domingo, 29 de dezembro de 2013

Prova de filosofia Contemporânea 4



IDADE CONTEMPORÂNEA

Marque "V" verdadeiro..............

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48 No contexto da filosofia contemporânea, a filosofia analítica ou o positivismo lógico rompe com a tradição da modernidade e com a tradição da lógica de maneira geral, uma vez que passa a considerar o 
(A) sujeito como um efeito da significação estruturada pela rede simbólica. 
(B) pensamento como centrado no sujeito transcendental, de onde se derivam os juízos. 
(C) juízo como uma estrutura da própria realidade, e não mais algo advindo do sujeito. 
(D) juízo como um ato de pensamento, e não mais como estruturado pela enunciação. 
     (E) juízo não como um ato mental, mas como conteúdo de uma proposição dotada de forma lógica. 

68. Em relação ao romantismo filosófico, é correto afirmar que 
(A) apresentou forte influência da lógica argumentativa aristotélica. 
(B) forneceu os elementos básicos do materialismo dialético. 
(C) teve em Kant um de seus mais importantes pensadores. 
     (D) estabeleceu elementos de ruptura em relação ao mecanicismo. 
(E) rejeitou as tendências estéticas de expressão de valorização das emoções e sentimentos. 

49 A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. Quem usa um telescópio ou um microscópio vê coisas que não poderiam ser vistas a olho nu. Mas eles nada mais são que extensões do olho. Não são órgãos novos. São melhoramentos na capacidade de ver, comum a quase todas as pessoas. Um instrumento que fosse a melhoria de um sentido que não temos seria totalmente inútil, da mesma forma como telescópios e microscópios são inúteis para cegos, e pianos e violinos são inúteis para surdos. A ciência não é um órgão novo de conhecimento. A ciência é a hipertrofia de capacidades que todos têm. 
ALVES, Rubem. Filosofi a da Ciência - Introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense, 1981. 
Considerando-se o trecho acima, conclui-se que a Ciência está em 
(A) continuidade com as Belas Artes. 
(B) continuidade com a Filosofia. 
    (C) continuidade com o Senso Comum. 
(D) ruptura com o Mito. 
(E) ruptura com Senso Comum. 



QUESTÃO 48 
A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a indiferença. E, por este lado, é interessante abordar o cinema, que os intelectuais tanto acusam de alienante. Na verdade, o cinema é uma arte que nos ensina a superar a indiferença, pois transforma em heróis os invisíveis sociais, ensinando-nos a vê-los por um outro prisma. Charlie Chaplin, por exemplo, sensibilizou platéias inteiras com o personagem do vagabundo. Outro exemplo é Coppola, que popularizou os chefes da Máfia com O Chefão. No teatro, temos a complexidade dos personagens de Shakspeare: reis, gângsteres, assassinos e ditadores. No cinema, como na filosofia de Heráclito: "Despertados, eles dormem". Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois, diante da realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor. 
Edgar Morin. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 

Tendo como referência o texto acima e as idéias nele evocadas, assinale a opção correta. 


A - Compreender o mundo é reduzi-lo a suas partes mínimas. 
B - O cinema é alienante e ensina a indiferença para com os valores da sociedade. 
     C - Para compreender a complexidade que rodeia os humanos, necessita-se despertar para ela. 
D - Somente a filosofia pode despertar os homens para a superação de sua visão unilateral do mundo e da complexidade humana. 
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Filosofia no Brasil


QUESTÃO 41

Não se trata, portanto, de estudar a história da filosofia porque na seqüência dos filósofos existe algo em si mesmo educativo. O valor educativo está em cada um dos grandes clássicos da filosofia, pois nele existe o tormento do pensamento. 
M. Trombino. Elementi di didattica teórica della filosofia. Bologna, Calderini, 1999, p. 32 (com adaptações). 

A partir da compreensão do uso da história da filosofia para o ensino apresentada no texto acima, assinale a opção correta. 

A - O estudo da história da filosofia é, na seqüência dos filósofos, por si mesma educativa. 
B - É preciso aproximar o aluno aos clássicos da filosofia para que apreenda os conteúdos fundamentais da filosofia. 
C - O estudo da história da filosofia é a história de indivíduos atormentados. 
     D - O que a história da filosofia ensina é a compreender o tormento, a inquietude por maior conhecimento e reflexão que moveu os filósofos desde a Antiguidade. 


QUESTÃO 42 
Para que se possa falar realmente de história da filosofia, em sua completude, parece-me necessário estabelecer uma relação teorética, isto é, um diálogo com o clássico: pondo a ele 
perguntas (as nossas, as de sempre) e avaliando suas respostas às mesmas. Sem esta relação vital com o clássico a história da filosofia se torna passatempo de colecionador e o professor de filosofia, antiquário de loja de antiguidades. Especialmente para este diálogo torna-se necessária a superação de uma pretensa postura de neutralidade do historiador da filosofia (no nosso caso, do professor): será preciso declarar explicitamente sua postura filosófica para que essa mesma possa ser avaliada e colocada "na mesa". 
G. Cornelli. A lição dos clássicos: algumas anotações sobre a história da filosofia na sala de aula. In: S. e Danelon G. M. Gallo e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Unijuí, 2004, p. 194 (com adaptações). 

Tendo o texto acima como referência, assinale a opção correta acerca da história da filosofia. 

A - A história da filosofia é inútil para o desenvolvimento da reflexão teorética. 
B - A história da filosofia é um passatempo de colecionador de antiguidades. 
     C - Para que uma história da filosofia se torne ensino de filosofia é necessária uma relação vital com o clássico. 
D - O historiador da filosofia precisa manter-se neutro na frente dos clássicos. 


QUESTÃO 43 
A partir da metade dos anos 60 do século passado, no Brasil, a consciência de seu caráter de continente periférico, alheio às decisões mundiais, apêndice dos blocos de poder, substituiu a euforia desenvolvimentista. Sua marginalidade, agravada, a partir dos anos 80, pela recessão econômica, só parece compatível com as estritas análises político-econômicas 
(...). O tratamento filosófico das questões era confundido com o ecletismo e o antiexperimentalismo da época colonial, sendo então tomado como traço de letrados tradicionais e incapazes de contribuir para a solução prática dos problemas (...). Essa alergia à reflexão filosófica se mostra, na conjuntura atual, pela incapacidade de lidar com a interpretação da cultura senão como prolongamento da conjuntura político-econômica. 
Luiz Costa Lima. Apud F. Ceppas. Anotações sobre a formação filosófica no Brasil e o ensino de filosofia. In: S. Gallo, M. Danelon e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Ed. Unijuí, 2004 (com adaptações). 

A partir das idéias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta. 

A - O desprezo histórico da filosofia no Brasil é resultado de sua origem na época colonial. 
B - Os filósofos são incapazes de contribuir à solução prática dos problemas de um país em desenvolvimento. 
C - O filósofo, no Brasil, é considerado, pela cultura majoritária, um elemento moderno da cultura, capaz de contribuir com o desenvolvimento do país. 
     D - A cultura é interpretada, no Brasil, como prolongamento da conjuntura econômica. 


QUESTÃO 44 
No final de as Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, Marco Pólo e o Kublai Kan travam um diálogo sobre a cidade última, para onde todos os nossos caminhos nos levam. 
Kublai - É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga em um vórtice cada vez mais estreito. Responde Pólo - O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço. 
I. Calvino. As cidades invisíveis. São Paulo, Ed. Folha de São Paulo, 2003, p. 158 (com adaptações). 

Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta. 

A - A filosofia não se interessa pelas realidades últimas e pelo sofrimento pelo fim de tudo. 
B - Kublai Kan não é ocidental e, por esse motivo, não se preocupa com o inferno e o final dos tempos e do ser humano. 
C - Aceitar que o inferno são os outros e viver estoicamente resignado é a única atitude filosófica possível. 
      D - A filosofia pode ser pensada como uma busca por distinguir, no meio do inferno, sinais de esperança. 


QUESTÃO 45 
Uma das figuras privilegiadas na adoção do poder pastoral pelo Estado moderno, nas instituições educacionais, é a figura do professor-pastor. Ele assume a responsabilidade pelas ações e pelo destino da turma e de cada um de seus integrantes. Ele se encarrega de cuidar do bem e do mal que possam acontecer dentro da sala de aula. Ele responde por todos os pecados que possam ser cometidos no seu espaço. Embora assuma modalidades leves e participativas, entre o professor e a turma há uma relação de submissão absoluta; sem o professor os alunos não saberiam o que fazer, como aprender, de qual maneira comportar-se. O professor ganhará a confiança de cada aluno para que ele lhe confie seus desejos, angústias e ilusões. Por último, lhe ensinará que sem alguma forma de sacrifício ou renúncia seria impossível desfrutar de uma vida feliz e de uma sociedade justa. 
Walter Kohan. Infância: entre educação e filosofia. Belo Horizonte. Autêntica, 2003, p. 87-8 (com adaptações). 

A partir das ideias desenvolvidas no texto acima, assinale a opção correta. 

A - O poder pastoral, conceito elaborado por Foucault em seus escritos mais recentes, revela-se como modelo para a atuação do professor de filosofia. 
     B - O poder pastoral é a forma de poder que irá estruturar as tecnologias, os dispositivos do Estado moderno. 
C - O ensino de filosofia, por meio de modalidades leves e participativas, deve visar o controle absoluto do educando. 
D - O professor deve ganhar a confiança do aluno para que possa depois ensinar-lhe a necessidade do sacrifício. 


