
Leia o trecho abaixo. 

E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma ideia  que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c). 
PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1996. 
Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão. 
A) Somente por meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento das idéias. 
     B) No pensamento platônico, o conhecimento das idéias permite ao filósofo discernir a unidade inteligível em face da multiplicidade sensível. 
C) Para que a alma humana alcance o conhecimento das idéias, ela deve elevar-se às alturas do inteligível, o que somente é possível após a morte ou por meio do contato com os deuses gregos. 
D) Tanto a dialética quanto a matemática elevam o conhecimento ao inteligível; mas, somente a matemática, por seu caráter abstrato, conduz a alma ao princípio supremo: a ideia de Bem. 




Aristóteles (384a.C - 322 a.C.)

QUESTÃO 55 
A filosofia de Aristóteles pode parecer uma catedral abandonada, uma construção a ser visitada aos domingos, a respeito da qual se perguntaria, com certa curiosidade, que pessoas a teriam habitado. Um exame mais atento da filosofia do nosso século, porém, atesta o contrário: Aristóteles foi continuamente discutido, analisado, debatido, e isto nas mais diferentes correntes, em momentos decisivos de suas elaborações. Em particular, a ética aristotélica ocupa uma posição privilegiada nos atuais debates sobre a moral. A razão disso consiste muito provavelmente no fato de que a ética contemporânea buscou atenuar os elementos demasiadamente rígidos que herdou do que podemos considerar a ética por excelência da época moderna - o formalismo kantiano. As reflexões de Aristóteles sobre a ação, a moral e a razão prática foram corretamente vistas por um bom número de autores como podendo servir de contrapeso a esta herança. 
Marco Zingano. Prefácio. In: Hobuss João. Eudaimonia e auto-suficiência em Aristóteles. Pelotas: Ed. Universitária, UFPel, 2002, p. 9 (com adaptações). 

A partir do texto acima e de conhecimentos acerca da ética clássica, assinale a opção correta. 


A - A ética de Kant é uma atualização da ética aristotélica. 
     B - A ética contemporânea reconhece a necessidade de recorrer à ética de Aristóteles, pois seus conceitos parecem-lhe mais apropriados do que os da ética moderna. 
C - A filosofia aristotélica é um edifício em ruína, relevante somente para fins arqueológicos. 
D - A ética é o estudo das normas clássicas de convivência social. 
QUESTÃO 47 

Por causa de sua pobreza, imputada à inutilidade da filosofia, Tales era alvo de escárnio; graças, porém, a seus conhecimentos de astronomia, ele previu, ainda em pleno inverno, que haveria uma abundante colheita de azeitonas; ele obteve, então, algum dinheiro e adquiriu os direitos de uso de todos os lagares em Miletos e Quios, pagando pouco porque 
ninguém competia com ele; quando chegou a época da extração do azeite, houve uma súbita procura de numerosos lagares ao mesmo tempo, e sublocando-os nas condições que quis ele ganhou muito dinheiro, provando que para o filósofo é fácil obter lucro quando ele quer, mas não é disso que ele cuida. 
Aristóteles. Política, 1259a (Trad. Mário G. Cury). 

Com referência ao texto acima, assinale a opção correta. 


A - A anedota reportada por Aristóteles indica a necessidade, para o filósofo, de evitar as preocupações mundanas e se dedicar exclusivamente à reflexão. 
     B - A preocupação com a vida prática é um tópico importante da reflexão filosófica desde os tempos antigos. 
C - O elogio a Tales não esconde a reprovação por parte de Aristóteles por ele ser capaz de enriquecer. 
D - A pobreza é necessária à filosofia. 

