sábado, 18 de janeiro de 2014

Filosofia Contemporânea 8 (Prova)

Lista de filosofos 
IDADE CONTEMPORÂNEA
Marque "V" verdadeiro.............

39. A Filosofia Contemporânea teve como um de suas principais ciências criadas: 
     a) A lingüística 
b) A astronomia 
c) A geografia 
d) A biologia 
e) A física 


QUESTÃO 40 Na idade contemporânea, o discurso filosófico diversificou-se, tomando várias direções. Uma delas é a Fenomenologia que se apresenta de vários modos. 
I.Não como um novo sistema filosófico, mas como um método aplicável aos mais diferentes campos do conhecimento. 
II. Como um exercício que o sujeito realiza sobre si mesmo, com o fim de levar as ideias lógicas, os conceitos e as leis à clareza e distinção do ponto de vista gnosiológico. 
III. Como uma forma de crítica ao cientificismo. Uma tentativa de superação empirista e racionalista, que entendia o sujeito como um ser distinto da realidade e separado do mundo. 
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa correta. 
a. Apenas I e II estão corretas. 
b. Apenas III está correta. 
c. Apenas II está correta. 
d. Apenas II e III estão corretas. 
         e. Todas estão corretas. 


QUESTÃO 31 Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica: 
         a) é radical porque é um movimento de volta do pensamento. Sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. 
b) é parcial porque é um movimento de volta do pensamento. Sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. 
c) é radical porque não contempla movimento de volta do pensamento. Nem sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, nem para indagar como é possível o próprio pensamento. 
d) é Funcional porque não contempla movimento de volta do pensamento. Nem sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, nem para indagar como é possível o próprio pensamento. 

QUESTÃO 32 
A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões. 

Fazem parte deste grupo de reflexão, Exceto: 
a) Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos? 
b) O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos? 
c) Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos? 
          d) Quando pensamos o que pensamos, quando agimos, quando refletimos sobre as questões estamos filosofando. 

28. O filósofo polonês Alfred Tarsky, fundado nos significados de verdade dos termos grego, latino e hebraico, desenvolveu uma teoria da verdade na qual afirma que: 
a. ( X ) Todo discurso será verdadeiro somente se ele corresponder aos fatos descritos por ele. 
b. ( ) A verdade é relativa ao seu tempo, variando de acordo com as estruturas sociais e culturais. 
c. ( ) A mentira e a falsidade estão relacionadas com o relato dos fatos em temporalidades distintas. 
d. ( ) A verdade discursiva está relacionada com a capacidade de convencimento do relator dos fatos. 
e. ( ) A verdade não existe, pois o homem, enquanto ser finito e perecível, é incapaz de alcançá-la. 

30. Sobre o conhecimento filosófico, é correto afirmar: 
a. ( ) É fundado na dedução racional e comprovado pelos métodos qualitativo e quantitativo. 
b. ( X ) É extremamente crítico, pois duvida de todas as coisas que não são claras e evidentes. 
c. ( ) É uma forma de explicar os acontecimentos naturais através das narrativas míticas ou arquétipos. 
d. ( ) É resultado da experimentação, pois o conhecimento produzido pelo intelecto é enganoso. 
e. ( ) É teleológico, pois procura também explicar os fenômenos relevantes ligados à transcendência.

Circulo de Viena 
31) O Circulo de Viena consistiu em um grupo de filósofos e cientistas que se reuniram regularmente em Viena no início do século XX. A filosofia ali desenvolvida foi chamada de Empirismo Lógico ou Positivismo Lógico. 
Assinale a alternativa que não corresponde aos objetivos e pretensões desse movimento filosófico: 
A) Fazer um trabalho de fundamentação das teorias científicas em uma linguagem lógica rigorosa. 
B) Discutir questões filosóficas através de uma análise lógica rigorosa que levasse a solução ou dissolução dessas questões tal como formuladas tradicionalmente. 
C) Empregar métodos lógicos e rigor científico no tratamento de questões de ética, filosofia da psicologia e ciências sociais, sobretudo, economia e sociologia. 
        D) Fornecer uma interpretação alternativa para a mecânica quântica. 
E) Combater ideias metafísicas e especulativas originárias do idealismo alemão. 

Filósofos
30) "A identificação, tipicamente moderna, entre sujeito e consciência foi contestada pelos chamados "mestres da suspeita", que refutaram a centralidade explicativa da noção da consciência, vislumbrando nela o reflexo secundário e deformado de um conjunto de forças extraconscienciais". (ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 226). 
Assinale a alternativa que corresponde aos referidos "mestres da suspeita": 
A) Copérnico, Darwin, Freud. 
B) Montagne, Locke, Hume. 
C) Hume, Marx, Freud. 
D) Schopenhauer, Nietzsche, Freud. 
      E) Marx, Nietzsche, Freud. 

QUESTÃO 33 Relacione os a utores (Coluna I), com suas máximas (Coluna II). 
Coluna I 
1.Francis Bacon 
2.Jonh Locke 
3.Plauto e Thomas Hobbes 
4.René Descartes 
5.Augusto Comte 

Coluna II 
( ) "Penso logo existo". 
( ) "Saber é Poder". 
( ) "A mente é uma folha em branco". 
( ) "O homem é o lobo do homem". 
( ) "Ordem e Progresso". 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta. 
a. 5, 2, 3, 1 e 4. 
             b. 4, 1, 2, 3 e 5. 
c. 1, 2, 3, 4 e 5. 
d. 4, 1, 5, 2 e 3. 
e. 5, 1, 2, 3 e 4. 


QUESTÃO 28 
Relacione as colunas. 
I Coluna 
I. Aristóteles. 
II. Aurélio Agostinho. 
III. Tomás de Aquino . 
IV. Platão. 
V. Sócrates. 
II Coluna 
( ) Sei que nada sei. 
( ) Crer para entender. 
( ) Ato e potência. 
( ) Entender para Crer. 
( ) Doxa e Episteme. 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta. 
         a. V, II, I, III e IV. 
b. II, I, III, IV e V. 
c. V, II, III, IV e I. 
d. V, I, II, IV e III. 
e. II, I, V, III e IV. 

QUESTÃO 30 
Relacione os au tor es (Coluna I) com suas obras (Coluna II). 
I Coluna 
I. Erasmo de Rotterdam. 
II. Nicolau Maquiavel. 
III. Michel de Montaigne. 
IV. Tomás Morus . 
V. Tomás Campanella . 
II Coluna 
( ) Utopia. 
( ) Elogio à Loucura. 
( ) A cidade do Sol. 
( ) O Príncipe. 
( ) Ensaios. 
Assinale a sequência correta. 
a. III, II, I, IV e V. 
b. II, I, III, IV e V. 
c. I, II, III, IV e V. 
       d. IV, I, V, II e III. 
e. V, II, I, III e IV. 

35) O existencialismo afirma o primado da existência sobre a essência. Entretanto, para muitos, existem dois existencialismos, que têm distintos representantes, em dois diferentes grupos. Nessa classificação, alguns dos pensadores que realmente podem ser colocados em distintas visões do existencialismo são: 
a) De um lado, Jaspers e Tilich; de outro, Bultmann e Sartre. 
b) De um lado, Kierkegaard e Camus; de outro, Barth e Beauvoir. 
            c) De um lado, Beauvoir e Nietzsche; de outro, Heidegger e Husserl. 
d) De um lado, Kierkegaard e Tilich; de outro, Nietzsche e Heidegger. 
40 - Observe atentamente as afirmações que se seguem e as relacione com os filósofos correspondentes na sequência em que se colocam, assinalando a alternativa CORRETA: 
I. O indivíduo torna-se justo, corajoso e prudente à medida que assim agindo habitua-se ao que é eticamente justo, corajoso e prudente. 
II. Tudo é certo em saindo da mão do Autor das coisas; tudo degenera nas mãos do homem. 
III. O real é racional e o racional é real. 
IV. Ação livre é aquela em que o homem não depende das determinações do mundo sensível, mas das determinações de sua própria razão. 
          a) I - Aristóteles, II - Rousseau, III - Hegel, IV - Kant. 
b) I - Kant, II - Aristóteles, III - Nietzsche, IV - Hegel. 
c) I - Aristóteles, II - Hegel, III - Rousseau, IV - Kant. 
d) I - Platão, II - Hegel, III - Aristóteles, IV - Rousseau. 
e) I - Descartes, II - Nietzsche, III - Platão, IV - Kant. 


Estética

40. "A estética da sensibilidade realiza um esforço permanente para devolver ao âmbito do trabalho e da produção a criação e a beleza, daí banidas pela moralidade industrial taylorista." (PCNEM, p. 110). O texto que define os princípios orientadores do currículo no Ensino Médio brasileiro expressa uma concepção de Estética que pode ser caracterizada na seguinte alternativa: 
         a) A Estética é uma teoria acerca das experiências, objetos e juízos envolvidos na atividade artística, dentre os quais podemos destacar a questão do Belo, da percepção sensível, da criatividade e dos sentimentos expressos nas obras de arte, estendendo-se às atitudes que possuem essas características e se contrapõem às atitudes tecnificadas pela mecanização do trabalho e das relações sociais. 
b) A Estética é a parte da Filosofia que investiga as condições sociais de produção da arte, suas características físicas e as condições subjetivas dos artistas que produzem as obras, conceituando esses aspectos através de teorias. 
c) A definição mais adequada de Estética é a que se refere às propriedades essenciais das obras de arte, propriedades que existem em todas e quaisquer obras e que, em sua ausência, descarta-se a qualidade artística de um objeto, atitude ou conjunto de obras. 
d) O texto da Lei concebe a Estética como uma teoria da obra artística como imitação da realidade, cuja qualidade pode ser avaliada pela fidelidade da obra aos objetos ou fatos representados, condição sob a qual a criatividade é caracterizada como a capacidade de dar beleza a algo que é objetivo. 
e) Os princípios estéticos aos quais se referem a Lei concebem a Estética como uma teoria da expressão artística dos sentimentos dos produtores das obras de arte, sendo apenas esses sentimentos que podem caracterizar a obra de arte e as qualidades estéticas enquanto tais. 


Dialética
15. "A postura dialética, ou do idealismo objetivo na terminologia de Dilthey, quer entender-se, em primeiro lugar, como uma radicalização do pensamento transcendental na medida em que defende uma recuperação da razão que não seja apenas razão subjetiva, mas também objetiva. (...) Aliás, acredita ser a única posição capaz de dar uma resposta a uma pergunta simples, mas fundamental, feita por qualquer um que reflete: como é possível que o pensamento apriórico, ou seja, o pensamento que opera sem relação ao mundo exterior possa captar a realidade." O modelo ético do chamado Idealismo objetivo se apresenta como uma síntese entre o modelo ético realista e o modelo pragmático-transcendental. Exiba o que é falso dizer sobre este modelo ético ao qual pertence o filósofo Vittorio Hösle. 
I. A tese fundamental do idealismo objetivo é que a razão não constitui uma esfera de ser ao lado de outras, mas é a essência de todas as coisas, enquanto fundamento último de todos os seres. 
II. O Idealismo objetivo entende a razão como identidade da subjetividade e da objetividade e isto significa dizer que ela é não só o fundamento de todo ser, mas também de toda pretensão de validade, de todas as normas e de todos os valores, de tal modo que o normativo e o ideal transcendem todo o fático. 
III. As ações éticas devem poder realizar-se na formalidade. Se os dois mundos são completamente disparatados, não há uma saída pensável. O ser fundamenta o dever-ser, e o dever-ser o ser, pois ambos, ser e dever-ser não são principiados de uma esfera ideal, normativa. 
IV. Para Hegel, o Idealismo Objetivo considera a realidade imediata como o real e o verdadeiro e enquanto tal destrói propriamente a especificidade da atividade filosófica que consiste em perguntar pelo que em si e para si é o verdadeiro, reduzindo, assim, a filosofia a uma descrição de como o pensamento acolhe o dado. Elimina, assim, o horizonte específico da filosofia que é o horizonte da validade. 
V. Para Hösle, só o idealismo é capaz de nos dar critérios materiais(não apenas formais ou procedurísticos, como, por exemplo, fornece a ética do discurso) para poder distinguir um consenso racional de um consenso irracional, pois aqui se pode pensar uma hierarquia de bens e valores, uma vez que bens e valores são portadores de racionalidade, de tal modo que a hierarquia de valores é a priori e, portanto, não depende de um consenso fático. 
a) Apenas as alternativas I e II são falsas. 
        b) Apenas as alternativas III e IV são falsas. 
c) Apenas as alternativas I e V são falsas. 
d) Apenas as alternativas II e IV são falsas. 
e) Todas as alternativas são falsas. 

Lógica
71. A lógica clássica tinha valor de verdade absoluta e geral e, desde que se chegasse a uma contradição, o pensamento devia fazer marcha atrás; a contradição era o sinal de alarme que indicava o erro. Ora, Bohr notou, a meu ver, um acontecimento de importância epistemológica fundamental quando, não por fadiga, mas por consciência dos limites da lógica, suspendeu o grande jogo entre a concepção corpuscular e a concepção ondulatória da partícula, declarando que era necessário aceitar a contradição entre as duas noções tornadas complementares, visto que as experiências levavam racionalmente a esta contradição. 
(MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002,p. 145-146) 
Tomando este texto em consideração, é INCORRETO dizer que a física quântica de Niels Bohr 
(A) provoca uma mudança de paradigma nas ciências. 
(B) desafia a lógica clássica, uma vez que suas descobertas não podem ser pensadas a partir do princípio de contradição. 
(C) opõe-se, de certo modo, ao modelo racionalista da física newtoniana, na medida em que as suas teorias não pretendem ser universais e necessárias. 
         (D) desdenha os experimentos, já que estes levam a contradições. 
(E) aceita uma dose de indeterminismo na descrição dos fenômenos. 

62. Com relação à lógica, qual das alternativas abaixo é INCORRETA? 
(A) Um argumento é válido se a conclusão extraída for consequência lógica de suas premissas. 
(B) Um argumento é não apenas válido, mas também correto, se tiver premissas verdadeiras. 
(C) A validade de um argumento é garantida pela obediência às regras da lógica. 
      (D) A conclusão decorrente de um argumento válido é sempre verdadeira ou correta. 
(E) A lógica ocupa-se com as formas do argumento e não com o seu conteúdo ou matéria. 
12) "Enquanto lógicos, não estamos interessados no processo psicológico de raciocínio, mas em algo que resulta desse processo quando se faz uma listagem das razões para que se acredite em uma certa conclusão: os argumentos. De certa maneira você pode dizer que o raciocínio é um processo de construir argumentos para aceitar ou rejeitar uma certa proposição. Assim, na tentativa de determinar se o raciocínio realizado foi correto, uma das coisas das quais a lógica se ocupa é a análise dos argumentos que são construídos. Ou seja, cabe à lógica dizer se estamos diante de um "bom" argumento ou não" (MORTARI, Cezar. Introdução à Lógica. São Paulo: Editora da Unesp. 2001, p. 16). 
A propósito das noções de validade e verdade no contexto da avaliação de argumentos, indique se as proposições a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F): 
( ) A validade de um argumento está diretamente relacionada com o conteúdo e a verdade das premissas. Sendo verdadeiras as premissas, o argumento torna-se válido, pois, nesse caso, a conclusão será uma consequência lógica das premissas. 
( ) Se as premissas de um argumento forem verdadeiras e não é possível que a conclusão seja falsa, então, o argumento é válido. Nesse caso, diz-se que a conclusão é consequência lógica das premissas. 
( ) Se todas as premissas de um argumento são válidas para a conclusão, então, o argumento é verdadeiro. A validade das premissas é determinante para a verdade da inferência. 
( ) Um argumento com premissas falsas pode ser válido, porquanto a validade é algo que concerne à estrutura ou forma dos argumentos, não seu conteúdo. 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo: 
A) V-V-F-F 
B) F-F-V-V 
C) V-F-V-F 
D) V-V-V-V 
         E) F-V-F-V 

13) "Os argumentos podem ser classificados em duas categorias - indutiva e dedutiva - dependendo de suas conclusões seguirem ou não de suas premissas básicas" (NOLT, John. Lógica. São Paulo: McGraw-Hill, 1991, p. 45). De acordo com isso, classifique os argumentos a seguir como indutivos ( I ) ou dedutivos (D): 
( ) Nenhum mortal pode parar o no tempo. Você é mortal. Portanto, você não pode parar o tempo. 
( ) Não estamos sendo visitados hoje por pessoas vindas do futuro. Portanto, a "máquina do tempo" nunca será desenvolvida (Stephen Hawking). 
( ) O universo é como um relógio. Relógios existem porque algum artesão os concebeu e criou. Logo, o universo existe porque um artífice o concebeu e criou. 
( ) Se a população humana chegar a 10 bilhões haverá uma crise de recursos naturais. Em 2050 a população vai alcançar a marca de 10 bilhões. Logo, haverá uma crise de recursos naturais em 2050. 
Assinale a alternativa correta: 
A) I, D, D, I 
B) D, D, I, I. 
C) I, I, D, D. 
    D) D, I, I, D. 
E) D, I, D, D. 

QUESTÃO 33 As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático. Que significa isso? 
a) Significa que a Filosofia não trabalha com enunciados precisos e rigorosos, não busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, pois opera somente com senso comum cuja demonstração não se prova, nem exige a fundamentação racional. 
           b) Significa que a Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado. 
c) Significa que os enunciados precisos e rigorosos buscam encadeamentos do senso comum, e opera com ideias obtidos por procedimentos sem necessidade de demonstração e prova. 
d) Significa que a precisão e o rigor buscam encadeamentos metafísicos entre os enunciados, sem nunca operar com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova.
41 - Examinando o significado do raciocínio indutivo, podemos afirmar: 
a) Parte de uma lei universal, considerada válida para um determinado conjunto, aplicando-a aos dados particulares desse conjunto. 
b) É um argumento capaz de persuadir pelo efeito psicológico que causa e não pela sua correção lógica. 
      c) Advém de casos particulares para alcançar uma verdade geral. 
d) A não utilização desse raciocínio pelas ciências experimentais é evidenciada. 
e) A certeza dada por esse raciocínio não depende da verificação empírica de casos particulares. 
42 - Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que indica o objeto de estudo da lógica. 

a) Juízos de valor. 
        b) As leis formais do pensamento. 
c) Razão e intuição. 
d) A forma e a matéria. 
e) Intuição e verdade. 

31. Maurício não é magro ou Frigoletto é gordo. José é comunista ou Frigoletto não é gordo. Frigoletto não é gordo ou José não é comunista. Se José não é comunista então Maurício é magro. 
       a) Maurício não é magro, Frigoletto não é gordo, José é comunista. 
b) Maurício é magro, Frigoletto não é gordo, José é comunista. 
c) Maurício é magro, Frigoletto não é gordo, José não é comunista. 
d) Maurício não é magro, Frigoletto é gordo, José é comunista. 
e) Maurício não é magro, Frigoletto é gordo, José não é comunista. 
32. Considere o seguinte argumento: "Se Sócrates cala, Crátilo é louvado. Ora, Sócrates não cala. Logo, Crátilo não é louvado". Este não é um argumento logicamente válido, uma vez que: 
a) O argumento só é válido se Sócrates não cala. 
b) A segunda premissa pode ser falsa, embora a primeira possa ser verdadeira. 
c) A primeira premissa pode ser falsa, embora a segunda possa ser verdadeira. 
d) A segunda premissa não é decorrência lógica da primeira. 
        e) A conclusão não é decorrência necessária das premissas. 

34. Dizer que "Oscar é artista ou Michael não é arquiteto" é logicamente equivalente a dizer que: 
a) Oscar é artista se e somente se Michael não é arquiteto. 
b) Se Oscar é artista, então Michael não é arquiteto. 
c) Se Oscar não é artista, então Michael é arquiteto. 
       d) Se Michael não é arquiteto, então Oscar é artista. 
e) Oscar não é artista e Michael é arquiteto. 

35. Considerando "toda prova de Filosofia é fácil" uma proposição verdadeira, é correto inferir que: 
a) "alguma prova de Filosofia não é fácil" é uma proposição verdadeira ou falsa. 
b) "alguma prova de Filosofia não é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira. 
c) "alguma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição verdadeira ou falsa. 
      d) "alguma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira. 
e) "nenhuma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira. 


26. "As determinações lógicas são as determinações universais, leis e movimentos do pensar, e são de dupla natureza, uma enquanto se atribuem ao ente, outra enquanto se imputam ao pensar enquanto tal; contudo, a razão é a consciência de que estas determinações cabem a um dos dois lados". In: HEGEL, Georg. Propedêutica filosófica. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1989, p.107. 
Analise as proposições abaixo. 
I. Um argumento válido pode ter uma ou mais premissas falsas. 
II. Um argumento válido pode ter uma conclusão falsa. 
III. Um argumento válido pode ter uma conclusão verdadeira se suas premissas forem falsas. 
IV. Um argumento válido pode ter uma conclusão falsa se suas premissas forem verdadeiras. 
a) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras. 
b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. 
       c) Somente as alternativas I, II e III são verdadeiras. 
d) Somente as alternativas I, II e IV são verdadeiras. 
e) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. 
27. Analise as proposições. 
I. Todo A é B ou C 
x não é nem B nem C 
x é A. 

