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Para todas as
turmas Dia da consciência negra - 20 de novembro
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A religiosidade do
negro no Brasil está totalmente ligada ao sincretismo religioso.
Para que pudessem cultuar seus deuses, eles atribuíram aos mesmos
os nomes dos santos católicos, enganando assim seus patrões e a
Igreja Católica, podendo, dessa forma, exercer sua religiosidade.
Esse movimento é conhecido como sincretismo religioso. A
contribuição desse sincretismo para a produção ARTÍSTICA no
Brasil é vista em obras do Mestre Didi, por exemplo, que utiliza a
religiosidade como parte de sua poética. Também vemos esse
sincretismo na dança, no teatro e na música.
Sincretismo é uma
fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças
religiosas, seja nas filosóficas. A origem se deve provavelmente ao
livro "Moralidades", de Plutarco no capítulo "amor
fraternal", onde comenta que os cretenses esqueciam as
diferenças internas a fim de se unir à combater um mal maior.
Então, sincretismo é agir como os cretenses agiam, unir coisas
dispares, apesar das diferenças, a favor do que é semelhante
(cretenses eram, antes das diferenças, cretenses).
Na história das
religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas
diferentes, ou, a influência exercida por uma religião nas práticas
de uma outra.
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Fevereiro - Seis aulas
1. Mito e Filosofia – Etimologia
O mito está presente, inclusive nos dias atuais. Baseia-se em crenças identificando-se com o sobrenatural.
O mito pode ser uma forma de conhecimento que busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.
A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos e sophia. A primeira é uma derivação de philia que significa amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou simplesmente saber. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez, seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.8
A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a criação da palavra. Conforme essa tradição, Pitágoras teria criado o termo para modestamente ressaltar que a sabedoria plena e perfeita seria atributo apenas dos deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-la na qualidade de filósofos.8
A palavra filosofia (philosophía) não é simplesmente uma invenção moderna a partir de termos gregos, mas, sim, um empréstimo tomado da própria língua grega. Os termos filósofos (philosophos) e Filosofia já teriam sido empregados por alguns pré-socráticos (Heráclito, Pitágoras e Górgias) e pelos historiadores Heródoto e Tucídides. Em Sócrates e Platão, é acentuada a oposição entre sofia e filosofia, em que o último termo exprime certa modéstia e certo ceticismo em relação ao conhecimento humano.
2. Filosofia
Filosofia (do grego amor à sabedoria) é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori.
A filosofia ocidental surgiu na Grécia antiga no século VI a.C. A partir de então, uma sucessão de pensadores originais – como Tales, Xenófanes, Pitágoras, Heráclito e Protágoras – empenhou-se em responder, racionalmente, questões acerca da realidade última das coisas, das origens e características do verdadeiro conhecimento, da objetividade dos valores morais, da existência e natureza de Deus (ou dos deuses). Muitas das questões levantadas por esses antigos pensadores são ainda temas importantes da filosofia contemporânea.
Durante as Idades Antiga e Medieval, a filosofia compreendia praticamente todas as áreas de investigação teórica. Em seu escopo figuravam desde disciplinas altamente abstratas – em que se estudavam o "ser enquanto ser" e os princípios gerais do raciocínio – até pesquisas sobre fenômenos mais específicos – como a queda dos corpos e a classificação dos seres vivos. Especialmente a partir do século XVII, vários ramos do conhecimento começam a se desvencilhar da filosofia e a se constituir em ciências independentes com técnicas e métodos próprios (priorizando, sobretudo, a observação e a experimentação).. Apesar disso, a filosofia atual ainda pode ser vista como uma disciplina que trata de questões gerais e abstratas que sejam relevantes para a fundamentação das demais ciências particulares ou demais atividades culturais. A princípio, tais questões não poderiam ser convenientemente tratadas por métodos científicos.
Por razões de conveniência e especialização, os problemas filosóficos são agrupados em subáreas temáticas: entre elas as mais tradicionais são a metafísica, a epistemologia, a lógica, a ética, a estética e a filosofia política.
3. Disciplinas filosóficas
A filosofia é geralmente dividida em áreas de investigação específica. Em cada área, a pesquisa filosófica dedica-se à elucidação de problemas próprios, embora sejam muito comuns as interconexões. As áreas tradicionais da filosofia são as seguintes:
Metafísica: ocupa-se da elaboração de teorias sobre a realidade e sobre natureza fundamental de todas as coisas. O objetivo da metafísica é fornecer uma visão abrangente do mundo – uma visão sinóptica que reúna em si os diversos aspectos da realidade. Uma das subáreas da metafísica é a ontologia (literalmente, a ciência do "ser"), cujo tema principal é a elaboração de escalas de realidade. Nesse sentido, a ontologia buscaria identificar as entidades básicas ou elementares da realidade e mostrar como essas se relacionam com os demais objetos ou indivíduos - de existência dependente ou derivada.
Epistemologia ou teoria do conhecimento: é a área da filosofia que estuda a natureza do conhecimento, sua origem e seus limites. Dessa forma, entre as questões típicas da epistemologia estão: “O que diferencia o conhecimento de outras formas de crença?”, “O que podemos conhecer?”, “Como chegamos a ter conhecimento de algo?”.
4. Lógica: é a área que trata das estruturas formais do raciocínio perfeito – ou seja, daqueles raciocínios cuja conclusão preserva a verdade das premissas. Na lógica são estudados, portanto, os métodos e princípios que permitem distinguir os raciocínios corretos dos raciocínios incorretos.28
Ética ou filosofia moral: é a área da filosofia que trata das distinções entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Procura identificar os meios mais adequados para aprimorar a vida moral e para alcançar uma vida moralmente boa. Também no campo da ética dão-se as discussões a respeito dos princípios e das regras morais que norteiam a vida em sociedade, e sobre quais seriam as justificativas racionais para adotar essas regras e princípios.
Filosofia política: é o ramo da filosofia que investiga os fundamentos da organização sociopolítica e do Estado. São tradicionais nessa área, as hipóteses sobre o contrato original que teria dado início à vida em sociedade, instituído o governo, os deveres e os direitos dos cidadãos. Muitas dessas situações hipotéticas são elaboradas no intuito de recomendar mudanças ou reformas políticas aptas a aproximar as sociedades concretas de um determinado ideal político.
Estética ou filosofia da arte: entre as investigações dessa área, encontram-se aquelas sobre a natureza da arte e da experiência estética, sobre como a experiência estética se diferencia de outras formas de experiência, e sobre o próprio conceito de belo.
5. Filosofia antiga
Filosofia antiga é o período compreendido entre o surgimento da filosofia e a queda do Império Romano.
A filosofia antiga nasceu de uma necessidade em explicar o mundo com explicações reais, O primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
Originalmente, todas as áreas que hoje denominamos ciências faziam parte da Filosofia: expressão, no mundo grego, de um conjunto de saber nascido em decorrência de uma atitude. E, de fato, tanto Platão, no Fédon, quanto Aristóteles, na Metafísica, puseram na atitude admirativa, no admirar e também no páthos ("um tipo de afetação, que pode ser definido como um estranhamento"), a arché da Filosofia.
"No Teeteto, Sócrates diz a Teodoro que o filósofo tem um páthos, ou seja, uma paixão ou sensibilidade que lhe é própria: a capacidade de admirar ou de se deixar afetar por coisas ou acontecimentos que se dão à sua volta".. O têm a ver com "um bom ânimo ou boa disposição (...) que levou certos indivíduos a deixar ocupações do cotidiano para se dedicar a algo extraordinário, a produção do saber: uma atividade incomum, em geral pouco lucrativa, e que nem sequer os tornava moralmente melhores que os outros."
6. Filósofos pré-socráticos
Filósofos pré-socráticos é o nome pelo qual são conhecidos aqueles filósofos da Grécia Antiga que, como sugere o nome, antecederam a Sócrates. Essa divisão propriamente, se dá mais devido ao objeto de sua filosofia, em relação à novidade introduzida por Platão, do que à cronologia - visto que, temporalmente, alguns dos ditos pré-socráticos são contemporâneos a Sócrates, ou mesmo posteriores a ele (como no caso de alguns sofistas).
Primeiramente, os pré-socráticos, também chamados naturalistas ou filósofos da physis (natureza - entendendo-se este termo não em seu sentido corriqueiro, mas como realidade primeira, originária e fundamental¹, ou o que é primário,fundamental e persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório²), tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-ontológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas.
Posteriormente, com a questão do princípio fundamental único entrando em crise, surge a sofística, e o foco muda do cosmo para o homem e o problema moral.
Os principais filósofos pré-socráticos (e suas escolas) foram:
Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;
Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
Escola Eleática: Xenófanes, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia e Melisso de Samos.
Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Escola eclética: Diógenes de Apolônia, Arquelau de Atenas.
Prova
1- O conteúdo da Filosofia, quando esta nasce, é precisamente o de uma cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas partes: "cosmos", que significa mundo ordenado e organizado, e "logia", que vem da palavra "logos", que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, é correto afirmar que a Filosofia nasce como:
(A) conhecimento dos astros;
(B) organização do mundo;
(C) conhecimento racional da ordem do mundo;
(D) amor aos poetas;
(E) oposta ao conhecimento.
2- A elaboração de um discurso acerca da origem das coisas e sua explicação através dos processos de união e de separação são características
(A) presentes na filosofia pré-socrática e separam radicalmente o discurso mítico do filosófico.
(B) encontradas tanto na filosofia pré-socrática quanto na poesia épica de Hesíodo, embora, no mito, a explicação seja dada e, na filosofia, ela seja buscada e questionada.
(C) encontradas tanto em Hesíodo quanto em Parmênides, embora Hesíodo introduza seu discurso com uma narrativa mítica, enquanto Parmênides introduz seu discurso com uma análise lógica da predicação.
(D) peculiares ao período helenístico, em contraposição direta tanto ao pensamento platônico quanto ao aristotélico.
(E) capazes de distinguir a poesia da filosofia pelo fato, puramente estilístico, de uma ser composta em versos e a outra, em prosa.
3-O aparecimento da filosofia racional no ocidente está intrinsicamente ligado ao modelo sócio-político das cidades-estado gregas.
(X) Verdadeiro ( ) Falso.
4- Na palavra filosofia, Qual o significado de “Sofia”? R: Sabedoria
5- Em relação ao termo "mito" é correto afirmar que:
(A) tem sua origem no termo grego "mythos";
(B) significa o mesmo que o termo português "imitar";
(C) significa o conjunto das religiões de uma sociedade ou cultura;
(D) significa o conjunto de brincadeiras de uma sociedade;
(E) significa o conjunto de rituais de uma religião.
6- Em relação ao mito NÃO é correto afirmar que:
(A) é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa;
(B) pode dizer respeito à origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas e dos animais;
(C) para os gregos era um discurso para ouvintes que recebiam a narrativa como verdadeira;
(D) é uma narrativa baseada na autoridade e confiabilidade do narrador;
(E) não pode ser uma narrativa feita em público.
7- Para os gregos, o mito era um discurso pronunciado para pessoas que acreditam ser verdadeira a narrativa apresentada. Os cantores ambulantes davam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Sobre os mitos é correto afirmar-se que:
A) O mito fazia um apelo à razão do ouvinte.
B) O mito era considerado uma narrativa sagrada.
C) A narrativa mítica não trazia sabedoria sobre o universo humano, pois colocava em cena deuses e heróis.
D) No mito, a razão se sobrepõe ao elemento fantástico.
8- As áreas tradicionais da filosofia são as seguintes:
R: Metafísica, Epistemologia ou teoria do conhecimento, Lógica, Ética ou filosofia moral, Filosofia política, Estética ou filosofia da arte.
9- Sobre a validade lógica é correto afirmar que: Se estabelece em relação à sua coerência interna e à sua correspondência com as leis lógicas e os princípios dedutivos sem levar em conta a materialidade, isto é, o conteúdo dos juízos que o compõem.
Março - Oito aulas
7. Escola jônica
Escola jônica foi uma escola da filosofia grega centrada na cidade de Mileto, na Jônia, nos séculos VI e V a.C. Embora a Jônia tenha sido o centro da filosofia ocidental, os filósofos que ela produziu, incluindo Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Anaxágoras, Arquelau e Diógenes de Apolônia, tinham pontos de vista tão divergentes que não se pode dizer que tenham pertencido, stricto sensu, a uma escola filosófica específica. Aristóteles os chamou de fisiólogos, significando "aqueles que discursavam sobre a natureza", porém jamais os classificou numa "escola jônica". A classificação foi feita pela primeira vez por Sócio, historiador da filosofia do século II. Por vezes são designados como cosmologistas, já que quase todos eram fisicalistas que tentavam explicar a natureza da matéria.
Enquanto alguns dos filósofos classificados nesta escola também são incluídos na escola milésia de filosofia, outros têm uma classificação mais problemática...
A maior parte dos cosmologistas acredita que embora a matéria possa mudar de uma forma para outra, toda a matéria tem algo em comum, inalterável. Não concordavam no que seria isto, partilhado por todas as coisas, e nem faziam experimentos para descobrir, mas utilizavam-se da racionalização abstrata, no lugar da religião ou da mitologia, para se explicar, tornando-se assim os primeiros filósofos da tradição ocidental.
Filósofos posteriores ampliaram seus estudos, incluindo outras áreas do pensamento. A escola eleática, por exemplo, também estudava a epistemologia; os jônicos, no entanto, foram o primeiro grupo de filósofos a se ter notícia, e daí vem suas importâncias históricas.
8. Tales de Mileto (624--548 a.C.) Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses", o que talvez pode ser associado à ideia de que o imã tem vida, porque move o ferro. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas simplesmente a ideia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo). Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações no Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos (exemplo: teorema de Tales). Tales viajou por várias regiões, inclusive o Egito, onde, segundo consta, calculou a altura de uma pirâmide a partir da proporção entre sua própria altura e o comprimento de sua sombra. Esse cálculo exprime o que, na geometria, até hoje se conhece como teorema de Tales.
Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arché. Para Tales, o arché seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento.
09. Principais fragmentos de Tales
“...a Água é o princípio de todas as coisas...”.
“... todas as coisas estão cheias de deuses...”.
“... a pedra magnética possui um poder porque move o ferro..."
Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador da Escola Jônica. Considerava a água como sendo a origem de todas as coisas, e seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único" para essa natureza primordial. Entre os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação.
Desde Tales de Mileto, as explicações sobre o cosmos são realizadas por meio de argumentos, razões plausíveis para que o processo desencadeado pela physis se comporte de determinada maneira. Tais argumentos são confrontados por outros filósofos e, progressivamente, as concepções tornam-se cada vez mais elaboradas. Dessa forma, o pensamento filosófico que emerge nesse movimento distancia-se do pensamento mítico, entre outras razões, porque: apresenta uma visão de mundo com base racional que pode ser repensada por meio de argumentação e substituída;
10. Anaximandro de Mileto (610 a.C. - c. 546 a.C.)
Anaximandro viveu em Mileto no século VI a.C.. Foi discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro achava que nosso mundo seria apenas um entre uma infinidade de mundos que evoluiriam e se dissolveriam em algo que ele chamou de ilimitado ou infinito. Não é fácil explicar o que ele queria dizer com isso, mas parece claro que Anaximandro não estava pensando em uma substância conhecida, tal como Tales concebeu. Talvez queria dizer que a substância que gera todas as coisas deveria ser algo diferente das coisas criadas. Uma vez que todas as coisas criadas são limitadas, aquilo que vem antes ou depois delas teria de ser ilimitado.
É evidente que esse elemento básico não poderia ser algo tão comum como a água. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das coisas. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos contrários em consequência do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das coisas - o arché - não era algo visível; era uma substância etérea, infinita. Chamou a essa substância de apeíron (indeterminado, infinito). O apeíron seria uma “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários.
!- Anaximandro foi discípulo de:_____________
11. Contra Tales
Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível.
Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico totalmente.
De acordo com ele para que o vir-a-ser não cesse, o ser originário tem de ser indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e garantindo, por isso, a eternidade e o curso do vir-a-ser.
O seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as coisas e à qual retornam todas as coisas.
Principais fragmentos:
“... o ilimitado é eterno...”
“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”
São atribuições de Thales de Mileto:
I. O grande mérito de Tales, na verdade, não foi a sua explicação aquática da realidade: foi o fato de que, pela primeira vez na história, o homem buscava uma explicação totalmente racional para o seu mundo, deixando de lado a interferência dos deuses.
II.Tales pode ser tido também como o pai da filosofia unitarista - que busca a explicação de todas as coisas a partir de um único princípio.
III.O que sabemos sobre as ideias desse filósofo resulta de comentários feitos pelos pensadores gregos que o sucederam, pois não há preservados registros escritos de sua autoria.
12- Empédocles de Agrigento (495 - 435a.C.)
Empédocles foi um filósofo, médico, legislador, professor, mítico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a ideia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra. Tudo seria uma determinada mistura desses quatro elementos, em maior ou menor grau, e seriam o que de imutável e indestrutível existiria no mundo.
Para Empédocles, duas forças fundamentais responsáveis pela manutenção do universo: O AMOR que unia os elementos (raízes) e o ÓDIO que os separava. A morte para ele era simplesmente a desagregação dos elementos. Segundo ele, todos nós fazíamos parte do todo que se renovava em ciclos; reunindo-se (nascimento) e separando-se (morte).
O pensamento de Empédocles talvez influenciará os pensadores da escola atomista.
Foi Empédocles que estabeleceu os quatro elementos essenciais que fazem toda a estrutura do mundo - fogo, ar, água e terra. Chamou estes quatro elementos "raízes" que, de maneira típica, ele também identificou com os nomes místicos de Zeus e Hera. Nunca .
De acordo com as diferentes proporções em que esses quatro elementos indestrutíveis e imutáveis são combinados uns com os outros é produzida a diferença da estrutura. É na agregação e segregação de elementos que assim resulta, que Empédocles, como os atomistas, encontrou o verdadeiro processo que corresponde ao que é popularmente chamado de crescimento, aumento ou diminuição. Nada de novo vem ou pode vir a ser, a única mudança que pode ocorrer é uma mudança na justaposição de elemento com elemento. Essa teoria dos quatro elementos tornou-se o padrão dogma nos dois mil anos seguintes.
13- Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.)
O terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes. Ele pensava que a origem de todas as coisas teria de ser o ar ou o vapor. Anaxímenes conhecia, claro, a teoria da água de Tales. Mas de onde vem a água? Anaxímenes acreditava que a água seria ar condensado. Acreditava também que o fogo seria ar rarefeito. De acordo com Anaxímenes, por conseguinte, o ar("pneuma") constituiria a origem da terra, da água e do fogo.
Os três filósofos milésios acreditavam na existência de uma substância básica única, que seria a origem de todas as coisas. No entanto, isso deixava sem solução o problema da mudança. Como poderia uma substância se transformar repentinamente em outra coisa? A partir de cerca de 500 a.C., quem se interessou por essa questão foi um grupo de filósofos da colônia grega de Eleia, no sul da Itália, por isso conhecidos como eleatas.
14. Parmênides de Eléia (530 a.C. - 460 a.C.)
O mais importante dos filósofos eleatas foi Parmênides. “Nada nasce do nada e nada do que existe se transforma em nada”. Com isso quis dizer que “tudo o que existe sempre existiu”.
Sobre as transformações que se pode observar na natureza: ”Achava que não seriam mudanças reais”. De acordo com ele, nenhum objeto poderia se transformar em algo diferente do que era.
Início do racionalismo
Percebia, com os sentidos, que as coisas mudam. Mas sua razão lhe dizia que é logicamente impossível que uma coisa se tornasse diferente e, apesar disso, permanecesse de algum modo a mesma. Quando se viu forçado a escolher entre confiar nos sentidos ou na razão, escolheu a razão. Essa inabalável crença na razão humana recebeu o nome de racionalismo. Um racionalista é alguém que acredita que a razão humana é a fonte primária de nosso conhecimento do mundo.
15. Heráclito de Éfeso (c. 540-476 a.C.) Fogo
Um contemporâneo de Parmênides foi Heráclito, o filósofo pré-socrático do devir, que era de Éfeso, na Ásia Menor. Heráclito propunha que a matéria básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia. "Tudo flui", disse Heráclito. "Tudo está em fluxo e movimento constante, nada permanece". Por conseguinte, “não entramos duas vezes no mesmo rio. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos".
Problema: Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos principais diametralmente opostos.
Parmênides dizia:
a) nada muda,
b) não se deve confiar em nossas percepções sensoriais.
Heráclito, por outro lado, dizia:
a) tudo muda (“todas as coisas fluem”), e
b) podemos confiar em nossas percepções sensoriais.
Quem estava certo? Coube ao siciliano Empédocles (c. 490-4.0 a.C.) indicar a saída do labirinto.
Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas naturais.
2ª Prova
1.Relacione:
a) Tales de Mileto; b) Anaximandro; c) Anaxímenes; d)Heraclito
( ) Fogo; ( ) Ar; ( ) Apeiron; ( ) Água
2- Das alternativas dadas abaixo sobre os pré-socráticos, está correta:
A) Heráclito identificou a arché, o princípio fundamental de tudo, com o fogo.
B) Anaximandro vê a origem de todas as coisas na mudança do elemento primordial.
C) Parmênides atribui a origem de tudo ao movimento.
D) Empédocles via a compreensão do universo no movimento.
3- Compreendendo ser o conhecimento sensível das coisas, enganador, devendo por isso ser superado pela razão, a quem se atribui a autoria do fragmento abaixo transcrito?
"Os (porcos) alegram-se na lama (mais do que na água limpa)"
a) Xenófanes; b) Heráclito; c) Leucipo de Abdera; d) Pitágoras.
4- Em filosofia, entende-se por pré-socráticos aqueles filósofos que antecederam a Sócrates. Entre as opções abaixo relacionadas identifique-os:
a) Tales de Mileto / Santo Agostinho / Heráclito;
b) Parmênides / Anaximandro / Diógenes;
c) Parmênides / Pitágoras / Aristóteles;
5- No século VI a.C., condições sociais e econômicas favoreceram o surgimento da filosofia na Grécia. Dentre estas mudanças pode-se mencionar:
A) A estruturação do mundo rural, desenvolvimento do sistema escravagista e o estabelecimento de uma aristocracia proprietária de terras.