34. Aristóteles, longe do rigorismo moral de Platão, não dispensa nada desse mundo. A verdade não está fora desse mundo. Para ele, "o universo aparece como uma imensa hierarquia de planos da realidade subtendidos, orientados, "aspirados" por um movimento de conjunto em direção à Perfeição; todo indivíduo é duplo, composto de uma "matéria" (uma capacidade indefinida e confusa a transformar) e de uma "forma" (uma tendência à organização, à realização estruturada das qualidades potenciais da matéria). Numa escala de ascensão contínua chega-se aos níveis superiores, uma Forma das formas, identificada como Deus, o Bem ou o primeiro Motor, sendo o topo da pirâmide, o que ama sendo atraído pelo objeto amado" (AGOSTINI, Nilo - p. 28-29, 2010). Sabemos que os primeiros tratados de ética foram elaborados por Aristóteles. Assinale a alternativa que apresenta o tratado ético elaborado por Aristóteles: 
      a) Ética a Nicômaco. 
b) Ética a Dianoética. 
c) Ética a Diacômaco. 
d) Ética a Nicômalo. 

35. A felicidade, para Aristóteles, não corresponde à busca de riquezas, de honrarias, pois estas são apenas "meios". É, antes, fruto da busca do bem perfeito, desejado por si mesmo e não como meio, que torna o ser humano "autossuficiente". A palavra "felicidade" como meio para alcançar o Fim que desejamos por si mesmo é traduzida na filosofia aristotélica por: 
      a) Eudaimonia. 
b) Experdise. 
c) Eugenia. 
d) Maiêutica. 

QUESTÃO 03 Na escola, Joana se queixava a uma amiga sobre um namorado que a abandonara para ficar com outra colega da turma. Tentando consolá-la, a amiga lhe disse que ela deveria se acostumar com isso, ou então, nunca mais tentar namorar, pois, disse ela, "os garotos são todos interesseiros". Deixando a dor de Joana de lado, poderíamos sistematizar o argumento da amiga na forma de um silogismo tal como definido pelo filósofo Aristóteles, da seguinte maneira: 

Todo garoto é interesseiro. Premissa maior 
Ora, o namorado de Joana é um garoto. Premissa menor 
Logo, o namorado de Joana é interesseiro. Conclusão. 

A respeito desse argumento, e de acordo com as regras da lógica aristotélica, é correto afirmar que 
A) o argumento é inválido, pois a premissa maior é falsa. 
B) o argumento é válido, pois a intenção da amiga era ajudar Joana. 
      C) o argumento é válido, pois a conclusão é uma consequência lógica das premissas. 
D) o argumento é inválido, pois a conclusão é falsa. 


32. Felicidade é o tema do Livro I da "Ética a Nicômaco", de Aristóteles. Segundo o filósofo, a felicidade é um bem supremo para o qual todas as ações dos homens tendem; a felicidade é a causa final do ser humano. Porém, ela é atingida quando está de acordo com a atividade racional que o conduzirá para a prática da virtude. Para Aristóteles, a virtude consiste na: 
A. prática do amor. 
B. relação de amizade. 
C. vontade obsessiva. 
D. sensação de prazer. 
    E. justa medida de equilíbrio. 



34. Na sua Física, Aristóteles apresenta a famosa doutrina das causas. Conforme explica Maria do Carmo Bettencourt de Faria, no artigo O realismo aristotélico presente na coletânea Curso de filosofia organizada por Antonio Rezende, as causas do ser tal como formuladas por Aristóteles são no total: 
A) duas: material e final 
B) três: material, formal e eficiente 
C) três: material, eficiente e final 
D) três: formal, eficiente e final 
     E) quatro: material, formal, eficiente e final 


22) Leia os textos a seguir: 
A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente. 
(ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 381-382. Os Pensadores IV.) 
Os amigos formam uma unidade mais completa e mais perfeita do que os indivíduos isolados e, pela ajuda recíproca e desinteressada, fazem com que cada um seja mais autônomo e mais independente do que se estivesse só. 
(CHAUÍ, M. de S. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 323.) 
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento ético e político de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. 
I. Uma sociedade de amigos é mais perfeita e durável por considerar a lei como norma mantenedora da amizade. 
II. Os amigos tornam a sociedade política perfeita ao se isolarem. 
III. Os virtuosos e bons são verdadeiramente amigos por desejarem o bem reciprocamente. 
IV. A amizade só pode existir entre os virtuosos, que são semelhantes em caráter; por isso, formam uma sociedade justa. 
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. 
a) I e IV. 
b) II e III. 
      c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, II e IV. 