II. Do ponto de vista da quantidade, as proposições se dividem em: universais e particulares. 
III. Do ponto de vista da qualidade, as proposições se dividem em: afirmativas e negativas. 
IV. Compreensão é o conjunto de propriedades que um termo ou categoria designa. 
V. Duas proposições estabelecem relação contraditória quando, por exemplo, tendo o mesmo sujeito e o 
mesmo predicado, uma das proposições é universal afirmativa e a outra é universal negativa. 
        a) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras. 
b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. 
c) Somente as alternativas I, II e III são verdadeiras. 
d) Somente as alternativas I, II e IV são verdadeiras. 
e) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. 

28. Analise as proposições. 
I.Quando a proposição é universal e necessária (seja negativa ou afirmativa), ela declara um juízo apodítico. 
II.Eis o exemplo de um argumento por analogia na forma válida: 
x é como y 
y é A 
x é A 
III.Eis o exemplo de um argumento por analogia na forma inválida: 
x é como y com respeito a (ser ou não ser) A 
y é A 
x é A 
IV.Extensão é o conjunto de objetos designados por um termo ou categoria. 
V.O silogismo dialético não comporta argumentações contrárias, pois A = A e não pode ser outra coisa. 
a) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras. 
b) Somente as alternativas I, IV e V são verdadeiras. 
c) Somente as alternativas I, II e III são verdadeiras. 
       d) Somente as alternativas I e IV são verdadeiras. 
e) Somente as alternativas II, III e V são verdadeiras. 

29. Uma sentença logicamente equivalente a "Se Vânia é bonita, então Carla é feia" é: 
a) Se Vânia não é bonita, então Carla não é feia. 
b) Vânia é bonita ou Carla não é feia. 
c) Se Carla é feia, Vânia é bonita. 
d) Vânia é bonita ou Carla é feia. 
        e) Se Carla não é feia, então Vânia não é bonita. 

30. A negação da afirmação condicional "se Hannah viajar, Heidegger vai viajar" é: 
a) Se Hannah estiver viajando, Heidegger não vai viajar. 
b) Hannah não está viajando e Heidegger não vai viajar. 
       c) Hannah está viajando e Heidegger não vai viajar. 
d) Se Hannah não viajar, Heidegger vai viajar. 
e) Hannah não está viajando e Heidegger vai viajar. 


Escola de Frankfurt

Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 37 e 38. 
Se observarmos as quatro décadas da antiga Escola de Frankfurt em seu conjunto, fica evidente o seguinte: não havia paradigma unitário, logo nenhuma mudança de paradigma ao qual se submeteria tudo aquilo que estava implicado quando se fala da Escola de Frankfurt. As duas figuras principais, ...... e ......, trabalham a partir de duas posições explicitamente diferentes sobre temas comuns. Um, que entrou em cena como o inspirador de uma teoria interdisciplinar progressista da sociedade, contentou-se em ser o acusador de um mundo burocrático, no qual a ilha do capitalismo liberal, emergindo da história de uma civilização fracassada, ameaça desaparecer de vista. Para o outro, que entrou em cena como crítico do pensamento da imanência e como advogado de uma música liberada, a filosofia da história de uma civilização fracassada tornava-se a base de uma teoria multiforme do não-idêntico, em outras palavras, das formas nas quais, de uma maneira paradoxal, o não-idêntico encontrava seu lugar. 
(WIGGERSHAUS, R. A Escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São ristóvão: Difel, 2002, p.35) 

37. Na passagem acima, o historiador se refere a dois dos mais importantes representantes do pensamento da chamada Escola de Frankfurt. Qual das alternativas abaixo pode preencher a lacuna acima? 
(A) Sigmund Freud e Erich Fromm. 
(B) Martin Heidegger e Theodor W. Adorno. 
(C) Walter Benjamin e Marshall McLuhan. 
(D) Hanna Arendt e Max Horkheimer. 
         (E) Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. 

38. Na passagem citada, o autor afirma que a chamada Escola de Frankfurt não pode ser definida univocamente, mas que, pelo contrário, ela foi composta por diferentes linhas e pensamentos. Entre outras, pode-se dizer que essas diferentes linhas que compuseram a escola de Frankfurt são 
           (A) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e a sociologia crítica. 
(B) o marxismo, a psicanálise, o estruturalismo e a sociologia crítica. 
(C) o estruturalismo, a sociologia crítica e a lingüística aplicada. 
(D) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e o neokantismo. 
(E) o existencialismo, o estruturalismo e a sociologia crítica. 

46. Para os filósofos da escola de Frankfurt a crítica tem a função de: 
(A) Desencadear um processo de acomodação diante das certezas e dos conflitos cognitivos de si mesmo. 
(B) Naturalizar o mundo, torna-lo menos complexo, mais óbvio. 
(C) Consolidar a fé nas aparências, nas rotinas, nos dogmas para adentrar-se numa tarefa sistemática e metódica de identificar os cenários, as estruturas categoriais, os pressupostos universais. 
         (D) Impedir que os seres humanos se abandonem irrefletidamente àquelas idéias e formas de condutas instituídas socialmente. 
(E) Reconhecer os fatos ou fenômenos puros sem a interpretação, na mesma perspectiva do pensamento nietzcheano. 


31 - A neutralidade das ciências é um tema retomado e seriamente discutido na Escola de Frankfurt. Nasce, então, a teoria crítica, exposta no ensaio "Teoria Tradicional e Teoria Crítica". Marque a alternativa que contém o pesquisador frankfurtiano autor dessa obra. 
a) Walter Benjamin 
        b) Max Horkheimer 
c) Herbert Marcuse 
d) Jürgen Habermas 
e) Felix Weil 


Industria Cultural 

Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 39 e 40. 
Na Grécia antiga, mostravam-se lugares pelos quais se descia aos Infernos. Nossa existência durante a vigília é também um país em que, em lugares afastados, desce-se ao mundo inferior, um país cheio de lugares que parecem insignificantes e em que os sonhos desembocam. Todos os dias passamos por esses lugares sem desconfiar, mas, assim que chega o sono, com a rapidez de um relâmpago, mergulhamos neles para nos comprazer nos sombrios corredores e neles nos perder. O labirinto de casas da cidade lembra a clara luz da consciência; as passagens (são as galerias que levam a seu ser passado) desembocam todos os dias nas ruas sem chamar a atenção. Mas à noite, sob as sombrias massas das casas, sua escuridão mais compacta se espalha em volta, assustadora, e o transeunte atrasado apressa o passo diante delas, como se tivesse sido encorajado a viajar pela ruela estreita. 
(BENJAMIN, W. Passagens, citado por WIGGERSHAUS, R. A escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São Cristóvão: Difel, 2002, p. 230) 

39. A partir desse trecho é possível dizer que Walter Benjamin, segundo Rolf Wiggershaus, desejava 
(A) realizar uma mitologia da modernidade, que substituiria aquela mitologia aniquilada pelo desencantamento do mundo moderno. 
        (B) mostrar que o processo de desencantamento típico do capitalismo não diminuía o sombrio temor que cerca tudo o que é humano, mas apenas o recalcava e deslocava. 
(C) construir uma teoria psicanalítica que desvendasse, à maneira freudiana, os meandros do inconsciente que teriam escapado ao pai da psicanálise. 
(D) elaborar uma teoria estética de caráter sobretudo grotesco, cujo objetivo era trazer à tona o lado obscuro e vil da humanidade. 
(E) escrever uma obra de caráter urbanístico acerca das galerias parisienses recém-construídas no século XIX. 

40. O trecho de Walter Benjamin citado acima, ainda segundo Wiggershaus, mostra uma grande aproximação com um movimento estético contemporâneo do mesmo período que, embora se utilizasse da linguagem artística e não da filosófica, trazia em si as mesmas críticas que a teoria benjaminiana. Esse movimento é o 
(A) cubismo. 
(B) dadaísmo. 
(C) impressionismo. 
      (D) surrealismo 
(E) realismo. 

42. Em suas teses "Sobre o conceito da história", publicadas em Magia e técnica, arte e política (Obras escolhidas v. 1), Walter Benjamin analisa criticamente a ideia do progresso. Na tese 13, Benjamin afirma que a ideia de um progresso da humanidade na história é inseparável da ideia de sua marcha no interior de um tempo caracterizado como: 
       A) vazio e homogêneo. 
B) cheio e heterogêneo. 
C) saturado de agoras. 
D) misterioso e redentor. 
E) revolucionário. 


45. Theodor Adorno esteve sempre atento, em seu pensamento, aos variados perigos que rondam o exercício da filosofia durante a época contemporânea, a partir do século XX. No fragmento "Dentro e fora", de Minima moralia, ele destacou que a filosofia estava ameaçada no espaço acadêmico e no espaço extra-acadêmico, respectivamente, pelas pressões 
A) da tautologia organizada e da tautologia desorganizada. 
B) da economia estatal e da economia de mercado. 
C) da economia de mercado e da tautologia organizada. 
       D) da tautologia organizada e da economia de mercado. 
E) da tautologia desorganizada e da economia de mercado. 



Questão 31 "A passagem do telefone ao rádio separou claramente os papéis. Liberal, o telefone permitia que os participantes ainda desempenhassem o papel de sujeito. Democrático, o rádio transforma-os a todos igualmente em ouvintes, para entregá-los autoritariamente aos programas, iguais uns aos outros, das diferentes estações. (...) Os talentos já pertencem à indústria muito antes de serem apresentados por ela: de outro modo não se integrariam tão fervorosamente. A atitude do público que, pretensamente e de fato, favorece o sistema da indústria cultural é uma parte do sistema, não sua desculpa." (ADORNO e HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento). 
Nessa passagem, há uma crítica: 

A) ao liberalismo, como falta de iniciativa social. 
B) à democracia, como espontaneidade mal orientada. 
C) ao liberalismo, como exacerbação da subjetividade individual. 
X D) à democracia, como mero acesso ao que é oferecido socialmente. 
Questão 30 "Os consumidores são os trabalhadores e os empregados, os lavradores e os pequenos burgueses. A produção capitalista os mantém tão bem presos em corpo e alma que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido. Assim como os dominados sempre levaram mais a sério do que os dominadores a moral que deles recebiam, hoje em dia as massas logradas sucumbem mais facilmente ao mito do sucesso do que os bem-sucedidos. Elas têm os desejos deles. Obstinadamente, insistem na ideologia que as escraviza." 
(ADORNO e HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento). 
A relação entre a atitude atribuída às massas e a indústria cultural é melhor caracterizada como: 
A) resistência involuntária. 
B) complacência necessária. 
C) assimilação refletida. 
X D) servidão voluntária. 


Escolas
39. O mundo atual é uma realidade multiforme e complexa que tem inspirado muitos filósofos a debruçar-se sobre as questões que são colocadas às sociedades, com variedade de posições e criatividade, num leque de opções que pode assim definir-se: 
A) Apesar de sua importância as questões ambientais não têm captado a atenção dos filósofos. 
B) Em questões políticas a grande maioria dos filósofos atuais defende os regimes fortes e as ditaduras. 
C) A globalização contribuiu para dar ao pensamento oriental, nomeadamente às doutrinas tradicionais indianas e chinesas, ascendência dominante sobre a filosofia ocidental. 
D) No que se refere à Bioética todos os problemas morais devem ser decididos pelas ciências médicas sem recurso à filosofia. 
        E) As grandes "escolas" ou tendências doutrinárias do século XX, como neo-escolástica, existencialismo, e marxismo cederam lugar a outras tendências e teorias, mas não desapareceram. 
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Ética

67. Leia com atenção o texto a seguir. 
A virtude é a própria potência do homem, que se define exclusivamente pela essência dele [...], isto é [...], que se define exclusivamente pelo esforço que o homem faz para perseverar em seu ser. Logo, quanto mais alguém se empenha em conservar seu ser e tem poder para tal, mais é dotado de virtude. O contrário acontece [...], na medida em que alguém desdenha conservar seu ser, e por isso é impotente. 
(ESPINOSA, B. Ética. In: MARCONDES, D. (org.). Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 75) 
É INCORRETO dizer que, para Espinosa, 
(A) o ser humano que é virtuoso age conforme a natureza. 
(B) o conceito de virtude liga-se ao de autoconservação. 
      (C) os homens, para alcançar a virtude, devem superar a sua tendência natural por meio do hábito. 
(D) os homens são virtuosos por essência. 
(E) um ser humano age contra a própria utilidade somente sob a influência de causas externas que o corrompem. 
36. A Ética ou Filosofia Moral é tradicionalmente dividida em três grandes áreas: a metaética, a ética normativa e a ética prática ou aplicada. Assinale a alternativa abaixo que não corresponde à caracterização dessas áreas: 
a) A ética normativa investiga as normas de ação e os padrões de avaliação dessas normas por um determinado grupo ao qual elas se aplicam, formulando e justificando essas normas de acordo com princípios éticos considerados objetivos. 
b) A ética prática preocupa-se com a aplicação das normas morais a situações específicas da vida social em que existem claramente conflitos de normas, crenças e opiniões entre os agentes morais quanto a questõesrelativas à vida, à sexualidade e à resolução de desigualdades sociais, por exemplo. 
c) A metaética tem como objeto o significado e os aspectos lógicos dos juízos, crenças e normas morais, problematizando suas pretensões de validade. 
         d) Tanto a ética normativa quanto a ética prática objetivam postular regras que sirvam definitivamente para solucionar os conflitos utilizando-se de estudos empíricos que possam apontar a alternativa que represente uma mediação entre os interesses dos envolvidos. 
e) Embora a divisão nas três áreas tenha uma utilidade didática, é incorreto supor que as reflexões feitas em filosofia moral sejam restritas a apenas uma dessas áreas, pois a solução de questões morais sempre têm um aspecto prático, vinculam-se a uma dimensão normativa e se filiam a uma determinada concepção metaética sobre o sentido e a validade das proposições morais. 

37. Considerando que a metaética é um campo da Filosofia cujas discussões envolvem o caráter epistêmico, as condições de validade e o significado dos juízos morais, e que há diversas respostas à questão dessa validade, assinale a alternativa correta: 
a) O realismo moral é uma posição metaética que sustenta a independência dos juízos morais em relação à natureza humana, afirmando o caráter subjetivo das regras morais. 
b) O cognitivismo ético defende que os juízos morais são passíveis de verdade desde que possam ser fundamentados de um modo transcendental. 
         c) O emotivismo é uma corrente para a qual os juízos morais, embora orientam as ações de pessoas e grupos, expressam somente preferências individuais que não podem ser justificadas racionalmente e consequentemente universalizadas. 
d) O não-realismo afirma a existência de uma relação necessária entre os juízos morais e a natureza humana, e a correção desses juízos consistiria na correspondência entre as normas e aquela natureza. 
e) O ceticismo ético descarta a possibilidade de uma verdade moral, alegando que a ausência de um fundamento religioso inviabiliza a obrigatoriedade de uma norma para todos os indivíduos de um grupo. 

38. A correção de normas e ações morais é avaliada segundo critérios que variam de acordo com as teorias éticas que as tematizam. Desse modo, é incorreta a seguinte associação entre critérios de avaliação e as respectivas teorias ticas: 
a) Para a Ética do Discurso, a validade das normas reside na possibilidade de todos os envolvidos aceitarem as consequências da adoção universal de uma norma que tenha sido formulada de modo intersubjetivo por agentes morais livres de coerção. 
b) Nas éticas de orientação teleológica, como a ética aristotélica, a correção das normas é medida por sua adequação à natureza e às finalidades da vida humana, isto é, pela capacidade que elas têm de conduzir o homem à sua realização. 
c) Nas éticas de caráter deontológico, como a kantiana, as normas são corretas quando estão de acordo com um dever moral universalmente válido, que conduz a ações motivadas exclusivamente pelo cumprimento desse dever. 
d) No Utilitarismo, uma ação moral é tanto mais correta quanto promova o bem-estar do maior número possível de pessoas, e as ações são julgadas, então, pelas consequências que têm junto às pessoas envolvidas direta ou indiretamente na ação do sujeito moral. 
         e) Na ética das virtudes a correção das normas deve estar de acordo com a definição de natureza humana, que exige um conceito metafísico de vida e uma teleologia correspondente que informe os indivíduos acerca da realização de seu destino moral. 

39. A filosofia moral é um campo de investigação que, contemporaneamente, é objeto de disputa entre algumas teorias de bases e concepções normativas bastante distintas. 
Uma seleção representativa dessas teorias, que as reúne e distingue por suas características gerais, é feita na seguinte alternativa: 
a) O realismo moral, a Utilitarismo, a Teoria do Discurso, o Consequencialismo, o marxismo e o Existencialismo. 
b) O Existencialismo, a Ética do Discurso, o Emotivismo, o relativismo ético, o pós-modernismo e as teorias da justiça. 
        c) O Utilitarismo (como principal representante das éticas consequencialistas), as éticas kantianas ou deontológicas, as Éticas das Virtudes e o Intuicionismo. 
d) O Intuicionismo, o Epicurismo, a Ética do Cuidado, a Ética em Animais Não-Humanos e a Ética feminista. 
e) A Ética do Discurso, a Ética da Responsabilidade, a Justiça como Equidade, o Emotivismo e o Intuicionismo. 
40. Segundo os princípios da ética: Direito à Vida, Liberdade e Consciência responsável, o fundamento primeiro para avaliar as práticas morais inerentes à vida em sociedade é a vida. O valor maior de tudo o que temos está no direito à vida digna, que deve ser respeitado incondicionalmente. Se partirmos desse princípio - a vida - podemos avaliar que as práticas do aborto, eutanásia, eugenia, tráfico de bebês e de órgãos humanos são práticas anti-éticas por que: 
A) Vão contra a moral e os princípios cristãos; 
B) Produzem a morte de pessoas inocentes e indefesas; 
      C) Ferem o princípio ético por excelência - do direito à vida digna para todos; 
D) Causam graves problemas e injustiças sociais; 
E) Alimentam a violência contra a sociedade, principalmente aos mais pobres. 
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6. Na obra O princípio responsabilidade, Hans Jonas propõe um ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Entre as principais teses defendidas pelo autor destacam-se: 
I. Todas as éticas até hoje partilharam de alguns pressupostos em comum, tais como: a natureza humana e extra-humana eram consideradas imodificáveis pelo agir; todas as éticas foram essencialmente antropocêntricas; e a responsabilidade da ação humana limitava-se ao tempo presente. 
II. Enquanto no passado a natureza humana e extra-humana eram invioláveis pela capacidade do poder tecnológico, a técnica moderna coloca em perigo a autenticidade da vida futura. 
III. Ninguém pode ser responsabilizado pelos efeitos involuntários posteriores de um ato bem intencionado. 
IV. A natureza deve, sobretudo, ser protegida porque, sem ela, o homem não poderá assegurar a sua sobrevivência. 
V. O homem, com o poder da técnica moderna, passou a figurar como um objeto da própria técnica, perdendo sua autonomia, ou seja, o homo faber passou a dominar o homo sapiens. 
Estão corretas APENAS as assertivas: 
A) I, II e III. 
B) I, II e IV. 
C) III, IV e V. 
D) I, III e V. 
X E) I, II e V. 

43 - O homem enquanto ser moral se constitui gradativamente pessoa humana e vai construindo essa sua dimensão através da reta ação. 
Indique os pontos que devem ser levados em conta para o agir ético-moral. 
a) Atenção aos ditames da mídia e ao estabelecimento de critérios morais. 
b) Vivência de atitudes virtuosas e disposição para agir de forma costumeira e sem limites. 
c) Obediência às determinações sociopolíticas, sem o exercício da escolha consciente, levando a um agir casual. 
d) Construção de hábitos que "orientem" o agir humano cotidiano para um relacionar-se mais cômodo. 
      e) Compreensão do sentido fundamental da liberdade, tomada de posição via consciência moral e o assumir da responsabilidade pelas ações praticadas. 


12. A ética é uma das áreas de discussão filosófica, sendo, com a política, a que constitui a chamada Filosofia Prática. Dentre as várias correntes de pensamento da Filosofia há o Ceticismo. Também neste campo de argumentação é possível identificar um discurso ético. Dentre os itens abaixo, o que pode ser visto como pertencente ao modo cético de propor a Ética? 
I. "Para o ceticismo as sentenças éticas não são propriamente juízos, ou seja, elas não podem levantar a pretensão à verdade, isto é, uma legitimação racional". 
II. "Decisões a respeito de normas se situam propriamente na esfera do irracional. Sentenças verdadeiras são as que exprimem acordo com a realidade: aqui se situa o campo da razão, pois a única fonte de conhecimento são a experiência e a observação, de tal modo que o conhecimento das ciências modernas da natureza é o paradigma de todo e qualquer conhecimento". 
III. "O método experimentado e testado nas ciências modernas da natureza deve ser também aplicado à filosofia, de modo especial à ética. Todo o campo do pensamento conceitual é sempre reconduzido à percepção sensível, o que significa dizer que todo o pensamento, em última instância, se reduz à representação sensível e não há conhecimento que ultrapasse o nível da experiência". 
IV. "Leva até as últimas consequências a ética hedonista na medida em que para ele a moral só fundamenta o valor ético na satisfação psicológica e de nenhum modo levanta a pretensão de absolutidade e universalidade que este valor expressava na tradição. Mesmo porque não há a liberdade de escolha o que torna impossível falar de ética em sentido estrito". 
V. "O que constitui o específico da linguagem ética é a "significação emotiva", uma vez que o uso desta linguagem tem a finalidade de exercer influência sobre o comportamento dos outros através de sugestões. Proferimentos éticos são, portanto, intrumentos de que nos utilizamos para tentar mudar as atitudes dos outros, visto que os fundamentos aduzidos para legitimar estas sentenças não passam de meios de influência psíquica, pois esta linguagem é, essencialmente, instrumento de influência psicológica". 
a) Nenhum dos itens acima diz respeito à ética no Ceticismo. 
b) Somente 2 dos itens acima dizem respeito à ética no Ceticismo. 
c) Somente 3 dos itens acima dizem respeito à ética no Ceticismo. 
d) Somente 4 dos itens acima dizem respeito à ética no Ceticismo. 
           e) Todos os itens acima dizem respeito à ética no Ceticismo. 