Ética 


QUESTÃO 57 
Sem dúvida, o terceiro milênio abriu com um déficit de horizonte ético. Nem por isso os homens podem deixar de sonhar com a liberdade, com o sentido e com a finalidade da vida justa, solidária, pacífica, ou seja, com a retomada das grandes referências éticas. Em outras 
palavras, o Homo faber não pode prevalecer sobre o Homo symbolicus. A questão do sentido ético da vida, da história, da ciência, está subjacente ao mundo definitivamente marcado pela tecnociência. Cabe à filosofia, à ética, à bioética criar uma hermenêutica para explicitar o sentido maior embutido na biotecnologia e na pluralidade das éticas particulares. 
O. Pegoraro. Bioética e filosofia. In: Revista de Filosofia, SEAF, ano II, n.º 2, 2002, p. 53 (com adaptações). 

A partir do texto acima, assinale a opção correta. 


      A - A filosofia quer contribuir para que o Homo symbolicus prevaleça sobre o Homo faber. 
B - A bioética deve condenar as descobertas das tecnociências por serem prejudiciais à vida ética. 
C - O terceiro milênio começou com uma boa bagagem de horizonte ético, devido às reflexões históricas conduzidas ao longo dos últimos séculos do segundo milênio. 
D - O sentido da vida hoje emerge das novas descobertas científicas e tecnológicas. 


31. A ética ativa em nós a capacidade de pensar; ela nos leva a agir; tem a potencialidade de religar-nos aos outros; desdobra-se em diálogo; requer compromisso. Por outro lado, ela é vivida subjetivamente, pois cada pessoa busca garantir o espaço que lhe é próprio; por outro lado, leva-nos a descentrar-nos e desenvolver o altruísmo (AGOSTINI, Nilo - p.10, 2010). Entende-se por "altruísmo": 
    a) A disposição que inclina o ser humano a se dedicar aos outros. 
b) A intervenção divina ou sobrenatural sobre as ações humanas. 
c) A disposição para o egocentrismo. 
d) A negação do apego, da veneração e da bondade humana. 


Indústria cultural
47. No ensaio da década de trinta "O narrador", Walter Benjamin faz uma aguda análise de sua época ao constatar que, depois da Primeira Guerra Mundial, os combatentes voltavam silenciosos do campo de batalha. No início desse texto, Benjamin declara que o que ele chamou de "experiência": 
A) subiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa subida indefinidamente 
B) subiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa subida até que sofra uma queda brusca 
C) variou entre subidas e descidas, e a impressão é que se estabilizará na cotação 
      D) caiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa queda interminável. 
E) caiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa queda até que retome o crescimento

48. Em meados do século XX, Max Horkheimer e Theodor Adorno trataram, juntos, do "Conceito de iluminismo". Foram eles que cunharam a famosa sentença segundo a qual o iluminismo é: 
     A) totalitário 
B) democrático 
C) um humanismo 
D) a saída da menoridade 
E) liberdade, igualdade e fraternidade 

38) Sobre a "indústria cultural", segundo Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: 
a) Desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus consumidores. 
b) Reproduz bens culturais que brotam espontaneamente das massas. 
c) O valor de troca é substituído pelo valor de uso na recepção da arte. 
     d) Padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus consumidores. 
e) Promove a imaginação e a espontaneidade de seus consumidores. 
30) Leia o texto a seguir. 
O saber que é poder não conhece nenhuma barreira, nem na escravização da criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo. Do mesmo modo que está a serviço de todos os fins da economia burguesa na fábrica e no campo de batalha, assim também está à disposição dos empresários, não importa sua origem. 
(ADORNO, T. W. & HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. p. 20.) 
Com base no texto e no conhecimento dos conceitos de esclarecimento e racionalidade instrumental em Adorno e Horkheimer sobre o referido saber, é correto afirmar: 
a) Seu conteúdo é racional por si mesmo e de natureza crítico-reflexiva. 
b) É principalmente técnico e carente de conteúdo racional por si mesmo. 
c) Tem uma dimensão reflexiva e seus objetivos são racionais por si mesmos. 
d) É caracterizado por forças sobrenaturais indomáveis que animam tudo. 
       e) Estabelece limites para o domínio nas relações sócio-econômicas. 

14 - A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialética do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crítica do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário. Assinale o que for correto. 
01) A origem da indústria cultural pode ser encontrada na prática dos mecenas, particularmente italianos, que financiavam, durante o Renascimento, a produção das grandes obras de arte. 
02) Na indústria cultural, o consumidor não é rei, como ela gostaria de o fazer crer, o consumidor não é o sujeito da produção cultural, mas seu objeto. 
04) A indústria cultural eleva o nível cultural da maioria da população e aprimora a apreciação da qualidade estética do universo das artes. 
08) A indústria cultural é expressão da ideologia capitalista; sob seu poderio, as obras de arte foram esvaziadas de seu caráter criador e crítico, alienaram-se para tornarem-se puro entretenimento, isto é, objetos de consumo para um espectador cuja ausência de reflexão o torna passivo. 
16) A partir da segunda revolução industrial no século XIX, as artes usufruem uma fase de produção autônoma; com o advento da indústria cultural, tornam-se dependentes das necessidades mercadológicas do capital. 
14)02-08-16 

29 
Qual o cárater da obra de arte segundo a ideologia da indústria cultural? 
      (A) Mercadoria 
(B) Capital 
(C) Objeto sensível 
(D) Instrumento de conhecimento 
(E) Objeto de contemplação 

40. A crítica endereçada pelo filósofo alemão Theodor Adorno à indústria cultural caracterizou-se por 
(A) enfatizar o caráter positivo da reprodução técnica de bens culturais. 
(B) elogiar a instrumentalização do tempo livre. 
(C) identificar, na possibilidade de massificação da cultura, um dos aspectos mais promissores das democracias ocidentais. 
      (D) criticar a transformação dos bens culturais em meios de entrenimento e não de formação. 
(E) exaltar os potenciais emancipadores de novos ritmos musicais como o jazz. 




 Círculo de Viena

35. Coloque (V) verdadeiro ou (F) falso. 

O princípios da verificação ou da verificabilidade, segundo os neopositivistas lógicos do Círculo de Viena envolve: 
( ) defesa do apriorismo na comprovação científica. 
( ) experiência como critério último para a validade das hipóteses científicas. 
( ) validação das asserções metafísicas mediante postulados teóricos. 
( ) uma teoria só pode ser considerada coerente quando for passível de verificação. 
A sequência correta de respostas é: 
A) V - F - V - F. 
B) V - V - F - F. 
     C) F - V - F - V. 
D) F - F - V - V. 

 Ideologia 
40. A ideologia torna-se propriamente ideologia quando não aparece sob a forma do mito, da religião e da teologia. Com efeito, nestes, a explicação sobre a origem dos seres humanos, da sociedade e do poder político encontra a causa fora e antes dos próprios humanos e de sua ação, localizando a causa originária nas divindades. A ideologia propriamente dita surge quando, no lugar das divindades, encontramos as ideias: o Homem, a Pátria, a Família, a Escola, o Progresso, a Ciência, o Estado, o Bem, o Justo, etc. Com isso, podemos dizer que a ideologia é um fenômeno moderno, substituindo o papel que, antes dela, tinham os mitos e as teologias. Com a ideologia, a explicação sobre a origem dos homens, da sociedade e da política encontra-se nas ações humanas, entendidas como manifestação da consciência ou das ideias. Assim, por exemplo, julgar que o Estado se origina das idéias de estado de natureza, direito natural, contrato social e direito civil é supor que a consciência humana, independentemente das condições históricas materiais, pensou nessas idéias, julgou-as corretas e passou a agir por elas, criando a realidade designada e representada por elas. Analise as proposições a seguir como VERDADEIRAS ou FALSAS, a partir da(s) função(ões) primordial(is) da ideologia. 
I - Ocultar a origem da sociedade. 
II - Dissimular a presença da luta de classes. 
III - Negar as desigualdades sociais. 
IV - Oferecer a imagem ilusória da comunidade originada do contrato social entre homens livres e iguais. 
Cabenos afirmar que: 
a) Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras. 
b) Somente as proposições I, III e IV são verdadeiras. 
c) Somente as proposições I e IV são falsas. 
d) Somente as proposições II e IV são falsas. 
     e) Todas as proposições são verdadeiras. 

 Escola de Frankfurt


02 - A Escola de Frankfurt definiu a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão. Para Adorno, Marcuse e Horkheimer, a razão instrumental caracteriza-se pela produção de um conhecimento cujo objetivo é dominar e controlar a natureza e os seres humanos. Assinale o que for correto. 
01) A razão instrumental expressa uma ideologia cientificista, pois acredita que é neutra, e identifica as ciências apenas com os resultados de suas aplicações. 
02) Na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência deixa de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, de poder e de exploração. 
04) A ideologia do progresso no modo de produção capitalista fundamenta-se na razão instrumental por acreditar que essa promove o avanço tecnológico que permite a racionalização da produção. 
08) Para Marx, o socialismo, ao transformar o trabalho em mercadoria, torna o homem um mero instrumento e aliena-o social e culturalmente. 
16) Marx defendeu a razão instrumental por ser mais eficiente que a práxis para realizar a revolução socialista. 
02)01-02-04 


39. O movimento filosófico nomeado como teoria crítica ou Escola de Frankfurt caracterizou-se, em linhas gerais, por 
(A) empreender uma articulação entre teoria e prática que permitisse subsidiar os partidos comunistas europeus em sua luta contra o capitalismo. 
(B) realizar pesquisas de sondagem da opinião pública para o fornecimento de produtos adequados às necessidades dos consumidores. 
(C) produzir um método terapêutico alternativo à psicanálise freudiana, então considerada anacrônica. 
(D) produzir uma filosofia com fortes conteúdos nacionalistas que possibilitassem o resgate das tradições alemãs. 
        (E) articular temas comuns à psicanálise e ao marxismo e a diversos filósofos ocidentais, dentre os quais podemos destacar Kant, Hegel e Nietszche. 