B) A expansão da economia local fundada no desenvolvimento do artesanato, o fortalecimento dos "demos" e da organização familiar patriarcal.
C) As disputas entre Atenas e Esparta, o desenvolvimento de Mecenas e do comércio jônico.
D) O uso da escrita alfabética, as viagens marítimas e a evolução do comércio e do artesanato.
6- A Filosofia nascente é grega, isto é, surgiu na Grécia no século V antes de Cristo. É atribuída a Pitágoras a invenção da palavra Filosofia, que é a junção de philos (amor) e sophia (sabedoria), significando amor à sabedoria. É considerado primeiro filósofo:
(A) O próprio Pitágoras, já que foi ele quem criou o nome Filosofia. (B) Parmênides de Eléia. (C) Tales, da Escola de Mileto. (D) Aristóteles.
7- Quem é considerado o pai da filosofia grega?
a) Anáxagoras; b) Anaximandro; c) Anaxímenes; d) Sócrates; e) Tales de Mileto
8- Quem é o filósofo pré-socrático do devir?
a) Anaxímedes; b) Parmênides; c) Empédocles; d) Heráclito; e) Demócrito
9 - - Anaximandro foi discípulo de:_____________
10-Qual dos seguintes filósofos faz parte da lista de Sete Sábios da Grécia Antiga?
a) Tales de Mileto; b) Anaxímedes; c) Sócrates; d) Xenofonte; e)Heráclito
11- Desde os primórdios da humanidade o mito está presente, inclusive nos dias atuais. A respeito desse conhecimento pode-se afirmar que:
(a). É baseado no conhecimento empírico.
(b). Se identifica com a razão.
(c). É um excelente instrumento para uma explicação científica.
(d). Baseia-se em crenças identificando-se com o sobrenatural.
e) Nda.
12 - Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta:
(a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.
(b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades.
(c) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica.
(d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.
(e) Nda.
13- Filósofo contemporâneo de Tales de Mileto, para o qual o princípio da Physis é o apeíron, cujo constante movimento origina uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor - os quais constituem o mundo. Essa descrição refere-se a:
a) Anaxímenes. b) Pitágoras. c) Parmênides. d) Anaximandro. e) Anaxágoras.
14- Dos séculos VII a III a.C. ocorreu o nascimento da Filosofia na Grécia.
Os primeiros filósofos eram chamados de naturalistas por buscarem respostas as nossas
dúvidas na natureza. Alguns filósofos se destacaram por apontar uma única substância
como princípio fundamental, ou elemento fundamental para explicar o mundo. Relacione
os filósofos abaixo aos elementos que eles apontaram como princípio fundante:
I - Tales de Mileto (624-546 a.C.)
II - Anaxímenes (585-528 a.C.)
III - Heráclito (570-490 a.C.)
IV - Empédocles (492-4.2 a.C.)
( ) Fogo; ( ) Ar; ( ) Água; ( ) Terra
15- Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.). Quem Narra o Mito?
a) O mitólogo. b) O Imperador. c) O O poeta-didasKalos. d) O Poeta-rapsodo.
14- Considerando "toda prova de Filosofia é fácil" uma proposição verdadeira, é correto inferir que:
a) "alguma prova de Filosofia não é fácil" é uma proposição verdadeira ou falsa.
b) "alguma prova de Filosofia não é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira.
c) "alguma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição verdadeira ou falsa.
d) "alguma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira.
e) "nenhuma prova de Filosofia é fácil" é uma proposição necessariamente verdadeira.
8- O nascimento da reflexão filosófica na Grécia antiga está associado aos pensadores que antecederam a Sócrates, os chamados pré-socráticos. As questões fundamentais propostas por esses filósofos são de âmbito eminentemente:
A) moral. B) político. C) cosmológico. D) educacional. E) religioso.
16- Anaximenes é um
A) Neoplatônico; B) Neo aristotélico; C) Epicurista; D) Estóico; E) Pré-socrático
17- Como Aristóteles chamou os primeiros filósofos? R: Aristóteles os chamou de fisiólogos
Abril - Dez aulas
16. Os elementos de Empédocles
Empédocles acreditava que os primeiros filósofos estavam certos:
A água não poderia, evidentemente, transformar um peixe em uma borboleta. Com efeito, a água não pode mudar. Água pura irá continuar sendo água pura. Por isso, Parmênides estava certo ao sustentar que “nada muda”.
Mas, ao mesmo tempo, Heráclito também estava certo em achar que devemos confiar em nossos sentidos. Devemos acreditar naquilo o que precisava ser rejeitado era a ideia de uma substância básica única. Nem a água nem o ar sozinhos podem se transformar em uma roseira ou uma borboleta. Não é possível que a fonte da Natureza seja um único “elemento”. Empédocles acreditava que a Natureza consistiria em quatro elementos, ou “raízes”, como os denominou. Essas quatro raízes seriam a terra, o ar, o fogo e a água.
A - Como ou por que acontecem as transformações que observamos na natureza?
todas as coisas seriam misturas de terra, ar, fogo e água, mas em proporções variadas. Assim as diferentes coisas que existem seriam os processos naturais gerados pela aproximação e à separação desses quatro elementos.
Quando uma flor ou um animal morrem, disse Empédocles, os quatro elementos voltam a se separar. Podemos registrar essas mudanças a olho nu. Mas a terra e o ar, o fogo e a água permaneceriam eternos, “intocados” por todos os componentes dos quais fazem parte. Dessa maneira, não é correto dizer que todas as coisas mudam.
Basicamente, nada mudaria. O que ocorre é que os quatro elementos se combinariam e se separariam - para se combinarem de novo, em um ciclo. B - O que faria esses elementos se combinarem de tal modo que fizessem surgir uma nova vida? E o que faria a “mistura”, digamos, de uma flor se dissolver de novo? Empédocles pensava que haveria duas forças diferentes atuando na Natureza. Ele as chamou de amor e discórdia. Amor uniria as coisas, a discórdia as separaria.
Curiosamente, os quatro elementos correspondem, um a um, aos quatro estados da natureza: terra (sólido), água (líquido), ar (gasoso) e fogo (plasma).
17- Demócrito e a Teoria Atômica
Para Demócrito, as transformações que se podem observar na natureza não significavam que algo realmente se transformava. Ele acreditava que todas as coisas eram formadas por uma infinidade de "pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e indivisível". A estas unidades mínimas deu o nome de ÁTOMOS. Átomo significa indivisível, cada coisa que existe é formada por uma infinidade dessas unidades indivisíveis. "Isto porque se os átomos também fossem passíveis de desintegração e pudessem ser divididas em unidades ainda menores, a natureza acabaria por diluir-se totalmente". Exemplo: se um corpo – de uma árvore ou animal, morre e se decompõe, seus átomos se espalham e podem ser reaproveitados para dar origem a outros corpos.
O que diz Demócrito? Que existem substâncias em número infinito que se chamam átomos, porque eles não podem se dividir (...); impassíveis, que se movem dispersas aqui e ali, no vazio infinito; e quando elas se aproximam uma das outras, ou se associam e combinam, de tais associações um aparece água, o outro o fogo, o outro árvore, o outro homem (...). Plutarco. Contra Colotes.
Leucipo de Eleia (...) aprendeu filosofia diretamente de Parmênides, mas não adotou o pensamento de Parmênides e de Xenófanes sobre as coisas existentes, e seguiu, ao contrário, parece-me, um caminho oposto. Pois - enquanto os dois faziam do todo um ser um, imóvel, não-engendrado e limitado, e concordavam em pensar que não era necessário especular sobre o não-ser -, Leucipo formulou a hipótese de que os átomos são os elementos ilimitados e sempre em movimento (...). Ele diz que a substância dos átomos (...) é o ser, e que ela se desloca no vazio, que ele chamava não-ser (...).
18. Xenófanes de Colofon (570 a.C. - 460 a.C.)
Originário da Jônia, viveu no sul da Itália. Precursor do pensamento dos Eleatas. Para ele a Physis era a terra. Escreveu em estilo poético. Defendeu a ideia de um Deus único. Tinha influência Pitagórica.
Xenófanes, de Colofon -(século IV a. C) atribui-se a ele a fundação da escola de Eleia. Levou vida errante, passando parte dela na Sicília, tendo fugido de sua terra natal por causa da invasão dos medas. Alguns duvidam de sua ligação com Eleia. Em seus fragmentos defendeu um deus único, supremo, que não tinha a forma de homem. Realçou isso afirmando que os homens atribuem aos deuses características semelhantes a eles mesmos, que mudam de acordo com o povo. Se os animais tivessem mãos para realizarem obras, colocariam nos deuses suas características. Restaram de suas obras alguns fragmentos, sendo que uns satíricos. Foi contra a grande influência de Hesíodo e Homero (historiador e escritor gregos). Zombou dos atletas, preferindo a sua sabedoria aos feitos atléticos, que não enchiam celeiros. O deus segundo Xenófanes está implantado em todas as coisas, o todo é um, e é supra-sensível, imutável, sem começo, meio ou fim. Teve como discípulo Parmênides.
Segundo Hegel os gregos tinham apenas o mundo sensível diante de si, e não encontravam satisfação nisso. Assim jogavam tudo fora como sendo não verdadeiro, e chegavam ao pensamento puro. O infinito, Deus, é um só, pois se fosse dois haveria a finitude. Hegel identifica a dialética* em Xenófanes, uma consciência da essência, pura, e outra de opinião, uma sobrepondo a outra, indo contra a mitologia grega.
Escolas Italianas
19. Pitágoras de Samos (571a.C. - 497 a.C.)
A maioria dos discípulos de Pitágoras desenvolvia conhecimentos em matemática. Defendia uma doutrina com ênfase na metafísica e na filosofia dos números e da música como essência de tudo que existe e também da própria Divindade. O ponto central da doutrina religiosa é a crença na transmigração das almas ou metempsicose.
Pitágoras, o fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos. Foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação metafísico-científico-ético-política, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília. Pitágoras aspirava - e também conseguiu - a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política; isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona, mudando-se para Metaponto, aí morrendo provavelmente em 497-96 a.C. Um dos principais herdeiros foi o filósofo grego Platão.
20. Escola Eleática
Representada principalmente por:
Alcmeão de Crotona, um dos principais discípulos de Pitágoras. Foi jovem quando seu mestre já era avançado em anos. Seu interesse principal dirigia-se á Medicina, de que resultou a sua doutrina sobre o problema dos sentidos e da percepção. Alcmeão disse que só os deuses tem um conhecimento certo, aos homens só presumir é permitido.
Parmênides de Eleia, o auge de sua existência foi por volta de 500 a.C. Foi ele o primeiro a demonstrar a esfericidade da Terra e sua posição no centro do mundo. Segundo ele, existem dois elementos: o fogo e a terra. O primeiro elemento é criador, o segundo é matéria. Os homens nasceram da terra. Trazem em si o calor e o frio, que entram na composição de todas as coisas. O espírito e a alma são para ele uma única e a mesma coisa. Ha dois tipos de filosofia, uma se refere a verdade e a outra a opinião.
Zenão de Eleia (490 a.C.-430 a.C.), foi um filósofo pré-socrático da escola eleática que nasceu em Eleia, hoje Vélia, Itália. Discípulo de Parmênides de Eleia, defendeu de modo apaixonado a filosofia do mestre. Seu método consistia na elaboração de paradoxos. Deste modo, não pretendia refutar diretamente as teses que combatia mas sim mostrar os absurdos daquelas teses (e, portanto, sua falsidade). Acredita-se que Zenão tenha criado cerca de quarenta destes paradoxos, todos contra a multiplicidade, a divisibilidade e o movimento (que nada mais são que ilusões, segundo a escola eleática). A citação padronizada usa DK292 para Zenão.
Ao contrário de Heráclito de Éfeso, Zenão exerceu atividade política. Consta que teria participado de uma conspiração contra o tirano local, sendo preso e torturado até a morte.
21. Segunda Fase do pensamento pré-socrático
Escola atomista: Leucipo e Demócrito de Abdera são os maiores expoentes.
Anaxágoras de Clazômena defendeu a Doutrina das Homeomerias. Foi um filósofo grego do período pré-socrático. Nascido em Clazômenas, na Jônia, fundou a primeira escola filosófica de Atenas, contribuindo para a expansão do pensamento filosófico e científico que era desenvolvido nas cidades gregas da Ásia. Era protegido de Péricles que também era seu discípulo. Em 4.. a.C. foi acusado de impiedade e partiu para Lâmpsaco, uma colônia de Mileto, também na Jônia, e lá fundou uma nova escola.
Anaxágoras escreveu um tratado aparentemente pequeno intitulado "Sobre a natureza", em que tentava conciliar a existência do múltiplo frente à crítica de Parmênides de Eleia e sua escola. Afirmava que o universo se constitui pela ação do Nous, conceito que geralmente é traduzido por espírito, mente ou inteligência. Segundo o filósofo, o Nous atua sobre uma mistura inicial formada de sementes que contém uma porção de cada coisa. Assim, o Nous, que é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre estas sementes ordenando-as e constituindo o mundo sensível. Os fragmentos preservados versam sobre: cosmologia, biologia e percepção. Esta noção de causa inteligente, que estabelece uma finalidade na evolução universal, irá repercutir em filósofos posteriores, como Platão e Aristóteles.
Anaxágoras aparece ao lado de Pitágoras no quadro da "Escola de Atenas" do pintor Rafael, segurando a tableta com o número triangular 1+2+3+4, a sagrada tetraktys dos Pitagóricos.
22. Os sofistas
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de cidade em cidade realizando aparições públicas (discursos, etc) para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação. Os mestres sofistas alegavam que podiam "melhorar" seus discípulos, ou, em outras palavras, que a "virtude" seria passível de ser ensinada.
Protágoras (480 a.C. - 410 a.C.), Górgias (480 a.C. - 375 a.C.), e Isócrates estão entre os primeiros sofistas conhecidos.
Protágoras foi o primeiro sofista a aceitar dinheiro (pagamento) dos seus ensinamentos
Diversos sofistas questionaram a então sabedoria recebida pelos deuses e a supremacia da cultura grega (uma ideia absoluta à época). Argumentavam, por exemplo, que as práticas culturais existiam em função de convenções ou "nomos", e que a moralidade ou imoralidade de um ato não poderia ser julgada fora do contexto cultural em que aquele ocorreu. Tal posição questionadora levou-os a serem perseguidos, inclusive, por aqueles que se diziam amar a sabedoria: os filósofos gregos.
23- O homem como medida de todas as coisas
A conhecida frase "o homem é a medida de todas as coisas" surgiu dos ensinamentos sofistas. Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra-argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser refutado por outro argumento, e que a efetividade de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma dada plateia.
Os Sofistas foram considerados os primeiros advogados do mundo,. ao cobrar de seus clientes para efetuar suas defesas, dada sua alta capacidade de argumentação. São também considerados por muitos os guardiões da democracia na antiguidade, na medida em que aceitavam a relatividade da verdade. Hoje, a aceitação do "ponto de vista alheio" é a pedra fundamental da democracia moderna.
Os primeiros filósofos do período socrático foram os sofistas, que vieram ao encontro do humanismo e relativismo; cultura (paideia) e excelência (areté); opinião (dóxa) e retórica (peithó); convenção (nomos) e cidade política (polis).
24. A Sofística
Sofística era originalmente o termo dado às técnicas ensinadas por um grupo altamente respeitado de professores retóricos na Grécia antiga. O uso moderno da palavra, sugestionando um argumento inválido composto de raciocínio especioso, não é necessariamente o representante das convicções do sofistas originais, a não ser daquele que geralmente ensinaram retórica. Os sofistas só são conhecidos hoje pelas escritas de seus oponentes (mais especificamente, Platão e Aristóteles) que dificulta formular uma visão completa das convicções dos sofistas.
Os sofistas são os primeiros a romperem com a busca pré-socrática por uma unidade originária (a physis) iniciada com Tales de Mileto e finalizada em Demócrito de Abdera (que embora tenha falecido pouco tempo depois de Sócrates, tem seu pensamento inserido dentro da filosofia pré-socrática).
A principal doutrina sofística consiste, em uma visão relativa de mundo (o que os contrapõe a Sócrates que, sem negar a existência de coisas relativas, buscava verdades universais e necessárias). A principal doutrina sofística pode ser expressa pela máxima de Protágoras: "O homem é a medida de todas as coisas".
Tal máxima expressa o sentido de que não é o ser humano quem tem de se moldar a padrões externos a si, que sejam impostos por qualquer coisa que não seja o próprio ser humano, e sim o próprio ser humano deve moldar-se segundo a sua liberdade.
Outro sofista famoso foi Górgias de Leontini, que afirmava que o 'ser' não existia. Segundo Górgias, mesmo que se admitisse que o 'ser' exista, é impossível captá-lo. Mesmo que isso fosse possível, não seria possível enunciá-lo de modo verdadeiro e, portanto, seria sempre impossível qualquer conhecimento sobre o 'ser'.
Estas visões contrastantes com a de Sócrates (que foram adotadas também por Platão e Aristóteles, bem como sua "luta" anti-sofista) somada ao fato de serem estrangeiros - o que lhes conferia um menor grau de credibilidade entre os atenienses - contribuiu para que seu pensamento fosse subvalorizado até tempos recentes.
25. Moral, direito, religião
A sofística , sustenta o relativismo prático, destruidor da moral. Como é verdadeiro o que tal ao sentido, assim é bem o que satisfaz ao sentimento, ao impulso, à paixão de cada um em cada momento. Ao sensualismo, ao empirismo gnosiológicos correspondem o hedonismo e o utilitarismo ético: o único bem é o prazer, a única regra de conduta é o interesse particular.
Górgias declara plena indiferença para com todo moralismo: ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; que a causa seja justa ou não, não lhe interessa. A moral, portanto, - como norma universal de conduta - é concebida pelos sofistas não como lei racional do agir humano, isto é, como a lei que potencia profundamente a natureza humana, mas como um empecilho que incomoda o homem.
Desta maneira, os sofistas estabelecem uma oposição especial entre natureza e lei, quer política, quer moral, considerando a lei como fruto arbitrário, interessado, mortificador, uma pura convenção, e entendendo por natureza, não a natureza humana racional, mas a natureza humana sensível, animal, instintiva. E tentam criticar a vaidade desta lei, na verdade tão mutável conforme os tempos e os lugares, bem como a sua utilidade comumente celebrada: não é verdade - dizem - que a submissão à lei torne os homens felizes, pois grandes malvados, mediante graves crimes, têm frequentemente conseguido grande êxito no mundo e, aliás, a experiência ensina que para triunfar no mundo, não é mister justiça e retidão, mas prudência e habilidade.
Então a realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens. Esse domínio violento é necessário para possuir e gozar os bens terrenos, visto estes bens serem limitados e ambicionados por outros homens. É esta, aliás, a única forma de vida social possível num mundo em que estão em jogo unicamente forças brutas, materiais. Seria, portanto, um prejuízo a igualdade moral entre os fortes e os fracos, pois a verdadeira justiça conforme a natureza material, exige que o forte, o poderoso, oprima o fraco em seu proveito.
Quanto ao direito e à religião, a posição da sofística é extremista também, naturalmente, como na gnosiologia e na moral. A sofística move uma justa crítica, contra o direito positivo, muitas vezes arbitrário, contingente, tirânico, em nome do direito natural. Mas este direito natural - bem como a moral natural - segundo os sofistas, não é o direito fundado sobre a natureza racional do homem, e sim sobre a sua natureza animal, instintiva, passional. Então, o direito natural é o direito do mais poderoso, pois em uma sociedade em que estão em jogo apenas forças brutas, a força e a violência podem ser o único elemento organizador, o único sistema jurídico admissível.
26. Período clássico
Sócrates (470a.C. - 399a.C.). A preocupação com o homem e com o significado da existência humana. O que é o conhecimento? A busca do diálogo, a ironia e a maiêutica como métodos. O perfil do filósofo. O exercício da ironia, a crítica das tradições, os usos e costumes, do próprio regime democrático grego, decretaram a sua morte por "não acreditar nos deuses e corromper a juventude".
Platão (428 a 347 a.C.) O dualismo grego é sacralizado: o sensível e o espiritual, o bem e o mal, a unidade e a pluralidade. O mundo das sombras e o mundo das ideias. O mito da caverna, o Bem Supremo. A pólis exige Justiça. A "paideia" prepara o cidadão para a "polis". O filósofo é o mediador entre o sábio e o ignorante.
Aristóteles (384a.C - 322 a.C.) Historiador e sistematizador de todo o pensamento grego anterior. É o criador da lógica formal e sistematizador das ciências no Organon (física, metafísica, lógica, matemática, psicologia, antropologia, ética, política etc). É tido como o maior dos filósofos gregos e um dos maiores da história da filosofia universal. Marca o apogeu da filosofia grega.
Prova
1- Todos os filósofos abaixo mencionados são sofistas EXCETO:
(A) Protágoras; (B) Gorgias; (C) Hippias; (D) Aristóteles; (E) Cratylus.
2.O homem é a medida de todas as coisas é uma frase de :
a) Melisso; b) Górgias; c) Sócrates; d) Protágoras; e)Xenofonte
3- Protágoras era
a) De Atenas; b) De Samos; c) De Abdera; d) De Mileto; e) De Lemos
4 - São considerados Sofistas:
a) Parmênides, Górgias, Crátes e Cícero.
b) Xenofonte, Péricles, Heródoto e Crátes.
c) Antifonte, Górgias, Protágoras e Pródico.
d) Empédocles, Protágoras, Antifonte e Pitágoras.
5- O pensador que cunha a frase "o homem é a medida de todas as coisas" é:
(A) Platão; (B) Nietzsche; (C) Kant; (D) Protágoras; (E) Marx.
5- Qual é o filosófo pré-socrático que faz da multiplicidade o principal objeto do seu pensamento, assim manifestando-se acerca da natureza do múltiplo: "em cada coisa há uma coisa porção de cada coisa. Exceção é o Espírito, que é ilimitado e autônomo: ao contrário das coisas, não é misturado com nada."?
a) Zenão de Eléia; b) Parmênides; c) Anaxágoras; d) Tales de Mileto.