13. Um modelo de proposta ética, estruturada de um modo mais claro no século passado, sobretudo com Jeremy Bentham e John Stuart Mill, é a chamada ética empirista/utilitarista. Aponte o que diz respeito à estrutura deste pensamento. 
I. "Parte-se da ideia de que o ser humano é fundamentalmente um indivíduo portador de necessidades que precisam ser satisfeitas. Neste sentido, ele é um feixe de impulsos, interesses, necessidades, que pressionam na direção de uma satisfação, cuja realização é subjetivamente recebida como prazer e a não-realização como dor". 
II. "A experiência ética fundante é a convicção da humanidade de que a ação verdadeiramente reta é aquela onde se busca não só a felicidade do indivíduo, mas a de todos. A moral, então, é a arte de orientar as ações dos homens de tal modo que se possa conseguir a maior soma de felicidade". 
III. "A natureza colocou o gênero humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer. Somente a eles compete apontar o que devemos fazer, bem como determinar o que na realidade faremos. Ao trono desses dois senhores está vinculada, por uma parte, a norma que distingue o que é reto do que é errado". 
IV. "Afirmar-se-á que uma determinada ação está em conformidade com o princípio de utilidade, ou, para ser mais breve, à utilidade, quando a tendência que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer tendência que tenha a diminuí-la". 
V. "Uma ação moralmente correta seria aquela que cause o máximo de prazer, ao maior número de pessoas, pela maior intensidade e duração de tempo; ou que cause o mínimo de dor, ao menor número de pessoas, pela menor intensidade e duração de tempo". 
a) Somente I, II e V. 
         b) Todos os itens. 
c) Somente I, III e IV. 
d) Nenhum dos itens. 
e) Somente I, II e III. 
15. A respeito da diferença entre ética e moral, assinale a opção CORRETA: 
A) Tanto a ética como a moral, em que pesem as diferenças, pertencem ao campo teórico da análise do comportamento. 
B) A moral se refere ao ser e ao caráter das pessoas, enquanto a ética determina como agir em toda e qualquer circunstância. 
         C) A ética difere de moral no sentido de que a ética é uma disciplina filosófica acerca do saber prático e dos valores que orientam a ação humana. A moral codifica a ação e difere conforme a cultura. 
D) As diferenças se diluem na medida em que tanto os princípios éticos como os morais valem para todos, em todas as épocas e culturas. 
E) Ao contrário da moral, os sistemas éticos se fundamentam na busca da felicidade, encontrável nos valores e prazeres da vida. 


Filosofia do Brasil
26. Sobre o desenvolvimento e algumas características da Filosofia no Brasil, assinale a opção correta. 
a) O Ecletismo foi uma corrente de traços materialistas caracterizada pela adoção de várias teorias filosóficas em busca de identidade para um pensamento filosófico genuinamente brasileiro. 
b) A Filosofia no Brasil desenvolveu-se somente a partir da fundação da USP, quando a tradição de se fazer filosofia pela história passou a ser o modelo de formação predominante dos filósofos nacionais. 
          c) Nas últimas décadas, a Filosofia brasileira se tornou majoritariamente acadêmica, pois os números da Pós- Graduação em Filosofia revelam um grande crescimento da produção nacional e mostram uma variedade temática que vai do Empirismo à tradição analítica, passando pelo idealismo alemão, pelos estudos nietzscheanos, marxistas, fenomenológicos, e pela produção em História da Filosofia. 
d) Somente pela influência do espiritualismo é que houve ocrescimento da educação filosófica no Brasil, já que o ensino de denominação religiosa sempre privilegiou os estudos de filosofia e teologia, mas com a independência da reflexão filosófica em relação aos dogmas teológicos. 
e) No século XX, a filosofia brasileira foi inspirada pelo Positivismo de Auguste Comte, corrente que defende a superioridade da filosofia em relação ao conhecimento científico e advoga a independência temática e metodológica entre os dois tipos de saber. 

27.Um dos problemas que aparecem com uma certa frequência quando se trata da Filosofia brasileira é a questão da "originalidade" do pensamento que se produz no cenário nacional. Sobre essa questão, é correta a seguinte alternativa: 
            a) A preocupação com a originalidade só faz sentido se concebermos que as produções filosóficas nacionais possuem características tais que comprometem o próprio conceito de Filosofia, impossibilitando assim uma classificação de nossa produção junto à Filosofia produzida em outras partes do mundo. 
b) É imprescindível a definição de uma filosofia nacional cujo tema seja o problema do desenvolvimento de uma cultura autônoma, tendo em vista o papel condutor que um conhecimento filosófico desempenha na modificação da estrutura social. 
c) A originalidade da filosofia brasileira consiste na sua tentativa de incorporação à filosofia universal através da produção de obras exegéticas e comentários qualificados da filosofia alemã, francesa, inglesa e americana. 
d) É irrelevante a tentativa de se produzir uma filosofia autenticamente nacional, pois um país subdesenvolvido como o Brasil ainda não reúne condições estruturais para uma produção filosófica de reconhecimento internacional. 
e) Pensar a filosofia no Brasil exige o exame das condições de formação dos filósofos brasileiros, contexto em que observamos uma formação predominantemente histórica que impossibilita o desenvolvimento da reflexão sobre os nossos próprios problemas sociais a partir de uma perspectiva filosófica. 


Filosofia da Educação
49 - "Cabe ao filósofo acompanhar reflexiva e criticamente a ação pedagógica, de modo a promover a passagem "de uma educação assistemática (...) para uma educação sistematizada (alçada no nível da consciência filosófica)". (...) O filósofo indaga a respeito do homem que se quer formar, quais os valores emergentes que se contrapõem a outros já decadentes e quais os pressupostos do conhecimento subjacentes aos métodos e procedimentos utilizados. (...) A filosofia tem ainda tarefas bastante específicas que não podem ser desprezadas." 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo. Editora Moderna. 2000. p.108. 
A respeito desta assertiva e de seus desdobramentos, é CORRETO afirmar: 
a) A filosofia ajuda a pensar a educação do futuro, possibilita a desestruturação dos antigos modelos e mantém os atuais fazeres pedagógicos. 
b) A filosofia, mesmo analisando a preponderância de uma determinada ciência nos fenômenos pedagógicos, não consegue evitar que a educação se transforme em pseudo-educação. 
c) A educação sistemática recupera uma das suas funções mais importantes - que é a de não sucumbir à desrazão - entretanto, a filosofia colabora muito pouco nesse processo. 
         d) A filosofia procede a análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas, além de observar as dimensões ética e política que estão subjacentes ao processo de educação formal integral das pessoas. 
e) Somente a filosofia e as ciências biológicas poderão contribuir com os fundamentos do existir humano e a formação educacional do indivíduo, imbricados na realidade histórico-social. 

32 - "Diante da educação feita através dos meios de comunicação de massa, pouco podem fazer as escolas e universidades. Quando muito, transmitir uma educação humanista, destinada às classes dirigentes. Porque o trabalhador vai receber a "cultura de massa", que é uma banalização e uma ridicularização da cultura popular". 
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório - 11º ed. - São Paulo: Cortez, 2000, pág. 138. 
A leitura do texto apresenta a educação como transmissora de modelos sociais, difusora de ideias e formadora de cidadãos que reproduzirão a sociedade. 
Portanto, é CORRETO afirmar que a educação é: 
a) redentora. 
b) espontânea. 
c) dialética. 
d) transformadora. 
        e) política. 

Filosofia da linguagem
Questão 33 
Segundo Peirce, em "O que é um signo?", há três tipos de signos. 

"Há semelhanças ou ícones, que servem para transmitir as ideias das coisas que representam simplesmente por imitação." 
"Há indicações, ou índices, que mostram algo sobre as coisas, através de uma relação física com elas." 
"Há símbolos, ou signos genéricos, que se associam aos seus significados pelo uso." 
Partindo dessas distinções, uma placa que aponta para a estrada a ser seguida seria um exemplo de signo por: 
X A) indicação, por mostrar algo sobre a realidade. 
B) semelhança, por imitar a estrada a ser seguida. 
C) simbolismo, por lançar junto ao sinal a ideia da estrada. 
D) combinação entre a semelhança e a simbolização. 



Epistemologia
24. A Epistemologia, enquanto ramo da Filosofia que reflete sobre as características, elementos e possibilidades do conhecimento, tem sua história marcada pelo confronto de posições rivais acerca da origem do conhecimento e dos critérios para considerá-lo verdadeiro. A esse respeito, assinale a alternativa que não corresponde a aspectos dessa disputa. 
a) O Racionalismo de René Descartes afirma que conhecemos através de faculdades intelectuais inatas, e critica o conhecimento baseado na experiência sensível, alegando a falta de confiabilidade dos sentidos e apontando a frequência com que eles provocam erros e ilusões que inviabilizam o conhecimento verdadeiro. 
b) O Empirismo afirma que a mente dos indivíduos é uma estrutura vazia que só conhece pelas impressões adquiridas no contato dos sentidos com o mundo exterior, como defende John Locke, para quem nossas ideias devem seu conteúdo ao contato com as coisas que as produzem, sendo impossível que a própria mente as elabore. 
c) O Criticismo de Immanuel Kant procura superar o reducionismo racionalista e empirista valorizando o papel da experiência (sensibilidade) e da razão (entendimento) no processo cognitivo, demonstrando que não há uma fonte ou determinação única desse processo, mas uma articulação dessas duas faculdades que são responsáveis por nossa capacidade de tornar os objetos inteligíveis quando são afetadas por eles. 
d) Mesmo a proposta de Kant ainda é tributária de uma noção de conhecimento a priori, pois supõe a existência de entidades teóricas (os conceitos) que são responsáveis pela unificação e ordenação das representações formadas pela articulação da experiência com a razão. 
         e) Uma boa proposta para compreender o conhecimento deve sustentar que o mesmo é composto na maior parte por categorias inatas, acrescido de conceitos adquiridos através da experiência sensível e da educação formal na qual o indivíduo adquire a habilidade de explicar os objetos. 

Filosofia da ciênci

70. O conhecimento científico não é o reflexo das leis da natureza. Traz com ele um universo de teorias, de ideias, de paradigmas, o que nos remete, por um lado, para as condições bioantropológicas do conhecimento (porque não há espírito sem cérebro), por outro lado, para o enraizamento cultural, social, histórico das teorias. 
(MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 21) 
A partir do texto acima citado, depreende-se que, para o autor, 
       (A) não se pode abstrair o conhecimento científico das condições de sua elaboração. 
(B) o conhecimento científico é completamente objetivo e neutro. 
(C) não se pode confiar no conhecimento científico, já que ele resulta de um processo completamente subjetivo. 
(D) o conhecimento científico não trata das leis da natureza. 
(E) o conhecimento científico é uno e contínuo, apesar dos diferentes fatores que estão em jogo.

34. A filosofia da ciência é um campo bastante prolífico, dada a importância que o conhecimento científico tem desempenhado especialmente em sociedades atingidas pelas revoluções tecnológicas. Na filosofia da ciência do século XX, é incorreta a seguinte afirmação sobre a caracterização da atividade científica: 
a) A filosofia da ciência de Karl Popper afirma que a ciência se constitui e evolui através do movimento deconjecturas e refutações, de teorias propostas para compreender determinado problema e das tentativas, bem sucedidas ou não, de falseá-las. 
            b) Imre Lakatos procurou preservar o racionalismo da teoria de Popper contra o suposto irracionalismo da proposta de Kuhn, incorporando a complexidade do conceito de paradigma à explicação lakatosiana do desenvolvimento da ciência, já que o falseacionismo popperiano conceberia a ciência como um conjunto de teorias, quando é mais adequado descrevê-la como um conjunto de Programas de Pesquisa que englobam séries de teorias em um todo coerente e articulado. 
c) O anarquismo epistemológico foi uma proposta teórica de Paul Feyerabend, cuja obra Contra o Método afirma que o progresso científico não se dá pelo respeito a um método único, mas pela violação de regras metodológicas que eventualmente representam antes um entrave do que um caminho para a descoberta de novas soluções para os problemas. 
d) A obra A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn, propôs um olhar diferente sobre o desenvolvimento da ciência, pois o conceito de paradigma defende a cumulatividade das teorias e o movimento linear e progressivo em direção à verdade. 
e) As teorias de Popper, Kuhn e Feyerabend têm em comum o recurso à história da ciência para legitimar suas teses a respeito das mudanças conceituais que ocorreram ao longo de séculos, e tanto Kuhn quanto Feyerabend consideraram que a história da ciência é um antídoto eficaz contra a ideia de que o conhecimento progride linearmente e de modo cumulativo. 

35.Quando o conhecimento científico é invocado para convencer as pessoas de determinadas afirmações, servindo como argumento de autoridade, podemos afirmar que a concepção de ciência que orienta esses argumentos é a seguinte: 
           a) A ciência é um conjunto ordenado de teorias e métodos formulados por especialistas detentores de um saber esotérico que lhes confere autoridade para legitimar o depoimento de um artista de televisão, por exemplo, sobre a eficácia de medicamentos anunciados em comerciais. 
b) A ciência é um saber acessível a todas as pessoas que possuam uma formação geral mínima, que podem adquirir esse conhecimento através das colaborações que ela presta em veículos de comunicação como os programas de televisão e as revistas semanais. 
c) O conhecimento científico é caracterizado pela cumulatividade de suas teorias, sendo as mais recentes sempre mais verdadeiras do que as anteriores. 
d) Para um argumento de autoridade, a ciência significa uma fonte de verdades que substitui a religião na tarefa de fornecer respostas sobre a origem e o funcionamento da natureza, transformando-se em uma nova religião. 
e) A contribuição da ciência é caracterizada pela eficácia de seus métodos na criação de novas tecnologias que representem benefícios comerciais para os detentores das patentes. 


26) A respeito da revolução científica do século VII, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: 
( ) A observação das luas de Júpiter, das manchas solares, da superfície lunar, etc. através do telescópio, por Galileu, representavam anomalias desde a perspectiva da cosmologia em vigor. 
( ) O modelo cosmológico que vigorava era o modelo aristotélico-copernicano. 
( ) A resistência por parte dos intelectuais da época em relação às observações astronômicas de Galileu bem como, à teoria de Copérnico não pode ser considerada racional, mas expressão do apego dogmático ao sistema de crenças que vigorava. 
( ) Para os Escolásticos, os princípios metafísicos estabelecidos racionalmente por Aristóteles tinham preferência sobre iniciativas que buscassem acima de tudo salvar os fenômenos. 
Assinale a alternativa correta: 
     A) V, F, F, V. 
B) F, V, V, F. 
C) V, V, F, F. 
D) F, F, V, V. 
E) V, V, V, F. 

29) Considere a seguinte observação: "As ciências humanas partem do escândalo que é o ser humano conhecer a si próprio, misturando as posições de sujeito e objeto. Isso formula sérios problemas, tornando quase impossível a objetividade, que é o critério básico das ciências desde o século XVII. (...) Assim, o mesmo recorte que permite fundar as demais ciências é aquele que as humanas põem em xeque, tematizam, contestam" (RIBEIRO, Renato Janine. Novas Fronteiras entre natureza e cultura. In: O Homem Máquina/org. Adauto Novaes - São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 15-36). 
Assinale a alternativa incorreta: 
A) Existe uma diferença aguda entre as ciências humanas e as ciências naturais que reside na quase impossibilidade de se manter a exterioridade entre sujeito e objeto. 
B) As ciências naturais podem ser caracterizadas pela exterioridade entre sujeito e objeto, Bem como, pela fabricação de efeitos sobre as coisas. 
           C) A aplicação da abordagem das ciências naturais sobre o homem tende a transformá-lo em sujeito na relação de conhecimento. 
D) As ciências humanas caracterizam-se pela não-exterioridade entre sujeito e objeto, assim como pela a ação - sempre passível de reciprocidade - sobre o ser humano. 
E) A recusa da separação entre sujeito e objeto pode ser uma maneira de caracterizar a diferença das ciências humanas em relação às ciências naturais. 
50 - "...não há como aceitar a neutralidade da ciência, como se fosse possível a procura do "saber pelo saber". A ciência se encontra inextrincavelmente envolvida na moral e na política e o cientista tem uma responsabilidade social da qual não pode abdicar. Essas observações nos levam a refletir sobre a formação do cientista, que não deveria se restringir apenas aos conteúdos desse conhecimento às suas metodologias e práticas de pesquisa. Mais do que isso, é preciso que o futuro cientista tenha condições de examinar os pressupostos desse conhecimento e de sua atividade, de se perceber como pertencendo a uma comunidade, e de identificar os valores subjacentes à sua prática." 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 2003. pág. 161. 
A partir da leitura compreensiva do trecho acima e, considerando o papel da filosofia com relação à ciência e suas aplicações, observe as afirmações abaixo, marcando a alternativa que agrupa os itens que estão CORRETOS. 
I. A ciência, para se constituir e se desenvolver, está sustentada na razão, na objetividade... porém, comporta valores, escolhe meios e fins, portanto, elementos de natureza subjetiva também se fazem presentes. 
II. No progresso científico e tecnológico contemporâneo, constata-se o envolvimento das dimensões política, econômica e social, mas as implicações éticas do saber científico não são consideradas. 
III. As condições para a prática da ciência se constituem como um campo de plena objetividade, de rigor científico, de independência quanto às referências axiológicas. 
IV. A filosofia tem compromisso com a investigação dos fins e das prioridades a que a ciência se propõe, com a análise das condições em que se realizam as pesquisas e das conseqüências das técnicas utilizadas. 
a) I e III, apenas. 
b) II e IV, apenas. 
                c) I e IV, apenas. 
d) III e IV, apenas. 
e) I e II, apenas. 


35 - A história da humanidade nos mostra o quão entrelaçadas estão a filosofia e a ciência. Leia atentamente as afirmações que se seguem e, ao final, assinale a alternativa que indica o grupo CORRETO delas. 
I. Descartes, através de seu método para a prática da ciência, rejeita o pensamento acumulador na tradição. Portanto, o filósofo deve isolar-se para obter a pureza do pensamento advinda da razão. 
II. Na doutrina positivista, a ciência passa por três estados: o teológico, o metafísico e o positivo. 
III. A principal mensagem de Thomas Kuhn é a de que o trabalho científico é condicionado por paradigmas, e estes ditam o método e os procedimentos possíveis em um contexto histórico. 
IV. Para Aristóteles, o critério de verdade decisivo para a ciência é a confrontação do discurso com a experiência. 
a) I e II, apenas. 
b) I, II e III, apenas. 
c) I, II e IV, apenas. 
        d) II, III e IV, apenas. 
e) II e IV, apenas. 


8. Na sistematização do saber, depois das ciências teóricas, aparecem as ciências práticas, que fazem referência à conduta dos homens e ao fim a que se propõem alcançar, seja como indivíduo, seja como membros de uma sociedade política. O estudo da conduta ou da finalidade do homem como indivíduo é o espaço da ética, e o estudo da conduta e da finalidade do ser humano como parte de uma sociedade é o espaço da política. Aristóteles sistematizou ambos de um modo ímpar na história do pensamento humano. Identifique o que diz respeito ao pensar ético de Aristóteles nos itens abaixo. 
I. Enquanto para Aristóteles a natureza da ética consiste na imitação do real segundo a dimensão do possível, sua finalidade consiste na purificação das paixões. Aristóteles afirma isto referindo-se explicitamente à moral, "que por meio da piedade e do terror acaba efetuando a purificação de tais paixões". 
II. Uma antiga fonte nos apresenta que "Aristóteles clamava repetidamente que os deuses hão concedido aos homens meios fáceis de vida, porém ocultou aos olhos humanos estes meios". Precisamente, Aristóteles se propôs à tarefa de voltar a situar diante dos olhos humanos estes meios fáceis de vida, demonstrando que o homem sempre tem a sua disposição o que necessita para ser feliz, desde que saiba dar-se conta de quais são as exigências reais de sua natureza e da natureza dos deuses. 
III. Todas as ações humanas tendem a fins, que constituem bens. O conjunto das ações humanas e o conjunto dos fins particulares aos que tendem estas se acham subordinados a um fim último, que é o bem supremo, que todos os homens coincidem chamar de felicidade. 
IV. A ética, segundo Aristóteles, mostra como procede ao pensamento quando pensa, qual é a estrutura do raciocínio, quais são seus elementos, como e quando é possível elaborar demonstrações. A ética aristotélica quer, portanto, proporcionar os instrumentos necessários para enfrentar qualquer tipo de indagação. 
V. A ética é uma espécie de metodologia da persuasão, uma arte que analisa e define os procedimentos mediante os quais o homem busca convencer aos demais homens, estabelecendo quais são as estruturas fundamentais. 
a) Somente II, III, IV e V são falsas. 
b) Somente I, III e IV são falsas. 
           c) Somente I, II, IV e V são falsas. 
d) Somente I, III e V são falsas. 
e) Somente I, II, III e IV são falsas. 
17. Analise o texto abaixo: 
O conhecimento .................... adquiriu prestígio entre as demais formas de conhecimento pelo fato de lidar com o real. Busca compreender os fenômenos da natureza submetendo-os a testes e experiências. É .................... , pois exige 
a realização de testes rigorosos antes de aceitar algo como certo. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto. 
a. ( ) sensitivo ; crítico 
b. ( ) filosófico ; reflexivo 
c. ( X ) científico ; sistemático 
d. ( ) mítico ; experimental 
e. ( ) experimental ; teleológico 
19. Ciência e Tecnologia ganham importância cada vez maior na sociedade atual. Como avaliar essa expansão? Assinale a alternativa CORRETA. 
A) O progresso científico beneficia a humanidade incontestavelmente. 
        B) A função social e econômica da ciência e da tecnologia e seu papel estratégico se devem muitas vezes a um uso político e ideológico. 
C) A metodologia científica aplicada nas ciências naturais deve e pode ser transposta para as ciências humanas, pois independe de ideologias. 
D) A bioética é um novo campo de estudo que isenta de valor as tomadas de decisão do cientista. 
E) A crise ambiental requer soluções técnicas para determinar as políticas sociais e econômicas. 