38. Em Aristóteles encontramos a ideia de homem como animal político. Em seu pensamento político, o referido filósofo defendia uma concepção de política em que: 
A) o Estado deveria ser a síntese dos valores transcendentais. 
     B) a cidade feliz deveria ser governada com racionalidade, imperando a justiça e o equilíbrio. 
C) a justiça é vista como a harmonia entre as várias classes sociais, a partir das virtudes genuinamente cultivadas. 
D) a lei eterna (lex aeterna) deveria suplantar a lei natural (lex naturalis) e a lei humana (lex humana). 

34. Em sua Ética a Nicômaco, Aristóteles nos coloca frente ao seu pensamento ético. Não retrata tal pensamento: 
     A) a virtude encontra-se no desligamento das realidades sensíveis. 
B) a virtude encontra-se na justa medida das coisas. 
C) a virtude pode ser atingida pelos homens que demonstrem prudência. 
D) a prática da virtude conduz à felicidade. 

20 - Aristóteles considera que só o homem é um animal político, porque somente ele é dotado de linguagem na forma de palavra (lógos) e com ela pode exprimir o bem e o mal, o justo e o injusto. O fato de os homens poderem estabelecer em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política. Assinale o que for correto. 
01) A retórica é a arte da eloqüência, de bem falar e argumentar. Foi utilizada na Antiguidade Clássica como um dos principais recursos da política. 
02) Os sofistas desenvolveram e ensinaram a retórica como instrumentalização da linguagem cujo objetivo era torná-la uma estratégia para vencer adversários nos embates políticos. 
04) Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) significa narrativa, é a palavra que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade humana e da vida do grupo social. 
08) A linguagem para os gregos antigos tem duas formas de expressão: o mythos e o lógos. O mythos desenvolve a palavra mágica e encantatória; o lógos, a linguagem como poder de conhecimento racional. 
16) A obra filosófica de Platão é isenta de qualquer mito, é o que permite caracterizá-la como sendo absolutamente racionalista. 
20)01-02-04-08


71. Como todo pensamento e todo juízo, a proposição está submetida aos três princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade, e podem ser assim representados: 
I. A é A; 
II. É impossível A é A e não-A; 
III. A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade. 
O trecho apresentado refere-se, respectivamente, aos seguintes princípios: 
(A) princípio da identidade, princípio da equivalência e princípio do terceiro-excluído. 
(B) princípio da contradição, princípio da identidade e princípio da generalização. 
     (C) princípio da identidade, princípio da não-contradição e princípio do terceiro-excluído. 
(D) princípio da Universalidade, princípio da equivalência e princípio da identidade. 
(E) princípio da Universalidade, princípio da não-contradição e princípio do terceiro-excluído. 

73. Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um "animal político", isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Tendo em vista a afirmação apresentada, assinale a alternativa correta. 
    (A) Os homens, semelhantes aos outros animais, possuem voz (phone) e exprimem o bom e o  mau, o justo e o injusto. 
(B) A voz (phone) dos animais exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. 
(C) O homem possui a voz (phone) e com ela exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. 
(D) A palavra (logos) exprime para os homens o que a voz (phone) exprime para os animais: as dores e os prazeres. 
(E) A expressão dos valores a partir da palavra (logos) dos homens é o que torna possível a vida social e política. 