6- Quem é o Principal representante da escola eleática?
a) Heráclito; b) Anáxagoras; c) Anaximandro; d) Parmênides; e) Zenão de Eléia
7- Relacione: .- Pitágoras; 2- Tales; .- protagoras
( ) Água ( ) Números ( ) O homem é a medida de todas as coisas.
8- Faça um desafio com a palavra “arche”
9- Destaque “seis” palavras chaves do texto: ---------------------------
7- Leia o texto a seguir.
O filósofo X afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela.
O mundo, dizia o filósofo X, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna contrário de si mesmo. O logos é a mudança e a contradição.
(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 200.)
O pensador X de que trata o texto é
(A) Platão. (B) Aristóteles. (C) Parmênides. (D) Heráclito. (E) Sócrates.
8 - Qual dos filósofos abaixo, reconhecidamente na tradição, complicou com tantos elementos lendários? A doutrina de sua escola tinha essencialmente um caráter religioso; foi uma associação política além de filosófica. A doutrina fundamental da escola é que a substância das coisas é o número. Estamos falando de
A) Heráclito de Éfeso. B) Anaxímenes de Mileto. C) Pitágoras de Samos. D) Anaximandro de Mileto. E) Tales de Mileto.
9- Das três grandes escolas pós-aristotélicas, a estoica foi de longe, do ponto de vista histórico, a mais importante. Qual dos filósofos abaixo é reconhecidamente o fundador do Estoicismo?
A) Zenão de Citium. B) Epicuro de Samos. D) Cleanto de Assos. C) Diógenes de Selêucia. E) Crisipo de Soli.
10- "Os antigos relatos míticos da origem, inicialmente transmitidos oralmente e depois transformados em poemas por Homero e Hesíodo, são questionados pelos pré-socráticos, cujo objetivo principal é explicar a origem do mundo a partir do arché ou seja, o elemento originário e constitutivo de todas as coisas."
Relacione o filósofo a sua explicação para o "arché", ou seja, a origem e enumere os parênteses.
Relacione:
1.Tales; 2. . Anaxímenes; 3. Anaximandro; 4. Heráclito; 5. Parmênides
( ) A origem está no movimento eterno que resulta na separação dos contrários (quente e frio, seco e úmido).
( ) Tudo muda, tudo flui. A origem reside num constante "devir".
( ) A origem está na essência: o que é, é e não pode ser ao mesmo tempo.
( )A origem é a água.
( )A origem é o ar.
A sequência CORRETA é:
A. 3, 4, 5, 1., 2. B. 4, 1, 5, 2,3. C. 1, 2, 3, 5, 4. D. 4, 3.,1, 5, 2. E. .1 3, 4, 5, 2.
11- Pitágoras, filósofo antigo, pertenceu ao período da Filosofia grega denominado período
(A) pré-socrático ou antropológico. (B) helenístico ou greco-romano. (C) socrático ou antropológico. (D) sistemático. (E) pré-socrático ou cosmológico.
12- O problema dominante na filosofia pré-socrática até os sofistas é o cosmológico. O pensamento filosófico desse período - a cosmologia - é definido como um tipo de saber:
A) empírico. B) dogmático. C) especulativo. D) cosmogônico. E) metafísico.
13. Os primeiros filósofos do período socrático foram os sofistas, que vieram ao encontro de uma cultura adaptada à educação política das classes. NÃO estão associadas aos sofistas as ideias de:
A) humanismo e relativismo.
B) natureza (physis) e justiça (díke). C) cultura (paideia) e excelência (areté). D) opinião (dóxa) e retórica (peithó). E) convenção (nomos) e cidade política (polis).
14- Sobre os primeiros filósofos Gregos, denominados pré-socráticos, assinale a alternativa correta:
a) O campo de investigação filosófica dos pré-socráticos era o da ética.
b) Os pré-socráticos eram denominados também filósofos químicos ou espaciais.
c) Os dois principais conceitos fundamentais da filosofia pré-socrática eram a physis e arché.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Todas as alternativas estão incorretas.
15 Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Eles se detiveram na compreensão da realidade a partir de um conceito-chave, a saber:
a) Aletheia; b) Physis; c) Cosmos; d) Uno; e) Sóphos
16- Leia atentamente os trechos abaixo e associe aos seus autores:
.. "Distinção entre Razão (Verdade) e Observação (opinião)."
2. "O número é a essência do Universo."
3."A realidade está em movimento, transformando-se. As mudanças baseiam-se na harmonia dos contrários: guerra e paz; dia e noite; chuva e seca, etc..."
A. Pitágoras. B. Heráclito. C. Parmênides.
A sequência CORRETA da filosofia e de seus respectivos filósofos é:
A) ./A - 2/B – ./C; B) ./B - 2/C – ./A; C) ./C - 2/A – ./B; D) 2/B - ./A – ./C; E) ./C - 2/A - ./B.
16- A Escola Jônica de Mileto construiu uma razão, impulsionando o pensamento grego. Tales, Anaximandro, Anaxímenes, entre outros, contribuíram para o nascimento da filosofia. Sobre Anaximandro, é correto afirmar que
a) sua obra forneceu os registros necessários para se compreender a amplitude da revolução intelectual realizada pela Escola de Mileto.
b) procurou conhecer a realidade do Cosmos e, apesar de intuir o apeíron, concordou com Tales, seu mestre, que a água é o fundamento de todas as coisas.
c) refutou o conhecimento geométrico e astronômico dos mesopotâmicos, utilizando para a formulação de suas ideias, a especulação racional.
d) ajudou a reformular o espaço da polis, ao redefinir o sentido político da mesma, a partir do culto às divindades urbanas e não às agrárias.
e) N.d.a.
17 - Em qual destes nasceu Anaxímenes?
a) Chipre; b) Atenas; c) Mileto ; d) Cítio; e) Eleia
Maio - Nove aulas
27. Sócrates (469 a.C. - Atenas, 399 a.C.)
Foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte, bem como as peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes. Muitos defendem que os diálogos de Platão seriam o relato mais abrangente de Sócrates a ter perdurado da Antiguidade aos dias de hoje.
Através de sua representação nos diálogos de seu estudante, Sócrates tornou-se renomado por sua contribuição no campo da ética, e é este Sócrates platônico que legou seu nome a conceitos como a ironia socrática e o método socrático. Este permanece até hoje a ser uma ferramenta comumente utilizada numa ampla gama de discussões, e consiste de um tipo peculiar de pedagogia no qual uma série de questões são feitas, não apenas para obter respostas específicas, mas para encorajar também uma compreensão clara e fundamental do assunto sendo discutido. Foi o Sócrates de Platão que fez contribuições importantes e duradouras aos campos da epistemologia e lógica, e a influência de suas ideias e de seu método continuam a ser importantes alicerces para boa parte dos filósofos ocidentais que se seguiram a ele.
Nas palavras do filósofo britânico Martin Cohen, Platão, o idealista, oferece "um ídolo, a figura de um mestre, para a filosofia. Um santo, um profeta do 'Deus-Sol', um professor condenado por seus ensinamentos como herege."
28- Platão (458-347 a.C.)
Foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental..0 Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles.
Tradição e autenticidade nas obra de Platão
Todas as obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles, se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como o autor.
O Corpus platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias de final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma coleção de cartas e uma coleção de definiçõesi. Fora do corpus há outras coleções e mais duas cartas, dois epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.
É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do Canon de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias,6. , cujos escritos foram aceitos como de Platão.62 Segundo Diógenes Laércio(III, 6.), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a Aristodemo, duas a Arquitas (IX, XII), quatro a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion (VII, VIII)". Trásilo criou a seguinte organização:
29. Eutífron
Eutífron é um dos primeiros diálogos de Platão, datando de cerca de 399 a.C.. Ele apresenta o filósofo grego Sócrates e Eutifron, conhecido como sendo um experto religioso. Eles tentam estabelecer uma definição para piedade.
1.Apologia, (Apologia de Sócrates)
Apologia de Sócrates (por vezes simplesmente Apologia) é a versão de Platão de um discurso dado por Sócrates. Apologia de Sócrates é considerado o segundo livro da tetralogia formada pelos seguintes diálogos: Eutífron, onde vemos o filósofo, ainda livre, indo para o tribunal a fim de conhecer as acusações que lhe foram movidas pelo jovem Mileto; a Apologia, com a descrição do processo; o Críton, com a visita de seu amigo mais querido ao cárcere; o Fédon, com os últimos instantes de vida e o discurso sobre a imortalidade da alma.
Em Apologia de Sócrates, o mesmo faz sua defesa sobre as acusações de "corromper a juventude, não acreditar nos deuses e criar a nova Deidade". (criar novos Deuses).
"Mas já é hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe, excepto Zeus" Palavras finais de Sócrates na "Apologia"
30- Síntese da obra Apologia
Sócrates começa a sua defesa advertindo que dirá unicamente a verdade e, ao mesmo tempo, afirmando que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenham sido tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez. Demarca-se aqui a contraposição entre a sofística e a filosofia: Sócrates, representante maior desta na obra platônica, alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a retórica própria desse ambiente, pronunciará exclusivamente a verdade, sua preocupação como filósofo; seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus interesses.
O filósofo resgata as acusações que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas poderiam influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. As denúncias que pesam contra Sócrates são a de não reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos e, também, de corromper a juventude, pelo que receberia pena capital, caso fosse julgado culpado. Essa acusação é assinada por Mileto, que representa os poetas, mas não somente ele; também Anito, representante dos políticos e artífices, e Linco, ligado aos oradores, tendo os três o mesmo direito de palavra no desenvolvimento do processo.
31- Sobre Mileto (no do jovem que acusou Sócrates)
Pouco se sabe sobre Mileto. Teria sido um tragediógrafo, cujos motivos para acusá-lo Sócrates alega desconhecer. Anito é tido como o provável mentor do processo. Era um cidadão importante, pertencente a uma família de ricos comerciantes de curtumes; fora general a serviço de Atenas, durante a Guerra do Peloponeso. Destacou-se no cenário político ateniense por ser contra os Trinta Tiranos, ganhando simpatia por não pleitear recompensas pelos prejuízos econômicos que sofrera durante a oligarquia. As razões que o levaram a acusar Sócrates foram muitas, dentre elas, o relacionamento desaprovado de seu filho com o filósofo. Sobre Linco, pouco se sabe. Foi um orador relativamente afamado em Atenas, cujos motivos para a acusação Sócrates afirma desconhecer.
Em sua defesa, Sócrates, que atesta veementemente sua franqueza, busca um elemento que possa convencer os juízes de sua sabedoria. Menciona que o Oráculo de Delfos afirmou ser ele o homem mais sábio de sua época, pois, ao inquirir os políticos, os poetas e os artífices, todos afirmavam obter a plena sabedoria; e que somente ele, Sócrates, era o verdadeiro sábio, porque tinha a plena noção de sua “douta-ignorância” (“Sei que nada sei”).
Depois de ser julgado, enquanto aguarda a sentença, Sócrates volta à ideia de fazer o que pensa ser justo, mesmo que suas ações o levem à morte. Toma como exemplo Aquiles, que, mesmo sabendo que seu ato iria levá-lo à morte, recusou-se a agir injustamente, vingando a morte de seu grande companheiro Pátroclo.
32- O julgamento de Sócrates
Ao ser julgado, Sócrates diz não estranhar a decisão, mas sim a razão dos votos contra (210) e a favor (280) da condenação, pois, se apenas .0 juízes da acusação tivessem votado contra, ele teria sido absolvido. Afirma que deveria fazer parte dos célebres que se encontram no Pritaneu e lamenta as leis de Atenas, que lhe concedem pouco tempo para sua defesa, em comparação a outras cidades em que a lei impede que uma pena de morte possa ser ditada em apenas um dia, e que por isso seria impossível se desfazer de tantas acusações em tão pouco tempo. Sócrates declara ter sido condenado pela falta de pudor, mas não pela falta de argumentos e afirma que não se arrepende da sua defesa, pois os que o condenam serão condenados mais tarde.
Àqueles que votaram favoravelmente, diz serem justos como juízes. E pronuncia um discurso elogioso sobre a morte, destacando o desconhecimento que o homem tem de sua real natureza, e elencando as duas hipóteses: a da morte ser um sonho eterno e uma ausência de sentidos ou uma simples passagem para um outro mundo, regozijando-se com ambas.
E termina, afetando a necessidade de encurtar a sua defesa torpe: "Mas já é hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe, excepto Zeus.
...
2. Críton,
Críton (ou do dever) é um diálogo entre Sócrates e seu amigo rico Críton em matéria de justiça , injustiça e a resposta apropriada a injustiça. Sócrates acha que a injustiça não pode ser respondida com a injustiça e se recusa a oferta de Críton de financiar sua fuga da prisão. Este diálogo contém uma declaração antiga da teoria do contrato social do governo.
O argumento de Críton a Sócrates
O diálogo começa com Sócrates acordando com a presença de Críton em na sua cela da prisão. Críton informa Sócrates que é realmente cedo. Sócrates expressa surpresa que o guarda deixou Críton entrar em uma hora tão cedo ao que ele lhe informa que está bem familiarizado com a guarda porque lhe deu um benefício. Sócrates pergunta porque ele optou por deixá-lo dormir em paz em vez de acordá-lo e este explica que preferiu não fazê-lo tendo em conta a atual circunstância angustiante de Sócrates a espera de sua própria execução. Críton explica que admira a forma pacífica em que Sócrates viveu até agora e o nível de calma que exibe em face da morte. Sócrates responde que é justo ele reagir dessa forma dada a sua idade e indaga porque ele veio tão cedo.
33- Fédon,
Fédon é um dos grandes diálogos de Platão de seu período médio, juntamente com a A República e O Banquete. Fédon, que retrata a morte de Sócrates, também é o quarto e último diálogo de Platão a detalhar os últimos dias do filósofo depois das obras Eutífron, Apologia de Sócrates e Críton. O tema da obra Fédon é considerado ser a imortalidade da alma.
O Fédon foi traduzido pela primeira vez do grego para latim por Henry Aristippus em 355 a.C.
Neste diálogo, Sócrates discute a natureza da vida após a morte em seu último dia antes de ser executado bebendo cicuta. Sócrates foi preso e condenado à morte por um júri ateniense por não acreditar nos deuses do Estado e de supostamente corromper a juventude da cidade. O diálogo é contado a partir da perspectiva de um dos alunos de Sócrates, Fédon de Elis. Tendo estado presente no leito de morte de Sócrates, Fédon relata o diálogo desde aquele dia para Equécrates, um filósofo de Pitágoras. Ao envolver-se na dialética com um grupo de amigos de Sócrates, incluindo os tebanos Cebes e Símias, Sócrates explora vários argumentos a favor da imortalidade da alma, a fim de mostrar que existe vida após a morte e que a alma vai existir depois dela. Fédon conta que, após a discussão, ele e os outros ficaram lá para testemunhar a morte de Sócrates.
Na ocasião de sua morte, segundo Fédon, estavam Apolodoro, Critobulo e seu pai, Hermógenes, Epígenes, Ésquines, Antístenes, Ctesipo de Peânia, Menexeno, Símias o Tebano, Cebes, Fedondes, Euclides e Terpsião, além de outros. Segundo Fédon, Platão se encontrava doente.
34. Influências de Platão
Platão recebeu uma influência muito forte da religião Órfica, que cria na alma e reencarnação. O diálogo Fédon é uma máxima desta influência, onde Platão faz o primeiro postulado acerca da alma.. O diálogo "Fédon", já da maturidade de Platão, ocorre na época posterior ao julgamento de Sócrates, e anterior à sua execução com a cicuta. Seus discípulos o cercam nesses últimos instantes de vida, sofrendo muito, parecendo por todo o tempo não entender a mensagem principal de Sócrates: que a morte é uma escolha, já em vida, de quem é filósofo: "o exercício próprio dos filósofos não é precisamente libertar a alma e afastá-la do corpo?". Para Platão, o corpo, ao mesmo tempo em que pode atrapalhar o pensamento filosófico, como distração dos sentidos, também está ligado a esse pensar. Há uma interdependência e uma diferença entre os planos da perceção e da inteligibilidade.
3. Crátilo,
Crátilo é o nome de um diálogo platônico. A maioria dos acadêmicos contemporâneos acreditam ter sido essencialmente escrito no período intermédio de Platão. No diálogo, Sócrates é questionado por dois homens, Crátilo e Hermógenes, sobre se os nomes são "convencionais" ou "naturais", isto é, se a linguagem é um sistema de símbolos arbitrários ou se as palavras possuem uma relação intrínseca com as coisas que elas significam. Ao fazer isto, este texto tornou-se numa das primeiras obras filosóficas do período clássico grego a tratar de matérias como a etimologia e a linguística.
Obra de Platão
Houve um período na Idade Média em que quase todas as suas obras eram desconhecidas, mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos (Petrarca no ´seculo XIV tinha um manuscrito de Platão), ele foi lido e tomado como ponto de referência.
Tradição e autenticidade
Todas as obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles, se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como o autor.
O Corpus platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias de final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma coleção de 33 cartas e uma coleção de definições, o Herói. Fora do corpus há uma coleção de mais duas cartas, duas epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.
É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do Canon de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias,6. , cujos escritos foram aceitos como de Platão.62 Segundo Diógenes Laércio(III, 6.), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a Aristodemo [de fato a Aristodoro]" (X), duas a Arquitas (IX, XII), quatro a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion (VII, VIII)".
35. Forma literária
Com exceção de Epístolas (cartas) e Apologia todas as outras obras não foram escritas em forma de poemas didáticos ou tratados - como eram escritos a maioria dos escritos filosóficos, - mas em forma de diálogo, a Apologia contém passagens ocasionais de diálogos, onde há um personagem principal, Sócrates e diferentes interlocutores em debates filosóficos separados por inserções e discursos indiretos, digressões ou passagens mitológicas. Além disso, outros alunos de Sócrates como Xenofonte, Euclides de Megara e Fédon de Elis têm obras escritas na forma de diálogo socrático, logos.
Platão foi certamente o representante desse gênero literário muito superior a todos os outros e, mesmo, o único representante, pois comenta neles se pode reconhecer a natureza autêntica do filosofar socrático que nos outros escritores degenerou em maneirismos; assim, o diálogo, em Platão é muito mais que um gênero literário, é sua forma de fazer filosofia.66 Nem todos os trabalhos no Corpus de Platão são diálogos. A Apologia parece ser o relatória da defesa de Sócrates e seu julgamento e Menêxeno é um pronunciamento para funeral. As treze cartas são ditas serem de Platão mas a maioria são rejeitadas pelos pesquisadores modernos como sendo ilegítimas. A Sétima Carta é uma das mais importantes cuja disputa permanece por dois motivos: (a) oferece detalhes biográficos de Platão e (b) coloca afirmações filosóficas sem paralelos em outros diálogos. Provavelmente a Sétima Carta é uma obra ilegítima e portanto não é uma fonte confiável para a biografia e filosofia de Platão.
Prova
1- A estrutura do mundo das ideias constituída por multiplicidade, porém, distintas do sensível e do inteligível foi concebida por:
a) Sócrates; b) Kant; c) Platão; d) Aristóteles.
2.Verdadeiro nome de Platão
a) Temístocles; b) Arístocles; c) Espeusipo; d) Andronico; e) Lisímaco
3.Qual é a Ideia suprema para Platão? Responda em uma palavra
Resposta: O Bem
4- O método dialético utilizado por Sócrates, identificado como maiêutica, tem como principal fundamento:
a) A ética e a educação; b) A política e a moral; c) A religião e os costumes; d) A lógica e a essência do homem.
5- Assinale o nome do pai de Sócrates.
a) Nícias; b) Lísimaco; c) Sofrônico; d) Cléobulo; e) Agatão
6-Qual a profissão do pai e da mãe de Sócrates?
A) pintor e parteira; B) escultor e parteira; C) militar e escultora; D) oleiro e dona de casa; E) ferreiro e parteira
7- Filósofo cuja teoria desiludiu Sócrates em sua juventude
a) Anaxímedes; b) Anáxagoras; c) Aristarco; d) Pitágoras; e) Demócrito
8- Quem foi Xantipa?
a) Filha de Sócrates
b) A primeira filósofa
c) Irmã mais velha de Platão, que aparece no diálogo "Fedro"
d) Esposa de Sócrates
e) Heroína grega satirizada em "As nuvens" de Aristófanes
9. Conhece-te a ti mesmo é uma frase de Sócrates
( ) Verdadeiro (x)Falso
10- Quais os procedimentos mais típicos da maiêutica socrática?
(A) Devir e plano de imanência. (B) Ironia e dialética. (C) Espanto e rigor. (D) Dialética e método experimental. (E) Observação da natureza e dialética.
11- Fédon,, Apologia, (Apologia de Sócrates), A República são obras de:
a) Platão b) Sócrates c) Plotino d) Maquiavel e) Hobbes
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36. Cronologia
A questão da
cronologia ainda continua a gerar opiniões conflitantes. Análises
estilométricas dos diálogos demonstram que eles podem ser agrupados
em três categorias definidas como obras do período Inicial, Médio
e Tardio, embora exista este consenso comum, não há nenhum consenso
sobre a ordem que as obras devem figurar em seus respectivos grupos.
Outro método usado para determinas a ordem cronológica dos diálogos
se baseia na conexão entre os vários trabalhos. O estudiosos têm
usado a evidência de pontos de vista filosóficos similares nos
diálogos para sugerir uma ordem cronológica interna. As referências
textuais dentro dos diálogos também ajudam a construir uma
cronologia, ainda há pouquíssimos casos de um diálogo se referir a
outro. Finalmente, a cronologia pode ser determinada a partir do
testemunho de fontes antigas.68
Filosofia
Para Reale, os
três grandes pontos focais da filosofia de Platão são a Teoria
das Ideias, dos Princípios e do Demiurgo. A
obra Fédon engloba todo o quadro da metafísica platônica e
enfatiza essas três teorias, mas Platão advertiu os leitores de sua
obra sobre a dificuldade existente em compreê-las.