Filosofia Política

32.O tema da cidadania tornou-se lugar comum no discurso político contemporâneo, causando algumas vezes certas confusões quanto ao seu significado. Sobre o conceito de cidadania, não é correto afirmar: 
a) O conceito de cidadania formulado por Aristóteles referia-se à obrigação que todos os membros da sociedade política tinham de participar da vida pública, vista como superior a possíveis interesses privados. 
b) Com o advento do Liberalismo, a cidadania passa a ser vista mais como uma questão de direito do que de dever, referindo-se ao direito de todas as pessoas de participar da vida pública sem que isso signifique colocar seus interesses privados a serviço da política. 
c) Para o Republicanismo, a cidadania não pode ser definida em termos de direitos negativos, mas como o exercício de direitos positivos como a liberdade e a responsabilidade que garantem aos indivíduos a efetivação da sua autonomia, que antecede a constituição do Estado e deve ter o controle sobre ele. 
d) Uma concepção que procura superar as parcialidades dos conceitos liberal e republicano de cidadania é a ideia de cidadania da democracia deliberativa, para a qual o conceito precisa incorporar as garantias individuais de liberdade e o exercício do poder político que supere a ideia de política como simples mediação de interesses e a veja como espaço legítimo de formação de uma vontade política coletiva. 
           e) A correta acepção da palavra cidadania, que é a utilizada contemporaneamente nos discursos governamentais, é aquela que a circunscreve à participação dos sujeitos políticos em movimentos que cobram dos governantes ações em benefício da população e a diminuição das ações em benefício próprio, e em movimentos que reivindicam os direitos dos consumidores. 

33.Um breve histórico do conceito de democracia no Ocidente mostra que ele passou da ideia ateniense de participação direta nas decisões políticas para a acepção Liberal de forma de governo em que a participação ocorre pela escolha de governantes. Diante dessa transformação, podemos afirmar que: 
a) A democracia representativa resolve melhor o problema da participação em sociedades como as capitalistas, nas quais não há como requisitar a participação do grande contingente populacional em todas as decisões que envolvem as questões públicas. 
             b) Considerando que o modelo liberal clássico de participação acaba por reduzir o cidadão a um mero eleitor, teorias como a democracia deliberativa procuram estabelecer uma outra normatividade ao conceito de democracia, exigindo que ele incorpore a noção de um processo público de deliberação no qual haja iguais condições de participação e igual consideração dos interesses dos envolvidos. 
c) O modelo republicano de democracia não admite a delegação de poder através do voto sob nenhuma hipótese, sustentando a necessidade da autogestão democrática dos assuntos públicos. 
d) A democracia em sua acepção liberal não significa necessariamente o alheamento do indivíduo em relação à política, mas o aumento da qualidade de sua participação quando ela ocorre através de organizações não-governamentais que atuam junto à sociedade civil atendendo áreas que o Estado não alcança. 
e) Tanto o modelo liberal quanto o modelo republicano de democracia se equivocam em suas noções de indivíduo e de Estado: o primeiro, por idealizar uma consciência política atuante, e o segundo, por dispensar os cidadãos de um compromisso moral efetivo com a condução dos negócios públicos. 
30. Sobre a democracia, é correto afirma: 
a. ( ) Caracteriza governos que reproduzem o modelo espartano de sociedade. 
b. ( ) Regime político fundado na autocracia e no patrimonialismo. 
c. ( X ) É o único regime que considera o conflito legítimo. 
d. ( ) Esforço político que visa a igualdade e o fim das classes sociais. 
e. ( ) Teoria política que surge com a emergência do comunismo.


46 - A dimensão política do ser humano se constrói, constitui-se e alarga-se num longo processo de aprendizado, desde os pequenos espaços sociais até os mais complexos contextos. Sabendo-se que esse caminhar possibilita o grande desafio para o efetivo exercício da cidadania. Assinale a alternativa que ratifica esta assertiva. 
a) Compreender que a cidadania se conquista politicamente da forma plena, mesmo numa sociedade dividida em classes. 
b) Saber que existe uma política democrática que viabiliza mudanças econômicas, políticas, educacionais e acreditar nelas. 
c) Reconhecer o aparato estatal e a tradição política conservadora do país e, ainda assim ter expectativa de que aconteçam mudanças qualitativas na sociedade. 
         d) Ter conhecimento legal e ser cônscio de que na sociedade democrática é assegurado o direito de todos à liberdade de pensamento, à manifestação de opinião, à associação, ao credo, de modo que a luta por esses direitos seja uma conseqüência da consciência de sua garantia. 
e) Ser indiferente às questões políticas que perpassam e estão inseridas em todos os âmbitos de desenvolvimento da sociedade, admitindo que só a política partidária influencia as ações politizadas. 

36 - "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato dependem de decisões políticas." 
Bertold Brecht 
A partir da leitura do trecho acima, marque a opção que reflete o estado desse homem não politizado. 
a) Desolação e descrença. 
        b) Alienação e indiferença. 
c) Insatisfação e acomodação. 
d) Preocupação e ingenuidade. 
e) Desamparo e incompreensão. 
20. Entre os temas tratados pela Filosofia Política encontra-se a questão da violência, que nas sociedades modernas enfrentam sérias dificuldades para se equacionar com a democracia e os direitos humanos. Sobre esse tema, assinale a alternativa CORRETA. 
A) A violência nem sempre existiu e teve início à medida que o homem construiu as sociedades. A organização das primeiras comunidades e, principalmente, a organização de um modo de pensar coerente, que deu origem às culturas, gerou também a tentativa de um processo de controle da agressividade do homem. 
        B) Para o pensamento liberal a propriedade privada se transforma na garantia de afeição a coisa pública, pois o proprietário está interessado em sua boa gestão. A situação de risco e insegurança gerada pela falta de leis que estabeleçam o justo e o injusto e instaurem as condições para resolver as controvérsias causadas pela violação da propriedade leva os homens a se unirem. 
C) Na modernidade, a violência integra-se à natureza do poder na forma institucionalizada do Estado. Hegel acentuou o duplo movimento pelo qual a história é movida pela luta de classes e, enquanto processo, constitui-se no esforço em superar ou mesmo eliminar a violência. 
D) A partir de Maquiavel, a violência distingue-se do conflito, que está na raiz das relações de poder: o conflito é entendido como o uso da força bruta, enquanto a violência, gerada pelo antagonismo de classes, são salutares na política e precisam ser reconhecidos por seus efeitos benéficos já que, do confronto e da desunião, nascem as boas leis. 
E) Hegel acentua que o caráter violento das relações políticas resulta de uma violência mais radical, que dá origem a muitas outras formas de violência na sociedade e caracteriza-se pela exploração do homem e sua transformação em mercadoria. 


Arendt 
55. Segundo Hanna Arendt, "a condição humana não é o mesmo que a natureza humana". 
(A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 
2001, p. 17) 
Segundo a autora, o que se poderia deduzir dessa 
distinção essencial? Assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A própria soma das capacidades humanas que correspondem à condição humana não constitui algo que se assemelhe à natureza humana. 
(B) As condições da existência humana jamais podem explicar o que somos pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto. 
(C) As tentativas de definir a natureza humana levam sempre à construção de alguma deidade, a uma ideia platônica da humanidade. 
(D) Hoje podemos quase dizer que, embora vivamos agora sob condições terrenas, não somos criaturas terrenas. 
         (E) Tudo aquilo com o qual os homens entram em contato torna-se imediatamente parte da natureza humana. 


42. Hanna Arendt abre A condição humana com a seguinte declaração: Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo, onde durante algumas semanas girou em torno da Terra segundo as mesmas leis de gravitação que governam o movimento dos corpos celestes - o Sol, a Lua e as estrelas. É verdade que o satélite artificial não era nem lua nem estrela; não era um corpo celeste que pudesse prosseguir em sua órbita circular por um período de tempo que para nós, mortais limitados ao tempo da Terra, durasse uma eternidade. Ainda assim, pôde permanecer nos céus durante algum tempo; e lá ficou, movendo-se no convívio dos astros como se estes o houvessem provisoriamente admitido em sua sublime companhia. 
(ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 9) 
Assinale a alternativa abaixo que NÃO fornece uma explicação desse fato, de acordo com as ideias da autora: 
(A) Segundo Hanna Arendt, o homem, por meio de uma de suas condições mais essenciais, o trabalho, seria capaz de rivalizar artificialmente com as leis eternas da natureza. 
(B) O objeto lançado ao espaço pela primeira vez demonstra não apenas a capacidade do homem de rivalizar com as leis da natureza, mas também a de separar-se de sua condição natural. 
(C) A autora se utiliza do fato em questão para refletir, no livro citado, sobre as ações humanas no mundo. 
(D) O fato relatado aponta para a produção do homem futuro, motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada. 
         (E) O fato em questão, segundo a autora, aponta para a única saída possível para o homem depois da destruição da Terra, a saber, a possibilidade de encontrar um novo planeta para morar. 

43. Segundo o livro A condição humana, de Hanna Arendt, as três atividades humanas fundamentais são 
(A) a fabricação, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão homo faber. 
          (B) o labor, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão vita activa. 
(C) o jogo, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo ludens. 
(D) a linguagem, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo laborans. 
(E) a política, a linguagem e o trabalho e são designadas pela expressão zoon politikon. 

41. Não existe uma definição única de Filosofia. Existem diversas definições possíveis acerca de seu significado. 
Entretanto, é possível afirmar que a Filosofia NÃO pode ser definida como 
(A) uma visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura, nas quais ela corresponderia ao conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma. 
(B) uma sabedoria de vida, na medida em que aprende e ensina a controlar os desejos, sentimentos e impulsos e a dirigir a própria vida de modo ético e sábio. 
(C) um esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. 
(D) uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. 
         (E) uma visão particular de mundo em que predominam os valores e as opiniões individuais. 

Questão 26 
Arendt diferencia a mera convivência gregária e ordeira dos homens, da qual partilham também alguns animais, da vida propriamente política, da qual só os homens são capazes. 
Segundo a autora, essa distinção repousa sobre um pressuposto fundamental, o de que a vida política: 
A) deveria estar ligada às necessidades da vida, unicamente em sua origem histórica. 
B) é melhor do que a dimensão econômica da vida, embora não sejam qualitativamente diferentes. 
X C) não existe em função da vida, dependendo da vitória prévia sobre as necessidades vitais. 
D) repousa sobre os interesses comuns dos homens, que só podem ser alcançados em conjunto. 

Schiller

Questão 21 Schiller, em "A educação estética do homem numa série de cartas", afirma que a cultura estética torna possível ao homem "aprender a desejar mais nobremente, para não ser forçado a querer de modo sublime". 
A esse respeito, segundo o autor, é correto afirmar que: 
X A) o homem pode ir além do dever e cultivar sua sensibilidade a ponto de seus desejos coincidirem ao máximo com as exigências da moral. 
B) as exigências da sensibilidade devem valer também no âmbito da moralidade, matizando a exigência da lei moral e reconciliando dever e felicidade. 
C) as leis da natureza sensível e da natureza racional devem ser ambas submetidas às leis da beleza, realizando plenamente a natureza humana. 
D) o dever, por si só, não tem acesso ao homem sensível, dependendo da beleza para que possa ter sobre ele uma força determinante. 


Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1770-1831)
74. O que é Deus? É o ser absolutamente necessário (causa de si), absolutamente criador (causa de tudo), absolutamente absoluto (não depende de nada, tudo depende dele): é o Ser dos seres, e o fundamento de todos. Ele existe? Existe por definição, sem que, no entanto, possamos tomar a sua definição como prova. É o que há de fascinante e, ao mesmo tempo, irritante na famosa prova ...... que perpassa ? pelo menos de santo Anselmo a Hegel ? toda a filosofia ocidental. 
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 78 e 79. Tradução de Eduardo Brandão) 
O autor está se referindo à prova 
(A) cosmológica 
(B) lógica. 
      (C) ontológica. 
(D) físico-teleológica. 
(E) geométrica. 

47. De resto, não é difícil ver que o nosso tempo é um tempo de nascimento e passagem para um novo período. O espírito rompeu com o mundo de seu existir e do seu representar que até agora subsistia e, no trabalho de sua transformação, está para mergulhar esse existir e representar no passado. Na verdade, o espírito nunca está em repouso, mas é concebido sempre num movimento progressivo. Mas, assim como na criança, depois de um longo e tranqüilo tempo de nutrição, a primeira respiração - um salto qualitativo ? quebra essa continuidade de um progresso apenas quantitativo e nasce então a criança, assim o espírito que se cultiva cresce lenta e silenciosamente até a nova figura e desintegra pedaço por pedaço seu mundo precedente. Apenas sintomas isolados revelam seu abalo. A frivolidade e o tédio que tomam conta do que ainda subsiste, o pressentimento indeterminado de algo desconhecido, são os sinais precursores de que qualquer coisa se aproxima. Esse lento desmoronar-se, que não alterava os traços fisionômicos do todo, é interrompido pela aurora que, num clarão, descobre de uma só vez a estrutura do novo mundo. 
Essa passagem, citada por Gildo Marçal Brandão em Os clássicos da política (São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 104), refere-se inconfundivelmente ao conceito 
           (A) hegeliano de dialética, fundamento de sua filosofia da história, segundo o qual uma época sempre dá lugar a uma outra, que, suprimindo-a, conserva-a em si mesma e inaugura uma nova figura do espírito absoluto. 
(B) kantiano de progresso, segundo o qual a razão pura está sempre num movimento ascendente em direção à sua saída do estado de minoridade e ao seu esclarecimento total. 
(C) marxista de luta de classes, motor da história da humanidade, segundo o qual uma época sucede à outra empreendendo revoluções e que tem por base a ideia de que a infraestrutura determina a superestrutura. 
(D) schilleriano de educação estética da humanidade, no qual se propõe que o progresso humano efetivo apenas poderia se dar pelo retorno às suas condições infantis de brincar e de jogar, na medida em que constituem atividades propriamente estéticas. 
(E) rousseauísta de progresso, na medida em que demonstra a corrupção da época moderna e situa o progresso na regressão ao estado natural do homem cujo melhor exemplo é o da inocência da criança. 


30. O sistema filosófico criado por Hegel, o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho e a realização mais complexa. A filosofia de Hegel é a tentativa de considerar todo o universo como um todo sistemático. Sobre Hegel, assinale a alternativa incorreta. 
a) Para Hegel haveria três formas de tratar da história, que a encaram diferentemente: a história original, a história refletida e a filosófica. 
       b) Hegel opõe-se ao historicismo romântico. 
c) Hegel dá dignidade ontológica à contradição, bem como ao negativo. 
d) O compêndio do sistema de Hegel, a "Enciclopédia das Ciências Filosóficas", é dividida em três partes: Lógica, Natureza e Espírito. 
e) Nos trabalhos políticos e históricos de Hegel, o espírito humano objetiva a si próprio no seu esforço para encontrar um objeto idêntico a si mesmo. 

41. O pensamento filosófico do século XIX concedeu especial relevância ao tema da história, porém nenhum pensador parece tê-lo feito tanto quanto Hegel. Na introdução da Filosofia da história, Hegel apresenta três tipos de abordagem da história, discorrendo sobre cada um deles. As três formas de encarar a história ali apresentadas por Hegel são as seguintes: 
A) a científica, a artística e a filosófica. 
        B) a original, a refletida e a filosófica. 
C) a epistemológica, a fenomenológica e a ontológica. 
D) a monumental, a tradicionalista e a crítica. 
E) a da loucura, a da sexualidade e a da ciência. 
50. Alguns filósofos anteriores a Hegel tentaram estabelecer critérios para que o homem possa saber sobre o mundo. Isto vale para Descartes e Spinoza, Hume e Kant. Cada um deles se interessou por aquilo que constitui a base de todo o conhecimento humano. Só que eles falaram sobre premissas atemporais para o conhecimento do homem sobre o mundo. Para Hegel, a verdade é 
(A) atemporal, imutável e eterna, apesar de "tudo fluir", segundo Heráclito. 
(B) pode ser pincelada de alguns pensamentos da Antiguidade, do Renascimento e do Iluminismo, identificando as reflexões certas e erradas. 
             (C) basicamente subjetiva e contesta a possibilidade de haver uma verdade acima ou além da razão humana. 
(D) é uma construção objetiva e filosófica, fruto da reflexão sobre os modos de pensar. É possível dizer que Platão se enganou, ou que Aristóteles tinha razão, que Hume estava totalmente enganado, enquanto Kant e Schelling tinham razão. 
(E) é a saga do espírito do mundo, é a substância primordial já discutida pelos pré-socráticos e os eleatas. 

27. Analise o texto abaixo: 
A influência maior do pensamento autoritário veio do filósofo .................... . Afirmava que o chefe político é o intermediário entre a nação e a História. O chefe é que faz a História. Assim, .................... e Hitler se sentiram condutores da História. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto. 
a. ( ) Hobbes ; Tito 
b. ( ) Maquiavel ; Salazar 
c. ( X ) Hegel ; Mussolini 
d. ( ) Spengler ; Vargas 
e. ( ) Eckhart ; Perón 

Mill, James (1773-1836)
Schelling, Friedrich (1775-1854)
Kierkegaard, Søren (1813 – 1885)
Schopenhauer, Arthur (1788-1860)



Ludwing Feuerbach
QUESTÃO 32 "Não é Deus quem cria o homem, mas o homem quem cria Deus. 
Deus é criação da mente. Deus é a objetivação da razão humana." 
Qual filósofo formulou a máxima acima? 
a.Karl Marx. 
b.Friedrich Nietzsche. 
c.Arthur Schopenhauer. 
d. Jean-Paul Sartre. 
           e.Ludwing Feuerbach. 


Comte, Auguste (1798-1857)
36. Sobre Augusto Comte, analise as afirmativas a seguir: 
I. Foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo. 
II. A filosofia positiva de Comte afirma que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. 
III. Comte instituiu uma sétima ciência, a Moral, cujo âmbito de pesquisa é a constituição psicológica do indivíduo e suas interações sociais. 
É correto afirmar que: 
a) I é a única correta. 
      b) II não está correta. 
c) I está correta e III não está. 
d) II e III estão corretas. 
e) III é a única correta. 


Texto III: É a ciência universal que deve unificar num sistema coerente os conhecimentos universais fornecidos pelas ciências particulares. 
32. O texto III refere-se à definição de Filosofia dada por: 
a) René Descartes 
b) Thomas Hobbes 
         c) Augusto Comte 
d) Bertrand Russell 
e) Immanuel Kant 
QUESTÃO 35 "[...] um vasto e heterogêneo movimento de pensamento surgiu em meados do século XIX na França e depois se difundiu por todo o Ocidente até tornar-se a tendência hegemônica da cultura do fim do século. 
Suas características foram a confiança otimista na ciência e no progresso tecnológico, ao lado de uma forte polêmica contra a filosofia tradicional". 
(In: NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p.393). 
Esse movimento filosófico privile giou cinco ciências: a Astronomia, a Física, a Química, a Biologia e a Sociologia. 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente filosófica abordada. 
              a.Positivismo. 
b.Marxismo. 
c.Pragmatismo. 
d.Fenomenologia. 
e.Idealismo. 