Lógica
76. A lógica ocupa-se com a linguagem formal ou com a linguagem simbólico-científica. Por ser um discurso ou uma linguagem que fala de outro discurso ou de outra linguagem, se diz que ela é uma 
(A) pseudo-linguagem. 
      (B) metalinguagem. 
(C) linguagem biunívoca. 
(D) linguagem unívoca. 
(E) linguagem informal. 

77. Um conhecimento é verdadeiro não só quando explica alguma coisa ou algum fato, mas principalmente quando possibilita retirar consequências práticas e aplicáveis. Por considerarem como critério de verdade a eficácia e a utilidade, essa concepção é chamada de 
     (A) Pragmatismo. 
(B) Existencialismo. 
(C) Estruturalismo. 
(D) Racionalismo. 
(E) Empirismo. 


Derrida 
QUESTÃO 60 
As sete antinomias do ensino de filosofia de Derrida 

I Protestar contra a submissão da filosofia a finalidades externas (útil, produtivo etc.). 
Não renunciar ao princípio de finalidade, que rege a missão da filosofia como instância final de juízo. 
II Protestar contra o fechamento da filosofia no interior de uma definição disciplinar específica. 
Reivindicar a unidade e especificidade da filosofia. 
III Pretender que a filosofia não seja nunca dissociada do ensino. 
Permitir-se pensar que algo essencial na filosofia não seja reduzível aos atos e às práticas do ensino. 
IV Exigir que as instituições sustentem essa disciplina impossível e necessária. 
Postular que a filosofia exceda todas as instituições. 
V Solicitar, em nome da filosofia, a presença de um mestre, mesmo sabendo que a presença dele afeta a estrutura democrática da comunidade filosófica. 
VI Saber que a filosofia como disciplina requer um ritmo calmo e um tempo diluído. 
Sua unidade e arquitetura testemunham uma contração instantânea. 
VII Criar as condições para que alunos e professores disponham das condições de sua transmissão disciplinar (eterodidática). A filosofia não pode renunciar a seu itinerário autodidático e autônomo. 
Jacques Derrida. Les antinomies de la discipline philosophique. Lettre préface. In: École et Philosophie: La grève des philosophes. Par is : Ed. Osiris, 1986 (com adaptações). 

A partir das idéias do texto acima, assinale opção correta. 

         A - As antinomias indicadas por Derrida propõem que a filosofia como disciplina mantenha sua liberdade radical de propor sua própria metodologia de trabalho. 
B - A filosofia como disciplina é possível e necessária. 
C - A filosofia não pode se sujeitar a finalidades ou utilidades. 
D - A filosofia deve ser pensada como uma aprendizagem autodidática. 


Hannah Arendt (1906-1995)

49. Em A condição humana, Hannah Arendt elabora uma importante distinção entre os âmbitos da "ação" e da "fabricação". De acordo com a autora, enquanto na fabricação há uma relação instrumental com as coisas determinada pela categoria de meios e fins, a ação desencadeia um processo marcado: 
A) apenas pela previsibilidade, mas não pela irreversibilidade 
B) apenas pela irreversibilidade, mas não pela imprevisibilidade 
C) apenas pela imprevisibilidade, mas não pela irreversibilidade 
D) tanto pela reversibilidade quanto pela previsibilidade 
       E) tanto pela irreversibilidade quanto pela imprevisibilidade 

Gilles Deleuze (1925 -1995)

50. Gilles Deleuze, a certa altura de O que é a filosofia?, observa que, no começo, os conceitos filosóficos são e permanecem assinados. Ele, então, dá alguns exemplos. Entre os exemplos citados por Deleuze de conceitos assinados estão: 
     A) a substância, de Aristóteles; a mônada, de Leibniz; a duração, de Bergson 
B) a substância, de Platão; a mônada, de Leibniz; a duração, de Bergson 
C) a substância, de Aristóteles; a potência, de Leibniz; a duração, de Bergson 
D) a substância, de Aristóteles; a mônada, de Leibniz; a potência, de Bergson 
E) a ideia, de Platão; a potência, de Leibniz; a mônada, de Bergson 

MERLEAU-PONTY ( 1908 - 1961)

QUESTÃO 51 
A ciência manipula as coisas e renuncia a habitá-las. Estabelece modelos internos delas e, operando sobre esses índices ou variáveis, as transformações permitidas por sua definição, só de longe em longe se confronta com o mundo real. Ela é, sempre foi, esse pensamento admiravelmente ativo, engenhoso, desenvolto, esse parti pris de tratar tudo como "objeto geral", isto é, ao mesmo tempo como se ele nada fosse para nós e estivesse no entanto predestinado aos nossos artifícios. Mas a ciência clássica conservava o sentimento da opacidade do mundo, e é a este que ela entendia juntar-se por suas construções. 
M. Merleau-Ponty. O olho e o espírito. Cosac e Naify, 2004, p. 13 (com adaptações). 

A partir do texto acima e de conhecimentos relativos à filosofia da ciência, assinale a opção correta. 

A - Merleau-Ponty revela uma predileção pela ciência atual em relação à ciência antiga. 
B - A ciência antiga acredita piamente em suas ferramentas de apreensão da realidade objetiva.
     C - A ciência moderna parte do pressuposto de que a realidade objetiva esteja disponível por meio da criação de artifícios que a generalizem. 
D - A ciência clássica renuncia a habitar o mundo. 
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26 
Sou uma estrutura psicológica e histórica. Recebi uma maneira de existir, um estilo de existência. Todas as minhas ações e meus pensamentos estão em relação com essa estrutura. No entanto, sou livre, não apesar disto ou aquém dessas motivações, mas por meio delas, são elas que me fazem comunicar com minha vida, com o mundo e com minha liberdade. 
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes. 1999. p. 611. 
A concepção de liberdade acima apresentada contrapõe-se àquela, segundo a qual 
(A) a estrutura psicológica e histórica do sujeito não exclui o fato de sua liberdade. 
(B) a liberdade consiste na necessidade de o homem ter de produzir sua própria existência. 
(C) a ação livre é essencialmente criadora. 
(D) não há uma natureza humana previamente dada. 
     (E) ser livre consiste em agir sem qualquer impedimento. 

Ludwig Wittgenstein (1889 - 1951)


QUESTÃO 54 
As pessoas dizem repetidamente que a filosofia não progride realmente, que estamos ainda ocupados com os mesmos problemas filosóficos que os gregos. Mas as pessoas que dizem 
isto não entendem por que isto deve ser assim. Isto é porque nossa linguagem tem permanecido a mesma e permanece nos seduzindo a perguntar as mesmas questões. Enquanto continuar esta situação as pessoas permanecerão se deparando com as mesmas intrigantes dificuldades e encontrar-se-ão começando algo que nenhuma explicação parece capaz de esclarecer. 
L. Wittgenstein. Culture and value, 15 (1931) (com adaptações). 

A partir do texto acima, de Wittgenstein, e de conhecimentos relativos ao debate filosófico acerca da linguagem no século XX, assinale a opção correta. 

A - A filosofia não progride em sua problematização por estar ligada demasiadamente a conteúdos antigos. 
B - Está-se a cada dia inventando novos problemas filosóficos. 
C - Estudar os mesmos problemas de sempre é tarefa fundamental da filosofia. 
       D - A sedução da linguagem impede que a filosofia elabore novas questões. 

44. Ludwig Wittgenstein, no Tractatus Lógico-Philosophicus, apresenta uma série de erros e de confusões que ocorrem no emprego mais cotidiano da linguagem. "Para evitar esses equívocos, devemos empregar uma notação que os exclua, não empregando o mesmo sinal em símbolos diferentes e não empregando superficialmente da mesma maneira sinais que designem de maneiras diferentes". Tal notação que Wittgenstein procura como solução para os problemas da linguagem teria, em seu centro, a obediência: 
A) ao verso livre da poesia 
B) ao método cartesiano 
C) à informática computacional 
D) à argumentação escolástica 
      E) à gramática lógica 

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1770-1831)


QUESTÃO 08 
A respeito do conceito de dialética, Hegel faz a seguinte afirmação: 

"O interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal." 
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2. ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 35. 

Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta. 
A) O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a História não é guiada pela Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acontecimentos que se sucedem sem nenhuma relação entre eles. 
B) O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só o acumulado ou o agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal como engrenagens de uma grande máquina. 
      C) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à finalidade da História, isto é, do universal da Razão que governa o mundo, mas esta depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não se manifesta. 
D) O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente preserva os homens de todos os perigos, evitando que se desgastem com suas paixões, assim, o humano é preservado desde o seu surgimento na Terra. 