37. Teoria das Ideias
A Teoria das
Ideias ou Teoria das Formas afirma que formas (ou
ideias) abstratas não-materiais (mas substanciais e imutáveis) é
que possuem o tipo mais alto e mais fundamental da realidade e não o
mundo material mutável conhecido por nós através da sensação.70Em
uma analogia de Reale, as coisas que captamos com os "olhos do
corpo" são formas físicas, as coisas que captamos com os
"olhos da alma" são as formas não-físicas; o ver da
inteligência capta formas inteligíveis que são as essências
puras. As Ideias são as essências eternas do bem, do belo etc. Para
Platão há uma conexão metafísica entre a visão do olho da alma e
o objeto em razão do qual tal visão não existe. Este "mais
real do que o que vemos habitualmente" é descrito em
sua Alegoria da caverna
A teoria das
ideias ou teoria das formas é um corpo de
conceitos filosóficos criado por Platão, na Grécia
Antiga. Esta teoria assevera que a realidade mais fundamental é
composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele
estas ideias ou formas são os únicos objetos passíveis de oferecer
verdadeiro conhecimento. A teoria foi desenvolvida em vários de seus
diálogos como uma tentativa de resolver o problema dos universais.
As ideias ou formas
residiriam no mundo inteligível, fora do tempo e do espaço, e não
no mundo sensível ou material. Sua natureza era perene e imutável.
Os objetos do mundo comum organizam suas estruturas conformes a estas
ideias ou formas primordiais, mas não são capazes de revelá-las em
sua plenitude, sendo apenas imitações imperfeitas. Também
princípios abstratos eram considerados ideias ou formas segundo esta
teoria, tais como igualdade, diferença, movimento e repouso. A
formulação da teoria era intuitiva, e suas limitações foram
analisadas pelo próprio Platão no diálogo Parmênides.
38. Alegoria da Caverna
A alegoria da
caverna, também conhecido como parábola da caverna, mito
da caverna ou prisioneiros da caverna, foi escrito
pelo filósofo grego Platão e encontra-se na
obra intitulada no Livro VII de A República. Trata-se da
exemplificação de como podemos nos libertar da condição de
escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade, onde
Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação
na formação do Estado ideal.
Platão não buscava
as verdadeiras essências na simples Phýsis, como buscavam
Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele
buscava a essência das coisas para além do mundo sensível. E o
personagem da caverna, que por acaso se liberte, como Sócrates
correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer
mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa
realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o
mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase
tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos,
totalmente diferentes. Foi justamente por razões como essa que
Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à
escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida
a imaginar que as coisas se passassem, na existência
humana, comparavelmente à situação da caverna: ilusoriamente, com
os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias
enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.
A partir da leitura
do Mito da Caverna, é possível fazer uma reflexão extremamente
proveitosa e resgatar valores de extrema importância para a
Filosofia. Além disso, ajuda na formulação do senso crítico e é
um ótimo exercício de interpretação de texto.
39. Interpretação da alegoria
O mito da caverna é
uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz
respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação
como forma de superação da ignorância,. isto é, a passagem
gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da
realidade para o conhecimento filosófico, que é racional,
sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas
na causalidade.
Segundo a metáfora
de Platão, o processo para a obtenção da consciência, isto é, do
conhecimento abrange dois domínios: o domínio das coisas sensíveis
e o domínio das ideias (diánoia e nóesis). Para o filósofo, a
realidade está no mundo das ideias - um mundo real e verdadeiro - e
a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo
das coisas sensíveis - este mundo -, no grau da apreensão de
imagens (eikasia), as quais são mutáveis, não são perfeitas como
as coisas no mundo das ideias e, por isso, não são objetos
suficientemente bons para gerar conhecimento perfeito.
Exemplos
Este tema -
realidade ou aparência - foi retomado ao longo da história da
cultura ocidental por muitos filósofos e alguns escritores, embora
com perspectivas distintas. Um deles Calderón de la Barca na
obra A vida é um sonho.
Exemplos mais
modernos podem ser o livro Admirável Mundo Novo (Aldous
Huxley), o filme Matrix (Irmãos Wachowski, 1999) e
também A Ilha livro de (Aldous Huxley), dirigido no cinema
por Michael Bay de 2005. Outro autor que utilizou,
parodicamente, essa parábola platônica foi o autor José
Saramago, em seu livro A Caverna.
40. Epistemologia
Muitos têm
interpretado que Platão afirma — e mesmo foi o primeiro a escrever
— que conhecimento é crença verdadeira
justificada, uma visão influente que informou o desenvolvimentos
futuro da epistemologia.74 Esta interpretação é
parcialmente baseada na uma leitura do Teeteto no qual
Platão argumenta que o conhecimento se distingue da mera crença
verdadeira porque o conhecedor deve ter uma "conta" do
objeto de sua ou sua crença verdadeira (Teeteto ). E essa
teoria pode novamente ser visto no Mênon, onde é sugerido que
a crença verdadeira pode ser aumentada para o nível de
conhecimento, se está ligada a uma conta quanto à questão do "por
que" o objeto da verdadeira crença é assim definido
(Mênon ). Muitos anos depois, Edmund Gettier demonstraria
os problemas das crenças verdadeiras justificadas no contexto do
conhecimento.76 77
Dialética
A dialética de
Platão não é um método simples e linear, mas um conjunto de
procedimentos, conhecimentos e comportamentos desenvolvidos sempre em
relação a determinados problemas ou "conteúdos"
filosóficos. O papel de dialética no pensamento de
Platão é contestada, mas existem duas interpretações principais,
um tipo de raciocínio e um método de intuição. Simon Blackburn
adota o primeiro, dizendo que a dialética de Platão é "o
processo de extrair a verdade por meio de perguntas destinadas a
abrir o que já é implicitamente conhecida, ou de expor as
contradições e confusões de posição de um oponente". Uma
interpretação semelhante foi colocada por Louis Hartz, que sugere
que os elementos da dialética são emprestados a partir de Hegel. De
acordo com este ponto de vista, os argumentos contrários melhoraram
a partir uns dos outros, e a opinião predominante é formada pela
síntese de muitas ideias conflitantes ao longo do tempo. Cada nova
ideia expõe uma falha no modelo aceito, e a substância
epistemológica do debate se aproxima continuamente da verdade. Hartz
é de uma interpretação teleológica no núcleo, em que os
filósofos acabarão por esgotar o corpo de conhecimento disponível
e, assim, alcançar o "fim da história". Karl Popper, por
outro lado, afirma que a dialética é a arte da intuição para
"visualizar os originais divinos, as formas ou ideias, de
desvendar o grande mistério por trás do comum mundo das aparências
do cotidiano do homem."
41. Ética e justiça
Na República,
Platão define a justiça como a vontade de um cidadão de exercer
sua profissão e atingir seu nível pré-determinado e não
interferir em outros assuntos, Para que a justiça tenha alguma
validade, ela terá que ser uma virtude e, portando,
contribuidora de modo constitutivo para a boa vida de quem é justo.
Na filosofia de
Platão, é possível visualizar duas modalidades de justiça: uma,
absoluta, e outra, relativa. A absoluta, ou divina, é a justiça
perfeita que se reserva às almas no pós-morte e tem o caráter de
recompensar o bem com o bem e o mal com o mal. A justiça relativa é
a justiça humana que espelha-se nos princípios da alma e tenta dela
se aproximar. Platão situa a justiça humana como uma virtude
indispensável à vida em comunidade, é ela que propicia a
convivência harmônica e cooperativa entre os seres humanos em
coletividade.
Conceitos
Anima mundi
É um conceito
cosmológico de uma alma compartilhada ou força regente do universo
pela qual o pensamento divino pode se manisfestar em leis que afetam
a matéria. O termo foi cunhado por Platão pela primeira vez na
obra República. ou ainda na obra Timeu. A história
da teorias anima mundi remonta aos pré-socráticos e
esteve presente nas filosofias de Platão, Plotino,
Plutarco, Virgílio, Cícero e outros. Os estoicos
acreditavam em uma anima mundi universal que regula todas
as coisas, uma centelha dessa alma na vida de cada indivíduo
constituía, ao mesmo tempo, inspiração e guia.
42- Definição de Platão
Considerada
por Platão como o princípio do cosmos e fonte
de todas as almas individuais, o termo também
aparece em Leis onde Platão examina a possibilidade
hipotética de que a alma do mundo pode produzir o mau, ou mesmo que
há duas almas mundo, uma que produz o bem e outra que produz o mal -
a alma boa, ordenou os movimentos celestes que portanto, são
descritos matematicamente, enquanto que a alma do mundo má só
poderia produzir o caos, sendo assim, a alma do mundo que gerencia
todo o universo é por natureza benévola. Já em Político,
ele sugere que o universo se submete a uma alternância de ordem e
desordem, quanto a alma do mundo se encontra sob a influência direta
do deus, isto é, do nous, ela é boa, ao passo que ela se torna
má a medida que se afastar.
A definição de
Platão para o gênesis da alma do mundo é que o demiurgo
coloca essa alma junto de, essencialmente, Ser ou Substância, o
Igual e o Diferente, através de um processo de duas etapas: primeiro
o Ser se prepara a partir mistura dos tipos de substâncias
Indivisíveis e Divisíveis, do resultado desta composição, o deus
então forma dois círculos , um que pertence ao Igual e o outro
ao Diferente. A substância material do mundo é colocada, dentro dos
dois círculos então eles penetram e cobrem a partir de fora do
mundo. A alma do mundo é então tudo o que está dentro do mundo,
entrelaçado com ele. Ainda assim, continua ser cronologicamente
e hierarquicamente superior, auto-suficiente e a princípio
auto-idêntico. A alma do mundo então começa uma incessante e
racional ou inteligente vida ao se mover inicialmente harmoniosamente
e por sua própria força. A alma do mundo de Platão possui não
apenas faculdade sensíveis vegetativas mas também capacidade
racional, assim sendo uma das coisas maior excelência a existir e
não é imutável. A alma humana não é deduzida da alma do
mundo, como se fosse uma parte dela ou uma emanação, ambas têm os
mesmos ingredientes mas em porções menores e têm em comum o fato
de terem sido criadas pelo demiurgo, e ambas serem o princípio de
movimento e vida.
43- Definição de Plotino
Para Plotino, a alma do mundo é a terceira hipóstase que procede do poder criador, contemplando o Uno, o nous gera a alma do mundo, esta, contemplando o nous, multiplica-se em todos os entes particulares do mundo sensível, sem dividir-se. A par da alma do mundo, existem as almas individuais. Na alma estão as matrizes de todos os entes, dela procedem as almas e todas formas dos seres sensíveis, desde sempre, desde a planta até o homem, tudo constituindo em harmonia e beleza A maneira dos estoicos, Plotino professa que tudo forma uma harmonia universal.
Definição de Plutarco
Plutarco defendeu a
hipótese de duas almas do mundo, uma organizada e boa e outra
irracional e má para explicar o movimento desordenado que agita o
universo, antes da intervenção da razão demiúrgica e que subsiste
mesmo depois.
Giordano Bruno
Para Giordano
Bruno, a alma do mundo não é uma realidade superior que gerou o
mundo físico mas o agente racional causador imanente no mundo, ele
diz:
Em outras palavras,
há apenas uma substância que é ao mesmo tempo a alma do mundo e o
universo, ambas são a forma e a matéria, a essência divina é a
força produtiva imanente no universo, deus não uma realidade
distinta e sobrenatural mas a profundidade da própria natureza.
44. Demiurgo
O uso filosófico e
o substantivo próprio derivam do diálogo Timeu, a causa do
universo, de acordo com a exigência de que tudo que sofre
transformação ou geração (genesis) sofre-a em virtude de uma
causa.92 A meta perseguida pelo demiurgo platônico é o bem do
universo que ele tenta construir. Este bem é recorrentemente
descrito em termos de ordem, Platão descreve o demiurgo como uma
figura neutra (não-dualista), indiferente ao bem ou ao mal.
Demiurgo
significa "o que trabalha para o público, artífice, operário
manual", demios significando "do povo" (como
em demos, povo) e -ourgos, "trabalhador" (como
em ergon, trabalho.)
No sentido de
"trabalhador para o povo", a palavra foi usada em todo
o Peloponeso, com exceção de Esparta, e em muitas
partes da Grécia, como sinônimo de um alto magistrado.. No
pensamento cosmogônico de Platão, o termo designa o
artesão divino - causa da alma do mundo - que, sem criar
de fato o universo, dá forma a uma matéria desorganizada imitando
as essências eternas, tendo os deuses inferiores, criados por ele,
como tarefa a produção dos seres mortais. No pensamento
gnóstico, o demiurgo, criador do mundo é distinto do Deus supremo e
em geral considerado mau.
Prova
01-
Os primeiros filósofos do período socrático foram
os sofistas, que vieram ao encontro de uma cultura adaptada à
educação política das classes. NÃO estão associadas aos sofistas
as ideias de:
A)
humanismo e relativismo.
B)
natureza (physis) e justiça (díke).
C)
cultura (paideia) e excelência (areté).
D)
opinião (dóxa) e retórica (peithó).
E)
convenção (nomos) e cidade política (polis).
2-
Marque "V" verdadeiro..............
Em Defesa de Sócrates, Platão registra que o motivo da acusação foi o fato de Sócrates ter corrompido a mocidade e não crer nos mesmos deuses que o povo, e sim em outras divindades. Com base nessa afirmação e na doutrina socrática, julgue os itens que se seguem. (V)
3. Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa pública no processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão que nos apresenta a essa situação é
A) Diálogos. B) O Banquete. C) Ética. D) Apologia de Sócrates. E) A Política.
4-
Platão
insiste de modo particular na imortalidade da alma e a divide em três
partes.
Ele as distingue com os seguintes nomes:
a. ( ) amorfa, divina e racional. b. ( ) divina, irascível e racional. c. ( X ) concupiscível, irascível e racional. d. ( ) concupiscível, racional e amorfa. e. ( ) concupiscível, divina e racional.
a. ( ) amorfa, divina e racional. b. ( ) divina, irascível e racional. c. ( X ) concupiscível, irascível e racional. d. ( ) concupiscível, racional e amorfa. e. ( ) concupiscível, divina e racional.
5-
.
No livro VII da República, Platão conta
um mito de extraordinária força, em que representa simbolicamente a
situação do homem e sua relação com a filosofia e, ao mesmo
tempo, a estrutura da realidade.
Este mito relatado por Platão ficou conhecido como Mito da:
Este mito relatado por Platão ficou conhecido como Mito da:
a. ( ) república. b. ( ) sombra. c. ( X ) caverna. d. ( ) realidade. e. ( ) intelectualidade. 2. Para Marilena Chauí:
6- A
concepção de regime político que fundamenta o modelo de governo
platônico é a
(A) Democracia. (B) Aristocracia. (C) Monarquia. (D) Tirania. (E) Oligarquia.
7. O filósofo, autor do texto que originalmente descreve a alegoria da caverna, é
(A) Kant. (B) Descartes. (C) Platão. (D) Hegel. (E) Locke.
(A) Democracia. (B) Aristocracia. (C) Monarquia. (D) Tirania. (E) Oligarquia.
7. O filósofo, autor do texto que originalmente descreve a alegoria da caverna, é
(A) Kant. (B) Descartes. (C) Platão. (D) Hegel. (E) Locke.
8-
ideia
do bem é o que orienta a ascensão da alma. Este movimento
caracteriza a
(A) retórica socrática. (B) dialética platônica. (C) dúvida cartesiana. (D) lógica aristotélica. (E) hedonismo epicúreo.
(A) retórica socrática. (B) dialética platônica. (C) dúvida cartesiana. (D) lógica aristotélica. (E) hedonismo epicúreo.
9-
Segundo Platão, os pintores imitam:
A) a realidade B) a natureza C) os conceitos D) a aparência E) a verdade
A) a realidade B) a natureza C) os conceitos D) a aparência E) a verdade
- Julho - Quatro aulas
45. Neoplatonismo
Neoplatonismo é o
termo que define o conjunto de doutrinas e escolas de inspiração
platônica que se desenvolveram do século III ao século VI, mais
precisamente da fundação da escola alexandrina por Amônio Sacas
(232) ao fechamento da escola de Atenas imposto pelo edito de
Justiniano.
O termo
"neoplatonismo" é uma construção moderna. Plotino, que é
muitas vezes considerado o "fundador do neoplatonismo", não
teria se considerado um "neoplatônico", em qualquer
sentido, mas simplesmente um expositor das doutrinas de Platão.
Plotino não
interpreta a criação do mundo através do demiurgo platônico de
modo literal, mas ainda assim, uma interpretação figurativa do
demiurgo é usada, ele introduz uma separação entre realidade
inteligível e realidade sensível.
Segundo Proclo,
Plotino considerava que o primeiro demiurgo é o que contempla
o paradigma, o segundo é o que dispõe o resultado da
contemplação em ação, primeiro criando o universo e então o
governando. A parte elevada deve ser chamada Cronos e parte
inferior, a ação, traz o nome de Zeus. O reino de Cronos e o
intelecto de Zeus, juntamente constituem o nível intermediário
entre O Um e o universo.
Jâmblico equaliza
todo o cosmos a Demiurgo,26 concordando com Plotino, ele
afirma ainda que apenas o demiurgo contém o ser e o inteligível
46. Apologia de Sócrates
Apologia de
Sócrates (por vezes simplesmente Apologia) é a versão
de Platão de um discurso dado por Sócrates.
Apologia de Sócrates é considerado o segundo livro da
tetralogia formada pelos seguintes diálogos: Eutífron, onde
vemos o filósofo, ainda livre, indo para o tribunal a fim de
conhecer as acusações que lhe foram movidas pelo jovem Mileto;
a Apologia, com a descrição do processo; o Críton, com a
visita de seu amigo mais querido ao cárcere; o Fédon, com os
últimos instantes de vida e o discurso sobre a imortalidade da alma.
Em Apologia de
Sócrates, o mesmo faz sua defesa sobre as acusações de "corromper
a juventude, não acreditar nos deuses e criar a nova
Deidade". (criar novos Deuses)
"Mas já é
hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre
vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe, excepto
Zeus" Palavras finais de Sócrates na "Apologia"
Teeteto
Os personagens
principais no diálogo são Sócrates, Teodoro de
Cirene e Teeteto. O matemático Teeteto estudou com Teodoro
na cidade de Cirene. Outros dois personagens participam apenas
do início do diálogo: Terpsião e Euclides.
O Banquete
É um diálogo
platônico escrito por volta de .80 a.C.. Constitui-se
basicamente de uma série de discursos sobre a natureza e as
qualidades do amor (eros). O Banquete é, juntamente com
o Fedro, um dos dois diálogos de Platão em que o tema
principal é o amor. A interpretação de Leo Strauss e
de Stanley Rosen destaca o aspecto tragicômico deste
diálogo, que é, na verdade, a resposta de Platão às acusações
da Cidade contra a filosofia.
47- Laques
É um diálogo
socrático de autoria de Platão. Seus participantes
apresentam definições concorrentes sobre o conceito de coragem.
A República
É um diálogo
socrático escrito por Platão, filósofo grego,
no século IV a.C. Todo o diálogo é narrado, em primeira
pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
No decorrer da obra
é imaginada uma república na cidade de Calípole, Kallipolis,
que significa "cidade bela".
O diálogo tem uma
extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por
elementos dramáticos, muitos dos tópicos foram retirados
propositalmente da obra, por isso, não dando a consistência Real da
obra de Platão, que é notável, escrita em contínuo
por Aristóteles, identificando esse último como Monarquia dos
Justos, segundo M. H. Simonsen. Exteriormente, está divido em dez
livros, subdividida em capítulos e com a numeração de páginas do
humanista Stéphanus da tradição manuscrita e impressa,
em diversas línguas.
Alguns historiadores
políticos como Mario Henrique Simonsen, identificam a cidade da
República por Atlântida ou Esparta antes da
derrota ante Atenas, em seu livro Legitimação da monarquia
no Brasil onde são questionados os assuntos da organização
social (teoria política, filosofia política), dessa forma
defendendo a monarquia - imperial - esclarecida, através da
aristocracia, de Maria I, a chamada Dama de Platina.
Eutífron
Eutífron é
um dos primeiros diálogos de Platão, datando de
cerca de 399 a.C. Ele apresenta o filósofo grego Sócrates e
Eutifro, conhecido como sendo um esperto religioso. Eles tentam
estabelecer uma definição para piedade.
48.
Aristóteles (384a.C
- 322 a.C.)
O
Filósofo grego Aristóteles nasceu em cidade antiga de
Estágira. Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade
tem influências significativas na educação e no pensamento
ocidental contemporâneo. Aristóteles é considerado o criador do
pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na
teologia medieval da cristandade.
Biografia e linha
de pensamento filosófico
Aristóteles foi
viver em Atenas aos 17 anos, onde conheceu Platão, tornando seu
discípulo. Passou anos como preceptor do imperador Alexandre,
o Grande, da Macedônia. Fundou em Atenas a escola Liceu, voltada
para o estudo das ciências naturais. Seus estudos filosóficos
baseavam-se em experimentações para comprovar fenômenos da
natureza.
O filósofo
valorizava a inteligência humana, única forma de alcançar a
verdade. Fez escola e seus pensamentos foram seguidos e propagados
pelos discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do
conhecimento: política, lógica, moral, ética,
teologia, pedagogia, metafísica, didática, poética,
retórica, física, antropologia, psicologia e biologia.
Publicou muitas obras de cunho didático, principalmente para o
público geral. Valorizava a educação e a considerava uma das
formas crescimento intelectual e humano. Sua grande obra é o livro
Organon, que reúne grande parte de seus pensamentos.
Agosto - Oito
aulas
49. As Quatro
Causas
Segundo Aristóteles,
há quatro causas implicadas na existência de algo:
- Causa material:
daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
- Causa formal: é a
coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
- Causa eficiente:
aquilo que dá origem a coisa feita como, por exemplo, as mãos de um
ferreiro.
- Causa final: seria
a função para a qual a coisa foi feita como, por exemplo, cortar
carne.
Essência e acidente
Aristóteles
distingue, também, a essência e os acidentes em alguma coisa.