30. O positivismo de Augusto Comte foi, no século XIX, uma forma de reagir teoricamente à influência das ciências e de oferecer uma fonte de inspiração filosófica para a organização da sociedade, e deste modo: 
A) Como doutrina científica da sociedade o positivismo aproximou-se do marxismo, com o qual muitos de seus seguidores se identificaram. 
        B) Como ideal político o positivismo notavelmente muitos republicanos brasileiros, particularmente no Sul do País. 
C) Na teoria dos três estágios da história da humanidade Comte considerava que caminhamos em direção a uma sociedade totalmente regida pela religião e a mitologia. 
D) Em termos gerais a influência do positivismo foi muito maior na Física e na Biologia do que na Sociologia. 
E) A religião da humanidade, que Comte propôs, era perfeitamente espiritual, acreditando no sobrenatural e na imortalidade da alma, sem práticas rituais nem cerimônias. 
__________________________________________
Feuerbach, Ludwig (1804-1872)
Mill, John Stuart (1806-1873)
Proudhon, Pierre-Joseph (1809-1865)
Bakunin, Mikhail Aleksandrovitch (1814-1876)

Marx, Karl (1818-1883)

39) Das afirmações abaixo, apenas uma é falsa. Assinale-a: 
a) Para o materialismo histórico de Marx, a divisão do trabalho em manual e intelectual faz nascer a ilusão de que espírito e matéria são separados. 
     b) A teoria marxiana afirma que os homens fazem a história e a fazem exatamente como querem. 
c) Dizer que as ideias prevalecentes de uma época são exatamente as da classe dominante é uma das convicções do materialismo histórico. 
d) O objetivo maior de O capital era o de revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna. 
e) Mais-valia, fetiche da mercadoria, alienação e acumulação de capital são conceitos utilizados por Marx para interpretar a realidade econômica da sociedade capitalista. 


26) Assinale a alternativa correta: 

a) Em A ideologia alemã, Karl Marx avança com sua crítica contra os fundamentos da economia política do seu tempo, visualizando principalmente Adam Smith e David Ricardo. 
         b) A sagrada família foi uma obra dedicada por Marx à análise da filosofia dos jovens hegelianos. 
c) Em sua concepção dialética da história, Marx defende que a base real da história é a consciência crítica que os homens constroem de si. 
d) Para Marx, o materialismo histórico é também uma forma de ideologia. 
e) Na obra O capital, precisamente em um de seus prefácios, Marx se declara, ao mesmo tempo, um ferrenho crítico do método dialético e um seguidor do idealismo de Hegel. 

Atenção: O texto a seguir se refere às questões de números 48 e 49. 
Ao contrário da filosofia alemã que desce do céu para a terra, trata-se aqui de subir da terra para o céu. Em outras palavras, não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens em carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos deste processo vital. E mesmo as fantasmagorias do cérebro humano são sublimações que resultam necessariamente do processo de sua vida material que podemos constatar empiricamente e que se assenta sobre bases materiais. A partir daí, a moral, a religião, a metafísica e todo o restante da ideologia, bem como as formas de consciência que lhe correspondem, imediatamente perdem toda aparência de autonomia. Não têm história nem evolução; são os homens, ao contrário, que, ao desenvolverem sua produção material e suas relações materiais, transformam com esta realidade que lhes é própria o seu pensamento e os produtos desse pensamento. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. 
(MARX, K. A ideologia alemã. In: "Os clássicos da política". São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 258-9) 

48. A partir dessa passagem de Marx, é possível dizer que seu pensamento 
(A) nega o mundo das palavras, do pensamento e da imaginação humanos, para lidar apenas com o mundo do espírito supra-humano. 
(B) nega o mundo do homem de carne e osso para lidar apenas com o homem abstrato, situado na ideia. 
(C) nega toda e qualquer autonomia, história e evolução à moralidade, à religião e à metafísica.
       (D) afirma a necessidade de partir do homem real, pois são as suas relações materiais que transformam os produtos do seu pensamento. 
(E) afirma a necessidade de realizar uma filosofia dos fenômenos da consciência e suas relações com a vida. 

49. A passagem de Marx citada acima é ilustrativa de seu método de investigação comumente denominado 
(A) idealismo dialético. 
       (B) materialismo histórico. 
(C) dialético transcendental. 
(D) analítico histórico. 
(E) fenomenológico genético. 
31.O conceito de Ideologia com o qual Karl Marx trabalhou significa, brevemente, o conjunto de crenças, valores, representações e atitudes socialmente constituídas para legitimar o ordenamento social vigente. Sobre esse conceito, é correto afirmar que: 
a) O conceito foi originalmente formulado por Destutt de Tracy como a "ciência das ideias", e possuía um sentido mais espiritualista, como o estudo das crenças que produziam as experiências religiosas. 
       b) A apropriação marxiana do conceito afirma que o conjunto ordenado de ideias, crenças e normas que expressam as concepções de um grupo social particular são generalizadas com o objetivo de explicar a realidade de tal forma que se justifique um status quo de dominação como o existente na sociedade capitalista. 
c) A Ideologia é responsável pela coesão social porque resolve de forma pacífica os conflitos e garante a satisfação de todos os setores da sociedade por compartilharem as mesmas visões de mundo. 
d) Numa sociedade em que existe a luta de classes, a Ideologia é um fator de equilíbrio porque explica a natureza das diferenças sociais através de narrativas que se aproximam dos mitos nas sociedades arcaicas. 
e) É correto pensar que a Ideologia representa exclusivamente a dimensão espiritual de uma sociedade, dado seu compromisso com as crenças em que se baseiam as ações dos grupos em relação aos outros. 
30. Sobre o conceito marxiano de Alienação, é correto afirmar que: 
a) A alienação social é responsável pelas desigualdades entre classes, pois é ela que divide a ideologia entre ricos e pobres e mantém a exploração dos primeiros sobre os segundos. 
b) A alienação desfaz o conjunto de esquemas conceituais vigentes em uma sociedade, que servem para classificar e explicar os fenômenos sociais, contribuindo para a formação crítica dos indivíduos. 
          c) A alienação é fruto de uma relação de trabalho na qual o trabalhador deixa de se relacionar com a natureza objetivando sua própria humanização através da transformação do mundo natural e perde contato com o produto de seu esforço, passando a integrar um processo produtivo fragmentado no qual seu trabalho, tornando-se mercadoria, objetiva agora somente a própria subsistência. 
d) O sujeito alienado serve de exemplo do que deve ser evitado na atividade política, pois ele serve de metáfora ao sistema representativo de governo no qual o sujeito se aliena do poder ao delegá-lo a outra pessoa. 
e) A alienação ocorre somente no mundo do trabalho, visto ser uma relação primordialmente econômica que tem repercussões na vida social do trabalhador apenas na medida em que ele não tem identidade profissional. 
____________________________________________ 
33. Marx e Engels operaram uma grande virada na filosofia ao dirigir sua atenção para a situação miserável das classes trabalhadoras, e ao fornecer instrumentos intelectuais de análise e interpretação da sociedade, capazes de modificála; entre esses instrumentos estão: 
A) A aceitação e ampliação do idealismo de Hegel. 
B) A definição do indivíduo por si mesmo, pela sua autonomia, e não pelas suas relações sociais. 
             C) O materialismo dialético, que afirma que sociedades e culturas são determinadas pelas suas condições materiais. 
D) A definição da relação entre economia e sociedade, excluindo as forças produtivas da questão do modo de produção. 
E) A doutrina da luta de classes como motor secundário da História, subordinado ao plano oculto da natureza. 
___________________________________________ 

26. Aquilo que tradicionalmente pode ser definido como Ciência Moderna e que tem vínculos nas propostas de interpretação científica desenvolvida por Galileu Galilei possui, também na filosofia seus expoentes. Respeitadas as particularidades axiomáticas de cada um desses pensadores, marque a única alternativa que não contempla o nome de um representante do período filosófico conhecido como Filosofia Moderna. 
A) Francis Bacon; 
B) René Descartes; 
        C) Karl Marx; 
D) Isaac Newton; 
E) Gottfried Wilhelm Leibniz; 
_________________________________

QUESTÃO 39 
Analise os enunciados. 

I. "Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas pelo contrário, o seu ser social é que determina sua consciência." 
II. "Nenhuma formação social desaparece antes que se desenvolvam todas as forças produtivas que ela contém, e jamais aparece relação de produção novas e mais altas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade antiga as condições materiais para sua existência."
III. "O ser dos homens é o seu processo de vida real." 
IV. "Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias." 
V. "[...] toda a história tem sido uma história de lutas de classe [...]". 
Qual (is) do( s) enunciados acima é (são) reflexão (ões) de Karl Marx? 
a.Apenas V está correta. 
b.Apenas I, III e V estão corretas. 
c.Apenas III, IV e V estão corretas. 
d.Apenas a IV está correta. 
        e.Todas estão corretas. 

37 - Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels afirmam que a classe dominante luta sempre para não perder seu status em relação à classe dominada. Para esta sociedade dividida em classes, permanecer como tal, a melhor forma de manutenção do poder é o(a): 
           a) convencimento. 
b) solidariedade. 
c) insatisfação. 
d) descaso. 
e) esclarecimento. 
38 - O Maranhão tem o Bumba-meu-boi que é uma das expressões culturais e manifestações populares mais belas do país, cujo espetáculo encanta pela profusão de cores, ritmos, sons e história do seu povo. Porém, o que hoje é motivo de orgulho, outrora era repulsivo, pois era vivenciado por quem era pobre e sem origem "nobre". 
Isto reflete, sobremaneira, o poder da 
a) resistência. 
b) fé. 
c) cultura. 
d) ignorância. 
       e) ideologia. 

26. Analise o texto abaixo: 
A expressão materialismo dialético foi primeiramente utilizada por .................... . No entanto, a ideia já havia sido esboçada por .................... nos escritos "A Ideologia Alemã" e nas Teses sobre Feuerbach. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto. 
a. ( ) Marx ; Engels 
b. ( ) Hegel ; Marx. 
c. ( ) Marx ; Hegel 
d. ( X ) Engels ; Marx 
e. ( ) Engels ; Hegel 


Nietzsche, Friedrich (1844-1900)
37) Das assertivas abaixo assinale a falsa: 
a) Para Nietzsche as três palavras mágicas que definem o ideal ascético são pobreza, humildade e castidade. 
b) Para a filosofia nietzscheana o valor do desinteresse é fixado pela má consciência, a vontade de alguém de torturar a si mesmo. 
c) Nietzsche entende que o respeito do homem superior ao seu inimigo é o caminho aberto para o amor. O homem superior não pode suportar um inimigo que não seja venerável. 
       d) Para Nietzsche há uma feliz certeza encontrada em todas as coisas, elas não dançam com os pés no acaso. 
e) Conforme pensa Nietzsche os valores absolutos não existem, eles são uma mentira contada durante vários milênios. 
25) Das alternativas abaixo, assinale a falsa: 
a) A genealogia da moral é a obra de Nietzsche na qual o método de pesquisa nietzscheano é aplicado à análise do problema servindo como um dos principais fundamentos do perspectivismo moral deste pensador. 
b) A crítica moral nietzscheana se dirige ao ideal ascético representado fundamentalmente pela moral do cristianismo. 
      c) A teoria moral nietzscheana enaltece a condição aristocrática pelo fato de Nietzsche ser favorável à superioridade e exuberância cultural dos alemães. 
d) A transvaloração é uma meta nietzscheana em virtude da decadência trazida pelo cristianismo e pelo platonismo, sobretudo enquanto estes movimentos negam a força da natureza. 
e) Em Para além do bem e do mal Nietzsche retoma a sua análise crítica da moral ascética, só que, desta feita, utilizando-se do discurso aforismático. 



69. Na obra Além do bem e do mal, Nietzsche nega que as dicotomias metafísicas tradicionais, tais como bem/mal e verdadeiro/falso, sejam derivadas 
(A) dos sentimentos e instintos humanos. 
(B) da história. 
      (C) da razão universal. 
(D) da cultura. 
(E) da educação. 
54. "Amor fati", dizia Nietzsche após os estóicos: "Não querer nada além do que é, nem do passado, nem do futuro, nem dos séculos dos séculos; não se contentar com suportar o inelutável, menos ainda dissimulá-lo a si próprio - todo idealismo é uma maneira de mentir a si mesmo diante da necessidade -, mas amá-lo". 
(COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 140) 
De acordo com Sponville, Nietzsche concordaria com os estóicos no que se refere 
        (A) à máxima segundo a qual é preciso aceitar o que não depende de nós e fazer o que depende. 
(B) ao quietismo de sempre aceitar as coisas tal como elas são. 
(C) à concepção, guia da visão de ambos, segundo a qual a filosofia auxilia a suportar o inelutável. 
(D) à concepção idealista do mundo e da vida. 
(E) ao preceito de que é preciso agir de tal forma que se altere a constituição do ser. 


Texto I: 
Argumentou que a ética cristã era uma moral de escravos, de gente fraca e viu que havia, através do cristianismo, desvirilizado o espírito senhorial e dominante dos aristocratas. "Deus está morto!" foi sua mais célebre proclamação. 
28. O texto I refere-se a: 
a) Kant 
b) Descartes 
c) John Locke 
         d) Nietzsche 
e) Frege 
___________________________________________ 
32. Embasados no estudo realizado por Sandro Luiz Bazzanella, aqui naturalmente alterado para atender a necessidade da presente avaliação, solicitamos que assinale "V" para verdadeiro e "F" para falso nas proposições envolvendo o tema "Nietzsche e o Niilismo" e, logo após, marque a alternativa que contenha a ordem correta verticalmente e considerada de cima para baixo. 
( ) O niilismo em Nietzsche assume contornos de denúncia do vazio de sentido começando pelo desmascaramento de Deus, de suas verdades e essências, como demiurgo ordenador do universo, do mundo e da vida. 
( ) O niilismo anunciado por Nietzsche apresenta-se como única saída do homem ocidental, onde a vontade de vida apresenta-se em sua multiplicidade de situações e opções, manifestando-se e assumindo-se a si mesma como participante ativa do jogo das forças fisiológicas e cosmológicas. 
( ) Na visão nietzschiana captar o que significa niilismo exige que o pensemos em processo, como manifestação do desenrolar histórico da existência, do passado, do presente e do futuro existencial humano. 
( ) Em Nietzsche a característica marcante do primeiro momento do niilismo (passivo) da ocidentalidade seria a passividade do homem frente a dinâmica da vida, da existência. 
( ) Para Nietzsche é com Santo Agostinho que o niilismo começa a se estabelecer, quando o filósofo contribui eficazmente para que a vontade de vida comece a ser amordaçada. 
           A) V,V,F,V e F 
B) V,F,F,F e V 
C) F,V,V,F e F 
D) F,F,V,V e V 
E) V,V,V,F e F 

39) "E agora pense-se em uma cabeça juvenil, sem muita experiência da vida, em que cinquenta sistemas em palavras e cinquenta críticas desses sistemas são guardados juntos e misturados - que aridez, que selvageria, que escárnio, quando se trata de uma educação para a filosofia! Mas, de fato, todos reconhecem que não se educa para ela, mas para uma prova de filosofia: cujo resultado, sabidamente e de hábito, é que quem sai dessa prova - dessa provação - confessa a si mesmo com um profundo suspiro: graças a Deus que não sou filósofo, mas cristão e cidadão do meu Estado! Mas e se esse suspiro profundo fosse justamente a pretensão do Estado e a "educação para a filosofia" em vez de conduzir a ela, servisse somente para afastar da filosofia?" (NIETZSCHE, Considerações Extemporâneas. in: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979). 
Em relação à passagem acima, assinale a alternativa incorreta. 
        A) Por não terem experiência suficiente, os jovens têm dificuldade de gostar da filosofia. 
B) O autor expõe os limites à aprendizagem da filosofia dentro do sistema educacional do Estado. 
C) O autor lança uma crítica ao modo como a filosofia é ensinada. 
D) A filosofia com frequência é ensinada de modo desvinculado da vida concreta. 
E) A abordagem dos conteúdos criticada por ele é uma abordagem de tipo sistemático. 

43. Na "Terceira dissertação" de Genealogia da moral, Nietzsche discute a famosa definição que Kant oferece do belo, contrapondo a ela "uma outra, de um verdadeiro "espectador" e artista". Este escritor, a quem Nietzsche se refere e que, conforme o próprio filósofo alemão, chamou o belo de "uma promessa de felicidade", é: 
A) Flaubert. 
B) Goethe. 
C) Proust. 
D) Balzac. 
     E) Stendhal. 

QUESTÃO 34 "O anúncio da morte de Deus indica o progressivo desaparecimento na cultura do homem moderno de todas as filosofias, religiões, ou ideologias que no passado exerciam a tarefa de iludi-lo e consolá-lo. O Super-homem, aquele que é capaz de suportar psicologicamente esse evento, não necessita mais de ilusões tranquilizadoras porque com o espírito dionisíaco aceita a vida com o seu caos intrínseco e ausência de sentido". 
(In: NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p.413). 
A qual filósofo essa reflexão pode ser associada? 
a.Karl Marx. 
b.Arthur Schopenhauer. 
                c.Friedrich Nietzsche. 
d.Jean-Paul Sartre. 
e.Friedrich Engels. 

Questão 23 "Porque ao mesmo tempo o homem, por necessidade e tédio, quer existir social e gregariamente, ele precisa de um tratado de paz e almeja que pelo menos o mais rude bellum omnium contra omnes [guerra de todos contra todos] desapareça de seu mundo." (NIETSCHE. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, § 1) 
A opção que melhor indica a apropriação nietzschiana da expressão de Hobbes "guerra de todos contra todos" é: 
A) A guerra de todos os homens contra todos os homens tem como consequência a determinação ética e epistêmica do que é injusto. 
B) A inauguração de um poder comum e a efetivação das leis que regem a vida social dos homens impossibilitam qualquer prática justa. 
C) Mesmo em uma situação de guerra de todos contra todos, as virtudes cardeais da temperança e da justiça não podem deixar de ter lugar. 
X D) O tratado de paz que ameniza ou finda aquela guerra traz consigo o que parece ser o primeiro passo para alcançar um enigmático impulso à verdade. 

Questão 24 
"Enquanto o homem guiado por conceitos e abstrações, através destes, apenas se defende da infelicidade, sem conquistar das abstrações uma felicidade para si mesmo, enquanto ele luta para libertar-se o mais possível da dor, o homem intuitivo, em meio a uma civilização, colhe desde logo, já de suas intuições, fora a defesa contra o mal, um constante e torrencial contentamento, entusiasmo, redenção". (NIETSCHE. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, § 2) 
A crítica de Nietzsche presente no fragmento destacado se dirige: 
A) à desvalorização da capacidade humana de abstração, artifício operado pelo lado intuitivo do homem, que o torna incapaz de se defender contra o mal. 
B) ao privilégio dado ao instintivo em detrimento da conceituação na produção de conhecimento, pois somente este último caminho nos libertaria da dor. 
X C) à redução do conhecimento ao teórico, que torna o homem incapaz de obter o contentamento da integração do indivíduo com a existência. 
D) à orientação do homem por conceitos, a partir da qual ele defende com entusiasmo sua felicidade, como o valor mais importante em meio à civilização. 

14. Os filósofos abordaram de variadas maneiras o tema da Ética, em virtude da sua amplitude teórica. Sobre o tema Ética na História da Filosofia, assinale a alternativa CORRETA: 
A) As tentativas de legitimação de uma ética com possibilidades universalizantes, baseada na obrigação para com os outros e consigo mesmo, foi proposta por Foucault, especialmente quando relaciona ética e estética: uma estilização da existência. Foucault fala em austeridade e ascese espiritual, especialmente quando remonta à Grécia Clássica, num intensivo diálogo com a ética platônica, na tentativa de unir ética e estética que legitime as demandas por uma ação universal. 
B) Habermas é autor da Teoria da Ação Comunicativa, uma teoria baseada no consenso intersubjetivo. Nesse caso, os falantes precisam se organizar por meio de uma racionalidade que consiste naquilo que Habermas denomina de "agir estratégico", ou seja, cada participante da discussão assume a perspectiva de um agir orientado para o sucesso, de modo que os atos de fala são transmitidos com base em influências externas à linguagem, cujo objetivo final é o consenso. 
C) Como toda ética grega, Platão também elabora uma ética eudaimonista, que considera os prazeres da parte da alma concupiscível e irascível como telos para uma moral ascética. 
D) Kant faz uma distinção entre os imperativos categóricos - ações que são "conforme ao dever", logo, realizadas como meio para que uma ação seja considerada lei universal - e os imperativos hipotéticos - ações que possuem finalidade em si mesma. Segundo Kant, no imperativo categórico a liberdade é demonstrada pela razão, já no imperativo hipotético a liberdade tem de ser considerada um "fato da razão". 
          E) Nietzsche nunca foi um apologeta do niilismo, mas, antes, exerceu o papel de médico da cultura, na medida em que diagnostica a crise dos valores ocidentais por meio, por exemplo, da forma mais panfletária de niilismo, registrada pela expressão "Deus está morto". Por outro lado, o niilismo também é interpretado como resultado da lógica interna dos próprios valores cristãos.


Bergson, Henri (1859-1941)
Dewey, John (1859-1952)

Russell, Bertrand (1872-1970)
23. Fundador da filosofia analítica e da filosofia da linguagem, também olítico liberal, activista e um popularizador da filosofia: 
a) Descartes 
b) John Locke 
            c) Bertrand Russel 
d) Nietzche 
e) Aristóteles 
Questão 32 Palavras-objeto têm, para Russell, três peculiaridades: "Primeira: seu significado é apreendido (ou pode ser apreendido) por confronto com os objetos que são os que elas significam. Segunda: não pressupõem outras palavras. Terceira: cada uma, por si mesma, pode expressar uma proposição completa." (RUSSELL. Significado e verdade). 
Dessas peculiaridades das palavras-objeto, decorre que elas: 
A) pressupõem outras palavras. 
X B) podem ser usadas e compreendidas isoladamente. 
C) não expressam uma proposição completa. 
D) não podem oferecer qualquer explicação de ?significado?. 