21. Sob o ponto de vista aristotélico, a metafísica apresenta, quando comparada com as outras ciências, uma prioridade lógica em virtude de seu objeto específico. Essa prioridade lógica decorre da prioridade ontológica de seu objeto específico, em virtude de "todas as outras ciências pressuporem a metafísica do mesmo modo como todas as determinações da substância pressupõem a substância". 
(Dicionário Abbagnano, p. 663) 
De acordo com o texto, isso significa que 
(A) o conhecimento de natureza metafísica é contingente e, portanto, sujeito às variações de natureza empírica. 
(B) por "prioridade ontológica" pode-se entender o estudo das propriedades acidentais do ser. 
    (C) a metafísica está diretamente relacionada com a universalidade. 
(D) o conhecimento metafísico está subordinado aos vários tipos de conhecimento científico. 
(E) do conhecimento metafísico não se pode derivar a existência de gêneros e espécies. 

34. Em relação à definição de Bem apresentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a Nicômaco, considere as seguintes alternativas: 
I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo identificada nos objetos, mas não entre os homens. 
II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou seja, o bem é definido em função de um fim. 
III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e útil, tal como a arte médica será eficiente se tivermos o bem como meio de sua prática. 
IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à compreensão humana. 
De acordo com tais afirmações, podemos dizer que: 
    A) Apenas a alternativa II está correta. 
B) As alternativas II e III estão corretas. 
C) Todas as alternativas estão corretas. 
D) As alternativas III e IV estão corretas. 
E) Apenas a alternativa III está correta. 

35. Para Aristóteles, em Ética a Nicômaco, "felicidade [...] é uma atividade virtuosa da alma, de certa espécie". 
Assinale a alternativa que NÃO condiz com a referida definição aristotélica de felicidade: 
A) Felicidade só é possível mediante uma capacidade racional, própria do homem. 
B) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da vida que só são alcançadas pelos que agem retamente. 
      C) Felicidade é uma fantasia que o homem cria para si. 
D) Nenhum outro animal atinge a felicidade a não ser o homem, pois os demais não podem participar de tal atividade. 
E) A finalidade das ações humanas, o Bem do homem, é a felicidade. 

25 Na "Ética a Nicômaco", Aristóteles investiga o que é, para o homem, a felicidade. 
Segundo as investigações aristotélicas, considere as afirmativas abaixo. 
I - A felicidade consiste em uma atividade. 
II - A contemplação é a atividade mais prazerosa. 
III - A vida feliz é a que tem por fi nalidade o prazer por si mesmo. 
Está correto o que se afirma em 
(A) II, apenas. 
(B) III, apenas. 
(C) I e II, apenas. 
      (D) I e III, apenas. 
(E) I, II e III. 
34. Para Aristóteles, a lógica não era uma ciência teorética, nem prática ou produtiva, mas um instrumento para as ciências. Desta forma, concluise que o objeto da lógica é: 
a) O raciocínio. 
b) O juízo. 
     c) A proposição. 
d) O silogismo. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores. 

17 Segundo Aristóteles, o conhecimento das causas é superior ao conhecimento dos fatos. 
PORQUE 
A ciência para Aristóteles caracteriza-se por ser um saber contemplativo, enquanto a arte é um saber produtivo. 
Analisando-se as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
     (B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 



15 - O silogismo aristotélico é a dedução lógica na qual uma conclusão é inferida a partir de suas premissas, a premissa maior e a premissa menor, pela mediação do termo médio. O termo médio liga o termo menor (conceito de menor extensão) ao termo maior (conceito de maior extensão) de acordo com o princípio lógico de que duas quantidades idênticas a uma terceira são idênticas entre si. Considere o silogismo a seguir: 
"Todos os brasileiros são sul-americanos; 
todos os paranaenses são brasileiros; 
logo, todos os paranaenses são sul-americanos". 
Identifique, respectivamente, o termo médio, o termo maior e o termo menor. 
01) brasileiros - sul-americanos - paranaenses 
02) são - todos - logo 
04) sul-americanos - paranaenses - brasileiros 
08) paranaenses - brasileiros - todos 
16) sul-americanos - são - brasileiros 
    15)01 