A essência é algo
sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que dá identidade a
um ser, e sem a qual aquele ser não pode ser reconhecido como sendo
ele mesmo (por exemplo: um livro sem nenhum tipo de história ou
informações estruturadas, no caso de um livro técnico, não pode
ser considerado um livro, pois o fato de ter uma história ou
informações é o que permite-o ser identificado como "livro"
e não como "caderno" ou meramente "maço de papel").
O acidente é algo
que pode ser inerente ou não ao ser, mas que, mesmo assim, não
descaracteriza-se o ser por sua falta (o tamanho de uma flor, por
exemplo, é um acidente, pois uma flor grande não deixará de ser
flor por ser grande; a sua cor, também, pois, por mais que uma flor
tenha que ter, necessariamente, alguma cor, ainda assim tal
característica não faz de uma flor o que ela é).
50. Potência, ato e movimento
Todas as coisas são
em potência e em ato. Uma coisa em potência é uma coisa que tende
a ser outra, como uma semente (uma árvore em potência). Uma coisa
em ato é algo que já está realizado, como uma árvore (uma semente
em ato). É interessante notar que todas as coisas, mesmo em ato,
também são em potência (pois uma árvore - uma semente em ato -
também é uma folha de papel ou uma mesa em potência). A única
coisa totalmente em ato é o Ato Puro, que Aristóteles identifica
com o Bem. Esse Ato não é nada em potência, nem é a realização
de potência alguma. Ele é sempre igual a si mesmo, e não é um
antecedente de coisa alguma. Desse conceito Tomás de Aquino derivou
sua noção de Deus em que Deus seria "Ato Puro".
Um ser em potência
só pode tornar-se um ser em ato mediante algum movimento. O
movimento vai sempre da potência ao ato, da privação à posse. É
por isso que o movimento pode ser definido como ato de um ser em
potência enquanto está em potência.
O ato é portanto, a
realização da potência, e essa realização pode ocorrer através
da ação (gerada pela potência ativa) e perfeição (gerada pela
potência passiva).
Principais obras
de Aristóteles:
- Ética e Nicômano
- Política
- Órganon
- Retórica das
Paixões
- A poética
clássica
- Metafísica
- De anima (Da alma)
- O homem de gênio
e a melancolia
- Magna Moralia
(Grande Moral)
- Ética a Eudemo
- Física
- Sobre o Céu
Frases de
Aristóteles
"O verdadeiro
discípulo é aquele que consegue superar o mestre."
"A principal
qualidade do estilo é a clareza."
"O homem que é
prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz."
"O homem livre
é senhor de sua vontade e somente escravo de sua própria
consciência."
"Devemos tratar
nossos amigos como queremos que eles nos tratem."
"O verdadeiro
sábio procura a ausência de dor, e não o prazer."
51. Corpus aristotelicum
Corpus
aristotelicum são os mais de trinta tratados escritos
por Aristóteles que chegaram até nós e que constituem
provavelmente seu trabalho de caráter didático.
Os escritos de
Aristóteles dividem-se em dois grupos: os 'exotéricos' e os
'esotéricos'. Os escritos exotéricos são os diálogos e
introduções e os escritos esotéricos são os tratados ou ainda
o Corpus aristotelicum. Alexandre de Afrodísias sugeriu
que os escritos exotéricos exprimiam as opiniões falsas dos
inimigos de Aristóteles, enquanto os escritos esotéricos
expressavam as opiniões verdadeiras.
Até o século
I a.C., no entanto, as obras exotéricas eram as mais conhecidas,
seja pelo seu caráter acessível e introdutório, seja porque as
obras acroamáticas circulavam apenas entre um estreito círculo de
filósofos peripatéticos. Além disso, após a morte destes
filósofos, as obras acroamáticas ficaram escondidas na casa de um
peripatético por quase trezentos anos e isso dificultou enormemente
o acesso aos textos acroamáticos. Foi somente por volta do ano de 50
a.C., que estes escritos foram descobertos e posteriormente
organizados e publicados por Andrônico de Rodes, décimo
escolarca do Liceu. Ocorre, por conseguinte, uma reviravolta:
Aristóteles, que até então era considerado apenas mais um
discípulo de Platão pelo grande público, passa a
rivalizar com o antigo mestre em importância e as obras acroamáticas
obscurecem de tal maneira as exotéricas que estas perdem-se quase
que totalmente.
52. A Metafísica de Aristóteles
Metafísica, "depois
dos livros de Física", mas também "além das coisas
físicas" é uma série de tratados escritos
por Aristóteles (século IV a.C.), organizados em um
conjunto de quatorze livros após a morte do filósofo, por Andrônico
de Rodes, que também deu o título de Metafísica ao
conjunto. O termo 'metafísica' jamais é empregado por Aristóteles
em nenhum desses livros: ele usa a expressão filosofia
primeira, ciência das causas primeiras, dos primeiros princípios e
da finalidade de tudo o que é, enquanto é.
Trata-se de uma das
principais obras aristotélicas e o primeiro grande trabalho sobre a
própria metafísica. Seu objeto de investigação não é
qualquer ser, mas o ser enquanto ser geral, ou seja, o que pode
ser afirmado sobre qualquer coisa que existe por causa de sua
existência e não por causa de algum atributo que essa coisa tenha.
A obra também aborda os diferentes tipos de causas, forma e matéria,
a existência dos objetos matemáticos e de Deus. Ela estuda o
inteiro, o geral e não apenas as partes e isso não se resume ao
transcendente. Por exemplo, se alguém imagina que só tem existência
o que está no mundo sensível e que esse mundo sensível é
totalmente material, ele assume uma posição metafísica, pois está
lidando com o ser inteiro, geral em vez de suas partes, com a
natureza do ser.
Na Metafísica,
Aristóteles define as quatro causas das coisas, a seguir explicadas
em termos simplificados:
- Causa formal — é a forma ou essência da coisa (um objeto se define pela sua forma).
- Causa material — é a matéria de que uma coisa é feita (a matéria na qual consiste o objeto).
- Causa eficiente — é a origem da coisa (aquilo ou aquele que tornou possível o objeto).
- Causa final — é a razão de algo existir (a finalidade do objeto).
53. Ética a Nicômaco
É a principal obra
de Aristóteles sobre Ética. Nela se expõe sua
concepção teleológica e eudaimonista de racionalidade prática,
sua concepção da virtude como mediania e suas considerações
acerca do papel do hábito e da prudência.
Em Aristóteles,
toda racionalidade prática é teleológica, quer dizer, orientada
para um fim (ou um bem, como está no texto). À Ética
cabe determinar a finalidade suprema que preside e justifica todas
as demais, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema
é a felicidade (eudaimonia), que não consiste nem nos prazeres, nem
nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A virtude, por
sua vez, se encontra no justo meio entre os extremos, e
será encontrada por aquele dotado de prudência e educado
pelo hábito no seu exercício.
Vale destacar aqui
que a ideia de virtude, na Grécia Antiga, não é idêntica ao
conceito atual, muito influenciado pelo cristianismo. Virtude
tinha o sentido da excelência de cada ação, ou seja, de fazer bem
feito, na justa medida, cada pequeno ato (além disso os valores da
altura e local em que ele escreveu tal obra eram bem diferentes dos
leitores atuais; a palavra bem ou mal por exemplo apresenta
significados totalmente opostos - como exemplo temos a servidão e o
machismo, que para ele era algo natural e há décadas são coisas
tidas como "ruins" altamente influenciadas por valores
pós-cristãos).
54. Conceito de justiça
O desenvolvimento do
tema da justiça na teoria de Aristóteles, discípulo de Platão,
tem sede no campo ético, ou seja, no campo de um saber que vem
definido em sua teoria como saber prático. É da reunião das
opiniões dos sábios, dentro de uma visão de todo o problema que
surgiu uma concepção propriamente aristotélica.
O mestre do Liceu
tratou também a justiça entendendo-a como uma virtude, assemelhada
a todas as demais tratadas no curso. A justiça, assim definida como
virtude, torna-se o foco das atenções de um ramo do conhecimento
humano que se dedica ao estudo próprio do comportamento humano; á
ciência prática, intitulada ética, cumpre investigar e definir o
que é o justo e o injusto, o que é ser temerário e o que é ser
corajoso, o que é ser jactante, etc.
Somente a educação
ética (ética significa hábito em grego), ou seja, a criação do
hábito do comportamento ético, o que se faz com a prática à
conduta diuturna do que é deliberado pela reta razão à esfera das
ações humanas, pode construir um comportamento virtuoso, ou seja,
um comportamento justo.
A justiça, em meio
as demais virtudes, que se opõem a dois extremos, caracteriza-se por
uma peculiaridade: trata-se de uma virtude à qual não se opõe dois
vícios diferentes, mas um único vício, que é a injustiça. Dessa
forma, o que é injusto ocupa dois polos diversos, ou seja, é ora
injustiça por excesso, ora é injustiça por defeito. Desse modo,
como o homem sem lei é injusto e o cumpridor da lei é justo,
evidentemente todos os atos conforme à lei são atos justos em certo
sentido, pois os atos prescritos pela arte do legislador são
conforme a lei, e dizemos que cada um dele é justo.
Aristóteles
desenvolveu uma visão de justiça muito eficiente que vários países
do mundo elaboraram medidas de punições severas para pessoas que
cometerem crimes graves na sociedade (tanto antiga quanto atual)
baseada nos métodos de justiça criados por ele.
Os métodos de
justiça são:
- Justiça Geral: É a observância da lei, o respeito à legislação ou as normas convencionais instituídas pela polis. Tem como objetivo o bem comum, a felicidade individual e coletiva . a Justiça Geral é também chamado de Justiça Legal. Ressalta-se a compreensão dos gregos que consideravam o justo legal não somente sob a forma do ordenamento jurídico positivo, mas principalmente as leis não escritas, universais e não derrogáveis do direito natural.
- Justiça Particular: Tem por objetivo realizar a igualdade entre o sujeito que age e o sujeito que sofre a ação. Divide-se em Justiça Distributiva e Justiça Correlativa.
- Justiça Distributiva: Consiste na distribuição ou repartição de bens e honrarias segundo os méritos de cada um.
- Justiça Correlativa: Visa à correlação das transações entre os indivíduos, que podem ocorrer de modos voluntários, a exemplo dos acordos e contratos, ou de modo involuntário, como os delitos em geral. Nesta forma de justiça surge a necessidade de intervenção de uma terceira pessoa, que deve decidir sobre as relações mútuas e o eventual descumprimento de acordos ou de cláusulas contratuais. O juiz, segundo Aristóteles, passa a personificar a noção do justo. A justiça correlativa é também denominada equitadora ou sintagmática. Subdivide-se em:
- Justiça Comutativa: Preside os contratos em geral: compra e venda, locação, empréstimo, etc. É essencialmente preventiva, já que a justiça prévia iguala as prestações recíprocas antes mesmo de uma eventual transação.
- Justiça Reparativa: Visa, reprimir a injustiça, a reparar ou indenizar o dono, estabelecendo, se for o caso, punições.
55. Política (Aristóteles)
Na filosofia
aristotélica a política é a ciência que tem por objeto a
felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a
felicidade individual do homem na pólis) e na política
propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva
da pólis). O objetivo de Aristóteles com sua Política é
justamente investigar as formas de governo e as instituições
capazes de assegurar uma vida feliz ao cidadão. Por isso mesmo, a
política situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as
ciências que buscam o conhecimento como meio para ação.
Segundo
Aristóteles:
"Vemos que toda
cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com
vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são
praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as
comunidades visam a algum bem, é evidente que a mais importante de
todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este
objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama
cidade e é a comunidade política" (Pol., 1252a).
Os livros I, II,
e III são introdutórios e versam sobre temas como teoria
do Estado e classificação das várias espécies de constituição;
os livros IV, V e VI tratam da prática
política, da natureza das várias constituições e dos princípios
que as regulam; os livros VII e VIII especulam sobre a
política ideal, analisando a estrutura da melhor cidade.
56. Natureza de escravo e escravidão
Uma das distinções
feitas por Aristóteles nesta obra é entre Natureza de
escravo e escravidão. Pela Primeira ele se refere aos
homens que não pertencem a si próprios, não tem propósitos e
finalidades próprios, de modo que buscam servir aos propósitos de
outro. o sujeito em questão, portanto, encontra propósito servindo
como instrumento às finalidades alheias.
Já escravidão é
a apropriação dos homens vencidos na guerra, por meio de força e
violência, para submeter os vencidos ao seus desejos e caprichos de
modo coercitivo. Havia na Grécia da época de Aristóteles uma lei,
segundo a qual todo homem vencido na guerra tornava-se propriedade do
vencedor.
Poética (Aristóteles)
é um conjunto
de anotações das aulas de Aristóteles sobre o tema
da poesia e da arte em sua época, pertencentes
aos seus escritos acroamáticos (para serem transmitidos
oralmente aos seus alunos) ou esotéricos (textos para
iniciados).
Estes cadernos de
anotações eram destinados às aulas do Liceu e serviam de
guia para o professor Aristóteles, anotações esquemáticas
destinadas a serem desenvolvidas em suas aulas e não para serem
conhecidas através da leitura. Praticamente tudo que se conservou de
Aristóteles faz parte das obras acroamáticas. É o primeiro escrito
conhecido que procura especificamente analisar determinadas formas da
arte e da literatura, também um registro limitado de como era a arte
grega em seu tempo. A Poética, "não é apenas a primeira
teoria do Teatro ocidental; trata-se de um livro que influenciou essa
arte ao longo de sua história e que ainda ecoa" (CARRICO,
André. p. ., s/d).
O historiador Marvin
Carlson afirma que "embora a Poética de Aristóteles
seja reconhecida por sua importância crítica em toda cultura
ocidental, tudo, em cada detalhe deste trabalho levanta opiniões
divergentes.
4ª prova
1-
Principais
obras de Aristóteles:
R: - Ética e
Nicômano, Política,
Metafísica
02-
Platão, em A República, sugere que, para o bom governo da
cidade, o seu líder deve ser:
a) O magistrado;
b) O filósofo rei; c)
O sábio sofista; d) O rei sábio; e) O sacerdote
3- O que está
sendo representado pelo "Sol" na Alegoria da Caverna de
Platão?
(A) A realidade
sempre em fluxo; (B) A razão humana; (C) A existência do mundo
sublunar; (D) A luz natural;
(E) A Ideia de Bem
04- A arte imita
a natureza. (Aristóteles)
A citação acima
refere-se ao princípio da
(A) Sturm und Drang.
(B)
mímesis. (C)
formatividade. (D) arte como objeto imaginário. (E) arte como
analogon da razão.
05-
Verdadeiro nome de Platão
a)
Temístocles;
b) Arístocles; c)
Espeusipo; d) Andrônico; e) Lisímaco
6-
Plotino é um
a) Neoplatônico; b) Neo aristotélico; c) Epicurista; d) Estóico; e) Cético
a) Neoplatônico; b) Neo aristotélico; c) Epicurista; d) Estóico; e) Cético
7
. Aristóteles nasceu:
a) Em Rodes; b) Em Atenas; c) Em Creta; d) Estágira, Na Macedônia; e) Em Tebas
a) Em Rodes; b) Em Atenas; c) Em Creta; d) Estágira, Na Macedônia; e) Em Tebas
8-
Assinale
qual obra de Aristóteles tem como conceitos centrais a katharsis e a
mimésis
a) Ética a Nicômano b) Poética; c) Metafísica; d) A Constituição de Atenas; e) A Política
a) Ética a Nicômano b) Poética; c) Metafísica; d) A Constituição de Atenas; e) A Política
9-
Aristóteles foi mentor de Alexandre o Grande? (X)
Verdadeiro ( ) Falso
- Setembro - Oito aulas
57. O pensamento aristotélico
A tradição
representa um elemento vital para a compreensão da filosofia
aristotélica. Em certo sentido, Aristóteles via o próprio
pensamento como o ponto culminante do processo desencadeado por Tales
de Mileto. A filosofia pretendia não apenas rever como também
corrigir as falhas e imperfeições das filosofias anteriores. Ao
mesmo tempo, trilhou novos caminhos para fundamentar as críticas,
revisões e novas proposições.
Aluno de Platão,
Aristóteles discorda de uma parte fundamental da filosofia. Platão
concebia dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos
sentidos, o mundo concreto -, em constante mutação; e outro mundo -
abstrato -, o das ideias, acessível somente pelo intelecto, imutável
e independente do tempo e do espaço material. Aristóteles, ao
contrário, defende a existência de um único mundo: este em que
vivemos. O que está além de nossa experiência sensível não pode
ser nada para nós.
Lógica
Para Aristóteles, a
Lógica é um instrumento, uma introdução para as ciências e para
o conhecimento e baseia-se no silogismo, o raciocínio formalmente
estruturado que supõe certas premissas colocadas previamente para
que haja uma conclusão necessária. O silogismo é dedutivo, parte
do universal para o particular; a indução, ao contrário, parte do
particular para o universal. Dessa forma, se forem verdadeiras as
premissas, a conclusão, logicamente, também será.
Física
A concepção
aristotélica de Física parte do movimento, elucidando-o nas
análises dos conceitos de crescimento, alteração e mudança. A
teoria do ato e potência, com implicações metafísicas, é o
fundamento do sistema. Ato e potência relacionam-se com o movimento
enquanto que a matéria se forma com a ausência de movimento.
Para Aristóteles,
os objetos caíam para se localizarem corretamente de acordo com a
natureza: o éter, acima de tudo; logo abaixo, o fogo; depois o ar;
depois a água e, por último, aterra.
Psicologia
A Psicologia é a
teoria da alma e baseia-se nos conceitos de alma (psykhé) e
intelecto (noûs). A alma é a forma primordial de um corpo que
possui vida em potência, sendo a essência do corpo. O intelecto,
por sua vez, não se restringe a uma relação específica com o
corpo; sua atividade vai além dele.
O organismo, uma vez
desenvolvido, recebe a forma que lhe possibilitará perfeição
maior, fazendo passar suas potências a ato. Essa forma é alma. Ela
faz com que vegetem, cresçam e se reproduzam os animais e plantas e
também faz com que os animais sintam.
No homem, a alma,
além de suas características vegetativas e sensitivas, há também
a característica da inteligência, que é capaz de apreender as
essências de modo independente da condição orgânica.
Ele acreditava que a
mulher era um ser incompleto, um meio homem. Seria passiva, ao passo
que o homem seria ativo.
58- Biologia
A biologia é a
ciência da vida e situa-se no âmbito da física (como a própria
psicologia), pois está centrada na relação entre ato e potência.
Aristóteles foi o verdadeiro fundador da zoologia - levando-se em
conta o sentido etimológico da palavra. A ele se deve a primeira
divisão do reino animal.
Aristóteles é o
pai da teoria da abiogênese, que durou até séculos mais recentes,
segundo a qual um ser nascia de um germe da vida, sem que um outro
ser precisasse gerá-lo (exceto os humanos): um exemplo é o das aves
que vivem à beira das lagoas, cujo germe da vida estaria nas plantas
próximas.
Ainda no campo da
biologia, Aristóteles foi quem iniciou os estudos científicos
documentados sobre peixes sendo o precursor da ictiologia (a ciência
que estuda os peixes), catalogou mais de cem espécies de peixes
marinhos e descreveu seu comportamento. É considerado como elemento
histórico da evolução da piscicultura e da aquariofilia.
Metafísica
A palavra metafísica
é de origem grega onde Meta significa além
e Physis significa Física (natureza)
O que estuda?
Metafísica é uma
área do conhecimento que faz parte da Filosofia. A metafísica
estuda os princípios da realidade para além das ciências
tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc).
Objetivos:
A metafísica busca
também dar explicações sobre a essência dos seres e as razões de
estarmos no mundo. Outro campo de análise da Metafísica são as
relações e interações dos seres humanos com o Universo.
Na História:
O grego Aristóteles
foi o filósofo que pensou e produziu mais conhecimentos sobre
metafísica na antiguidade. Já na época Moderna, podemos destacar
os estudos do matemático e filósofo frânces Renê Descartes.
Principais questões
trabalhadas:
As principais
questões levantadas e analisadas pela metafísica são: O que é
real?; O que é liberdade?; O que é sobrenatural? O que fazemos no
nosso planeta? Existe uma causa primária de todas as coisas?
59. A Metafísica Em Aristóteles
O termo "Metafísica"
não é aristotélico; o que hoje chamamos de metafísica era chamado
por Aristóteles de filosofia primeira. Esta é a ciência que se
ocupa com realidades que estão além das realidades físicas que
possuem fácil e imediata apreensão sensorial.
O conceito de
metafísica em Aristóteles é extremamente complexo e não há uma
definição única. O filósofo deu quatro definições para
metafísica:
1. a ciência que
indaga e reflete acerca dos princípios e primeiras causas;
2. a ciência que
indaga o ente enquanto aquilo que o constitui, enquanto o ser do
ente;
3. a ciência que
investiga as substâncias;
4. a ciência que
investiga a substância supra-sensível, ou seja, que excede o que é
percebido através da materialidade e da experiência sensível.
Os conceitos de ato
e potência, matéria e forma, substância e acidente possuem
especial importância na metafísica aristotélica.
60. Ética
Definição:
O termo ética
deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma
pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que
norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja
um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém
saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser
confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça
social.
A ética é
construída por uma sociedade com base nos valores históricos e
culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência
que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus
grupos.
Códigos de ética:
Cada sociedade e
cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por
exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético.
Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos
estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de
pesquisas biológicas é denominada bioética.
A ética em
ambientes específicos.
Além dos princípios
gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a
ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido,
podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética
empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
Antiética:
Uma pessoa que não
segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético,
assim como o ato praticado.
61. A Ética em Aristóteles
No sistema
aristotélico, a ética é a ciência das condutas, menos exata na
medida em que se ocupa com assuntos passíveis de modificação. Ela
não se ocupa com aquilo que no homem é essencial e imutável, mas
daquilo que pode ser obtido por ações repetidas, disposições
adquiridas ou de hábitos que constituem as virtudes e os vícios.