5. "O homem que não tem umas tintas de filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais de sua época e do seu país, e das convicções que cresceram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. Para tal homem o mundo tende a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele os objetos habituais não levantam problemas e as possibilidades não familiares são desdenhosamente rejeitadas." 
Considerando o fragmento de texto do filósofo Bertrand Russell, assinale a alternativa que melhor explica a tendência do senso comum de perguntar sobre o valor da filosofia: 
A) Tal pergunta está relacionada ao fato de a filosofia buscar conferir o que é certo e evidente, as verdades incontestes, comprovadas e certificadas. 
B) Muitos se questionam sobre o valor da Filosofia porque seus resultados estão relacionados apenas ao funcionamento do intelecto e à capacidade de conhecer a verdade, o que acaba fazendo com que seu discurso se distancie da realidade concreta. 
       C) A pergunta é colocada na perspectiva do que o autor chama de uma cultura de homens práticos, que partem de uma concepção errada dos fins da vida humana e sobre o tipo de bens a filosofia pretende buscar. 
D) A pergunta sobre o valor da filosofia é muito comum em função de que o saber filosófico se constitui como uma negação da possibilidade de conhecer a verdade, o que acaba questionando os resultados apresentados pelas várias ciências. 
E) A filosofia é questionada na sociedade atual por buscar o encontro poético e reflexivo com a Arte, a religião e os costumes de uma cultura. 


Moore, George Edward (1873-1958)
Scheler, Max (1874-1928)
Schweitzer, Albert (1875-1965)
Maritain, Jacques (1882-1973)
Jaspers, Karl (1883-1969)
LouisLavelle, Louis(1883-1951)
Bachelard, Gaston (1884-1962)
Lukács, Georg (1885-1971)
Ubaldi, Pietro (1886-1972)

Wittgenstein, Ludwig (1889-1951)
34) Será que uma pessoa pode continuar a viver depois de morrer? Essa é uma questão que, a princípio, é compreendida pela maioria das pessoas. Não obstante, uma análise sobre o significado dos termos em que a questão é formulada pode mostrar que ela simplesmente não faz sentido ou, no máximo, apenas pode ser respondida negativamente. Porquanto, o significado usual do termo morrer é não estar vivo. E o significado do termo viver ou da expressão estar vivo é não estar morto. Esse tipo de análise ou tarefa destinada à filosofia corresponde a qual dos autores abaixo? Assinale a alternativa correta. 
A) Whitehead 
B) Adorno 
C) Camus 
       D) Wittgenstein 
E) Foucault 

49. Nas Investigações filosóficas, Ludwig Wittgenstein indaga quantas espécies de frases existem na linguagem. De acordo com o que ele define nesta obra, 
A) existe apenas uma espécie de frase: a afirmação. 
B) existem apenas duas espécies de frases: a afirmação e a pergunta. 
C) existem apenas três espécies de frases: a afirmação, a pergunta e o comando. 
D) existem apenas quatro espécies de frases: a afirmação, a pergunta, o comando e a descrição. 
       E) existem inúmeras espécies de frases: em uma pluralidade que não é fixa. 


Questão 38 
Danilo Marcondes, ao refletir sobre o ensino de filosofia, faz o seguinte percurso: dialoga com a afirmação de Kant na qual não se pode ensinar filosofia, mas apenas a filosofar; cita Wittgenstein e sua máxima "a filosofia não é uma teoria, mas uma atividade", recorre à experiência de Pitágoras observando que o termo filósofo surge antes de filosofia e diz: "A primeira concepção que podemos destacar consiste, portanto, em ver a filosofia como busca e não como saber pronto e acabado (...) uma atitude indagadora e não da posse da verdade ou do conhecimento. O buscar nos transforma, faz-nos mudar de atitude em relação ao que sempre fomos." (MARCONDES, D. É possível ensinar a filosofia. E, se possível, como? P. 55) 
A partir da leitura deste trecho, podemos afirmar que: 
A) filosofar é estudar a tradição histórica dos grandes sistemas de pensamento. 
B) estudar filosofia é apreender o progresso cumulativo do saber em expansão. 
X C) ensina-se a filosofar no sentido de motivar ou impulsionar para a busca. 
D) ensinar a filosofar é fazer a exegese analítica na leitura dos textos filosóficos clássicos. 

Questão 29 Da concepção wittgensteiniana de "jogos de linguagem" decorre que: 
A) o significado das palavras é dado pela forma geral da proposição. 
X B) a análise do significado deve se voltar para os usos da linguagem. 
C) não há comensurabilidade entre os diferentes usos da linguagem. 
D) a resolução de um cálculo matemático não é um jogo de linguagem. 


Heidegger, Martin (1889-1976)

44. Na "Carta sobre o humanismo", que é parte de Marcas do caminho, Martin Heidegger definiu um princípio fundamental de toda sua filosofia sobre a linguagem. De acordo com o que afirma Heidegger, logo no começo desse texto, a linguagem é: 
A) voz de Deus. 
       B) morada do ser. 
C) estrutura da subjetividade. 
D) consenso inter subjetivo. 
E) ideologia capitalista. 

Questão 35 No contexto da discussão estética moderna e contemporânea, pode-se afirmar que: 
A) para Kant, o conhecimento proporcionado pela arte se funda na subsunção das intuições sensíveis às categorias do entendimento. 
X B) para Heidegger, a criação artística se dá no âmbito de um desvelamento, no qual a techné faz aparecer o ser como ente, pondo a verdade em obra. 
C) para Hegel, a atividade artística supera, dialeticamente, a religião e a Filosofia, por elevar o sensível a formas abstratas de pensamento. 
D) para Nietzsche, a arte realiza o niilismo da cultura ocidental, ao afirmar os valores fortes diante da fraqueza dos artistas modernos. 

Questão 25 No exame que faz nos primeiros parágrafos de "Ser e Tempo", Heidegger estabelece as bases da ontologia fundamental. 
Nessa investigação, o autor mostra que: 
A) os modos tradicionais de se perguntar pelo ser revelam que a questão ontológica é clara e está bem colocada. 
B) perguntar-se pelo ser é determinar as condições de possibilidade das próprias ontologias que derivam das ciências ônticas. 
C) o primado objetivo-científico da questão do ser implica definir os conceitos fundamentais relativos aos objetos das ciências ônticas. 
X D) na analítica existencial do ser-aí, deve-se procurar a ontologia fundamental de onde todas as demais podem se originar. 

21. O filósofo Martin Heidegger inaugurou, com sua obra Ser e Tempo (1927), um vocabulário próprio a fim de desenvolver o projeto da analítica existencial, qual, por sua vez, necessitou se libertar da linguagem viciada da filosofia tradicional para realização do seu empreendimento ontológico-fenomenológico. Identifique qual(is) destas citações são de autoria e/ou caracterizam o pensamento de Heidegger. 
I. "O ser é sempre o ser de um ente". 
II."Um ente só poderá tocar um outro ente simplesmente dado dentro do mundo se, por natureza, tiver o modo do ser-em, se, com sua pre-sença, já se lhe houver sido descoberto um mundo". 
III."Mundanidade é um conceito ontológico e significa a estrutura de um momento constitutivo do ser-no-mundo." 
IV."O homem se mostra como um ente que é no discurso". 
V."O modo de ser da abertura se forma na disposição, compreensão e discurso. O modo de ser cotidiano da abertura se caracteriza pelo falatório, curiosidade e ambiguidade." 
a) Apenas a citação IV não é de Heidegger. 
b) Somente as citações II e V são de Heidegger. 
c) Somente as citações I e III são de Heidegger. 
d) Somente a citação IV é de Heidegger. 
        e) Todas as citações são de Heidegger. 

24. "A metafísica funda uma era, na medida em que, através de uma determinada interpretação do ente e através de uma determinada concepção da verdade, lhe dá o fundamento de sua figura essencial. Este fundamento domina por completo todos os fenômenos que distinguem essa era". In: HEIDEGGER, Martin. Caminhos de floresta. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p.97. 
Analise as proposições abaixo. 
I. A história da metafísica pode ser dividida em três grandes períodos: período que vai de Platão e Aristóteles (séculos IV e III a.C.) até David Hume (séc. XVIII d.C.); período que vai de Kant (séc. XVIII) até a fenomenologia de Husserl (séc. XX); metafísica ou ontologia contemporânea, a partir dos anos 20 do século XX. 
II. A ontologia contemporânea em vez de oferecer uma explicação causal da realidade, é uma descrição das estruturas do mundo e do nosso pensamento, a exemplo das obras de Martin Heidegger (Ser e Tempo) e de Jean-Paul Sartre (O Ser e o Nada). 
III. O corta-papel é, por exemplo, simultaneamente, um objeto que é produzido de certa maneira e que, por outro lado, tem uma utilidade definida: seria impossível imaginarmos um homem que produzisse um corta-papel sem saber para que tal objeto fosse servir. Este é um exemplo propriamente sartreano para caracterizar como a essência pode preceder a existência.
IV. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo. 
V. Para os existencialistas, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la, pois a existência precede a essência. 
a) Somente as alternativas I, II e IV são verdadeiras. 
b) Somente as alternativas II, III, IV e V são verdadeiras. 
c) Somente as alternativas I, II e V são verdadeiras. 
d) Somente as alternativas I, II, IV e V são verdadeiras. 
           e) Todas as alternativas são verdadeiras. 

25. "Se desejarmos compreender o essencial da Técnica, não devemos partir da técnica da era mecanicista e ainda menos da enganadora noção segundo a qual é finalidade da técnica a concepção de utensílios e máquinas". In: SPENGLER, Oswald. O homem e a técnica. 2.ed. Trad. João Botelho. Lisboa: Guimarães Editores, 1993, p.39. 
Analise as proposições abaixo. 
I. Para Spengler, a técnica é um fenômeno estritamente humano. 
II. Conforme o filósofo Martin Heidegger, a técnica de máquinas até agora é o fenômeno mais visível da essência da técnica moderna, a qual é idêntica à essência da metafísica moderna. 
III. Habermas e Marcuse partilham da mesma perspectiva em relação à técnica, pois ambos creem que a superação da técnica está no âmbito do trabalho e das relações de produção. 
IV. Para Heidegger, a técnica tradicional e a técnica moderna são formas de desencobrimento. 
V. Para Ortega y Gasset, entre a pedra usada pelo homem primitivo e a máquina mais moderna há uma diferença de qualidade, não de grau. 
a) Todas as alternativas são verdadeiras. 
b) Somente as alternativas II, IV e V são verdadeiras. 
c) Somente as alternativas I, II, III e V são verdadeiras. 
          d) Somente as alternativas II e IV são verdadeiras. 
e) Somente as alternativas II, III e V são verdadeiras. 


Marcuse, Herbert (1889-1979)
Ryle, Gilbert (1900-1976)

Popper, Karl (1902-1994)
32) Assinale a alternativa verdadeira com relação à concepção popperiana: 
a) A refutação é um processo de reforma das teorias que determina o progresso científico. 
b) O progresso científico, em Popper, se dá sob a perspectiva reformista que implica a acumulação do conhecimento nas teorias. 
c) Popper, como neopositivista declarado que foi, aceitava que somente as teorias verificáveis são científicas. 
     d) A falseabilidade corresponde a uma visão revolucionária do progresso científico. 
e) A falseabilidade corresponde a uma visão reformista da ciência. 

22) Sobre a noção de progresso científico no pensamento popperiano, é correto afirmar que: 
a) O progresso científico, que é acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias. 
b) O progresso científico leva em conta a justificação dos valores epistêmicos e não epistêmicos. 
c) O progresso científico se dá mediante a refutação das teorias falsas por teorias verdadeiras. 
d) O progresso científico, segundo Popper, se dá mediante a acumulação do conhecimento nos mesmos moldes em que havia proposto Thomas S. Kunh. 
        e) O progresso científico, que é não acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias. 



32) De acordo com Popper, as teorias científicas são conjecturas lançadas com a finalidade de resolver problemas relativos à compreensão do mundo objetivo. Uma boa teoria deve, inicialmente, ser capaz de poder ser refutada por observações e experimentos. Ela será tanto melhor, quanto mais precisa e abrangente for. Quando uma teoria é bem sucedida nos testes a que foi insistentemente submetida, tal sucesso significa, nos termos de Popper, que a teoria foi... Assinale a alternativa correta: 
             A) Corroborada 
B) Confirmada 
C) Comprovada 
D) Verificada 
E) Falsificada 

40) Karl Popper criticava fortemente o justificacionismo (que afirma que as verdades científicas são seguras e definitivas), pois para ele as teorias científicas são apenas aproximações humanas da verdade. Ainda que funcionem bem e pareçam inalteráveis, é provável e possível que depois de algum tempo (pode até mesmo ser que demore muito tempo) apareça uma teoria que explique melhor aquele fenômeno ou realidade. Em seu modelo, a busca do conhecimento pressupõe um interesse em conhecer determinada realidade que o quadro de referências do pesquisador já não mais satisfaz. Diante disso, o pesquisador formula uma hipótese geral, deduz consequências e realiza experiências. O modelo de Popper é chamado de: 
      a) Critério de falseabilidade. 
b) Paradigmático. 
c) Hipotético-dedutivo. 
d) Posição-oposição-composição. 


Adler, Mortimer (1902-2001)
Lonergan, Bernard (1904-1984)

Sartre, Jean-Paul (1905-1980)

38) Das afirmações abaixo, uma não pertence e nem identifica o pensamento de Sartre. Assinale-a. 
a) "Os outros são o inferno" 
       b) "A liberdade não consiste na escolha do próprio ser. E essa escolha é absurda". 
c) "A liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, isto é, o seu nada de ser". 
d) "Tudo é gratuito: este jardim, esta cidade, eu próprio. E,quando acontece de nos darmos conta disso, revolta-senos o estômago e tudo se põe a flutuar... eis a Náusea". 
e) "Eu estou condenado a ser livre". 


21) Analise as assertivas abaixo, assinalando V ou F em relação à concepção de condição humana no pensamento de Jean-Paul Sartre. 
( ) A angústia é algo constitutivo da condição humana e oculta, ao mesmo tempo, o sentimento de opressão e o movimento de dignificação que faz o homem tomar consciência de sua liberdade. 
( ) A condição humana manifesta a importância do outro, que é indispensável à realização da nossa existência. 
( ) A noção de "projeto" e a ação que a "ética da esponsabilidade" implica àquela, expressam os fundamentos da condição humana. 
( ) A condição humana traduz a essência humana. 
Indique a seguir a alternativa correta: 
a) VVVF 
b) VFVF 
       c) FVVF 
d) FFVV 
e) FFFV. 

31. Em sua obra o Existencialismo é um humanismo, Sartre defende as principais teses do seu pensamento filosófico pautado no existencialismo. Segundo ele, pode-se afirmar que em termos de concepção antropológica o ser humano está condenado a ser livre, fazer escolhas, e, portanto, escolher seu próprio destino por uma razão básica, que se contrapõe à filosofia tradicional. Tal razão básica para o existencialismo implica em: 
A) Conceber que toda pessoa tem uma essência a realizar desde quando nasce; 
              B) Que a existência precede à essência e, por isso o ser humano não está pré-determinado a nada; 
C) Aceitar que o projeto de vida é definido pelo contexto social; 
D) Que o ser humano não pode mudar seu destino; 
E) Compreender a vida humana em sua finitude enquanto ser para a morte. 

34. O existencialismo foi uma corrente de pensamento que fez do homem efetivamente existente o centro e o núcleo das questões filosóficas, e o ponto de partida para a Ontologia; um dos seus mais conhecidos criadores e pensadores, o francês Jean Paul Sartre, 
A) Rejeita toda e qualquer dependência da filosofia de Heidegger. 
B) Não aceita a metodologia fenomenológica e prefere um discurso filosófico mais próximo do dramático. 
C) Considera que a existência de Deus é a garantia da plena liberdade humana. 
D) Define o ser humano como um ser em projeto, inacabado, que se completa nas suas relações de solidariedade com os outros. 
          E) Argumenta que a essência do ser para si é sua própria existência. 
29. Assinale a alternativa que identifica um dos pensadores considerados existencialista. 
a. ( ) Karl Marx 
b. ( ) Immanuel Kant 
c. ( ) Jackson de Figueiredo 
d. ( ) Friedrich Engels 
e. ( X ) Jean-Paul Sartre 



28) Em sua conhecida exposição sobre o existencialismo, Sartre esclarece que "o homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível é porque primeiramente é nada. Só depois será, e será tal como a si próprio se fizer". Assinale a alternativa cujos termos caracterizam a condição humana conforme o existencialismo de Sartre. 
A) Liberdade, conformidade, esperança. 
          B) Angústia, desamparo, desespero. 
C) Medo, solidão, indiferença. 
D) Náusea, tédio, culpa. 
E) Liberdade, Fraternidade, igualdade. 
48. Jean-Paul Sartre, em O ser e o nada, faz uma fenomenologia das dimensões temporais. Tendo em vista essa descrição fenomenológica sobre o passado e o presente, ele conclui que: 
       A) o passado é em-si e o presente é para-si. 
B) o presente é em-si e o passado é para-si. 
C) o passado e o presente são em-si. 
D) o passado e o presente são para si. 
E) nem o passado e nem o presente são em-si ou para-si. 

QUESTÃO 29 
Analise as afirmativas. 
"Se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência: este ser é o homem." 
"[...] o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define." 
"[...] o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si mesmo, e como, no entanto é livre, uma vez que foi lançado no mundo é responsável pelo que faz." 
"O homem é o futuro do homem." 
As afirmativas compõem o núcleo filosófico de qual filósofo contemporâneo? 
a.Theodoro W. Adorno. 
b.Jürgen Habermas. 
      c.Jean-Paul Sartre. 
d.Edgar Morin. 
e.Zygmunt Bauman. 

Questão 27 "Há dois tipos de existencialistas: os primeiros são cristãos, e entre eles eu colocaria Jaspers e Gabriel Marcel, de confissão católica; e, de outro lado, os existencialistas ateus, entre os quais é preciso colocar Heidegger e também os existencialistas franceses, e eu próprio. O que eles têm em comum é simplesmente o fato de que consideram que a existência precede a essência, ou, se se quiser, que é preciso partir da subjetividade. (...) O existencialismo ateu que eu represento é mais coerente." (SARTRE, O existencialismo é um humanismo). 
Partindo da citação acima, o "existencialismo ateu" defendido por Sartre é "mais coerente" porque: 
X A) não precisa conciliar a precedência da existência sobre a essência com a concepção de Deus criador. 
B) pode se desfazer do pressuposto kantiano de Deus como causa final do mundo e das ações humanas. 
C) afirma a natureza humana, pois cada homem é um exemplo particular do conceito universal de homem. 
D) concebe que a essência precede a existência, mesmo considerando insustentáveis quaisquer provas. 

21. Sobre a Filosofia Existencial, é correto afirmar: 
a. ( ) O ser é mais importante que a vivência. 
b. ( X ) A existência é mais importante que a essência. 
c. ( ) As ações humanas são irrelevante diante da existência. 
d. ( ) O ser e o pensar são termos com significados idênticos 
e. ( ) A independência e a liberdade devem submeter-se aos interesses sociais. 


16. Para Sartre, a existência precede a essência, e o homem é liberdade. 
A esse respeito, assinale o item CORRETO. 
A) A natureza humana é universal, ou seja, a liberdade independe da vida em sociedade, por isso é pessoal. 
B) Instintos, paixões e desejos comandam as decisões éticas. 
C) Sartre concorda com Kant: os imperativos práticos fundamentam a priori a ética. 
D) Cabe acatar valores, pois eles são a essência da existência humana. 
      E) A liberdade significa inteira responsabilidade nas escolhas, levando em conta a existência enquanto projeto. 


Rand, Ayn (1905-1982)
Santos, Delfim (1907-1966)
Quine, Willard Van Orman (1908-2000)
Bobbio, Norberto (1909-2004)
Austin, John (1911-1960)
Camus, Albert (1913-1960)
Ricoeur, Paul (1913-2005)
Wright, Georg Henrik von (1916-2003)
Goodman, Nelson (1918-1998)
Bunge, Mário (1919)

Kuhn, Thomas (1922-1996)
33) Kuhn foi um teórico da ciência cujas descobertas ajudaram a expor as limitações do tipo de filosofia da ciência praticado pelo positivismo lógico. Por exemplo, suas análises sugeriram que o esforço de formalizar e encontrar regras rígidas para uma teoria científica poderia mesmo ser nocivo ao desenvolvimento do conhecimento. De acordo com a teoria de Kuhn, as fases do desenvolvimento de uma ciência ou disciplina científica são... Assinale a alternativa correta. 
A) Problema > conjecturas > testes > corroboração > testes > refutação > problema 
B) Revolução > crise > ciência normal > anomalia > paradigma > revolução 
               C) Pré-ciência > ciência normal > crise > revolução > ciência normal 
D) Crise > hipóteses > testes > paradigma > ciência normal 
E) Ciência normal > anomalia > revolução > ciência normal 


16. Leia o texto que segue com atenção: 
O filósofo Thomas Kuhn afirma que os cientistas não trabalham de forma isolada, mas em grupo, fato que representa grandes dificuldades, pois cada pessoa tem gostos, preferências, jeitos diferentes, e particularidades que podem gerar conflitos e comprometer o trabalho coletivo. 
Com base nos seus conhecimentos e no teor do texto assinale a alternativa que identifica o conceito desenvolvido pelo pensador citado para minimizar o problema do relacionamento científico. 
a. ( ) conceito de colmeia 
b. ( X ) conceito de paradigma 
c. ( ) conceito de cooperação 
d. ( ) conceito de associação 
e. ( ) conceito de fraternidade 


18. As concepções de T. Kuhn e de Bachelard sobre Ciência e sobre a de História da Ciência são inovadoras. Sobre esses dois pensadores, marque a opção CORRETA: 
A) A história da ciência demonstra que paradigmas se conservam como modelos para abordar a natureza. 
B) Tanto para Kuhn como para Bachelard, há continuidade de métodos no conhecimento científico, e isso se deve ao recurso à matemática. 
        C) A ciência assenta-se sob uma estrutura variável e testável, guiada por um paradigma que delimita um campo de problemas e de soluções, diz T. Kuhn. 
D) Para Kuhn as revoluções científicas acumulam conhecimento e para Bachelard este avança em direção à verdade. 
E) A ciência progride segundo Kuhn por meio de investigação neutra, isto é, independente da história. 