42. Nos seus conhecidos Cursos de estética I, oferecidos no começo do século XIX, Hegel expõe a posição que a arte possui dentro de seu sistema filosófico. Para tanto, explica também em que, para ele, consistiria o estatuto ontológico da obra de arte. Nesse sentido, Hegel afirma que a obra de arte situa-se: 
A) abaixo da sensibilidade imediata e muito distante do pensamento ideal 
B) junto da sensibilidade imediata e distante do pensamento ideal 
      C) justamente entre a sensibilidade imediata e o pensamento ideal 
D) junto do pensamento ideal e distante da sensibilidade imediata 
E) acima tanto da sensibilidade imediata quanto do pensamento ideal 
41. Em sua obra Filosofia do Direito, Hegel apresenta sua teoria do Estado, na qual ele critica a tradição jusnaturalista. Das alternativas abaixo, está de acordo com a teoria do Estado de Hegel, EXCETO: 
    A) o contratualismo acerta no momento em que defende a ideia de um pacto entre os indivíduos, responsáveis por formar o Estado. 
B) o Estado é que funda a sociedade e não os indivíduos. 
C) o Estado sintetiza, numa realidade coletiva, os interesses contraditórios entre os indivíduos. 
D) a sociedade civil é a esfera entre a família e o Estado. 

23 Segundo Hegel, nós não devemos nos espantar se existem tantas e tão diferentes histórias da filosofia, nas quais a sucessão dos vários sistemas é descrita simplesmente como uma sequência de opiniões e erros. 
A partir desse contexto e da concepção hegeliana de filosofia, conclui-se que 
(A) o fato de as diversas filosofias anteriores a Hegel consistirem, para ele, em meras opiniões, erros e jogos de pensamento leva-o a considerar irrelevante a elaboração de uma história da filosofia. 
     (B) o que falta às citadas histórias da filosofia é a apreensão do sentido a partir do qual se encadeiam os diversos momentos do desenvolvimento da filosofia. 
(C) o indivíduo que pretende elaborar uma história da filosofia deve deixar ao leitor a possibilidade de optar por uma filosofia específica, não apresentando nenhuma das filosofias como mera opinião, erro ou jogo de pensamento. 
(D) a tentativa de elaborar uma história da filosofia é, por princípio, um equívoco, pois história e filosofia consistem em ciências fundamentalmente distintas quanto aos seus métodos. 
(E) uma história da filosofia propriamente dita deve partir das relações concretas de produção em direção ao absoluto abstrato, que se realiza no plano da transcendência. 

Marx, Karl (1818-1883)
40. Analise as proposições das correntes filosóficas da educação: 
I - Para Augusto Comte, o Positivismo é a última etapa da humanidade, que se elevou do "estágio teológico", no qual tudo se explicava de maneira mágica, e do "estágio metafísico", em que a explicação se contentava com palavras. A base teórica do positivismo apresenta três pontos: 1) Todo conhecimento do mundo material decorre dos dados "positivos" da experiência, e é somente a eles que o investigador deve se ater; 2) Existe um âmbito puramente formal, no qual se relacionam as ideias, que é o da lógica pura e o da matemática; e 3) Todo conhecimento dito "transcendente" ? a metafísica, a teologia e a especulação acrítica ? que se situe além de qualquer possibilidade de verificação prática, deverá ser descartado. 
II - Concebe-se a fenomenologia como o estudo dos fenômenos em si mesmos, independentemente dos condicionamentos exteriores a eles, cuja finalidade é apreender sua essência que é a estrutura de sua significação. Na segunda metade do século XVIII, o filósofo Jean-Henri Lambert denominou a fenomenologia como a "teoria das aparências", para distinguir a aparência das coisas do que elas são em si mesmas; com Hegel, na Fenomenologia do Espírito (1807) "é a ciência da experiência que faz a consciência"; e Edmund Husserlnas primeiras décadas do século XX, faz da fenomenologia uma meditação sobre o conhecimento, considerando que tudo que é dado à consciência é o fenômeno. Para ele, a consciência é intencional e não está fechada em si mesma, mas define-se como certa maneira de perceber o mundo e seus objetos. 
III - O materialismo histórico é a aplicação da teoria de Karl Marx ao estudo da evolução histórica das sociedades humanas, pelas quais o modo de produção dos bens materiais condiciona a vida social, política e intelectual que, por sua vez, interage com a base material. Marx e Engels afirmam que a história de todas as sociedades do passado é a história da luta de classes. Nesse sentido, no decorrer do processo histórico, as relações econômicas evoluíram segundo uma contínua luta dialética entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores espoliados e explorados. 
IV - Para o pesquisador no materialismo histórico não há fechamentos e nem sistemas concluídos, pois estar no mundo é sempre interrogá-lo. Coloca-se em destaque as percepções dos sujeitos e, sobretudo, salienta-se o significado que os fenômenos têm para as pessoas. Assim, "o mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que vivo, sou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável". 
Após a análise das proposições acima é CORRETO afirmar que: 
a) Apenas a proposição I está incorreta. 
b) Apenas a proposição II está incorreta. 
c) Apenas a proposição III está incorreta. 
     d) Apenas a proposição IV está incorreta. 

QUESTÃO 09 
Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa que indica com qual teoria filosófica ele se relaciona. 

"É possível afirmar que a sociedade se constitui a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho, que as mudanças históricas são determinadas pelas modificações naquelas condições materiais e naquela divisão do trabalho e que a consciência humana é determinada a pensar as idéias que pensa por causa das condições materiais instituídas pela sociedade." 
CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007. 

Este texto descreve        A) a concepção de Marx, que escreveu obras como Contribuição à Economia Política e O Capital.
B) a concepção de Nicolau Maquiavel, que escreveu, dentre outras obras, O Príncipe. 
C) a concepção de Thomas Hobbes, autor do Leviatã. 
D) a concepção de Jean Jacques Rousseau, autor de O Contrato Social. 

36. Após o período da Revolução Industrial 
começou-se a detectar graves problemas ambientais, resultantes do funcionamento inapropriado das grandes indústrias, afetando sensivelmente a qualidade de vida e dos recursos naturais existentes. Uma das principais causas da deterioração do meio ambiente é o individualismo, a alienação e a falta de compromisso do homem com o meio em que ele vive. Karl Marx utiliza o termo alienação para designar: 

A. o processo em que os indivíduos contribuem com as suas potencialidades, com os objetos por eles criados. 
B. a criatividade humana em produzir cultura através da arte, materiais inéditos e conhecimento. 
C. as relações humanas de consumo, lazer e relações sócio-afetivas, como o amor e a felicidade. 
    D. a venda do trabalho humano como mercadoria, tornando o homem escravo do capitalismo. 
E. o isolamento do individuo na sociedade, impossibilitado de interagir com o meio ambiente em que vive. 

36. Em Marx, o fenômeno pelo qual se pode observar a mercadoria produzida pelo trabalhador elevar-se e divinizar-se, enquanto o trabalhador que a produz transforma-se em coisa, rebaixa-se, é: 
A) Mais-valia absoluta. 
     B) Fetichização da mercadoria. 
C) Materialismo. 
D) Ideologia. 


01 - Marx defende as liberdades políticas individuais, todavia opõe-se ao liberalismo e à concepção do Estado burguês. A restrição que Marx faz ao Estado de direito burguês é que esse Estado acaba representando os interesses das classes sociais dominantes, o que torna impossível defender os fins universais da sociedade no seu todo. Assinale o que for correto. 
01) Marx considera que a realização da liberdade humana e a emancipação do homem só podem realizar-se para além do formalismo jurídico do Estado burguês. A verdadeira liberdade e emancipação só podem acontecer quando a esfera da produção estiver sob o controle dos produtores diretos, isto é, os trabalhadores. 
02) Para o materialismo histórico, as relações sociais de produção são responsáveis pela formação do Estado que Marx considera como sendo a superestrutura jurídica e política da sociedade. 
04) O progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico, ao permitirem uma melhor distribuição da renda, são considerados por Marx condições essenciais para acabar com o Estado burguês e com a sociedade de classes. 
08) Para Marx, a liberdade deve ser universal, isto é, para todos os homens; razão pela qual só pode realizar-se com o fim da sociedade de classes. 
16) Para Marx, o Estado burguês sustenta uma economia de mercado em que tudo pode transformar-se em mercadoria, inclusive o trabalho que pode ser comprado e vendido como qualquer mercadoria; nesse processo, o trabalho e o homem alienam-se. 