Seu objetivo último é garantir ou possibilitar a conquista da
felicidade.
Partindo das
disposições naturais do homem (disposições particulares a cada um
e que constituem o caráter), a moral mostra como essas disposições
devem ser modificadas para que se ajustem à razão. Estas
disposições costumam estar afastadas do meio-termo, estado que
Aristóteles considera o ideal. Assim, algumas pessoas são muito
tímidas, outras muito audaciosas. A virtude é o meio-termo e o
vício se dá ou na falta ou no excesso. Por exemplo: coragem é uma
virtude e seus contrários são a temeridade (excesso de coragem) e a
covardia (ausência de coragem).
As virtudes se
realizam sempre no âmbito humano e não têm mais sentido quando as
relações humanas desaparecem, como, por exemplo, em relação a
Deus. Totalmente diferente é a virtude especulativa ou intelectual,
que pertence apenas a alguns (geralmente os filósofos) que, fora da
vida moral, buscam o conhecimento pelo conhecimento. É assim que a
contemplação aproxima o homem de Deus.
62. Considerações
aristotélicas
Na filosofia
aristotélica a política é um desdobramento natural da ética.
Ambas, na verdade, compõem a unidade do que Aristóteles chamava de
filosofia prática.
Se a ética está
preocupada com a felicidade individual do homem, a política se
preocupa com a felicidade coletiva da pólis. Desse modo, é
tarefa da política investigar e descobrir quais são as formas de
governo e as instituições capazes de assegurar a felicidade
coletiva. Trata-se, portanto, de investigar a constituição do
estado.
Acredita-se que as
reflexões aristotélicas sobre a política originam-se da época em
que ele era preceptor de Alexandre, o Grande.
Direito
Para Aristóteles,
assim como a política, o direito também é um desdobramento da
ética. O direito para Aristóteles é uma ciência dialética, por
ser fruto de teses ou hipóteses, não necessariamente verdadeiras,
validadas principalmente pela aprovação da maioria.
Retórica
Aristóteles
considerava importante o conhecimento da retórica, já que ela se
constituiu em uma técnica (por habilitar a estruturação e
exposição de argumentos) e por relacionar-se com a vida pública. O
fundamento da retórica é o entimema (silogismo truncado,
incompleto), um silogismo no qual se subentende uma premissa ou uma
conclusão. O discurso retórico opera em três campos ou gêneros:
gênero deliberativo, gênero judicial e gênero epidítico
(ostentoso, demonstrativo).
63. Poética
A poética é
imitação (mimésis) e abrange a poesia épica, a lírica e a
dramática: (tragédia e comédia). A imitação visa a recriação e
a recriação visa aquilo que pode ser. Desse modo, a poética tem
por fim o possível. O homem apresenta-se de diferentes modos em cada
gênero poético: a poesia épica apresenta o homem como maior do que
realmente é, idealizando-o; a tragédia apresenta o homem exaltando
suas virtudes e a comédia apresenta o homem ressaltando seus vícios
ou defeito.
Astronomia
O cosmos
aristotélico é apresentado como uma esfera gigantesca, porém
finita, à qual se prendiam as estrelas, e dentro da qual se
verificava uma rigorosa subordinação de outras esferas, que
pertenciam aos planetas então conhecidos e que giravam em torno da
Terra, que se manteria imóvel no centro do sistema (sistema
geocêntrico).
Os corpos celestes
não seriam formados por nenhum dos chamados quatro elementos
transformáveis (terra, água, ar, fogo), mas por um elemento não
transformável designado "quinta essência". Os movimentos
circulares dos objetos celestes seriam, além de naturais, eternos.
64. Obra
A filosofia
aristotélica é um sistema, ou seja, a relação e conexão
entre as várias áreas pensadas pelo filósofo. Seus escritos versam
sobre praticamente todos os ramos do conhecimento de sua época
(menos as matemáticas).
Embora sua produção
tenha sido excepcional, apenas uma parcela foi conservada. Seus
escritos dividiam-se em duas espécies: as 'exotéricas' e as
'acroamáticas'. As exotérica seriam destinadas ao público em
geral e, por isso, eram obras de caráter introdutório e geralmente
compostas na forma de diálogo. As acroamáticas, eram
destinadas apenas aos discípulos do Liceu e compostas na forma de
tratados. Praticamente tudo que se conservou de Aristóteles faz
parte das obras acroamáticas. Da exotéricas, restaram apenas
fragmentos.
O conjunto das obras
de Aristóteles é conhecido entre os especialistas como corpus
aristotelicum.
O Organon, que é a
reunião dos escritos lógicos, abre o corpus e é assim
composto:
§ Categorias:
análise dos elementos do discurso;
§ Sobre a
interpretação: análise do juízo e das proposições;
§ Analíticos (Primeiros
e Segundos): análise do raciocínio formal através do silogismo e
da demonstração científica;
§ Tópicos:
análise da argumentação em geral;
§ Elencos
sofísticos: tido como apêndice dos Tópicos, analisa os
argumentos capciosos.
Em seguida, aparecem
os estudos sobre a Natureza e o mundo físico. Temos:
§ Física;
§ Sobre o céu;
§ Sobre a
geração e a corrupção;
§ Meteorológicos.
5ª Prova
01-
Assinale
abaixo a alternativa referente ao filosofo considerado um dos maiores
pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lógico.
A)
Karl Marx
B) Aristóteles C)
Arthur Schopenhauer D) Friedrich Nietzsche E) Plotino
02-
Assinale qual obra de Aristóteles tem como conceitos centrais a
katharsis e a mimesis
a)
Ética a Nicômano; b)
Poética ; c)
Metafísica; d) A Constituição de Atenas; e) A Política
03-
Por
quê os aristotélicos são chamados de peripatéticos?
A) Porque eram rivais da Academia platônica.
B) Por causa da proximidade do Liceu com o jardim de um herói chamado Peripatos.
C) Porque caminhavam enquanto aprendiam.
D) Porque Descartes assim os chamou, por julgar a escolástica coisa de patetas.
E) Porque Sto. Tomás de Aquino assim os batizou em sua Suma Teológica
A) Porque eram rivais da Academia platônica.
B) Por causa da proximidade do Liceu com o jardim de um herói chamado Peripatos.
C) Porque caminhavam enquanto aprendiam.
D) Porque Descartes assim os chamou, por julgar a escolástica coisa de patetas.
E) Porque Sto. Tomás de Aquino assim os batizou em sua Suma Teológica
4-
O
eudemonismo de Aristóteles tem como objetivo fundamental:
A) o dever. B) a justiça. C) a verdade. D) a felicidade. E) o conhecimento.
A) o dever. B) a justiça. C) a verdade. D) a felicidade. E) o conhecimento.
5-
-
O princípio da não-contradição diz que "o
ser não pode ser e não-ser do mesmo modo e do mesmo aspecto".
Seu autor e criador das bases da lógica formal é:
a) Platão. b) Parmênides. *c) Aristóteles. d) Plotino. e) Sócrates.
a) Platão. b) Parmênides. *c) Aristóteles. d) Plotino. e) Sócrates.
6- Para
Aristóteles, a filosofia nasce:
a.( ) como resposta ao nosso desejo de imortalidade.
b.( ) da necessidade de dominarmos o mundo exterior.
c.( ) para nos livrarmos das paixões e das percepções sensíveis.
d.( X ) do assombro que sentimos diante do mundo.
e.( ) com a tarefa de suplantar as superstições e todas as formas de dominação.
a.( ) como resposta ao nosso desejo de imortalidade.
b.( ) da necessidade de dominarmos o mundo exterior.
c.( ) para nos livrarmos das paixões e das percepções sensíveis.
d.( X ) do assombro que sentimos diante do mundo.
e.( ) com a tarefa de suplantar as superstições e todas as formas de dominação.
7-
Para
Aristóteles, as virtudes éticas são hábitos que apresentam
(A) libertação de estímulos externos. (B) realização do dever moral. (C) satisfação total dos apetites. (D) justa-medida. (E) risco real de morte.
(A) libertação de estímulos externos. (B) realização do dever moral. (C) satisfação total dos apetites. (D) justa-medida. (E) risco real de morte.
8-
...
Aristóteles nasceu:
( ) Em Rodes ( )Em Atenas ( ) Em Creta ( ) Na Macedônia ( ) Em Tebas
( ) Em Rodes ( )Em Atenas ( ) Em Creta ( ) Na Macedônia ( ) Em Tebas
9-
.
Assinale qual obra de Aristóteles tem como conceitos centrais a
katharsis e a mimesis
a) Ética a Nicômano b) Poética c) Metafísica d) A Constituição de Atenas e) A Política
a) Ética a Nicômano b) Poética c) Metafísica d) A Constituição de Atenas e) A Política
- Outubro - Dez aulas
65. Filósofos Helênicos
Epicuro (341a.C-270a.C)
Epicuro de
Samos foi um filósofo grego do período helenístico. Seu
pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas se
desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma,
onde Lucrécio foi seu maior divulgador.
Vida
Epicuro nasceu na
Ilha de Samos, mas ainda muito jovem partiu para Téos, na costa da
Ásia Menor. Quando criança estudou com o platonista Pânfilo por
quatro anos e era considerado um dos melhores alunos. Certa vez ao
ouvir a frase de Hesíodo, todas as coisas vieram do caos, ele
perguntou: e o caos veio de que? Retornou para a terra natal em 323
a.C.. Sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse
uma vida marcada pela dor.
Epicuro ouviu o
filósofo acadêmico Pânfilo em Samos, que não lhe foi de muito
agrado. Por isso foi mandado para Téos pelo seu pai. Com Nausífanes
de Téos, discípulo de Demócrito de Abdera, Epicuro teria entrado
em contato com a teoria atomista — da qual reformulou alguns
pontos. Epicuro ensinou filosofia em Lâmpsaco, Mitilene e Cólofon
até que em .06 a.C. fundou sua própria escola filosófica,
chamada O Jardim, onde residia com alguns amigos, na cidade de
Atenas. Lecionou em sua escola até a morte, em 270 a.C., cercado de
amigos e discípulos. Tendo sua vida marcada pelo ascetismo,
serenidade e doçura.
Na Divina
Comédia,de Dante Alighieri,Epicuro é colocado no Inferno como um
Herege.Ele está na 6º Prisão,junto com seus seguidores,na cidade
de Dite. A pena dos hereges é serem enterrados em túmulos ardentes
e abertos,tendo os membros queimados pela areia quente.
66. Filosofia e obra
Epicuro
O propósito da
filosofia para Epicuro era atingir a felicidade, estado
caracterizado pela aponia, a ausência de dor (física)
e ataraxia ou imperturbabilidade da alma. Ele buscou na
natureza as balizas para o seu pensamento: o homem, a exemplo dos
animais, busca afastar-se da dor e aproximar-se do prazer. Estas
referências seriam as melhores maneiras de medir o que é bom ou
ruim.
Utilizou-se da
teoria atômica de Demócrito para justificar a constituição de
tudo o que há. Das estrelas à alma, tudo é formado de átomos,
sendo, porém de diferentes naturezas. Dizia que os átomos são de
qualidades finitas, de quantidades infinitas e sujeitos a infinitas
combinações. A morte física seria o fim do corpo (e do
indivíduo), que era entendido como somatório de carne e alma, pela
desintegração completa dos átomos que o constituem. Desta forma,
os átomos, eternos e indestrutíveis, estariam livres para
constituir outros corpos. Essa teoria, exaustivamente trabalhada,
tinha a finalidade de explicar todos os fenômenos naturais
conhecidos ou ainda não e principalmente extirpar os maiores medos
humanos: o medo da morte e o medo dos deuses.
Naqueles tempos,
Epicuro percebeu que as pessoas eram muito supersticiosas e haviam
se afastado da verdadeira função das religiões e dos deuses. Os
deuses, segundo ele, viviam em perfeita harmonia, desfrutando da
bem-aventurança (felicidade) divina. Não seria preocupação
divina atormentar o homem de qualquer forma. Os deuses deveriam ser
tomados como foram em tempos remotos, modelos de bem-aventurança
que servem como modelo para os homens e não seres instáveis, com
paixões humanas, que devem ser temidos.
Desta forma
procurou tranquilizar as pessoas quanto aos tormentos futuros ou
após a morte. Não há por que temer os deuses nem em vida e nem
após a vida. E além disso, depois de mortos, como não estaremos
mais de posse de nossos sentidos, será impossível sentir alguma
coisa. Então, não haveria nada a temer com a morte. No entanto, a
caminho da busca da felicidade, ainda estão as dores e os prazeres.
Quanto às dores físicas, nem sempre seria possível evitá-las.
Mas Epicuro faz
questão de frisar que elas não são duradouras e podem ser
suportadas com as lembranças de bons momentos que o indivíduo
tenha vivido. Piores e mais difíceis de lidar são as dores que
perturbam a alma. Essas podem continuar a doer mesmo muito tempo
depois de terem sido despertadas pela primeira vez. Para essas,
Epicuro recomenda a reflexão. As dores da alma estão
frequentemente associadas às frustrações. Em geral, oriunda de um
desejo não satisfeito.
Encontra-se aqui um
dos pontos fundamentais para o entendimento dessa curiosa doutrina,
que também foi tomada por seus seguidores e discípulos como
um evangelho ou boa nova, o equacionamento entre dores e
prazeres.
Das 300 obras
escritas pelo filósofo, restaram apenas três cartas que versam
sobre a natureza, sobre os meteoros e sobre a moral, e uma coleção
de pensamentos, fragmentos de outras obras perdidas. Estas cartas,
com os fragmentos, foram coligidos por Hermann Usener sob o título
de Epicurea, em 1887, mas mais tarde descobriu ser de Leucipo
paraHermann Diels. Por suas proposições filosóficas Epicuro é
considerado um dos precursores do pensamento anarquista no período
clássico.
67. A certeza
Segundo Epicuro,
para atingir a certeza é necessário confiar naquilo que foi
recebido passivamente na sensação pura e, por consequência, nas
ideias gerais que se formam no espírito (como resultado dos dados
sensíveis recebidos pela faculdade sensitiva).
O atomismo
Epicuro defendia
ardorosamente a liberdade humana e a tranquilidade do espírito. O
atomismo, acreditava o filósofo, poderia garantir ambas as coisas
desde que modificado. A representação vulgar do mundo, com seus
deuses, o medo dos quais fez com que se cometessem os piores atos, é
obstáculo à serenidade. Todas as doutrinas filosóficas, salvo o
atomismo, participam dessas superstições.
No sistema
epicurista, os átomos se encontram fortuitamente, por uma leve
inclinação em sua trajetória, que o faria chocar com outro átomo
para constituir a matéria. Esta é a grande modificação em
relação ao atomismo de Demócrito, onde o encontro dos átomos é
necessário. A inclinação a que o átomo se desvia poderia ser por
uma vontade, um desejo ou por afinidade com outro átomo.
Precisamente este é o ponto fosco na teoria atômica de Epicuro.
Provavelmente tenha explicado melhor em alguma de suas obras
perdidas. Certo é que este encontro fortuito dos átomos que
garante a liberdade (se assim não fosse, tudo estaria sob o jugo da
Natureza) e garante a explicação dos fenômenos, sua elucidação,
fazendo com que possam ser explicados racionalmente. Assim, ao
compreender como opera a Natureza, o homem pode livrar-se do medo e
das superstições que afligem o espírito.
68. O prazer
A doutrina de
Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer
e, por isso, foi uma doutrina muitas vezes confundida com o
hedonismo. O prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio,
entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e,
portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa medida e não dos
excessos. É a própria Natureza que nos informa que o prazer é um
bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou
aquieta a dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O único
prazer é o prazer do corpo e o que se chama de prazer do espírito
é apenas lembrança dos prazeres do corpo. O mais alto prazer
reside no que chamamos de saúde. Entre os prazeres, Epicuro elege a
amizade. Por isso o convívio entre os estudiosos de sua doutrina
era tão importante a ponto de viverem em uma comunidade, o
"Jardim". Ali, os amigos poderiam se dedicar à filosofia,
cuja função principal é libertar o homem para uma vida melhor.
O desejo
Classificação dos
desejos segundo Epicuro
Desejos
naturais
|
Desejos
frívolos
|
Necessários
Simplesmente
naturais
- Variações
de prazeres, busca do agradável
|
Artificiais
-
Exemplo: riqueza,glória
Irrealizáveis
-
Exemplo:imortalidade
|
69. Plotino (205-270)
Plotino foi um
discípulo de Amônio Sacas por onze anos e mestre de Porfírio.
Plotino nos legou ensinamentos em seis livros, de nove capítulos
cada, chamados de As Enéadas. Nasceu em Licópolis, no
Egito.
Biografia
Acompanhou uma
expedição à Pérsia, liderada pelo imperador Gordiano, onde tomou
contato com a filosofia persa e indiana. Regressou à Alexandria e,
aos 40 anos, estabeleceu-se em Roma. Desenvolveu as doutrinas
aprendidas de Amônio Saccas numa escola de filosofia junto a seleto
grupo de alunos. Pretendia fundar uma cidade chamada Platonópolis,
baseada nos ensinamentos de A República de Platão.
Porfírio, seu
discípulo,. trinta anos após a morte de Plotino, publicou os
tratados, em uma edição completa. No trabalho editorial,
Porfírio subdividiu alguns escritos de forma a atingir o número
de 54 tratados. Seguindo a tradição pitagórica, tem-se que 54 = 6
(número da perfeição) x 9 (número da totalidade). Assim,
ele obteve 6 grupos temáticos, contendo nove tratados cada
qual (donde Enéadas; “enea” = “nove”).
Conta Eunápio que
Porfírio, após haver estudado com Plotino, tomou horror ao próprio
corpo e velejou para a Sicília, seguindo a rota de Odisseu, e ficou
em um promontório da ilha, sem se alimentar e evitando o caminho do
homem; Plotino, que ou o estava seguindo ou recebeu informações
sobre o jovem discípulo, foi até ele e o convenceu com suas
palavras, de modo que Porfírio voltou a reforçar seu corpo para
sustentar sua alma.
Os critérios
editoriais de Porfírio, possivelmente, tinham por objetivo formar
uma série que mostrasse o caminho para a sabedoria. Nas palavras
de O'Meara: "Com isso Porfírio quis oferecer ao leitor uma
passagem pelos escritos de Plotino que lhe traria uma formação
filosófica, uma condução até o bem absoluto. O alvo geral da
leitura e interpretação dos textos nas escolas do Império era,
em primeira linha, a transformação da vida, a cura da alma, a
condução para uma vida boa resultante disso”.
A influência de
Plotino e dos neoplatônicos sobre o pensamento cristão, islâmico e
judaico, bem como sobre os pensadores do Renascimento, foi enorme.
Foram direta ou indiretamente influenciados por ele, Gregório de
Nazianzo, Gregório de Nissa, Santo Agostinho, Pseudo-Dionísio, o
Areopagita, Boécio, João Escoto Erígena, Alberto Magno, Santo
Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Mestre Eckhart, Johannes Tauler,
Nicolau de Cusa, São João da Cruz, Marsílio Ficino, Pico de la
Mirandola, Giordano Bruno, Avicena, Ibn Gabirol,Espinosa, Leibniz,
Coleridge, Henri Bergson e Máximo, o Confessor.
70. Teoria
Plotino dividia o
universo em três hipóstases: O Uno, o Nous (ou
mente) e a Alma.
Uno
Segundo Plotino, o
Uno refere-se a Deus, dado que sua principal característica é a
indivisibilidade. "É em virtude do Uno [unidade] que todas as
coisas são coisas." (Plotino, Enéada VI, 9º tratado)
Nous
Nous, termo
filosófico grego que não possui uma transcrição direta para a
língua portuguesa, e que significa atividade do intelecto ou da
razão em oposição aos sentidos materiais. Muitos autores atribuem
como sinônimo a Nous os termos "Inteligência" ou
"Pensamento".
O significado
ambíguo do termo é resultado de sua constante apropriação por
diversos filósofos, para denominar diferentes conceitos e ideias.
Nous refere-se, dependendo do filósofo e do contexto, vezes a uma
faculdade mental ou característica, outras vezes a uma
correspondente qualidade do universo ou de Deus.
§ Homero usou o
termo nous significando atividade mental em termos gerais, mas no
período pré-Socrático o termo foi gradualmente atribuído ao saber
e a razão, em contraste aos sentidos sensoriais.
§ Anaxágoras
descreveu nous como a força motriz que formou o mundo a partir do
caos original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.
§ Platão definiu
nous como a parte racional e imortal da alma. É o divino e atemporal
pensamento no qual as grandes verdades e conclusões emergem
imediatamente, sem necessidade de linguagem ou premissas
preliminares.
§ Aristóteles
associou nous ao intelecto, distinto de nossa percepção sensorial.
Ele ainda dividiu-o entre nous ativo e passivo. O passivo é afetado
pelo conhecimento. O ativo é a eterna primeira causa de todas as
subsequentes causas no mundo.
§ Plotino descreveu
nous como sendo umas das emanações do ser divino.
Alma
Na Teosofia, a alma
é associada ao 5º princípio do Homem, Manas, a Alma Humana ou
Mente Divina. Manas é o elo entre o espírito (a díade Atman-Budhi)
e a matéria (os princípios inferiores do Homem).
Assim, a
constituição sétupla do Homem, aceita na Teosofia, adapta-se
facilmente a um sistema com três elementos: Espírito, alma e corpo.
Sendo a alma o elo entre o Espírito e o corpo do homem.