11. A Ciência ganhou espaço privilegiado na contemporaneidade. Compreender o conhecimento científico em seus desdobramentos lógicos, linguísticos, éticos etc., bem como sua história, metodologias e hipóteses são objetos de investigação da Filosofia da Ciência. Sobre esse conteúdo, assinale a alternativa CORRETA: 
A) Marx sistematiza o conceito de Ideologia, genericamente, como ilusão ou deformação, na medida em que uma ideologia satisfazia interesses de uma classe dominante, mascarando-os como interesses universais. Essa mesma concepção teórica de Ideologia marxista é ainda instrumentalizada para compreender em que medida a própria Ciência também pode ser ideológica. Por isso, compreender a concepção marxista de Ideologia é fundamental para entender como funciona na contemporaneidade a relação Ciência/Ideologia, pois as diferentes correntes metodológicas, como o enfoque positivista, o tratamento sociológico, hermenêutico etc. têm o mesmo uso teórico do conceito de Ideologia elaborado por Marx. Um exemplo decisivo do uso dessa concepção marxista de Ideologia na análise da relação Ciência/Ideologia foi feita por Habermas, em seu texto Técnica e Ciência enquanto ideologia. 
B) A Ciência intensifica sua unificação com a Filosofia no século XVII, especialmente quando F. Bacon e Descartes inauguram o método experimental, que alia a observação dos fenômenos que ocorrem no mundo com uma linguagem matemática capaz de traduzi-los. Trata-se de uma unidade que conjuga, de um lado, a observação experimental e, de outro, a linguagem teórica da filosofia,uma unificação que põe em curso a Revolução Científica. 
C) Desde K. O. Apel se afirma a necessidade de pensar estatutos diferenciados à Ética e à Ciência, ou seja, seus âmbitos teóricos, objetos de estudo, limites etc., cujo objetivo é impedir que a Ciência se torne ideológica ou receba interferências políticas. A clara separação entre Ciência e Ética é uma exigência social para que se permita, por um lado, o trabalho autônomo do cientista e, por outro, as análises filosóficas sobre o agir humano em sociedade. 
D) A Ciência recebeu concepções variadas ao longo do tempo, de modo que podemos citar, por exemplo, a Ciência compreendida como racionalista, com procedimento de indução ? por exemplo, reflexão sobre os conceitos universais, como a metafísica na Grécia Antiga -, ou ainda compreendida como empirista, cujo procedimento é dedutivo - por exemplo, a Ciência Moderna baseada em hipóteses, objeto de investigação e método, sendo que esse último aspecto, o método, é uma característica possível de se elencar para diferenciar Ciência e senso comum. 
          E) A preocupação com o método na ciência será decisiva na epistemologia contemporânea, com contribuições de T. Kuhn; com a noção de paradigmas ? por exemplo, quando há um súbito movimento de renovação não cumulativo na ciência, operando uma revolução científica ? ; G. Bachelard, com a noção de ruptura epistemológica; e K. Popper, com seu conceito de falseabilidade. Além disso, contribuem às ciências também o que se costuma denominar de ciências humanas, que tem por objeto o humano em todos os seus horizontes ? histórico, social, econômico, psicológico, geográfico etc. ( ciências que possuem metodologias distintas se comparadas ao método experimental), mas que forneceram contribuições relevantes como o estruturalismo e a fenomenologia no século XX.


 Castoriadis, Cornelius (1922-1997)
Feyerabend, Paul (1924-1994)

Deleuze, Gilles (1925-1995)
50. Filosofia é questão de ideias. Entretanto, para alguns filósofos, ela é também questão de estilo. Gilles Deleuze pensava assim, e por isso dizia que "os grandes filósofos são também grandes estilistas", como fez na entrevista do livro Conversações, dedicada exclusivamente ao tema da filosofia. Nessa entrevista, o pensador francês define, ainda, que tal estilo em filosofia é: 
A) a comunicação elegante. 
B) a beleza da contemplação. 
C) o processo da reflexão. 
D) a quietude da linguagem. 
     E) o movimento do conceito. 

Questão 39 
"A filosofia não é feita para refletir sobre qualquer coisa. Tratando a filosofia como uma potência de "refletir sobre", tem-se o ar de lhe dar muito quando, na verdade, tira-lhe tudo. (...) Se a filosofia deveria servir para refletir algo, ela não teria nenhuma razão de existir. Se a filosofia existe, é porque ela tem seu próprio conteúdo". (DELEUZE. O que é o ato de criação?) 
A partir da citação acima, de acordo com o pensamento de Gilles Deleuze o que caracteriza o fazer filosófico é: 
A) a admiração e o espanto que levam a uma reflexão crítica sobre a realidade. 
B) o diálogo entre os diferentes sistemas de pensamento presentes na História da filosofia. 
X C) o trabalho de apropriação conceitual criativa, isto é, a criação de conceitos. 
D) a exegese do texto, isto é, o debruçar-se analiticamente na leitura dos textos clássicos. 

Foucault, Michel (1926-1984)

35) Em relação a Michael Foucault analise as proposições abaixo e assinale a alternativa incorreta: 
           A) É um defensor da tradição moderna e entende que a filosofia deve oferecer fundamentação teórica para o conhecimento, a ética e a política. 
B) O trabalho de Michael Foucault se define mais propriamente como uma história das ideias ou da cultura, como ele mesmo admite, do que vinculado à filosofia em seu sentido estrito ou tradicional. 
C) Propõe métodos de trabalho que designou de arqueologia e genealogia, inspirado fortemente em Nietzsche. 
D) Suas analises procuraram revelar relações até então inexploradas em saberes como a medicina, a psiquiatria, práticas sociais como o encarceramento. 
E) A arqueologia é um método de análise do discurso de um determinado saber ou ciência que consiste na tentativa de explicitar elementos subjacentes a esse saber e ao conjunto de práticas que estabelece. 



Questão 36 
"Esquematicamente, pode-se dizer que a reflexão moral da Antiguidade a propósito dos prazeres não se orienta para uma codificação dos atos, nem para uma hermenêutica do sujeito, mas para uma estilização da atitude e uma estética da existência." (FOUCAULT. História da sexualidade 2) 
Com essas palavras, Foucault ressalta um aspecto fundamental das éticas sexuais gregas e romanas, o fato de que a base dos julgamentos de valor está: 
A) no valor estético das condutas, e não em seu valor moral ou de verdade, uma vez que o anseio pela imortalidade através do renome e da memória é o fundamento maior das éticas antigas. 
B) na relação entre os desejos, os atos e os prazeres, na medida em que os atos revelam os desejos ocultos do sujeito e são fomentados pelos prazeres cuja natureza pode ser boa ou má. 
X C) na atitude que o sujeito tem para consigo mesmo no exercício da atividade sexual e no relacionamento com os outros, e não tanto nos atos que se cometem ou nos desejos que se escondem. 
D) na forma e na beleza de uma conduta austera, definida segundo as interdições e preceitos sociais, civis ou religiosos, conduta essa que é própria a um homem que domina a si mesmo. 
Questão 34 Na introdução ao segundo volume de sua História da sexualidade, Foucault apresenta a seguinte questão: "por que o comportamento sexual, as atividades e os prazeres a ele relacionados, são objeto de uma preocupação moral?". (FOUCAULT. História da sexualidade 2) 
Essa pergunta não pode ser respondida por uma pesquisa feita nos moldes de seus trabalhos anteriores a respeito da loucura, da clínica ou da criminalidade, porque: 
A) os métodos anteriores eram incapazes de fornecer os instrumentos necessários para analisar os modos específicos de normatizar e de regular as condutas sexuais elaborados pelos antigos gregos e romanos em suas leis e instituições religiosas. 
B) é preciso diferenciar metodologicamente a interdição da problematização moral que tem por objeto o sujeito, apesar de o cuidado ético a respeito da conduta sexual acompanhar, em sua intensidade e em suas formas, o sistema de interdições. 
C) os instrumentos dados pelos métodos anteriores eram inapropriados ao objeto e aos fins de uma história dos comportamentos e das representações científicas, religiosas ou filosóficas, que os homens se fazem a respeito do seu comportamento sexual. 
X D) os saberes a respeito das práticas sexuais, assim como os conjuntos de regras e normas que buscam regular essas práticas, e que se apoiam sobre diferentes instituições, não são capazes de dar conta dos modos como os indivíduos são levados a dar sentido e valor a sua conduta. 


Soveral, Eduardo Abranches de (1927-2003)
Baudrillard, Jean (1929-2007)

Husserl
51. Segundo Marilena Chaui (Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p.81), no final do século XIX e início do século XX, a preocupação com o transcendental reapareceu com a filosofia de Edmund Husserl, a fenomenologia. A discussão do dilema entre o inatismo e o empirismo é retomada por Husserl a partir das discussões sobre os fundamentos da lógica e da matemática e prossegue quando o filósofo procura determinar as condições a priori de possibilidade da Filosofia como ciência rigorosa. 
Baseado nessa afirmação, pode-se dizer que a fenomenologia, para Husserl, é a descrição 
         (A) das experiências da consciência como atividade de conhecimento. 
(B) das experiências da consciência na história. 
(C) das mutações do fenômeno tal como aparece na experiência sensível. 
(D) dos estados psicológicos da mente. 
(E) das figuras do espírito absoluto. 

36. Segundo Husserl, a fenomenologia constitui-se em um novo começo da filosofia a partir da volta às coisas elas mesmas. O projeto de Husserl requer uma atitude radical a partir do retorno ao estudo da consciência, começando pela análise transcendental das estruturas constitutivas desta. 
Assim, a consciência, segundo a fenomenologia de Husserl, é: 
       A) Intecionalidade, pois toda consciência é "consciência dá", que visa alguma coisa, dirige-se para algo; 
B) Mera representação da realidade; 
C) A alma do ser humano; 
D) Uma construção da sociedade para com o indivíduo; 
E) O reflexo do corpo humano. 


Habermas, Jürgen (1929)

40) Assinale a alternativa verdadeira: 
a) A ética do discurso de Habermas procura seu fundamento metafísico na teoria da história. 
     b) Para Habermas a linguagem é a fonte comum do conhecimento e da moral. 
c) Para a ética do discurso seu maior aliado é o discurso cético sobre a moral. 
d) Habermas defende que somente na pós-modernidade podese situar uma moral libertária. 
e) A ética do discurso de Habermas é um projeto compartilhado em total harmonia com o seu mestre, o filósofo Karl-Otto Apel. 

27) Assinale a alternativa falsa: 
       a) A ética do discurso de Jürgen Habermas desconsidera a guinada pragmático-linguística na filosofia contemporânea e continua buscando justificações universalistas. 
b) Habermas apresenta sua ética do discurso como sendo cognitivista, formalista e procedimentalista. 
c) A ética do discurso de Habermas constitui-se, dentre outras coisas, de uma reformulação do imperativo categórico kantiano, que passa a ser apresentado em termos pragmáticos onde o Ego transcendental é substituído pela comunidade de comunicação. 
d) O ideal de uma comunicação não coercitiva e igualitária está na base da justificativa filosófica da ética do discurso de J. Habermas. 
e) A ética do discurso de Habermas se baseia nas teses fornecidas por este mesmo pensador para a construção do conceito de razão comunicativa. 
28. A categoria dos Direitos Humanos tornou-se bastante presente na Ética e na Filosofia Política a partir da Revolução Francesa, com a declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão. Na Filosofia contemporânea, essa temática encontra defensores e críticos, sendo Jürgen Habermas e Alasdair MacIntyre representantes das respectivas posições. Sobre a posição desses filósofos, assinale a opção correta: 
a) Habermas afirma que os Direitos Humanos não são a base do Estado de Direito, pois não fornecem um ponto de partida universal para a legislação que garante aos indivíduos iguais condições de participação social. 
          b) Enquanto Habermas defende o conceito de Direitos Humanos como uma categoria universal para a formação de uma comunidade de comunicação livre de coerção e de igualdade social, MacIntyre afirma que essa categoria é uma ficção da Modernidade, dentre outros motivos, porque se serve de um vocabulário transcendentalista sem endossar uma ontologiacorrespondente que explique a igualdade pressupostaentre os indivíduos. 
c) Como integrantes da tradição jusnaturalista, tanto Habermas quanto MacIntyre consideram os Direitos Humanos essenciais para que uma sociedade civilizada possa evitar a violência entre seus membros. 
d) A categoria dos Direitos Humanos desempenha o papel central na obra de MacIntyre, cuja teoria ética pressupõe certas condições jurídicas necessárias ao desenvolvimento e exercício das virtudes, e um papel secundário na obra de Habermas, cuja Teoria do Discurso prescinde de uma ontologia determinante de características comuns aos homens. 
e) Para MacIntyre, é impossível tratar dos Direitos Humanos, e a relação entre culturas se encaminha inevitavelmente para a violência. 

29. Recentemente, a Secretaria Especial de Direitos humanos da Presidência da República divulgou o Programa Nacional de Direitos Humanos-3, que tem causado fortes discussões sobre suas propostas para assegurar o respeito ao conjunto de direitos atribuídos igualmente a todas as pessoas. Sobre as pressuposições envolvidas nessas discussões, marque a alternativa incorreta quanto ao espírito da lei: 
a) A crítica da grande imprensa ao objetivo que estabelece o acompanhamento editorial do conteúdo veiculado nos meios de comunicação (a fim de coibir a violação dos Direitos Humanos) baseia-se na concepção liberal clássica de liberdade negativa, isenta de restrições e que recusa regulamentação institucional para atividades consideradas de livre expressão de pensamento, como a imprensa. 
b) O eixo orientador "Desenvolvimento e Direitos Humanos", que parte da constatação de que direitos sociais básicos como alimentação, saúde e educação são fundamentais ao exercício da liberdade e ao desenvolvimento das capacidades, assume sua dívida com o pensamento de Amartya Sen, o que implica dizer que os direitos humanos não são entidades abstratas, mas demandas de políticas públicas capazes de oferecer a todos as mesmas condições de acesso aos direitos sociais básicos. 
c) A reação dos Militares à criação da "Comissão Nacional da Verdade" expressa a recusa dos agentes envolvidos nas políticas de repressão da Ditadura Militar em assumir as responsabilidades decorrentes das práticas de tortura e assassinatos de opositores do regime, praticadas sob o pressuposto de que aqueles opositores não tinham quaisquer direitos subjetivos que amparassem sua luta por liberdade. 
d) A recusa do setor ruralista em aceitar a mediação como ação inicial na solução dos conflitos agrários reflete uma concepção de direito mais restrita do que os direitos humanos, pois interessa-se pela preservação da propriedade privada em detrimento da função social da propriedade. 
           e) Os Direitos Humanos, tais como pressupostos no PNDH- 3, são concebidos como atributos que, por pertencerem à natureza dos indivíduos, devem ser protegidos e promovidos pelo Estado de direito através de leis e programas, como o que está sendo apresentado pelo Governo. 

___________________________________________ 
37. Habermas figura como um dos filósofos mais discutidos na atualidade através da Teoria da Ação Comunicativa, que busca inspirar uma Nova Teoria Crítica. Ele, enquanto herdeiro da Escola de Frankfurt, dialoga com as perspectivas dialética e fenomenológica, buscando fundamentar a Ética do Discurso na teoria do agir comunicativo. Nessa direção, Habermas nos remete para a necessidade de construir uma nova racionalidade, mais ampla e radicalmente critica, que ele denomina de racionalidade ético-comunicativa. 
Nessa perspectiva de Construção da Razão Comunicativa, Habermas concebe que a exigência primeira é: 
A) A realização da Époche, colocando toda percepção do mundo natural em suspenso; 
             B) A mudança do paradigma transitando da filosofia da consciência para o paradigma da linguagem; 
C) O resgate da ética cristã, pautada na justiça e igualdade social; 
D) Praticar a rivalidade de posições para vencer o argumento mais forte; 
E) A disputa de teses contrárias para acirrar os conflitos; 
___________________________________________ 
48 - "Habermas costuma ser descrito como "o último grande racionalista" (...) ele propõe, como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. (...) Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas, capazes de promover as condições de liberdade e de não constrangimento imprescindíveis ao diálogo." 
COTRIM,Gilberto.Fudamentos de Filosofia - História e Grandes Temas. São Paulo. Ed. Saraiva, 2002. pág. 226. 
No trecho descrito acima, fica bem claro quando Habermas afirma: 
a) O novo paradigma da razão defende que os sujeitos do processo do conhecimento sejam situados historicamente, embora não tenham um relacionamento mais efetivo. 
b) A razão se desenvolve no mundo sociocultural e a verdade seria decorrente da adequação do pensamento à realidade. 
c) Razão e verdade estão intimamente relacionadas e seus conteúdos não entram num consenso discursivo. 
d) Cabe à razão instrumental levar ao alcance da razão emancipatória, para não ser sufocada pelo desenvolvimento do capitalismo. 
            e) O entendimento da verdade é fruto da ação comunicativa - verdade intersubjetiva, resultando daí a compreensão da razão interpessoal, que é processual e nunca definitiva. 


17. Habermas define esfera pública nem como instituição nem como sistema, e sim como uma rede para comunicar a opinião pública, como fóruns, com a presença de um público ou por meio da mídia. Levando em conta essas características, assinale a opção CORRETA. 
       A) Na esfera pública, seja com público presente, seja pela mídia, diálogos e opiniões são veiculados de modo independente e com efeito deliberativo. 
B) Diferentemente da esfera privada, o espaço público depende de instituições. 
C) No espaço público se expressam valores que dizem respeito à ética individual. 
D) A esfera pública é um espaço de comunicação de opiniões conduzidas pela mídia, com efeitos exclusivos na esfera privada. 
E) Os espaços públicos são controlados, mesmo em democracias, pelo poder de quem governa. 


Guattari, Félix (1930-1992)
Serres, Michel (1930)
Dussel, Enrique (1934)
Burge, Tyler (1946)
Carvalho, Olavo de (1947)
Lévy, Pierre (1956)

Hannah Arendt
46. No capítulo "Visões da modernidade", da coletânea Curso de filosofia, organizada por Antonio Rezende, os professores Eduardo Jardim e Katia Muricy recorrem ao pensamento de Hannah Arendt para fazer um diagnóstico da contemporaneidade. "Nosso tempo é marcado, segundo Hannah Arendt, pela crise dos três sustentáculos da civilização ocidental". Conforme a exposição dos autores, tal crise se apresentou historicamente na seguinte sequência cronológica: 
A) a da tradição filosófica, nos séculos XVII e XVIII; a da religião, no século XIX; e a da autoridade política, no século XX. 
B) a da autoridade política, nos séculos XVII e XVIII; a da tradição filosófica, no século XIX; e a da religião, no século XX. 
      C) a da religião, nos séculos XVII e XVIII; a da tradição filosófica, no século XIX; e a da autoridade política, no século XX. 
D) a da tradição filosófica, no século XVII; a da autoridade política, no século XVIII; e a da religião, no século XIX. 
E) a da religião, no século XIX; a da tradição filosófica, no século XX; e a da autoridade política, no século XXI. 

47. Durante o século XX, a filósofa Hannah Arendt afirmou que existe uma antiga resposta para a pergunta sobre o sentido da política tão simples e concludente, que poderia dispensar outras respostas por completo. De acordo com o que explana Hannah Arendt em O que é política?, esse sentido da política é: 
A) o poder. 
B) a administração. 
       C) a liberdade. 
D) a igualdade. 
E) o bem. 



Filosofia da história 

33. Aqui, o que se considera é que, a despeito de sua importância, a História da filosofia não deve constituir a principal orientação para o ensino da disciplina na escola pública, pois é com o olhar voltado para o mundo que se aprende a pensar filosoficamente - muitas vezes, recolhendo material nas ruas que o aluno percorre para chegar à escola. Um jornalista, por exemplo, realiza entrevistas com crianças que vivem no tráfico ou na prostituição e encerra aí o seu trabalho; mas certamente a compreensão da questão poderá ser mais bem sintetizada, a partir de seus fundamentos, pelo professor de Filosofia. Caberá a ele valer-se de sua formação para orientar debates em sala de aula, usando aí os elementos que conformam sua erudição. 
(Proposta Curricular do Estado de São Paulo. In: ww.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/ Grade_FILO_Volume_1_cor.pdf) 
Baseado nesta passagem da Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ensino da Filosofia para o Ensino Médio é possível afirmar que o ensino da Filosofia na escola pública deve 
(A) ignorar completamente a História da Filosofia, na medida em que ela não possui nenhuma ligação com o mundo do aluno. 
(B) partir apenas dos conhecimentos pessoais do professor, sem a necessidade de se basear nos livros de Filosofia. 
         (C) manter os olhos voltados não apenas para a História da Filosofia, mas tentar coordená-la com a vida cotidiana dos alunos. 
(D) ser um trabalho jornalístico, no qual o professor deve realizar entrevistas com os alunos que vivem no tráfico ou na prostituição. 
(E) deixar claro ao aluno a erudição do professor. 