GABARITO: 
01)01-02-08-16 

13 - O nacional-socialismo alemão e o fascismo italiano foram doutrinas e práticas políticas totalitárias. O totalitarismo caracteriza-se por estabelecer um Estado total, monolítico, que absorve, em seu interior, em sua organização, o todo da sociedade e suas instituições, controlando-a por inteiro; elimina, dessa maneira, a participação política pluralista. Tanto na Alemanha quanto na Itália, alguns filósofos contribuíram com a formação da ideologia do nazifascismo ou a ela se opuseram. Assinale o que for correto. 
01) Friedrich Nietzsche, com sua filosofia política, preconiza uma sociedade coletivista dirigida por um Estado nacional forte, capaz de valorizar a tradição dos valores culturais alemães. 
02) Na Alemanha, a marxista Rosa Luxemburgo, defensora da social-democracia, criticava a formação de um partido único cuja conseqüência seria a formação de um governo ditatorial de uma minoria. Combateu o que já se prenunciava com a ascensão do nazismo ao poder. 
04) A resistência do teórico marxista Antônio Gramsci ao regime fascista valeu-lhe longos anos de cadeia. Mesmo no cárcere, escreveu muito, criticando o dogmatismo do marxismo oficial que, ao petrificar a teoria, impedia a prática revolucionária. 
08) Friedrich Hegel foi importante para o desenvolvimento do pensamento político. Seus seguidores dividiram-se em dois grupos opostos, chamados de esquerda e de direita hegeliana. 
16) Benedito Mussolini e Adolf Hitler aceitaram a crítica marxista ao liberalismo, mas ambos recusavam a idéia de uma revolução proletária. 
67. Sobre a relação entre ser e consciência, de acordo com a concepção dialética de Marx e Engels, pode-se entender que 
(A) a consciência humana é plenamente capaz de conhecer a realidade, sem sofrer interferência das relações materiais. 
(B) a consciência determina o ser. 
(C) a consciência corresponde à infraestrutura material da sociedade e determina os conteúdos da superestrutura. 
       (D) as relações materiais determinam os conteúdos da consciência. 
(E) para compreender adequadamente a realidade, a consciência necessita da iluminação religiosa. 

13)02-04-08-16 

36. A ideologia é, portanto, uma forma de dominação, gerando uma falsa consciência, que se produz através de mecanismos pelos quais se objetificam certas representações (as da classe dominante) como sendo a verdadeira realidade, tudo isso produzindo uma aparente legitimação das condições existentes numa determinada sociedade em um período histórico determinado. 
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, p. 231) 
Sobre esse conceito de ideologia, é correto afirmar que 
      (A) se originou da crítica dialética materialista empreendida por Marx e Engels. 
(B) apresenta teor idealista nos moldes do idealismo absoluto de Hegel. 
(C) apresenta teor idealista nos moldes do idealismo transcendental de Kant. 
(D) se originou da divisão platônica entre mundo sensível e mundo inteligível. 
(E) é um dos princípios básicos das teorias contratualistas. 

21 
Segundo Marx e Engels, não é a vida que é determinada pela consciência, mas a consciência que é determinada pela vida. 
A partir dessa concepção, conclui-se que 
(A) as formas históricas de produção devem derivar das figuras da vida espiritual de um povo. 
(B) a história da filosofia, ao ser considerada, deve-se partir das determinações formais para descobrir as configurações materiais. 
(C) as ideologias pertinentes à vida em um momento da história são consequências da reflexão sobre o alcance da consciência no momento imediatamente anterior. 
    (D) a investigação das formas históricas de produção deve servir de ponto de partida para a elaboração de uma história da filosofia. 
(E) o que distingue a vida da consciência é que a primeira é histórica, e a segunda, não. 
James, William (1842-1910)

Nietzsche, Friedrich (1844-1900)

32. As leituras na linha da pós-modernidade captam, por sua vez, o fracasso dos sistemas unitários e totalizantes dos grandes relatos ideológicos e passam a valorizar a diferença, o pluralismo, a relativização, a desconstrução, o dissenso e o diferindo. Colocam em cena e dão cidadania aos muitos estilos díspares, ao próprio de cada linguagem e formas de vida, à fruição instantânea. É como "dançar nos abismos" (Nietzsche). A afirmação da proposição em destaque, segundo Nilo Agostini, p. 15, 2010, significa: 
      a) Dançar diante da libertação ética e estética de novas possibilidades. 
b) Que o projeto moderno não foi concluído e, além disso, contém uma utopia a se realizar. 
c) A modernidade, enquanto movimento histórico-cultural, caracteriza-se pelas revoluções científica, política e cultural. 
d) Buscar a unidade na ação e na razão comunicativa. 


43. No terceiro de seus escritos juvenis de cunho crítico intitulados como "intempestivos", Friedrich Nietzsche tratou especificamente do tema da educação. Na "III Consideração intempestiva: Schopenhauer educador", Nietzsche declara que deve ser o objetivo da cultura o engendramento: 
      A) do gênio 
B) do filisteu 
C) do erudito 
D) do funcionário 
E) da opinião pública 



48. "No desvio de algum rincão do universo inundado pelo fogo de inumeráveis sistemas solares, houve uma vez um planeta no qual os animais inteligentes inventaram o conhecimento. Este foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal, mas foi apenas um minuto. Depois de alguns suspiros da natureza, o planeta congelou-se e os animais inteligentes tiveram de morrer." (Nietzsche, 1873) Está correto afirmar sobre o texto que: 
A) o Homem ocupa um lugar de destaque no Universo. 
B) o Ser humano será conhecido eternamente. 
     C) a Ciência é uma mentira. 
D) a Ciência foi a maior descoberta do Homem.

39. Para Nietzsche, o ocidente, marcado pela negação da vida, havia desenvolvido o seu pensamento a partir da tensão entre dois elementos distintos: 
A) o apolíneo, representante do belo na arte e na literatura e o dionísico, representante da racionalidade. 
      B) o apolíneo, representante da forma, harmonia e racionalidade e o dionísico, representante da quebra das regras, é a alegria, o assumir da vida em todas as suas implicações. 
C) o racional, responsável pelo evolução da sociedade e o mítico-religioso, representante das tradições religiosas. 
D) o apolíneo, defensor da instabilidade e mudança e o dionísico, cultivador das regras sociais. 

37. O surgimento da filosofia representa o predomínio do que Nietszche chama o "espírito apolíneo", derivado de Apolo, o severo deus da racionalidade, da medida, da ordem e do equilíbrio. No período que antecede a filosofia, o "espírito apolíneo" e o "espírito dionisíaco" se contrabalançavam, completando-se mútua e dialeticamente. Com o desenvolvimento da razão filosófica e científica, o espírito apolíneo irá prevalecer, e o espírito dionisíaco, o desejo, a "afirmação da vida", será progressivamente reprimido. 
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia. p. 243) 
Sobre essa concepção nietszchiana, pode-se afirmar que 
(A) ela expressa a simpatia de Nietszche em relação ao cristianismo. 
       (B) a tradição cultural do ocidente testemunha o declínio do espírito dionisíaco. 
(C) essa concepção do filósofo em questão ilustra de maneira exemplar sua crítica ao espírito apolíneo. 
(D) segundo Nietszche, o espírito dionisíaco seria epresentado pela figura do filósofo Sócrates. 
(E) Nietszche foi um filósofo metafísico. 
47 Aprender a pensar: não há mais noção disso em nossas escolas. Mesmo nas universidades, mesmo entre os autênticos doutores da filosofia começa a desaparecer a lógica como teoria, como prática, como ofício. 
Leiam-se os livros alemães: já não se tem a mais remota lembrança de que para pensar é necessária uma técnica, um plano de estudo, uma vontade de mestria - de que o pensar deve ser aprendido, tal como a dança deve ser aprendida, como uma espécie de dança. 
Nietzsche, F. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Cap. VIII. 
Sem dúvida, o ensino de Lógica é condição para que o aluno desenvolva seus próprios argumentos. 
Em que sentido afirma-se que seu ensino deva ser como o da dança? 
(A) Pelo fato de estar centrado nos ritmos e melodias da voz, que precisam ser exercitados para a realização de bons discursos. 
(B) Por se basear no empenho de se desenvolver o pensamento pelo puro improviso, para atingir um puro fluxo de consciência. 
    (C) Pelo fato de estar centrado na forma do pensamento, podendo ser desenvolvido pela repetição e exercício de certos "passos". 
(D) Por se fundar na realidade nela mesma, o que se busca e se atinge por meio de uma comunhão espiritual. 
(E) Por estar centrado no pensamento, o que pode ser desenvolvido pelo exercício da memória e da erudição. 
44 Tales se torna o primeiro filósofo grego. [...] Também Ferécides de Siros, que está próximo de Tales no tempo e em muitas das concepções físicas, oscila, ao exprimi-las, naquela região intermediária em que o mito se casa com a alegoria: de tal modo que, por exemplo, se aventura a comparar a Terra com um carvalho alado, suspenso no ar com as asas abertas, e que Zeus, depois de sobrepujar Kronos, reveste de um faustoso manto de honra, onde bordou, com sua própria mão, as terras, águas e rios. Contraposto a esse filosofar obscuramente alegórico, que mal se deixa se traduzir em imagens visuais, Tales é um mestre criador, que, sem fabulação fantástica, começou a ver a natureza em sua profundeza. 
NIETZSCHE, F. Os Filósofos Tráfi cos, III. In: Os Pré-Socráticos. Fragmentos, Doxagrafi a, Comentário. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 10-11. Col. Os Pensadores. 
Na origem da filosofia, o que distingue o discurso filosófico do discurso mítico? 
(A) O uso de imagens plásticas 
(B) A referência à fé em seu contexto institucional 
    (C) A pressuposição de uma unidade sistemática na natureza 
(D) A narrativa e o apelo ao maravilhoso 
(E) A utilização de sistemas de medição e de um método 

40 Para Nietzsche, o homem estabeleceu a verdade em determinado momento histórico. 
PORQUE 
Para Nietzsche, todo homem, por natureza, deseja conhecer a verdade. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
    (C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 
Para Nietzsche, o homem estabeleceu a verdade em determinado momento histórico. 
PORQUE 
Para Nietzsche, todo homem, por natureza, deseja conhecer a verdade. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
     (C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 