Filósofos Romanos: Boécio - Marco Aurélio - Sêneca - Cícero
71. Boécio (480-524)
Severino Boécio
mais conhecido simplesmente por Boécio, foi um filósofo,
estadista e teólogo romano que se notabilizou pela sua tradução e
comentário do Isagoge
de Porfírio,
obra que se transformou num dos textos mais influentes da Filosofia
medieval europeia. Traduziu, comentou ou resumiu, entre outras obras
dos clássicos gregos, para além do Isagoge de Porfírio e
do Organon de Aristóteles, vários tratados sobre
matemática, lógica e teologia. Notabilizou-se também como um dos
teóricos da música da antiguidade clássica greco-latina,
escrevendo a obra De instituição da musica, também
aparentemente com base em antigos escritos gregos. Sendo senador de
Roma, no ano de 510 foi nomeado cônsul e em 520 foi elevado a chefe
do governo e dos serviços da corte pelo rei ostrogodo Teodorico o
Grande. Pouco depois, devido a desacordos políticos e por ter
apoiado um senador apontado pelo rei como traidor, foi ele próprio
acusado de traição a favor do Império Bizantino e de magia, sendo
subsequentemente torturado, condenado à morte e executado. Enquanto
aguardava sob prisão a execução, escreveu Do Consolo pela
Filosofia, obra que versa, entre outros temas, o conceito
de eternidade e na qual tenta demonstrar que a procura da
sabedoria e do amor de Deus é a verdadeira fonte da felicidade
humana. Membro de uma família ligada ao então nascente
cristianismo, é considerado pela Igreja Católica Romana, pelo seu
contributo para a teologia cristã e pelos serviços que prestou aos
cristãos, um mártir e um dos Padres da Igreja.
72- Biografia
Boécio nasceu em
Roma por volta do ano 480, quando o Império Romano do Ocidente vivia
os seus últimos anos e quando na Europa a Antiguidade Clássica já
cedia lugar à Idade Média. Era filho de Flávio Boécio,
pertencente a uma importante e antiga família patrícia dos Anicis,
cristianizada há mais de um século, que tinha dado a Roma vários
cônsules e o imperador Anício Olíbrio. Na linha paterna contava,
pelo menos, dois papas e a linhagem materna incluía alguns
imperadores romanos. O pai seria feito cônsul em 487, já depois de
Odoacro depor o último imperador romano do ocidente. O pai faleceu
pouco depois de ter sido nomeado cônsul, deixando órfão Boécio
com apenas sete anos, que em resultado foi educado por Quinto
Aurélio, amigo da família, também ele um patrício e cristão
pio.
Desconhece-se onde
Boécio aprendeu a língua grega com tamanha proficiência e
profundidade e onde adquiriu os profundos conhecimentos sobre os
autores clássicos greco-latinos que a sua obra demonstra. Os
documentos históricos conhecidos são ambíguos, mas alguns
estudiosos apontam como muito provável que tenha estudado em Atenas
ou em Alexandria, sendo esta última hipótese mais provável dado
existirem referências a um Boécio, talvez o seu pai, que seria, por
volta do ano de 470, diretor de uma escola daquela cidade.
Qualquer que tenha
sido a sua origem, os conhecimentos de grego e de literatura e
filosofia grega que Boécio demonstrou estava muito além do que era
então a norma, mesmo para a classe mais educada, até porque se
vivia um período de grande conturbação social, marcado pelo
desmoronar do Império e pelas invasões bárbaras, em que o ensino
estava em decadência e havia um marcado recuo no conhecimento da
filosofia clássica.
Casou com
Rusticiana, uma filha do seu mentor Símaco, tendo, pelo menos dois
filhos. Seguindo a tradição familiar, era senador e em 510 foi
escolhido cônsul, já quando Roma se encontrava sob domínio dos
ostrogodos.
Face à crescente
escassez de pessoas com formação avançada, resultado das
convulsões do tempo e do declínio dos estudos clássicos, o jovem
Severino Boécio entrou ao serviço do rei ostrogodo Teodorico, o
Grande, sendo encarregado de múltiplas funções de grande
responsabilidade.
Por volta do ano
520, quando tinha cerca de 40 anos de idade, Severino Boécio já
ocupava a posição de mestre correspondente à de governador da
corte e chefe dos serviços governamentais do rei Teodorico, o
Grande. Refletindo a importância política e o prestígio do pai, os
seus dois filhos foram escolhidos para cônsules no ano de 522.
Acabou por se tornar
amigo e confidente daquele rei, o que o não livraria de no ano de
52. ser preso por sua ordem. A prisão ocorreu supostamente por
Boécio ter defendido abertamente o senador Albino, caído em
desgraça e acusado de traição por ter escrito uma missiva ao
imperador bizantino Justino I queixando-se da governação de
Teodorico. Outras fontes acusam-no de estar envolvido numa
conspiração para restaurar a república, com o favor do imperador
bizantino.
Estas acusações
têm como enquadramento a profunda rivalidade política e religiosa
existente entre Justino I, um cristão ortodoxo imperador de Bizâncio
e Teodorico, que defendia as teses do arianismo e pretendia manter o
domínio sobre Roma. Apesar de no ano de 520 se ter conseguido
ultrapassar o cisma religioso existente entre Bizâncio e Roma, as
relações eram tensas e seguramente o helenismo de Boécio fazia
dele um alvo óbvio. Foi acessoriamente acusado de magia, por estar
envolvido em estudos de astrologia, algo então considerado como
sacrílego, mas que ele negou veementemente, atribuindo a sua prisão
a difamação pelos seus rivais pessoais.
Qualquer que tenha
sido a causa, foram-lhe retiradas todas as honras, viu os seus bens
confiscados e foi aprisionado em Pavia, onde foi torturado. Ainda
assim, pôde escrever na prisão a obra De Consolatione
Philosophiae, um dos seus melhores trabalhos, na qual reflete sobre a
instabilidade de um Estado cujo governo depende de um único homem,
como era o caso do rei Teodorico, e sobre conceitos metafísicos,
entre os quais o conceito de eternidade.
Por ordem de
Teodorico, ratificada pelo Senado aparentemente sob coação, foi
executado em Pávia em finais do ano de 524 ou princípios de 525,
sem chegar a ser julgado. Considerado desde logo como um mártir
cristão, morto pela sua ortodoxia face ao arianismo do rei, os seus
restos mortais foram recolhidos e ainda hoje repousam como relíquias
num altar da basílica de São Pedro.
Considerado o
"Último dos Romanos" e o primeiro dos filósofos
escolásticos, a fama de Boécio foi duradoira, propagando-se através
da suas obras, as quais serviram durante a Idade Média europeia como
forma de acesso à filosofia, à matemática e à música da
Antiguidade Clássica, com destaque para os autores greco-latinos.
O Bem-aventurado
Severino Boécio é, também, afamado teólogo e padre da Igreja.
Venerado como mártir pela Igreja Católica Romana, Leão XIII
sancionou seu culto público para a Diocese de Pavia aos 25 de
dezembro de .88., Natal. É celebrado a 2. de Outubro.
Em sua homenagem, o
nome de Cratera Boécio foi dado a uma estrutura da
orografia da Lua e de Mercúrio.
73. Obras
Entre as obras de
Boécio, a mais conhecida é A Consolação pela Filosofia, sua
última obra, escrita na prisão enquanto aguardava a execução da
pena de morte. É um texto neo-platónico, no qual a procura da
sabedoria e do amor de Deus é considerada como a verdadeira fonte da
felicidade humana. Contudo, toda a sua obra, e um esforço
intelectual que ocupou toda a sua vida, foi uma tentativa deliberada
de preservar o conhecimento antigo, particularmente a filosofia,
então em risco face ao desmoronar do Império Romano e das suas
estruturas sociais perante a chegada das hordas de bárbaros incultos
que submergiam a sociedade romana.
Tencionava traduzir
do original grego para o latim e comentar todas as obras de
Aristóteles e traduzir e talvez comentar as de Platão, o
que infelizmente não conseguiu. Pretendia com isso restaurar as
ideias daqueles pensadores e formar com elas um todo harmônico.
Neste labor, Boécio prosseguia o mesmo ideal de helenismo que já
tinha animado Cícero.
Apesar de não ter
conseguido atingir o objectivo a que se propunha, ainda assim
traduziu os seis volumes de lógica do Organon de
Aristóteles, com o seus comentários gregos, num trabalho que
produziu a única porção significativa das obras de Aristóteles
disponíveis na Europa até ao século XII. Algumas das suas
traduções aparecem enriquecidas com o seu próprio comentário,
refletindo os conceitos aristotélicos e platônicos que perfilhava.
É o caso da sua tradução de Tópica de Aristóteles,
onde as bases retóricas do invento são apresentadas numa
perspectiva bem diferente da original.
Outras obras de
Boécio que teve profunda repercussão no pensamento europeu foi a
sua tradução comentada do Isagoge de Porfírio, feita
antes do ano 5.0, na qual ele ressalta o problema dos
universais, discutindo se os conceitos são entidades
auto-subsistentes, isto é que existiriam independentes do
pensamento, ou se eles são meramente ideias cuja existência é
resultado direto do pensamento. Este tópico, relativo à natureza
ontológica das ideias universais alimentou um das controvérsias
mais duradouras da filosofia medieval, com reflexos que atingem a
filosofia contemporânea.
Também traduziu,
por volta do ano 511 e quando era cônsul, o tratado Categorias e
escreveu comentários ao tratado "Sobre a interpretação",
ambos de Aristóteles. Um curto comentário a outra das obras de
Aristóteles, bem como dois curtos textos sobre silogismos também
parecem datar desta época.
Para além de obras
de Filosofia, Boécio também traduziu, acrescentando-lhes muito do
seu pensamento, textos gregos de carácter didático, cobrindo os
tópicos do Quadrivium. Entre esses textos destacam-se os
relativos aos campos da aritmética e da música, que são
conhecidos, e que são baseados em textos didáticos de Nicómaco de
Gerasa, um matemático palestiniano do século I. Pouco sobreviveu da
parte do Quadrivium relativa à geometria e perdeu-se toda
a parte referente à astronomia.
Apesar de hoje
incompletas, as suas obras para o Quadrivium, foram, na acepção
moderna do termo, um dos manuais que serviram de base à educação
europeia durante muitos séculos.
Boécio também
escreveu trabalhos sobre teologia, em boa parte propondo argumentos
para suportar a ortodoxia cristã contra o arianismo e o debate de
temas importantes da cristologia da época. A autoria desses
trabalhos foi frequentemente disputada, em parte por uma aparente
falta de congruência com a sua obra De Consolatione
Philosophiae, onde não é feita qualquer menção a Cristo ou a
conceitos claramente cristãos. Contudo, a descoberta de uma sua
biografia, escrita pelo seu contemporâneo e colega senador
Cassiodoro, veio afastar essas dúvidas. Naquela biografia,
Cassiodoro aponta-o como um poeta, autor de um poema pastoril,
tradutor dos clássicos gregos, e como um orador consagrado, a quem
coubera fazer o elogio do rei Odoacro.
A Roda de
Boécio, ou mais comummente a Roda da Fortuna, foi um conceito
explicitado por Boécio na sua De Consolatione Philosophiae que
ganhou grande popularidade por toda a Europa durante a Idade Média e
que ainda mantém atualidade. Baseia-se na aceitação de que a sorte
dos indivíduos se alterna, permitindo que os ricos e poderosos sejam
humilhados e destruídos e que os desprotegidos possam ascender à
grandeza. Múltiplas obras de arte, pictóricas, escultóricas,
poemas e textos vários, incluindo composições musicais recentes.
74. Marco Aurélio (121-180)
César Marco Aurélio
Antonino Augusto conhecido como Marco Aurélio, foi imperador
romano desde .6. até sua morte. Tomou o nome de Marco Antônio
pelo casamento. Ao ser designado imperador, mudou o nome para Marco
Aurélio Antonino, acrescentando-lhe os títulos de imperador, césar
e augusto. Aurelius significa "dourado", e a
referência a Antoninus deve-se ao fato de ter sido adotado
pelo imperador Antonino Pio.
Seu reinado foi
marcado por guerras na parte oriental do Império Romano contra os
partas, e na fronteira norte, contra os germanos. Foi o último dos
cinco bons imperadores, e é lembrado como um governante bem-sucedido
e culto; dedicou-se à filosofia, especialmente à corrente
filosófica do estoicismo, e escreveu uma obra que até hoje é
lida, Meditações.
Marco Aurélio
faleceu em 17 de março de 180, durante uma expedição contra os
romanos, que cercavam Vindobona (actual Viena, na Áustria). As suas
cinzas foram trazidas para Roma e depositadas no mausoléu de
Adriano.
Pouco anos antes de
morrer, designou o seu filho Cómodo como herdeiro (o qual foi o
primeiro imperador a suceder a outro por via consaguínea, e não por
adoção, desde o final do século I), tendo-o, ainda, feito
co-imperador em 177.
No entanto, Cómodo,
para além de ser egocêntrico, não estava preparado para o
exercício do poder. Por isso, muitos historiadores fazem coincidir o
início do declínio de Roma com a morte de Marco Aurélio e a
ascensão ao trono de Cómodo. Diz-se até que a sua morte foi a
morte da Pax
Romana.
Prova
1-Em
qual destes nasceu o fundador do estoicismo?
a) Chipre; b) Atenas; c) Pireu; d) Cítio; e) Eleia
a) Chipre; b) Atenas; c) Pireu; d) Cítio; e) Eleia
2-Plotino
é um
a) Neoplatônico; b) Neo aristotélico; c) Epicurista; d) Estóico; e) Cético
a) Neoplatônico; b) Neo aristotélico; c) Epicurista; d) Estóico; e) Cético
3-
Qual
é o principal bem para o epicurismo?
a) prazer; b) ausência de perturbação; c) coragem; d)justiça; e) as quatro virtudes cardeais
a) prazer; b) ausência de perturbação; c) coragem; d)justiça; e) as quatro virtudes cardeais
4-
Qual
desses conjuntos de filósofos pertence à terceira fase do
estoicismo, séculos depois da fundação da escola?
a) Crisipo, Cícero, Sêneca
b) Marco Aurélio, Creantes, Zenão
c) Sêneca, Zenão, Crisipo
d) Marco Aurélio, Sêneca, Epicteto
e) Epicteto, Crisipo, Cícero
a) Crisipo, Cícero, Sêneca
b) Marco Aurélio, Creantes, Zenão
c) Sêneca, Zenão, Crisipo
d) Marco Aurélio, Sêneca, Epicteto
e) Epicteto, Crisipo, Cícero
5- O
termo ataraxia está fortemente ligado ao
(A) epicurismo e estoicismo. (B) hermetismo e ao congruísmo. (C) jansenismo e ao laxismo. (D) idealismo transcendental. (E) materialismo.
(A) epicurismo e estoicismo. (B) hermetismo e ao congruísmo. (C) jansenismo e ao laxismo. (D) idealismo transcendental. (E) materialismo.
6-
. Distinguem-se três épocas, chamadas de estoicismo:
antigo, médio e novo, que se estendem desde .00 a.C. , aproximadamente, até o século II d.C., ou seja, por meio milênio.
antigo, médio e novo, que se estendem desde .00 a.C. , aproximadamente, até o século II d.C., ou seja, por meio milênio.
O fundador da escola estoica foi: a. ( ) Cipião. b. ( ) Posidônio. c. ( X ) Zenão de Cicio. d. ( ) Cleantes de Assos. e. ( ) Panécio de Rodes.
7-
Das
três grandes escolas pós-aristotélicas, a estoica foi
de longe, do ponto de vista histórico, a mais importante. Qual dos
filósofos abaixo é reconhecidamente o fundador do Estoicismo?
A) Zenão de Citium. B) Epicuro de Samos. D) Cleanto de Assos. C) Diógenes de Selêucia. E) Crisipo de Soli.
A) Zenão de Citium. B) Epicuro de Samos. D) Cleanto de Assos. C) Diógenes de Selêucia. E) Crisipo de Soli.
8-
Dentre
os nomes que se destacaram na Filosofia na Roma Antiga, podemos
destacar
A) Marco Aurélio e suas Meditações. B) Júlio César e sua Guerra da Gália. C) Tito Lívio e sua História de Roma. D) Heródoto e sua História. E) Petrônio e seu Satiricon.
A) Marco Aurélio e suas Meditações. B) Júlio César e sua Guerra da Gália. C) Tito Lívio e sua História de Roma. D) Heródoto e sua História. E) Petrônio e seu Satiricon.
9-
“Estoicismo”
Faça um desafio com esta palavra.
____________________________________________________________.
- Novembro - Oito aulas
75. Biografia
(Marco Aurélio)
O seu tio Antonino
Pio designou-o como herdeiro em 25 de fevereiro de 138 (pouco depois
de ele mesmo ter sucedido a Adriano). Marco Aurélio tinha então
apenas dezessete anos de idade. Antonino, no entanto, também
designou Lúcio Vero como sucessor. Quando Antonino faleceu, Marco
Aurélio subiu ao trono em conjunto com Vero, na condição de serem
co-imperadores (augustos), ressalvando no entanto que a sua posição
seria superior à de Vero. Os motivos que conduziram a esta divisão
do poder são desconhecidos.
No entanto, esta
sucessão conjunta pôde muito bem ter sido motivada pelas cada vez
maiores exigências militares que o império atravessava. Durante o
reinado de Marco Aurélio, as fronteiras do Império Romano foram
constantemente atacadas por diversos povos: na Europa, germanos
tentavam penetrar na Gália, e na Ásia, os partos renovaram os seus
assaltos. Sendo necessária uma figura autoritária para guiar as
tropas, e não podendo o mesmo imperador defender as duas fronteiras
em simultâneo, nem tão-pouco nomear um lugar-tenente que poderia
(tal como, de resto, fizeram Júlio César ou Vespasiano) usar o seu
poder, após uma portentosa vitória, para derrubar o governo e
instalar-se a si mesmo como imperador.
Assim sendo, Marco
Aurélio teria resolvido a questão enviando o co-imperador Vero como
comandante das legiões situadas no oriente. Vero era suficientemente
forte para comandar tropas, e ao mesmo tempo já detinha parte do
poder, o que certamente não o encorajava a querer derrubar Marco
Aurélio. O plano deste último revelou-se um sucesso - Lúcio Vero
permaneceu leal até à sua morte, em campanha, no ano .69.
De certa forma, este
exercício dual do poder no início do reinado de Marco Aurélio
parece uma reminiscência do sistema político da República Romana,
assente na colegialidade dos cargos e impedindo que uma única pessoa
tomasse conta do poder supremo - como sucedia com os cônsules,
sempre nomeados em número de dois. A colegialidade do poder supremo
foi reavivada mais tarde por Diocleciano, quando este estabeleceu a
Tetrarquia imperial em finais do século III.
Marco Aurélio
casou-se com Faustina, a Jovem, filha de Antonino Pio e da imperatriz
Faustina a Velha, em .45. Durante os seus trinta anos de casamento,
Faustina gerou .. filhos, entre os quais Cómodo, que se tornou
imperador após Marco Aurélio, e Lucila, a qual casou com Lúcio
Vero para solidificar a sua aliança com Marco Aurélio.
Marco Aurélio
faleceu em .7 de março de .80, durante uma expedição contra os
marcomanos, que cercavam a atual Viena, na Áustria. As suas cinzas
foram trazidas para Roma, e depositadas no mausoléu de Adriano.
Pouco anos antes de
morrer, designou o seu filho Cómodo como herdeiro (o qual foi o
primeiro imperador a suceder a outro por via consaguínea, e não por
adoção, desde o final do século I), tendo-o ainda feito
co-imperador em .
No entanto, Cómodo,
para além de ser egocêntrico, não estava preparado para o
exercício do poder. Por isso, muitos historiadores fazem coincidir o
início do declínio de Roma com a morte de Marco Aurélio e a
ascensão ao trono de Cómodo. Diz-se até que a sua morte foi a
morte da Pax Romana.
76. Sêneca (4a.C - 65d.C)
Séneca foi um dos
mais célebres escritores e intelectuais do Império Romano.
Conhecido também como o Moço, o Filósofo, ou ainda, o
Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do
pensador estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento
da tragédia na dramaturgia europeia renascentista.
Vida
Oriundo de família
ilustre, era o segundo filho de Hélvia e de Marco Sêneca (Sêneca,
o Velho). O pai era um orador eloquente e muito abastado. O irmão
mais velho de Lúcio chamava-se Lúcio Junior Gálio e era procônsul
(administrador público) na Aqueia, onde em 5. d.C. se encontrou com
o apóstolo Paulo. Sêneca, o Jovem, foi tio do poeta Lucano.
Ainda criança (três
anos), foi enviado a Roma para estudar oratória e filosofia. Com a
saúde abalada pelo rigor dos estudos, passou uma temporada no Egito
para se recuperar e regressou a Roma por volta do ano .. da era
cristã. Nessa ocasião, iniciou carreira como orador e advogado e
logo chegou ao Senado.
Em 41 envolveu-se
num processo por causa de uma ligação com Júlia Livila, sobrinha
do imperador Cláudio, que o desterrou. No exílio, Sêneca
dedicou-se aos estudos e redigiu vários de seus principais tratados
filosóficos, entre os três intitulados "Consolos",
em que expõe os ideais estoicos clássicos de renúncia aos bens
materiais e busca da tranquilidade da alma mediante o conhecimento e
a contemplação.
Por influência de
Agripina a jovem, sobrinha do imperador e uma das mulheres com quem
este se casou, Sêneca retornou a Roma em 49. Agripina tornou-o
preceptor de seu filho, o jovem Nero, e elevou-o a pretor em 50.
Sêneca contraiu matrimônio com Pompeia Paulina e organizou um
poderoso grupo de amigos.
Logo após a morte
de Cláudio, ocorrida em 54, o escritor vingou-se com um escrito que
foi considerado obra-prima das sátiras romanas, Apocalipses
("Transformação em abóbora do divino Cláudio"). Nessa
obra, Sêneca critica o autoritarismo do imperador e narra como ele é
recusado pelos deuses. Seu irmão, Lúcio Junior Gálio, também
ridicularizou Cláudio: fazendo uma analogia com as pessoas
executadas, que eram levadas ao Fórum puxadas por ganchos, ele disse
que Cláudio havia elevado aos céus puxado por um gancho.