04 - "Os antigos, ou melhor, os antiqüíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ... Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se se acreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração divina ..." (Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13). 
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que for correto. 
01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial. 
02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos. 
04) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo. 
08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações. 
16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um "milagre" realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais. 
    04)01-02-04-16 


33) Quatro tipos de causas podem ser objeto da ciência para Aristóteles: causa eficiente, final, formal e material. 
Assinale a alternativa correta em que as perguntas correspondem, respectivamente, às causas citadas. 
a) Por que foi gerado? Do que é feito? O que é? Quem gerou? 
b) O que é? Do que é feito? Por que foi gerado? Quem gerou? 
c) Do que é feito? O que é? Quem gerou? Por que foi gerado? 
d) Por que foi gerado? Quem gerou? O que é? Do que é feito? 
      e) Quem gerou? Por que foi gerado? O que é? Do que é feito? 

40) Leia o texto a seguir: 

[...] não é ofício de poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa [...] 
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 249.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a poesia e a história em Aristóteles, é correto afirmar: 
a) A poesia refere-se mais ao particular e é menos filosófica que a história. 
b) A história refere-se mais ao universal e é mais filosófica que a poesia. 
c) O poeta narra o acontecido e o historiador representa o possível. 
d) O ofício do historiador trata do mito e é mais sério que o do poeta. 
      e) A poesia refere-se, principalmente, ao universal; a história, ao particular. 


37) Leia o texto a seguir: 
Dado que dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios. 
(ARISTÓTELES. Segundos Analíticos, B 19, 100 b 5-17. In: REALE, G. História da Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.) 
Considere as afirmativas a seguir a partir do conteúdo do texto acima. 
I. Todo conhecimento discursivo depende de um conhecimento imediato. 
II. A intuição é um hábito racional que é sempre verdadeiro. 
III. Os princípios da ciência devem ser demonstrados cientificamente. 
IV. O conhecimento científico e a opinião não admitem o falso. 
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas, mencionadas anteriormente. 
     a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
Helênicos
Helenismo

10 - O Período Helenístico inicia-se com a conquista macedônica das cidades-Estado gregas. As correntes filosóficas desse período surgem como tentativas de remediar os sofrimentos da condição humana individual: o epicurismo ensinando que o prazer é o sentido da vida; o estoicismo instruindo a suportar com a mesma firmeza de caráter os acontecimentos bons ou maus; o ceticismo de Pirro orientando a suspender os julgamentos sobre os fenômenos. Sobre essas correntes filosóficas, assinale o que for correto. 
01) Os estóicos, acreditando na idéia de um cosmo harmonioso governado por uma razão universal, afirmaram que virtuoso e feliz é o homem que vive de acordo com a natureza e a razão. 
02) Conforme a moral estóica, nossos juízos e paixões dependem de nós, e a importância das coisas provém da opinião que delas temos. 
04) Para o epicurismo, a felicidade é o prazer, mas o verdadeiro prazer é aquele proporcionado pela ausência de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma. 
08) Para Epicuro, não se deve temer a morte, porque nada é para nós enquanto vivemos e, quando ela nos sobrevém, somos nós que deixamos de ser. 
16) O ceticismo de Pirro sustentou que, porque todas as opiniões são igualmente válidas e nossas sensações não são verdadeiras nem falsas, nada se deve afirmar com certeza absoluta, e da suspensão do juízo advém a paz e a tranqüilidade da alma. 
10)01-02-04-08-16 