32 A palavra cunhada para este fim ["bom"] significa, segundo sua raiz, alguém que é, que tem realidade, que é real, verdadeiro; depois, numa mudança subjetiva, significa o verdadeiro enquanto veraz. 
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral. 1ª dissertação. "Bom e mau" "bom e ruim", parágrafo 5. Adaptado. 
Nietzsche, em sua Genealogia, faz uma distinção entre dois modos de valoração moral que correspondem, respectivamente, a dois tipos de oposição encontrados na linguagem comum. 
A oposição que se faz entre "Bom e Ruim" corresponde a qual noção da genealogia de Nietzsche? 
(A) "Moral escrava" 
   (B) "Moral nobre" 
(C) "Má consciência" 
(D) "Ideal ascético" 
(E) "Valoração reativa" 

Heidegger, Martin (1889-1976)

45. Na Introdução de Ser e tempo, Martin Heidegger logo estabelece que a sua investigação sobre a questão do ser seguirá o método fenomenológico. Pela expressão "fenomenologia", Heidegger entende um conceito de método que: 
A) não caracteriza os objetos da investigação filosófica, mas a quididade real dos seus sujeitos, quem eles são. 
B) caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica, mas não o seu modo, como eles o são. 
C) não caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica nem o seu modo, como eles o são. 
D) caracteriza tanto a quididade real dos objetos da investigação filosófica quanto o seu modo, como eles o são. 
     E) não caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica, mas o seu modo, como eles o são. 

39 Em que contexto está situado "o Homem", tendo como ponto de partida a noção heideggeriana de "Ser-no-Mundo"? 
(A) No do sujeito da consciência, expresso no enunciado do "penso, logo existo". 
(B) No da noção de "pessoa", presente nas compreensões da psicologia. 
(C) No da noção de "mundo" como "cosmos", que antecede a estrutura subjetiva. 
     (D) No de uma modalidade de ser, que antecede a relação sujeito e objeto. 
(E) No da noção de intencionalidade, que é abordada na fenomenologia da consciência. 


Marcuse, Herbert (1889-1979)
47. Segundo Herbert Marcuse, o "homem unidimensional" é aquele que foi transformado em coisa e estereotipado pelos tentáculos da indústria cultural, tendo uma consciência de "rebanho". Para o referido autor, tal homem é aquele que foi instrumentalizado pela: 
    A) razão instrumental. 
B) consciência de classe. 
C) razão crítica. 
D) consciência política. 


Popper, Karl (1902-1994)


QUESTÃO 50 
Não acredito ser possível decidir, usando métodos de ciência empírica, questões controvertidas como a de saber se a ciência realmente usa ou não o princípio da indução. Minhas dúvidas aumentam quando me dou conta de que será sempre questão de decisão ou de convenção saber o que deve ser denominado ciência e quem deve ser chamado cientista. 
K. Popper. The logic of scientific discovery. NY, Harper, 1968, p. 54-5 (com adaptações). 

Acerca das idéias apresentadas no texto acima e de conhecimentos relativos à filosofia da ciência, assinale a opção correta. 

A - A ciência é um saber absoluto, positivo, inquestionável. 
      B - A definição do método científico é uma construção social, historicamente datada. 
C - A ciência é uma descrição pura e objetiva da realidade, baseada no método empírico. 
D - Popper, autor do texto, acredita ser a ciência um saber logicamente comprovado. 

40. Principal herdeiro do positivismo lógico e um dos mais influentes filósofos da ciência da segunda metade do século XX, ele criticou o critério de verificabilidade ou verificação cientifica e formulou uma teoria onde a única possibilidade de aquisição do saber cientifico é o critério da refutabilidade ou da falseabilidade, em que uma teoria cientifica é válida na medida em que suas proporções podem ser empiricamente falsificáveis através de experimentos, teses e observações, o que permite que se autocorrijam e se desenvolvam na direção de uma verdade objetiva, afastando-se assim das teses irrefutáveis e dogmáticas. Estamos falando do filósofo: 
A. Hans Hahn. 
B. Walter Benjamim. 
    C. Karl Popper. 
D. Theodor Adorno. 
E. Jurgen Habermas. 


36) Considerando a solução apresentada por Karl Popper ao problema da indução nos métodos de investigação científica, é correto afirmar que, para ele, o método científico 
a) é indutivo e racional. 
b) é dedutivo e irracional. 
c) é indutivo e irracional. 
d) não segue os padrões de racionalidade impostos pela lógica. 
     e) é dedutivo e racional. 

29) Leia o texto a seguir. 
Denomino problema da demarcação o problema de estabelecer um critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas, de uma parte, e a matemática e a lógica, bem como os sistemas "metafísicos" de outra. Esse problema foi abordado por Hume, que tentou resolvê-lo. Com Kant, tornou-se o problema central da teoria do conhecimento. 
(POPPER, K. R. A Lógica da Pesquisa Científica. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 35.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper, assinale a alternativa correta. 
a) Os enunciados metafísicos devem ser eliminados do discurso científico por serem destituídos de conteúdo cognitivo. 
       b) O problema da demarcação encontra solução na lógica indutiva. 
c) O problema da demarcação, assim como o problema da indução, não tem uma solução racional. 
d) A metafísica deve ser eliminada por não constituir um problema cientificamente relevante. 
e) Os enunciados metafísicos não fazem parte do discurso científico por não serem passíveis de falseamento. 
43. O que garante a verdade do discurso científico é sua condição de refutabilidade. Se há uma teoria que resiste à refutação, ela pode ser confirmada. Tal assertiva reflete o método científico defendido por: 
A) Feyerabend. 
B) Isaac Newton. 
C) Thomas Kuhn. 
    D) Karl Popper. 

45. Sobre os filósofos contratualistas, pode-se dizer que eles têm em comum, EXCETO: 
A) partem da análise do homem em estado de natureza. 
     B) defendem a ideia de que o homem só encontra realização na cidade. 
C) legitimidade do poder encontra-se na representatividade do poder e no consenso. 
D) preocupam-se com a base legal do Estado. 
79. O Falsificacionismo é uma corrente de pensamento representada por 
(A) Thomas Khun. 
      (B) Karl Popper. 
(C) Foucault. 
(D) Descartes. 
(E) David Hume. 

Sartre, Jean-Paul (1905-1980)


QUESTÃO 50 
Considere o texto abaixo. 

Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. 
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. 
     A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. 
B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. 
C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. 
D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade. 


QUESTÃO 10 
Leia o texto abaixo. 

"A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação; aliás, vai longe ainda, acrescentando: o homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida". 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, Col. Os Pensadores. p. 13. 

Tomando o texto acima como referência, assinale a alternativa correta. 

A) A frase "a realidade não existe a não ser na ação" significa que é o homem aquele que cria toda a realidade possível e imaginável, que o homem é o ser que cria o mundo todo a partir de sua existência. 
B) O existencialismo sartreano é uma espécie muito particular de quietismo, porque afirma que o homem é livre a partir do momento em que deixa a decisão sobre a própria existência nas mãos dos outros. 
C) Quando Sartre afirma que o homem "nada mais é do que a sua vida", ele está dizendo que todos são iguais na indeterminação de seus atos e que, portanto, é indiferente ser responsável ou não pelas ações praticadas. 
     D) O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo, porque defende que a vida humana é feita a partir das ações e escolhas que cada ser humano realiza juntamente com outros homens. A vida do homem é um projeto que se realiza em plena liberdade. 

35. O existencialismo teve grande influência na filosofia moderna, tendo como objeto de estudo reflexões antropológicas, sobre a maneira de ser do ser humano e sua individualidade. A existência do Ser Humano é que define a sua essência, o homem é que se faz em sua existência. O filósofo mais expressivo da corrente existencialista é: 
A. Friedrich Nietzsche. 
B. Michel Foucault. 
C. Ludwig Wittgenstein. 
D. Immanuel Kant. 
     E. Jean Paul Sartre. 


46. Jean-Paul Sartre, no texto "O existencialismo é um humanismo", busca defender sua posição filosófica de diversas críticas. "Assim respondemos, creio eu, a um certo número de censuras referentes ao existencialismo", escreve. Tal defesa, bastante contundente, ocorre tendo por base a definição do homem: 
A) pela religiosidade 
B) pelo quietismo 
C) pelo pessimismo 
    D) pela ação 
E) pela tradição 


46. A frase abaixo que melhor define o existencialismo sartriano é: 
A) o homem primeiramente se define, depois existe. 
B) o homem existe e se define concomitantemente na caminhada. 
C) para existir o homem tem de descobrir sua essência. 
    D) o homem primeiramente existe, depois se define. 


49. Segundo Sartre, "uma vez que a liberdade explode no peito de um homem, contra este homem nada mais podem os deuses". A ideia expressa aqui, pode ser melhor definida pela frase: 
A) Uma vez que o Homem se torna escravo, então jamais poderá se libertar. 
     B) Nada pode impedir um Homem Livre. 
C) O Homem pode criar um mundo só para si. 
D) Em relação ao Homem, os Deuses são superiores. 