QUESTÃO 35 Os historiadores da Filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a Filosofia também possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas outras: cosmos, que significa mundo ordenado e organizado, e logia, que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, a Filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza, donde, cosmologia. Qual das alternativas abaixo pontua o período de nascimento e o nome do primeiro filósofo? 
a) final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Macedônia), na cidade de Ur. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto. 
b) final do século VII a.C e início do século I d.C, nas colônias do Oriente Médio (particularmente as que formavam uma região denominada Mesopotâmia), na cidade de Ur. E o primeiro filósofo foi Moises. 
        c) final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto. 
d) final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Crescente Fértil ), na cidade de Ur. E o primeiro filósofo foi Parmênides de Siracusa. 




4. O estudo da História da Filosofia revela certo lugar comum de raciocínio entre os sofistas, Sócrates, os socráticos e a medicina hipocrática. Este lugar é a descoberta do homem como ponto de partida da reflexão. Ainda que estes grupos de pensadores tenham apresentado teorias muito distintas e, muitas das vezes, opostas, o homem é, sem dúvida, o elemento fundamental de suas produções filosóficas. Identifique o que não pertence ao modo socrático de apresentar sua filosofia. 
I. Para Sócrates, a finalidade prática de sua doutrina tem um aspecto notavelmente positivo: graças a ele, o problema educativo e o afã pedagógico passam a primeiro plano e assumem um novo significado. Sócrates se torna um divulgador da ideia segundo a qual a virtude não depende da nobreza do sangue e do nascimento, mas que se baseia no saber, assim se compreende porque, para Sócrates, a indagação da verdade estava necessariamente ligada a sua difusão. 
II. De Sócrates se destacava o aspecto errante de sua filosofia e o não respeitar o apego a sua própria cidade, que para outros gregos era uma espécie de dogma ético. Neste sentido, Sócrates compreendeu que os estreitos limites da polis já não tinham razão de ser, convertendo-se sua filosofia em portadora de demandas pan-helênicas e mais que cidadão de uma só cidade, sentiu-se cidadão da Hélade. 
III. Sócrates ensinava a fortalecer o argumento mais débil que houvesse. Isto não quer dizer que Sócrates ensinasse a injustiça e a iniquidade em vez da justiça ou da retidão, e sim, simplesmente que ensinava a maneira em que - técnica e metodologicamente - era possível afiançar e conseguir a vitória do argumento que em uma discussão em certas circunstâncias determinadas, pudesse resultar mais débil. 
IV. Para Sócrates, o ser não pode ser cognoscível. Na busca de provar esta afirmação, Sócrates diz que há coisas pensadas que não existem e coisas não pensadas que existem, o que prova, pois que há uma ruptura entre ser e pensar. Na suposição de que fosse pensável, o ser resultaria impensável. 
V. Foi deveras original a interpretação de Sócrates sobre os deuses: estes são a encarnação do útil e do vantajoso: "Os antigos consideraram como deuses em virtude da vantagem que dele se emanava, ao sol, à lua, às fontes e, em geral, a todas as forças que nos servem para viver, como, por exemplo, o Nilo, no caso dos egípcios." 
a) Nenhuma é falsa. 
       b) Todas são falsas. 
c) Somente II, III e IV são falsas. 
d) Somente I, II e V são falsas. 
e) Somente III, IV e V são falsas. 

20) A divisão da História é convencionada a eventos que caracterizam a mudança de uma idade para a outra. Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo com relação à transição da Idade Antiga para a Idade Média. 
( ) A ocupação turca e a queda do Império Romano do Oriente. 
( ) As grandes navegações e a descoberta da América. 
( ) A deposição de Rômulo Augústulo por Odoacro, rei dos hérulos. 
( ) O desmembramento do império de Carlos Magno. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. 
       A( ) F - F - V - F 
B( ) F - F - F - V 
C( ) F - V - V - F 
D( ) V - V - V - F 
E( ) F - F - V - V 
11) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo com relação à Guerra dos Cem Anos: 
( ) a guerra contribuiu para consolidar o regime feudal na França e na Inglaterra. 
( ) uma das causas da guerra foi o controle de territórios franceses pela Inglaterra. 
( ) o principal objetivo de Joana d´Arc era levar o Delfim a Reims para ser coroado como Carlos VII, rei da França. 
( ) a guerra não foi contínua e entre as razões da interrupção das hostilidades estão as tréguas e a peste negra. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. 
A( ) V - V - F - F 
           B( ) F - V - V - V 
C( ) F - V - F - V 
D( ) F - V - F - F 
E( ) F - F - V - V 


12) Os interesses da burguesia comercial e a centralização do poder político foram importantes para a ocorrência das grandes navegações. Além disso, foi fundamental o desenvolvimento técnico da construção naval e da própria navegação. 
Assinale a alternativa CORRETA que define os portulanos. 
       A( ) Cartas náuticas. 
B( ) Bússola e astrolábio. 
C( ) Invenção da caravela. 
D( ) Invenção do barco a vapor. 
E( ) Definição das coordenadas geográficas.
14) Sobre os textos de história romana, é CORRETO afirmar que: 
A( ) Salústio escreveu sobre a crise política do século final da República, narrando uma história parcial, pois partidário do Senador Catilina. 
B( ) Cornélio Tácito escreveu sobre os germânicos e acentuou a pressão exercida pelos ostrogodos sobre as fronteiras do Império. 
C( ) Suetônio foi um historiador que se concentrou no estudo da vida da plebe e dos escravos, desprezando os patrícios e os governantes. 
    D( ) Tito Lívio escreveu uma longa História de Roma, das origens até a época de Augusto. 
E( ) Flávio Josefo foi um historiador de origem judaica, mas em Roma tornou-se um dos principais conselheiros de Públio Cornélio Cipião, durante a segunda guerra contra Cartago. 

08) Sobre a historiografia grega antiga, analise as afirmativas abaixo. 
I. Os autores gregos criaram a História como uma investigação, frequentemente sobre o seu tempo vivido, procurando recorrer a testemunhos oculares dos acontecimentos narrados. 
II. Heródoto estudou as guerras entre gregos e persas. Tucídides estudou a Guerra do Peloponeso e Políbio narrou o crescimento territorial de Roma na época do Imperador Trajano. 
III. Heródoto teve a decisiva contribuição do filósofo Platão, seu mestre, para desenvolver sua concepção de história ligada ao mundo das ideias. 
IV. Plutarco foi um biógrafo que estudou e comparou as trajetórias vivenciais de políticos de destaque e chefes militares gregos e romanos. 
V. Sócrates, Platão e Aristóteles, apesar de conhecidos como filósofos, também escreveram tratados valiosos para a historiografia grega, inspirados na máxima "conhecer a si mesmo". 
A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 
B( ) Somente a afirmativa I é correta. 
C( ) Somente as afirmativas II e III são corretas 
        D( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
E( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. 


09) Considerando a existência de uma tradição que divide a História em "idades" ou períodos, a questão do tempo torna-se relevante para o ofício do historiador. 
Sobre o tempo, analise as afirmativas abaixo. 
I. A humanidade convive com fenômenos temporais como o dia e a noite, as estações, o nascimento e a morte, acontecimentos que nos permitem sentir, definir e comprovar a existência do tempo e desmentir a sua relatividade. 
II. Diante da dificuldade de definir e comprovar a existência do tempo, diferentes civilizações estabeleceram divisões do mesmo, tomando por base os movimentos da Terra, do Sol e da Lua. Trata-se do tempo físico ou cronológico, que é arbitrário, pois obedece convenções nem sempre aceitas por todas as civilizações. 
III. O objeto de estudo da História é o tempo histórico, ou seja, os períodos da existência humana nos quais ocorreram eventos mais ou menos ligados aos mesmos problemas, fatores, sistemas e ideias, períodos em que há uma certa articulação de eventos. 
IV. O tempo histórico não é linear como o tempo cronológico, mas formado por diferentes durações, pois está vinculado às ações dos grupos humanos e ao conjunto de fenômenos sociais, políticos, econômicos e mentais, que resultam dessas ações. 
V. Medir o tempo histórico e dividi-lo em partes ou periodizá-lo envolve atitudes racionais e métodos que eliminam qualquer arbitrariedade ou discordância entre as diferentes civilizações, referentes às formas de contagem do tempo. 
A( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. 
B( ) Somente as afirmativas II e V são corretas. 
C( ) Somente a afirmativa III é correta. 
D( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. 
         E( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 

10) Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna. 
"O nível da história _________________é aquele do quotidiano e do automático, é o que escapa aos sujeitos particulares da história, porque revelador do conteúdo impessoal de seu pensamento, é o que César e o último soldado de sua legiões, São Luís e o camponês de seus domínios, Cristóvão Colombo e o marinheiro de suas caravelas têm em comum". 
(LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. p. 71) 
      A( ) das mentalidades 
B( ) positivista 
C( ) estruturalista 
D( ) social 
E( ) econômica 



01) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação às fontes históricas. 
( ) Apesar de existirem vários tipos de fontes disponíveis ao historiador, as únicas realmente confiáveis são as escritas. 
( ) Uma vez que as fontes falam por si, não cabe ao historiador preocupar-se com o contexto das mesmas. 
( ) Na análise de fontes, o historiador precisa estar atento aos critérios de quem produziu o documento. 
( ) Cabe ao historiador zelar pela preservação das fontes, sempre tomando os devidos cuidados ao manuseá-las. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. 
       A( ) F - F - V - V 
B( ) F - V - V - V 
C( ) V - F - F - V 
D( ) V - F - V - F 
E( ) V - V - F - F 

02) Assinale a alternativa CORRETA. 
A( ) A história quantitativa não contribuiu para a Escola dos Annales pois ficou restrita às análises econômicas. 
B( ) A terceira geração da Escola dos Annales foi marcada pela direção de Fernand Braudel e suas análises da longa duração. 
C( ) A história cultural foi criada somente após o fim da Guerra Fria, quando a história política passou a ser considerada irrelevante. 
D( ) A história social tem como objeto exclusivo a luta de classes e o estudo de suas transformações ao longo do tempo. 
         E( ) Os historiadores positivistas acreditam que a história deve ser escrita através da estrita observação dos fatos que permitam revelar a verdade histórica. 

03) "Penso que a história é bem a ciência do passado, com a condição de saber que este passado se torna objeto da história, por uma reconstrução incessantemente reposta em causa - não podemos falar das cruzadas como o teríamos feito antes do colonialismo do século XIX, mas devemos interrogar- nos sobre se, e em que perspectivas, o termo "colonialismo" pode ser aplicado à instalação dos Cruzados da Idade Média, na Palestina [Prawer, 1969-70]." 
(LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4 ed. Campinas: UNICAMP, 1996. p. 25-26) 
Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à escrita da história. 
( ) O contexto do historiador influencia na forma como ele irá selecionar seu objeto, bem como nas questões que formulará as fontes. 
( ) Uma vez que o presente influencia na escrita sobre o passado, um mesmo objeto de estudo pode ser interpretado de diferentes maneiras. 
( ) A forma como o historiador interpreta o passado depende de suas próprias concepções a respeito da história. 
( ) Uma vez que a história depende do contexto do historiador, podemos afirmar que ela é uma ciência sem método. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. 
A( ) V - F - V - V 
B( ) V - F - F - V 
C( ) F - F - V - V 
       D( ) V - V - V - F 
E( ) V - V - F - F 

04) Sobre fontes históricas, é CORRETO afirmar que: 
A( ) dificilmente a cultura material pode ser uma fonte para a história, já que é desprovida de registros escritos que permitem sua identificação. 
        B( ) as fontes audiovisuais devem ser percebidas como representações da realidade e não interpretadas como testemunhos diretos e objetivos da história. 
C( ) na análise de periódicos, o historiador deve se ater ao seu conteúdo, não importando sua aparência física ou sua forma de circulação. 
D( ) como a fonte oral é produzida a partir de uma "testemunha ocular da história", o historiador pode confiar mais em sua veracidade. 
E( ) após o aparecimento da Nova História, a biografia passou a não ser mais considerada como fonte histórica. 

05) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à história cultural. 
( ) Uma das características da história cultural que se desenvolveu após os anos 70 do século XX foi a análise dos aspectos culturais do comportamento humano. 
( ) A história cultural estimulou o abandono de quadros teóricos generalizantes e privilegiou o estudo de hábitos, costumes e grupos específicos. 
( ) As relações entre história cultural e história social são possíveis e podem enriquecer a perspectiva que se tem da história. 
( ) Uma das críticas à história cultural é sua tendência à fragmentação. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. 
A( ) V - F - V - V 
      B( ) V - V - V - V 
C( ) V - F - V - F 
D( ) F - F - V - F 
E( ) V - V - F - F

Hermenêutica
28. Identifique o que for correto sobre a hermenêutica. 
a. ( ) Metodologia utilizada para identificar as informações objetivas contidas nos textos sagrados. 
b. ( X ) Técnica que busca a interpretação, decodificação e sentido das palavras e textos religiosos ou filosóficos. 
c. ( ) Teoria que trata dos princípios dogmáticos inspirados nos oráculos proferidos pelo deus grego Hermes. 
d. ( ) Conjunto de princípios teológicos organizados pelos filósofos medievais para interpretar a bíblia. 
e. ( ) Método utilizado pelos exegetas e teólogos contemporâneos para interpretar os manuscritos de grafia ilegível. 

Outros 
36. Levando-se em conta a relação que as Orientações Curriculares para o Ensino Médio estabelecem entre Filosofia e Cidadania, é correto dizer que a Filosofia 
(A) tem um papel particular na formação da cidadania e deve ser vista como o seu principal e único instrumento. 
(B) deve assumir a responsabilidade de incutir no jovem valores tais como tolerância e solidariedade. 
(C) deve aprimorar por si só o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. 
(D) constitui o único modo possível de formar cidadãos, na medida em que às outras disciplinas cabe a formação técnica. 
            (E) contribui na formação do cidadão, na medida em que acrescenta às suas outras capacidades a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica. 
35. ...a utilização de valorosos materiais didáticos pode ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade, inclusive ao cotidiano do estudante, mas a simples alusão a questões éticas não é ética, nem filosofia política a mera menção a questões políticas, não sendo o desejo de formar cidadãos o suficiente para uma leitura filosófica, uma vez que tampouco é prerrogativa exclusiva da Filosofia um pensamento crítico ou a preocupação com os destinos da humanidade. Com isso, a boa formação em Filosofia é, sim, condição necessária, mesmo quando não suficiente, para uma boa didática filosófica. 
(Orientações Curriculares para o Ensino Médio. In: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_ 03_internet.pdf) 
Levando em consideração o texto acima, é correto afirmar que o ensino da Filosofia deve  
        (A) se constituir não apenas da menção a temas atuais, políticos e éticos, mas exigir ao mesmo tempo uma ligação com conceitos filosóficos fixados e desenvolvidos ao longo da História da Filosofia. 
(B) se dar apenas por meio da utilização de valorosos materiais didáticos que permitam ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade. 
(C) se basear nas ideias filosóficas de que a ética não é a ética e de que as questões políticas não são questões políticas. 
(D) se concentrar na ideia de que uma leitura filosófica não é capaz de formar cidadãos. 
(E) lidar com o fato de que a Filosofia é incapaz de formular um pensamento crítico, bem como de se concentrar em assuntos referentes aos destinos da humanidade. 

23. "A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação de cidadania plena!" (Ministério da Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/ SETEC, 1999. p. 44) 
De acordo com essa referência dos PCN´s à Lei nº 9.394/96, para a qual os conhecimentos de Filosofia são necessários ao exercício da cidadania, e considerando a retomada histórica da Filosofia nos currículos do Ensino Médio brasileiro, é incorreto afirmar que: 
a) A exclusão da Filosofia das escolas de Educação Básica refletia sua classificação como uma disciplina inconveniente na medida em que seu caráter crítico representaria uma ameaça à forma de poder vigente no Brasil, baseado na autoridade e na repressão, inclusive de pensamento. 
b) O ensino de Filosofia descrito pelos PCN´s é entendido como instrumento de formação para a cidadania devido à sua capacidade de problematizar a realidade e proporcionar uma formação educacional voltada à autonomia e à responsabilidade social do estudante. 
         c) O sentido histórico da atividade Filosófica refere-se à sua vocação para criticar as estruturas estabelecidas, proporcionando elementos para o exercício da cidadania no que se refere à participação política direcionada à transformação permanente da estrutura social. 
d) A responsabilidade integral pela formação do cidadão não pode ser atribuída somente à retomada da disciplina de Filosofia nos currículos, visto que todos os componentes curriculares fornecem elementos para que o estudante se aproprie do seu mundo social e natural através dos conhecimentos produzidos pelas diversas ciências estudadas. 
e) O estudo de Filosofia deve permitir que o desenvolvimento de habilidades e competências especificamente filosóficas conduza o estudante a um amadurecimento cognitivo que articule suas experiências e conhecimentos, e permita a construção e reconstrução de suas ações a partir da relação estabelecida com seu meio social. 


38. Perry Anderson indica três elementos de um pós-neoliberalismo possível: 1- os valores; 2- a propriedade e; 3- a democracia. Relacione esses subsídios com as respectivas definições abaixo e depois marque a alternativa que contenha a seqüência vertical de cima para baixo. 
( ) Não é um valor supremo segundo as ideias neoliberais; ao contrário, é um instrumento falível, que facilmente pode tornar-se excessivo e de fato se tornou. 
( ) Aqui se consagrou a cruzada neoliberal antisocialista, mas é onde, a exemplo da China, há experiências criativas que demonstram certo dinamismo no mundo contemporâneo. 
( ) Ressalta-se o princípio da igualdade como o critério central de qualquer sociedade verdadeiramente livre. Igualdade não no sentido de uniformidade, mas, ao contrário, a única autêntica diversidade. 
A) 1, 2, e 3 
       B) 3, 2 e 1 
C) 1, 3 e 2 
D) 2, 3 e 1 
E) 2, 1 e 3 
___________________________________________ 


27. Analise o texto abaixo: As verdades, de fato, são verdades porque para elas funciona o princípio de ............................ , segundo o qual tudo o que existe, tudo o que percebemos e tudo aquilo de que temos experiência possui uma causa ......................... e essa causa pode ser conhecida. 
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto. 
a. ( ) casualidade ; formal 
b. ( ) inatividade ; indeterminada 
c. ( X ) razão suficiente ; determinada 
d. ( ) proporcionalidade ; ideal 
e. ( ) imutabilidade ; primeira 

Questão 37 
"Com a crise da Metafísica e os inusitados abalos provocados pela Revolução Burguesa todo o edifício da imitação põe-se a desabar, e isso a partir do comprometimento de seus próprios alicerces. São aqueles universais que começam a desfalecer, depauperados em suas bases metafísicas. Digamos que o nominalismo, tomada a palavra na acepção o mais ampla possível, invade todos os cenários: o político, o religioso, o filosófico, o científico e, como não poderia deixar de ser, também o artístico." (BORNHEIM. Gênese e Metamorfose da Crítica) 
A partir da citação acima, a opção que melhor se coaduna com a interpretação de Bornheim a respeito da relação entre a crise da metafísica e a estética é: 
X A) O desmoronamento de todos os referenciais absolutos a respeito do ser e do conhecer atinge também a estética. 
B) A crise da metafísica se restringe à ontologia e à epistemologia, nas quais o saber necessita de referenciais absolutos. 
C) Diante da impossibilidade de qualquer referencial absoluto, ontologia, epistemologia e estética perdem totalmente o sentido. 
D) A ausência de referenciais do nominalismo inviabiliza a estética ao recusar toda e qualquer forma de imitação na criação artística. 

Questão 40 
"Eis, então, uma posição quanto à ideia de formação pela filosofia: a filosofia gera condições, indiretas é claro, da intervenção na realidade, nos modos dos jovens se situarem face à multiplicidade e heterogeneidade dos problemas, fatos, acontecimentos em que estão envolvidos. Intervir significa então descobrir o funcionamento e o sentido das configurações (teorias, ideologias e mitologias, religiosas, científicas, tecnológicas, artísticas); significa interrogar, formular questões e objeções. Para isso, reafirmando, os jovens utilizam os sistemas de referência constituídos no curso de filosofia, como uma experiência (acima de tudo, sobre os processos enunciativos) de uma diversidade significativa de trabalhos filosóficos." (FAVARETTO. Filosofia, ensino e cultura. P. 46) 
A opção mais coerente com a ideia de formação apresentada acima é: 
X A) O ensino de filosofia deve interrogar e questionar a cultura contemporânea em suas distintas configurações. 
B) Deve-se superar e abandonar a história da filosofia como fonte de orientação para programas e aulas da disciplina. 
C) A dispersão da cultura contemporânea impede a realização de uma diversidade significativa de trabalhos filosóficos. 
D) A heterogeneidade de enunciados predominante na realidade dos jovens estrutura os sistemas de referência constituídos no curso.




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