35. Em 322, após a morte de Alexandre Magno, o sucessor deste decide expulsar de Samos todos os colonos atenienses, entre os quais a família inteira de Epicuro. Os historiadores da cultura convencionaram designar Helenismo as atividades culturais desenvolvidas no período transcorrido entre a morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., e o fim da república romana, em 31 a.C., quando Augusto (vencedor da batalha de Actium, em 27 a.C.) se torna imperador de Roma. A designação referese à presença dominante da língua e da cultura gregas em todo o mundo conhecido, numa difusão sem precedentes cuja causa inicial foi a convicção de Alexandre, aluno de Aristóteles, de que por seu intermédio a Grécia devia cumprir uma missão civilizatória sobre todos os povos da terra. A língua grega transformou-se na koiné, dialeto comum em todas as terras conquistadas por Alexandre, e Alexandria, no Egito, tornou-se a capital cultural da Antiguidade, papel que conservou mesmo quando Roma ocupou o lugar de centro político e econômico de um império que se estendia do Próximo Oriente ao Sul da Europa, do Mediterrâneo ao Atlântico. Embora o termo Helenismo pareça indicar apenas a hegemonia da cultura grega, na realidade, exprime a comunicação intensa entre as criações culturais helênicas e as orientais enquanto submetidas a um mesmo e único poder central, ligadas por rotas comerciais e tendo como ponto de encontro Alexandria e, mais tarde, Roma. Muitos preferem usar a expressão alexandrinismo para acentuar o papel que a dinastia dos Ptolomeus conferiu a Alexandria como centro de confluência da cultura grega e da oriental, com a criação do Museu e da Biblioteca, espaços destinados às atividades do conhecimento e das artes. 
No caso da história da filosofia, fala-se em período helenístico para designar os três grandes sistemas filosóficos predominantes nessa época. São eles: 
      a) Ceticismo, epicurismo e estoicismo. 
b) Epicurismo, neoplatonismo e patrística. 
c) Neoplatonismo, ceticismo e patrística. 
d) Escolástica e epicurismo. 

Epicurismo 
1. No célebre "Jardim de Epicuro" , vicejava uma autêntica comunidade, onde mestre e discípulos viviam de maneira quase ascética, consumindo apenas hortaliças que eles próprios cultivavam, às quais acrescentavam apenas pão e água, ou ainda queijo em ocasiões especiais. Seja como for, não há dúvida de que a real importância da doutrina epicurista está muito longe de consubstanciar-se em aspectos puramente circunstanciais como esses, que chegam a resvalar para o campo do anedótico. Sobre Epicuro, na sua cronologia inicial, é CORRETO afirmar que o mesmo nasceu em: 
       a) Samos. 
b) Atenas. 
c) Troia. 
d) Cólofon. 
e) Teos. 

32. Leia o trecho da Carta a Meneceu. 
"Nenhum jovem deve demorar a filosofar, e nenhum velho deve parar de filosofar, pois nunca é cedo demais nem tarde demais para a saúde da alma. Afirmar que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou é a mesma coisa que dizer que a hora ainda não chegou ou já passou; devemos, portanto, filosofar na juventude e na velhice para que enquanto envelhecemos continuemos a ser jovens nas boas coisas mediante a agradável recordação do passado, e para que ainda jovens sejamos ao mesmo tempo velhos, graças ao destemor diante do porvir. Devemos então meditar sobre tudo..." (Epicuro Carta de Epicuro a Menoiceus). Para Epicuro, como se expressa na Carta a Meneceu, o objetivo da filosofia é: 
     a) A felicidade do homem. 
b) A imparcialidade diante das decisões tomadas pelos homens. 
c) A areté própria do homem. 
d) O gozo imoderado dos prazeres mundanos. 
e) Estabelecer, refutar e defender argumentos tirados da bíblia. 

33. No ano de 306, Epicuro regressa finalmente a Atenas, onde adquire uma ampla casa logo acrescida de um grande jardim, para o fim exclusivo de instalar aquela que viria a ser a sua célebre escola ateniense, muito logo conhecida como "O Jardim de Epicuro" . Enquanto na casa habitavam os mestres, ou seja, além do próprio Epicuro, também os antigos discípulos, entre os mais ilustres, no amplo jardim, acampados em barracas e cultivando hortaliças, instalavam-se os novos discípulos vindos das mais distintas regiões. Após a morte de Epicuro, aos 72 anos de idade, em 270 a.C., ele fora sucedido na direção de sua escola pelo fiel: 
     a) Hermarco. 
b) Metrodoro. 
c) Lucrécio. 
d) Sêneca. 
e) Cícero. 