03 - "Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que ele é, de submetêlo à responsabilidade total de sua existência. Assim, quando dizemos que o homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que o homem é apenas responsável pela sua estrita individualidade, mas que ele é responsável por todos os homens." (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 6. Os Pensadores). 
Sobre o existencialismo sartreano, assinale o que for correto. 
01) Com o lema "a existência precede a essência", Sartre negava haver uma natureza humana; o homem primeiro existe e posteriormente se define conforme suas escolhas e o que decide fazer de si mesmo. 
02) O homem, criatura decaída, está lançado à própria sorte até encontrar o sentido de sua existência na graça de Deus, de quem recebeu o livre-arbítrio. 
04) Diferente das coisas, só o homem é livre, está "condenado a ser livre", pois nada mais é que seu projeto; consciente de sua existência, é totalmente responsável por ela. 
08) O homem, ao delinear seu projeto, o faz na convicção de que o que é bom para si é bom para todos; a imagem do homem que desejamos ser é, ao mesmo tempo, a imagem do homem como julgamos que deve ser, de modo que nossa responsabilidade envolve toda a humanidade.
16) O existencialismo sartreano, centrado na liberdade individual, configura-se como uma doutrina egoística, apolítica e amoral. 
03)01-04-08 

QUESTÃO 50 
Considere o texto abaixo. 

Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. 
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. 
     A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. 
B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. 
C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. 
D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade. 

Kuhn, Thomas (1922-1996)

07 - A epistemologia de Thomas Kuhn tem como tese fundamental a mudança de paradigmas que provoca as revoluções científicas; enquanto a epistemologia de Karl Popper se caracteriza pelo princípio da falseabilidade. Assinale o que for correto. 
01) Para Thomas Kuhn, as mudanças de paradigmas nas teorias científicas desorganizam a ciência a ponto de impedir um avanço do conhecimento. 
02) Para Thomas Kuhn, a revolução copernicana que substitui a explicação ptolomaica geocêntrica pela explicação heliocêntrica caracteriza uma mudança de paradigma e uma revolução na ciência astronômica. 
04) Para Karl Popper, o valor de uma teoria não se mede pela sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsificada. 
08) Para Thomas Kuhn, o paradigma é uma visão de mundo expressa em uma teoria; o paradigma serve para auxiliar o cientista na resolução de seus problemas. 
16) Considerando o princípio da falseabilidade, a ciência, para Karl Popper, não se desenvolve de modo linear. 
     07)02-04-08-16 

Foucault, Michel (1926-1984)

70. Segundo Michel Foucault, "o homem é uma invenção recente na história de nosso pensamento, e talvez seu fim esteja próximo". 
(citado em Danilo Marcondes, Iniciação à história da filosofia, p. 254) 
Pode-se interpretar essa afirmação sob os seguintes termos: 
(A) a formulação realça a importância da concepção de sujeito iluminista, dotado de autonomia e liberdade. 
(B) trata-se de um pensamento fortemente marcado por concepções escatológicas e míticas associadas ao final dos tempos. 
     (C) a frase problematiza os alicerces do humanismo antropocêntrico. 
(D) trata-se de uma concepção que enfatiza a importância do humanismo antropocêntrico na filosofia. 
(E) essa afirmação problematiza a existência de Deus. 

38. Sobre o pensamento de Michel Foucault, pode-se afirmar que 
(A) esse autor formulou uma concepção de "poder" inteiramente identificada com a centralização do poder estatal nas sociedades ocidentais. 
(B) seu pensamento insere-se na tradição metafísica. 
      (C) seu pensamento problematizou importantes aspectos epistemológicos das ciências e da filosofia. 
(D) o método genealógico proposto por Foucault configurou- se como forte contestação ao pensamento de Nietszche. 
(E) seu pensamento buscou revalorizar os ideais metafísicos de verdade e de conhecimento. 

36. A partir do livro Vigiar e Punir, de Michel Foucault, considere as seguintes afirmações a respeito da disciplina: 
I. Ela é exercida de diferentes formas e tem como finalidade única a habilidade do corpo. 
II. Ela pode ser entendida como a estratégia empregada para o controle minucioso das operações do corpo, sendo seu efeito maior a constituição de um indivíduo dócil e útil. 
III. Ela se constitui também pelo controle do horário de execução de atividades, em que o tempo medido e pago deve ser sem defeito e, em seu transcurso, o corpo deve ficar aplicado a seu exercício. 
De acordo com as afirmações acima, podemos dizer que: 
A) Todas as afirmações estão corretas. 
      B) A afirmação I está incorreta. 
C) Apenas a afirmação III está correta. 
D) As alternativas II e III estão incorretas. 
E) Apenas a afirmação II está correta. 

37. Michel Foucault, em Vigiar e Punir, apresenta duas imagens de disciplina: a disciplina-bloco e a disciplina-mecanismo. Para mostrar como esses dois modelos se desenvolveram, o autor destaca dois casos: o medieval da peste e o moderno do panóptico. Assinale, portanto, a alternativa INCORRETA: 
      A) A disciplina-bloco se estabeleceu com o esquema moderno do panóptico, uma vez que a disciplinamecanismo, desenvolvida no período medieval para resolver o problema da peste, estava em falência. 
B) A disciplina-bloco se refere à instituição fechada, totalmente voltada para funções negativas, proibitivas e impeditivas. 
C) A disciplina-mecanismo é um dispositivo funcional que visa otimizar e tornar mais rápido o exercício do poder, mediante o modelo panóptico. 
D) É possível dizer que houve um processo de mudança da disciplina-bloco para a disciplinamecanismo, passando pelas etapas de inversão funcional das disciplinas, ramificação dos mecanismos e estatização dos mecanismos disciplinares. 
E) A disciplina-mecanismo tem como estratégia a vigilância múltipla, inter-relacionada e contínua, pela qual o indivíduo deve saber que é vigiado e, por conseqüência, o poder se exerce automaticamente. 

33 
Da mesma forma que a rede das relações de poder acaba formando um tecido espesso que atravessa os aparelhos e as instituições, sem se localizar exatamente neles, também a pulverização dos pontos de resistência atravessa as estratificações sociais e as unidades individuais. E é certamente a codificação estratégica desses pontos de resistência que torna possível uma revolução, um pouco à maneira do Estado que repousa sobre a integração institucional das relações de poder. É nesse campo das correlações de força que se deve tentar analisar os mecanismos de poder. 
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Graal, v.1, 1988, p.107. 
Foucault analisa o poder, considerando-o como uma rede de relações e correlações de força, de tal modo que, ao considerar o Estado e a Lei, irá deixar de lado noções importantes ao pensamento político moderno, como 
    (A) Soberania e Contrato 
(B) Soberania e Modernidade 
(C) Liberdade e Moralidade 
(D) Biopoder e Moralidade 
(E) Liberdade e Destinação 

Schopenhauer 

50. Considerando o pensamento de Schopenhauer é incorreto afirmar que: 
A) há poucos objetos que podem trazer satisfação duradoura. 
B) o desejo é duradouro e a satisfação passageira. 
C) a caridade é apenas um remédio paliativo ao mendigo. 
     D) para ser feliz basta ser um sujeito do querer. 

Pascal
78. Ao se considerar a frase de Pascal, filósofo francês do século XVII, "O coração tem razões que a própria razão desconhece", pode-se afirmar que 
     (A) a palavra razão, utilizada no trecho, denomina nossa consciência intelectual. 
(B) nossas emoções podem ser plenamente conhecidas pela nossa consciência. 
(C) as palavras razão e razões, apresentadas no trecho, possuem significados iguais. 
(D) a palavra razão, utilizada no trecho, é o nome que damos às nossas experiências sensíveis. 
(E) a palavra razão, utilizada no trecho, é o nome que usamos para caracterizar nossas paixões.

(HABERMAS, J
31) De acordo com a ética do discurso, os argumentos apresentados a fim de validar as normas
[...] têm força de convencer os participantes de um discurso a reconhecerem uma pretensão de validade, tanto para a pretensão de verdade quanto para a pretensão de retidão. [...] Ele [Habermas] defende a tese de que as normas éticas são passíveis de fundamentação num sentido análogo ao da verdade. 
(BORGES, M. de L.; DALL´AGNOL, D. ; DUTRA, D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.)
Assim, é correto afirmar que a ética do discurso defende uma abordagem cognitivista da ética 
(HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.) 
Sobre o cognitivismo da ética do discurso, é correto afirmar: 
       a) A ética do discurso procura dar continuidade à abordagem cognitivista já presente em Kant. 
b) A abordagem cognitivista da ética do discurso assume a impossibilidade de validação das normas morais. 
c) A abordagem cognitivista da ética do discurso se apóia no conhecimento da utilidade das ações tal como pretendia Jeremy Bentham. 
d) A abordagem cognitivista da ética do discurso procura dar continuidade às teses aristotélicas sobre a retórica. 
e) A ética do discurso, ao abordar a ética de um ponto de vista cognitivista, segue as teorias emotivistas e decisionistas. 

Ourtos

43. Leia o texto para responder à questão. 
Juízo de fato e de valor 
Se dissermos: "Está chovendo", estaremos enunciando um acontecimento constatado por nós e o juízo proferido é um juízo de fato. Se, porém, falarmos: "A chuva é boa para as plantas" ou "A chuva é bela", estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos um juízo de valor. 
Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são. Em nossa vida cotidiana, mas também na metafísica e nas ciências, os juízos de fato estão presentes. Diferentemente deles, os juízos de valor, avaliações sobre coisas, pessoas, situações são proferidos na moral, nas artes, na política, na religião. 
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis. 
(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2001) 
A origem da diferença entre os dois tipos de juízo está na 
diferença entre 

        (A) Natureza e Cultura. 
(B) Bem e Mal. 
(C) Corpo e Alma. 
(D) Geral e Particular. 
(E) Indivíduo e Sociedade. 