36. Surge a figura do jardim: o homem sairia da turbulência da polis e iria ao jardim com os seus amigos. Ele não se isolaria, mas se reuniria com os seus amigos, apoiado num esforço de grupo, na busca do autoconhecimento. Propõe a substituição da polis com seu antagonismo, pelo jardim com a sua amizade, onde todos procurariam a sabedoria. Analise as proposições a seguir partindo da proposta fundamental de Epicuro, como CERTAS ou ERRADAS. 
I - O autoconhecimento. 
II - O apoio à razão. 
III - A recusa ao obscurantismo, crendices. 
IV - Os homens seriam explicáveis racionalmente. Já os deuses seriam serenos porque estariam distantes dos homens assim como estes no jardim se distanciariam da polis para encontrarem a felicidade. 
V - Os deuses não fazem a libertação do homem, mas o é o homem, que, no jardim, se afastaria da turbulência da polis para encontrar a felicidade. 
Assim, pode-se concluir que: 
a) Somente as proposições I, III e V estão certas. 
b) Somente as proposições I, II e IV estão certas. 
c) Somente as proposições III, IV e V estão certas. 
d) Todas as proposições estão erradas. 
       e) Todas as proposições estão certas. 

37. A liberdade, para Epicuro, seria sempre o desvio de uma fatalidade, apesar do mecanismo do mundo. O homem não estaria à mercê do mundo e, por isto, poderia estabelecer a sua rota, a sua meta. Segundo essa forma de pensar, podese 
afirmar que o mesmo introduz a dimensão: 
a) Da physis. 
       b) Do deverser. 
c) Do devir. 
d) Da verdade. 
e) Da percepção dualista da alma. 

38. Epicuro exerceu enorme influência sobre Diógenes de Enoanda (Turquia), que, inclusive, chegou a inscrever o tetrapharmakon de Epicuro em umas rochas em local visível para que todos os que por lá passassem, independente da raça, sexo ou condição social, pudessem ler e se inspirar nele. Analise as proposições a seguir como Verdadeiras ou Falsas, considerando a sabedoria ética de Epicuro. 
I - Não há nada a temer quanto aos deuses. 
II - Não devemos temer a morte. 
III - A felicidade é possível. 
IV - Podemos escapar da dor. 
Sobre o tetrapharmakon de Epicuro é CORRETO afirmar que: 
a) Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras. 
b) Somente as proposições I, III e IV são verdadeiras. 
c) Somente as proposições I e IV são verdadeiras. 
d) Somente as proposições II e IV são verdadeiras. 
      e) Todas as proposições são verdadeiras. 

39. Como disse Epicuro, "a justiça não existe por si própria, mas encontrase sempre nas relações recíprocas, em qualquer tempo e lugar em que exista entre os humanos o pacto de não causar nem sofrer dano" . A presente proposição passa a ser interpretada no decorrer da história de acordo com as necessidades de cada época. Chegam as lutas populares e as tradições libertárias fazendo nascerem as teorias socialistas modernas. São três as principais correntes socialistas modernas. São elas: 
I - Socialismo utópico. 
II - Anarquismo. 
III - Comunismo ou socialismo científico. 
Relacione às teorias socialistas modernas as proposições a seguir: 
( ) Desenvolvido nas obras de Marx e Engels. 
( ) Defendida por Bakunin. 
( ) Defendida por Saint-Simon Fourier e Owen. 
( ) Seu ponto de partida é a crítica do individualismo burguês e do Estado liberal, considerado utoritário e antinatural. 
( ) Vê a classe trabalhadora como despossuída, oprimida e geradora de riqueza social sem dela esfrutar. 
A relação existente entre as correntes socialistas modernas e as proposições apresentadas está contemplada na alternativa: 
a) II, I, III, III e II. 
b) I, II, III, II e I. 
c) III, III, II, I e I. 
     d) III, II, I, II e I. 
e) III, II, I, II e III. 


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