44. Todos os x são y ; 
A é y; 
portanto, A é x. 
Costuma-se representar por essa fórmula a 

(A) Indução. 
      (B) Dedução. 
(C) Abdução. 
(D) Intuição. 
(E) Cognição. 
22 Os Parâmetros Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio, afirma que a especificidade da atividade filosófica consiste, em primeiro lugar, em sua natureza reflexiva. 
Essa natureza reflexiva da filosofia consiste na(o) 
(A) pura abstração sem qualquer vínculo com o real concreto. 
(B) tentativa de justificar as relações de poder tal como elas nos são apresentadas. 
(C) necessidade de elaborar sistemas que correspondam às demais áreas do saber. 
(D) vocação para ordenar e orientar o progresso das ciências. 
     (E) caráter investigativo dos modos em que os próprios objetos se dão a pensar. 
24 Um dos aspectos pelos quais se costuma tentar explicitar a distinção entre os modos antigo e moderno da investigação filosófica diz respeito à questão da verdade e da falsidade. Nesse sentido, percebe-se que a filosofia grega antiga confrontou-se com a necessidade de fundamentar o estatuto do discurso falso, enquanto os filósofos modernos privilegiaram o problema de como assegurar a veracidade de um discurso. 
Na modernidade dos séculos XVII e XVIII, as disputas filosóficas acerca do método das ciências tinham em vista 
      (A) garantir o caminho seguro para o desenvolvimento das ciências, de modo a afastar dele qualquer possibilidade de erro. 
(B) discernir a filosofia das ciências, mostrando que apenas a filosofia é dotada de um método seguro para suas novas descobertas metafísicas. 
(C) desconstruir a noção de razão como sujeito do conhecimento na qual se fundavam a ciência e a filosofia antigas. 
(D) fundamentar o estatuto da falsidade de modo a poder defender que o saber antigo e medieval constituísse um discurso falso. 
(E) provar filosoficamente a existência de Deus e, assim, rejeitar o mecanicismo da Patrística medieval. 



30 De acordo com o documento PCN + Ensino Médio, o professor de Filosofia no Nível Médio, ao escolher e articular o conteúdo programático da sua disciplina, deve 
(A) escolher o conteúdo programático baseado em temas filosóficos, deixando as considerações sobre o caráter histórico a cargo da disciplina de história. 
(B) transmitir aos alunos as doutrinas dos filósofos clássicos escolhidos, selecionando o conteúdo programático centrado apenas na história da filosofia e não em eixos temáticos. 
(C) abandonar o uso da história da filosofia como referencial na escolha do conteúdo programático, uma vez que esse esquema é, em verdade, pouco útil para compreender o mundo contemporâneo. 
(D) seguir o conteúdo programático anexo ao PCN+, padronizando a formação filosófica. 
     (E) ter a história da filosofia como referencial permanente, mesmo que selecione o conteúdo programático centrado em temas filosóficos. 


56. Leia o texto. 
A Filosofia deve compor, com as demais disciplinas do ensino médio, o papel proposto para essa fase da formação. Nesse sentido, além da tarefa geral de "pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho" (Artigo 2.º da Lei n.º 9.394/96), destaca-se a proposição de um tipo de formação que não é uma mera oferta de conhecimentos a serem assimilados pelo estudante, mas sim o aprendizado de uma relação com o conhecimento que lhe permita adaptarse "com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores" (Artigo 36, Inciso II). 
(Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio - Ciências Humanas e suas tecnologias) 
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que 
      (A) conhecer é ter acesso aos diversos conhecimentos de forma significativa. 
(B) o conhecimento útil corresponde a um saber prático e restrito, à habilidade para desenvolver certas tarefas. 
(C) filosofia é um conjunto sem sentido de opiniões, um sem-número de sistemas desconexos a serem guardados na cabeça do aluno que acabe por desencorajá-lo de ter ideias próprias. 
(D) o objetivo da disciplina Filosofia é o de apenas propiciar ao aluno um enriquecimento intelectual. 
(E) a formação corresponde à oferta e assimilação de certos conhecimentos. 

57. De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, no que tange à caracterização das competências e habilidades da Filosofia, a pergunta que se faz, portanto, é: de que capacidades se está falando quando se trata de ensinar Filosofia no Ensino Médio? 
(A) Capacidade de resolução dos problemas práticos. 
(B) Capacidade que envolva a compreensão parcial e fragmentada dos fenômenos. 
(C) Capacidade de desenvolver a espiritualidade e o trabalho individual. 
     (D) Criatividade, curiosidade e capacidade de pensar múltiplas alternativas para a solução de um problema. 
(E) Disposição para fazer e não aceitar críticas. 

Leia o texto e responda às questões de números 59 e 60. Assim, quando Deus castiga o pecador, o que te parece que ele diz senão estas palavras: "Eu te castigo porque não usaste de tua vontade livre para aquilo a que eu a concedi a ti?" Isto é, para agires com retidão. Por outro lado, se o homem carecesse do livre-arbítrio da vontade, como poderia existir esse bem, que consiste em manifestar a justiça, condenando os pecados e premiando as boas ações? Visto que a conduta desse homem não seria pecado nem boa ação, caso não fosse voluntária. Igualmente o castigo, como a recompensa, seria injusto, se homem não fosse dotado de vontade livre. Ora, era preciso que a justiça estivesse presente no castigo e na recompensa, porque aí está um dos bens cuja a fonte é Deus. 
(fragmento que está presente em uma das Situações de Aprendizagem desenvolvida em Filosofia, no Ensino Médio, na proposta estabelecida pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) 


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QUESTÃO 52 
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem um código moral fundado em valores compreendidos, aceitos e respeitados pela maioria dos seus membros. Nós não temos mais nada disto. As sociedades modernas poderiam dominar indefinidamente os poderes fantásticos que a ciência lhes deu com o critério de um vago humanismo colorido por uma espécie de hedonismo otimista e materialista? Poderiam, nessas bases, resolver suas intoleráveis tensões? Onde vão desmoronar? 
Texto de uma conferência de Jacques Monod, citado por J. Russ. Pensamento ético contemporâneo. São Paulo, Paulus, 1999, p. 19 (com adaptações). 

Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta. 


A - A moral contemporânea está perfeitamente adequada às novas necessidades de avaliação ética que as descobertas científicas trazem à tona. 
B - Segundo Monod, há a necessidade de se estabelecer códigos morais para controlar a sociedade e impor a ela regras de conduta. 
C - A ciência moderna, assim como a economia de matriz liberal, encontrará seus próprios modelos reguladores, para contribuir autonomamente ao bem-estar da sociedade. 
      D - Morais humanistas e hedonistas não são suficientes para resolver os conflitos sociais que a ciência moderna gerará. 

QUESTÃO 58 Não gosto de pensar a filosofia cada ciência em uma visão de conjunto, em uma cosmovisão. Mas, por outro lado, não consigo deixar de vê-la como empreendimento transversal, que atravessa outros campos de saberes, na mesma medida em que é atravessada por eles. Penso que hoje não se cria conceito, não se produz filosofia, sem uma conexão direta e transversal com as diversas artes e as distintas ciências. Embora elas sejam distintas entre si, elas se retroalimentam, se fecundam mutuamente. 
S. Gallo. A função da filosofia na escola e seu caráter interdisciplinar. In: RESAFE, vol. 2, 2004 (com adaptações). 

Tendo como base o texto acima, assinale a opção correta. 


A - O positivismo considera o saber produzido pela filosofia como de igual valor ao saber produzido pelas ciências. 
B - A interdisciplinaridade é a melhor definição da função da filosofia. 
        C - A filosofia é um empreendimento transversal. 
D - Chegar a uma cosmovisão é o produto central de esforço filosófico. 


QUESTÃO 59 
A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação de cidadania plena. Em que pese essa competência, entretanto, cumpre destacar que, embora imprescindíveis, os conhecimentos filosóficos não são suficientes para o alcance dessa finalidade. Aliás, constitui quase um truísmo pedagógico afirmar que todos os conhecimentos, disciplinas e componentes curriculares da educação básica são necessários e importantes na formação de cidadania do educando. Nesse sentido, embora restaurando para a filosofia o papel que lhe cabe no contexto educacional, a legislação tratou igualmente de indicar como se deve corretamente dimensioná-la no ensino médio: a rigor, portanto, o texto refere-se aos conhecimentos da filosofia que são necessários para o fim proposto. Destarte, a fim de atender à demanda legal, devemos fazer um esforço para recortar, do vasto universo dos conhecimentos filosóficos, aqueles que imediatamente precisam e podem ser trabalhados no ensino médio, o que, convenhamos, não é tarefa fácil. 
Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Parte IV: ciências humanas, p. 45 (com adaptações). 

Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta. 

           A - A formação da cidadania plena no ensino médio requer o desenvolvimento da competência da filosofia. 
B - Todos os conhecimentos filosóficos são necessários ao objetivo da formação da cidadania plena. 
C - A responsabilidade do desenvolvimento da cidadania plena é, no ensino médio, exclusivamente do ensino de filosofia. 
D - A legislação não reconhece a importância da história da filosofia. 


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