Quando Nero aos
dezessete anos tornou-se imperador, Sêneca continuou a seu lado, não
mais como pedagogo, converteu-se em seu principal conselheiro ajudado
por Afrânio Burro, prefeito do Pretório. Procurou orientá-lo para
uma política justa e humanitária. Se durante os primeiros sete
anos, o governo de Nero lembra o de Augusto, o mérito exclusivo é
desses dois homens que na realidade governaram ao lado do jovem
príncipe. A índole de Nero foi mitigada, corrigida, freada; mais
tarde a malvadez teve o predomínio. Sêneca durante algum tempo,
exerceu influência benéfica sobre o jovem, mas aos poucos foi
forçado a adotar atitudes de complacência. Chegou mesmo a redigir
uma carta ao Senado na qual se alega que tentava justificar a
execução de Agripina em 59. Sêneca sabia que a maior culpa foi da
própria Agripina, que pretendia imperar e se tornara hostil por
ambição, capricho, corrupção; sua raiva crescente só fez
aumentar a louca vingança matricida de Nero que não dá mais
ouvidos às palavras severas de seus dois conselheiros. Sêneca foi
então muito criticado pela fraca oposição à tirania e à
acumulação de riquezas, incompatíveis com as concepções
estoicas. Conforme concluiu o emérito professor Giulio David e
Leoni, o destino foi em parte malvado para com Sêneca, fez chegar
até nós acusações e perderam-se as defesas. Da leitura atenta de
suas páginas, do modo como aceitou e caminhou para a morte, como
Sócrates, faz surgir um juízo sincero que as reticências dos
historiadores e estudiosos, muitas vezes, acabam por ofuscar.
Em “De Beneficiis”
( II,.8) Sêneca lembra que: “Às vezes , mesmo contra a nossa
vontade devemos aceitar um benefício: quando é dado por um tirano
cruel e iracundo, que reputaria injuria que tu desdenhasses seu
presente. Não deverei aceitar?” Assim, mais importante do que
saber que Sêneca era rico, é saber se ele era havido de riquezas,
se viveu no fausto e na opulência. Conforme suas “ Epistulae
Morales, seu pensamento era este: é lícito ser rico, contudo é
preciso viver de tal modo que se possa em cada contingencia bastar a
si próprio e renunciar a qualquer bem que a sorte pode dar, mas
também tirar. Rico, Séneca viveu com um certo conforto, mas
conforme acreditava e pregava, sempre de maneira modesta. Tem razão
o professor G.D. Leoni, da "Sedes Sapientiae", quando
afirma no seu estudo introdutivo ao volume XLIV da Biblioteca
Clássica da Atena Editora, São Paulo,.957, que, sem dúvida, a
posteridade foi injusta, recolhendo contra esse homem somente as
invejosas acusações dos seus inimigos. Mas a perfeita intuição
dos poetas define aquilo que os críticos se esforçam por esclarecer
mas amiúde ofuscam. Dante, no limbo, vê entre os sumos escritores e
heróis antigos - Sócrates, Platão, Demócrito, Diógenes,
Anaxágora, Tales, Empédocles, Heráclito, Zenão, Orfeu, Cícero,
Lino e " Sêneca morale". Sêneca diferente de um filósofo
é um entusiasta da filosofia, estudioso apaixonado, informado de
todas as correntes filosóficas do seu tempo, mas contrário a
encerrar-se em qualquer sistema ou fórmula. Nele a filosofia era
viva, era a própria vida. "A prosa adere ao pensamento,
uniformiza-se adapta-se a ele; e muitas vezes um subentendido produz
um jogo de luzes e sombras cheios de profunda beleza, amiúde a frase
breve produz inesperadas imagens pictóricas,outras vezes antíteses,
ou as anedotas enriquecem as sentenças austeras, a argúcia atenua a
trágica solenidade do assunto". Poeta, humanista, mais que
filósofo, o elemento preponderante em suas obras são os
sentimentos, mais do que as ideias, com as quais, na origem, pouco
contribuiu. Entretanto, na história do pensamento, nunca, ninguém
foi tão compenetrado do sentimento da nobreza do espírito humano, e
soube tão bem e poderosamente transmitir esse sentimento em
palavras." Sua prosa é vivaz, variada, alegre, moderna, eterna;
como quando procura mostrar como as desventuras pelas quais passam os
bons, devem ser encaradas como provas para melhor evidenciar suas
virtudes, ajudar o próximo: " Os deuses põem à prova a
virtude e exercitam a força de espírito dos bons, que devem seguir
seu destino preestabelecido: o sábio por isso nunca será infeliz."
Sêneca retirou-se
da vida pública em 62. Entre seus últimos textos estão a
compilação científica “Naturales quaestiones” ("Problemas
naturais"), os tratados De tranquillitate animi(Sobre a
tranquilidade da alma), De vita beata (Sobre a vida beata)
e, talvez sua obra mais profunda, as Epistolae morales dirigidas a
Lucílio, em que reúne conselhos estoicos e elementos epicuristas na
pregação de uma fraternidade universal mais tarde considerada
próxima ao cristianismo.
No ano 65 d.C.,
Sêneca foi acusado de ter participado na conspiração de Pisão, na
qual o assassínio de Nero teria sido planejado. Sem qualquer
julgamento, foi obrigado a cometer o suicídio. Na presença dos seus
amigos cortou os pulsos, com o ânimo sereno que defendia em sua
filosofia. Tácito relatou a morte de Séneca e da mulher, que também
cortou os pulsos. Nero, com medo da repercussão negativa dessa dupla
morte, mandou que médicos a tratassem, e ela sobreviveu ao marido
alguns anos.
Contemporâneo de
Cristo
Apesar de ter sido
contemporâneo de Cristo, Sêneca não fez quaisquer relatos
significativos de fenômenos milagrosos que aparentemente anunciavam
o despoletar de uma poderosa nova religião; entretanto, Segundo
Jeronimo Sêneca teria trocado correspondências com Paulo (apóstolo,
com cidadania romana, também conhecido por Saulo).. Constata-se que
os cristãos, por intermédio de Lúcio Aneu Sêneca, assimilaram os
princípios estoicos, utilizando inclusive as mesmas metáforas
estoicas na Bíblia. Um fato tanto mais curioso quanto a Sêneca,
como filósofo, ter-se-á interessado por todos os fenômenos da
natureza, resultando nas cartas intituladas posteriormente Questões
da natureza, como observou Edward Gibbon, historiador representativo
do Iluminismo do século XVIII, perito na história do Império
Romano e autor do aclamado livro História do Declínio e Queda
do Império Romano, uma referência ainda hoje.
78. A filosofia
de Sêneca
Sêneca ocupava-se
da forma correta de viver a vida, ou seja, da ética, física e da
lógica. Via o sereno estoicismo como a maior virtude, o que lhe
permitiu praticar a imperturbabilidade da alma,
denominada ataraxia (termo utilizado a primeira vez por
Demócrito em 400 a.C.). Juntamente com Marco Aurélio e Cícero,
conta-se entre os mais importantes representantes da intelectualidade
romana.
Sêneca via no
cumprimento do dever um serviço à humanidade. Procurava aplicar a
sua filosofia à prática. Deste modo, apesar de ser rico, vivia
modestamente: bebia apenas água, comia pouco, dormia sobre um
colchão duro. Sêneca não viu nenhuma contradição entre a sua
filosofia, estoica, e a sua riqueza material: dizia que o sábio não
estava obrigado à pobreza, desde que o seu dinheiro tivesse sido
ganho de forma honesta. No entanto, devia ser capaz de abdicar dele.
Sêneca via-se como
um sábio imperfeito: "Eu elogio a vida, não a que levo, mas
aquela que sei dever ser vivida." Os afetos (como relutância,
vontade, cobiça, receio) devem ser ultrapassados. O objectivo não é
a perda de sentimentos, mas a superação dos afetos. Os bens podem
ser adquiridos, à condição de não deixarmos que se estabeleça
uma dependência deles.
Para Sêneca, o
destino é uma realidade. O homem pode apenas aceitá-lo ou
rejeitá-lo. Se o aceitar de livre vontade, goza de liberdade. A
morte é um dado natural. O suicídio não é categoricamente
excluído por Sêneca.
Sêneca
influenciaria profundamente o pensamento de João Calvino. O primeiro
livro de Calvino foi um comentário ao De Clementia, de Sêneca.
A obra literária de
Sêneca (Sêneca)
Ao se analisarem os
escritos de Sêneca, é possível perceber a forma pela qual alcançou
o conhecimento e desenvolvimento da ideia de fluxo de energia, que
advém, segundo ele, de algum princípio ativo (termo utilizado
em seu livro Questões naturais), o qual sujeita a regra geral:
Causa e Efeito, ou Ação e Reação, de tal forma que sugeria em uma
de suas cartas a Lucílio, que só tem domínio de si aquele que não
faz de seu corpo um peregrinador por outros corpos.
Sêneca destacou-se
como estilista literário. Numa prosa coloquial, seus trabalhos
exemplificam a maneira de escrever retórica, declamatória, com
frases curtas, conclusões epigramáticas e emprego de metáforas. A
ironia é a arma que emprega com maestria, principalmente nas
tragédias que escreveu, as únicas do gênero na literatura da
antiga Roma. Versões retóricas de peças gregas, elas substituem o
elemento dramático por efeitos brutais, como assassinatos em cena,
espectros vingativos e discursos violentos, numa visão trágica e
mais individualista da existência.
***Dia da
consciência negra - 20 de novembro (Ver Pagina 1)
A religiosidade
do negro no Brasil está totalmente ligada ao sincretismo religioso.
Para que pudessem cultuar seus deuses, eles atribuíram aos mesmos
os nomes dos santos católicos, enganando assim seus patrões e a
Igreja Católica, podendo, dessa forma, exercer sua religiosidade.
Esse movimento é conhecido como sincretismo religioso. A
contribuição desse sincretismo para a produção ARTÍSTICA no
Brasil é vista em obras do Mestre Didi, por exemplo, que utiliza a
religiosidade como parte de sua poética. Também vemos esse
sincretismo na dança, no teatro e na música.
79. Cícero (106 a.C - 43 a.C.)
Marco Túlio Cícero
foi um filósofo, orador, escritor, advogado e político romano.
Cícero é
normalmente visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma
antiga. Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia
grega e criou um vocabulário filosófico em Latim, distinguindo-se
como um linguista, tradutor, e filósofo. Um orador impressionante e
um advogado de sucesso, Cícero provavelmente pensava que a sua
carreira política era a sua maior façanha. Hoje em dia, ele é
apreciado principalmente pelo seu humanismo e trabalhos filosóficos
e políticos. A sua correspondência, muita da qual é dirigida ao
seu amigo Ático, é especialmente influente, introduzindo a arte de
cartas refinadas à cultura Europeia. Cornelius Nepos, o biógrafo de
Ático do século I a.C., comentou que as cartas de Cícero continham
tal riqueza de detalhes "sobre as inclinações de homens
importantes, as falhas dos generais, e as revoluções no governo"
que os seus leitores tinham pouca necessidade de uma história do
período..
Durante a segunda
metade caótica do século I a.C., marcada pelas guerras civis e pela
ditadura de Júlio César, Cícero patrocinou um retorno ao governo
republicano tradicional. Contudo, a sua carreira como estadista foi
marcada por inconsistências e uma tendência para mudar a sua
posição em resposta a mudanças no clima político. A sua indecisão
pode ser atribuída à sua personalidade sensível e impressionável:
era propenso a reagir de modo exagerado sempre que havia mudanças
políticas e privadas. "Oxalá que ele pudesse aguentar a
prosperidade com mais auto-controle e a adversidade com mais
firmeza!" escreveu sobre um estadista e historiador Romano seu
contemporâneo.
80. Vida pessoal
Primeiros anos
Cícero nasceu em
106 a.C. em Arpino, uma cidade numa colina, 100 quilômetros a sul de
Roma. Por isso, ainda que fosse um grande mestre de retórica e
composição Latina, Cícero não era "Romano" no sentido
tradicional, e sempre se sentiu envergonhado disto durante toda a sua
vida.
Durante este período
na história Romana, se alguém quisesse ser considerado uma pessoa
com cultura, era necessário falar Grego e Latim. A classe alta
Romana até preferia usar a língua Grega em correspondência
privada, sabendo que tinha expressões mais refinadas e precisas, era
mais subtil, e em parte por causa da grande variedade de nomes
abstratos. Cícero, como a maioria dos seus contemporâneos, foi
educado com os ensinamentos dos antigos filósofos, poetas e
historiadores gregos. Os professores mais proeminentes de oratória
na altura também eram Gregos. Cícero usou o seu conhecimento da
língua Grega para traduzir muitos dos conceitos teóricos da
filosofia grega em Latim, apresentando-os desta forma a uma maior
audiência. Foi precisamente a sua educação que o ligou à elite
Romana tradicional.
O pai de Cícero era
um rico equestre com bons contatos em Roma. Apesar de ter
problemas de saúde que o impediam de entrar na vida pública,
compensou por isto ao estudar extensivamente. Apesar de pouco ser
conhecido sobre a mãe de Cícero, Hélvia, era comum as mulheres de
importantes cidadãos Romanos serem responsáveis pela casa. O irmão
de Cícero, Quinto, escreveu uma carta a dizer que ela era uma dona
de casa frugal.
O cognome de Cícero
em Latim significa grão-de-bico. Os Romanos normalmente escolhiam
sobrenomes realistas. Plutarco explica que o nome foi originalmente
dado a um dos antepassados de Cícero porque ele tinha uma covinha na
ponta do nariz que parecia um grão-de-bico. Plutarco diz também que
foi dito a Cícero para mudar este nome depreciativo quando ele
decidiu entrar na política, mas que este recusou, dizendo que ele ia
fazer Cícero mais glorioso do que Escauro ("com
tornozelos inchados") e Catulo ("Cachorrinho").
De acordo com
Plutarco, Cícero era um estudante extremamente talentoso, cuja
aprendizagem atraiu a atenção de toda a Roma, dando-lhe a
oportunidade de estudar a lei Romana sob Quinto Múcio Cévola. Outros
estudantes eram Caio Mário, o Jovem, Sérvio Sulpício Rufo (que se
tornou advogado, um dos poucos que Cícero considerava serem
superiores a ele próprio em assuntos legais), e Tito Pompónio. Os
dois últimos tornaram-se amigos de Cícero por toda a vida, e
Pompónio (que mais tarde recebeu o apelido de "Ático" por
causa do seu amor pela cultura helênica) iria ser o maior
conselheiro e suporto emocional de Cícero.
Cícero queria
seguir uma carreira no serviço público civil nos passos do Cursus
honorum. Em 90 a.C.–88 a.C., Cícero serviu Cneu Pompeu Estrabão e
Lúcio Cornélio Sula durante a Guerra Social, apesar de não ter
interesse nenhum na vida militar. Cícero era, antes de tudo, um
intelectual. Cícero começou a sua carreira como advogado a cerca de
83-81 a.C. O seu primeiro caso importante de que se tem registo
aconteceu em 80 a.C., e é a defesa de Sexto Róscio, acusado
deparricídio. Aceitar este caso foi um ato corajoso: parricídio era
considerado um crime horrível, e as pessoas acusadas por Cícero, o
mais famoso sendo Crisógono, eram favoritos do ditador Sula. Nesta
altura, teria sido fácil para Sula mandar alguém assassinar o
desconhecido Cícero. A defesa de Cícero foi um desafio indireto ao
ditador, e o seu caso foi forte o suficiente para absolver Róscio.
Em 79 a.C., Cícero
partiu para a Grécia, Ásia Menor e Rodes, talvez devido à ira
potencial de Sula. Cícero viajou para Atenas, onde se encontrou de
novo com Ático, que se tinha tornado num cidadão honorário de
Atenas e apresentou Cícero a alguns Atenienses importantes. Em
Atenas, Cícero visitou os lugares sagrados dos filósofos. Mas antes
de tudo, ele consultou retóricos diferentes para aprender um estilo
de falar menos exaustivo. O seu maior instrutor foi Apolónio Mólon
de Rodes. Ele ensinou a Cícero uma forma de oratória mais expansiva
e menos intensa que iria caracterizar o estilo individual de Cícero
no futuro.
No fim dos anos 90 e
inícios dos 80 a.C., Cícero apaixonou-se pela filosofia, o que iria
ter grande importância na sua vida. Eventualmente, ele iria
introduzir a filosofia grega ao romanos e criaria um vocabulário
filosófico latino. Em 87 a.C., Filão de Larissa, o chefe da
Academia fundada por Platão em Atenas .00 anos antes, chegou a Roma.
Cícero, "inspirado por um extraordinário zelo pela filosofia",
sentou-se entusiasticamente aos seus pés e absorveu a filosofia de
Platão, chegando a dizer que Platão era o seu deus. Admirava
especialmente a seriedade moral e política de Platão, mas também
respeitava a sua imaginação. Mesmo assim, Cícero rejeitou a teoria
das Ideias dele.
81. Família
Cícero
provavelmente casou-se com Terência quando tinha 27 anos, em 79 a.C.
De acordo com os costumes da classe alta da época, era um casamento
de conveniência, mas existiu harmoniosamente durante uns .0 anos. A
família de Terência era rica, mas embora tivesse origem nobre,
tinha ligações familiares com a plebe, eram os Terenti
Varrones, e preenchendo os requerimentos das ambições políticas de
Cícero em termos ambos econômicos e sociais. Ela tinha uma
meia-irmã (ou talvez prima) chamada Fábia, que em criança se tinha
tornado numa virgem vestal, o que era uma grande honra. Terência era
uma mulher independente e (citando Plutarco) "tinha mais
interesse na carreira política do marido do que o deixava a ele ter
nos assuntos da casa". Era uma mulher pia e provavelmente
com os pés bem realista.
Nos anos 40 a.C., as
cartas de Cícero a Terência tornaram-se mais curtas e frias. Ele
queixou-se aos amigos que Terência o tinha traído, mas não
explicou em que sentido. Talvez o casamento simplesmente não pudesse
aguentar a pressão do tumulto político em Roma, o envolvimento de
Cícero nele, e várias outras disputas entre os dois. Parece que o
divórcio aconteceu em 45 a.C. No fim de 46 a.C., Cícero casou-se
com um jovem moça patrícia, Publília, de quem ele tinha sido o
guardião. Pensa-se que Cícero precisava do dinheiro dela,
especialmente depois de ter de pagar de volta o dote de Terência.
Este casamento não durou muito tempo.
Apesar do seu
casamento com Terência ter sido um de conveniência, sabe-se que
Cícero tinha grande afeição pela sua filha Túlia. Quando ela
ficou doente subitamente em fevereiro de 45 a.C. e morreu depois de
aparentemente ter recuperado de dar à luz em Janeiro, Cícero ficou
arrasado. "Perdi a única coisa que me ligava à vida"
escreveu ele a Ático. Ático disse-lhe para o visitar durante as
primeiras semanas depois deste evento, para que ele o pudesse
consolar. Na grande biblioteca de Ático, Cícero leu tudo o que os
filósofos gregos tinham escrito sobre como vencer a tristeza, "mas
a minha dor derrota toda a consolação." Júlio César,
Bruto e Sérvio Sulpício Rufo mandaram-lhe cartas de condolência.
Cícero esperava que
o seu filho Marco se tornasse num filósofo como ele, mas Marco
queria uma carreira militar. Ele juntou-se ao exército de Pompeu em
49 a.C. e depois da derrota de Pompeu na Farsália em 48 a.C., foi
perdoado por Júlio César. Cícero enviou-o para Atenas para estudar
como um discípulo do filósofo peripatético Cratipo em 48 a.C., mas
o jovem usou a ausência "do olho vigilante do seu pai"
para "comer, beber e ser feliz."Depois do assassinato de
Cícero, ele juntou-se ao exército dos Liberatores, mas foi
mais tarde perdoado por Augusto dos Júlios. Os remorsos de Augusto
por ter posto Cícero na lista de proscrição durante o segundo
triunvirato fê-lo dar considerável ajuda à carreira de Marco, o
filho de Cícero. Este tornou-se num áugure, e foi nomeado cônsul
em .0 a.C. juntamente com Augusto, e mais tarde feito procônsul da
Síria e da província da Ásia.
82. Obras
Cícero foi
declarado um pagão justo pela Igreja católica, e por essa razão
muitos dos seus trabalhos foram preservados. Santo Agostinho e outros
citavam os seus trabalhos "De re publica" (Da República) e
"De Legibus" (Das Leis), devido a essas citações é que
se podem recriar diversos de seus trabalhos usando os fragmentos que
restam. Cícero também articulou um conceito abstrato de direitos,
baseado em lei antiga e costume. Dos livros de Cícero, seis sobre
retórica sobreviveram, assim como partes de oito livros sobre
filosofia. Dos seus discursos, oitenta e oito foram registados, mas
apenas cinquenta e oito sobreviveram.
Seu livro De Natura
Deorum, que discute teologia, foi considerado, por
Voltaire, possivelmente o melhor livro de toda a Antiguidade.
Carreira pública
Questor
O seu primeiro cargo
foi como um dos vinte questores anuais, um trabalho de treino para a
administração pública em áreas diferentes, mas com ênfase
tradicional na administração e a contabilidade rigorosa de dinheiro
público sob a orientação de um magistrado veterano ou comandante
provincial.
Cícero serviu como questor na Sicília Ocidental em 75 a.C. e demonstrou grande honestidade e integridade na forma como lidava com os habitantes. Como resultado, os gratos Sicilianos pediram a Cícero que processasse Caio Verres, um governador da Sicília, que tinha pilhado a ilha. A sua acusação de Caio Verres foi um grande sucesso forense para Cícero. Depois do fim deste caso, Cícero tomou o lugar de Hortênsio, advogado de Verres, como o maior orador de Roma. A oratória era considerada uma grande arte na Roma antiga, e uma ferramenta importante para espalhar conhecimento e promover-se a si próprio em eleições, em parte porque não havia meios de comunicação regulares na altura. Apesar dos seus grandes sucessos como advogado, Cícero não tinha uma genealogia com reputação: não era nem nobre nem patrício.[carece de fontes]
Cícero serviu como questor na Sicília Ocidental em 75 a.C. e demonstrou grande honestidade e integridade na forma como lidava com os habitantes. Como resultado, os gratos Sicilianos pediram a Cícero que processasse Caio Verres, um governador da Sicília, que tinha pilhado a ilha. A sua acusação de Caio Verres foi um grande sucesso forense para Cícero. Depois do fim deste caso, Cícero tomou o lugar de Hortênsio, advogado de Verres, como o maior orador de Roma. A oratória era considerada uma grande arte na Roma antiga, e uma ferramenta importante para espalhar conhecimento e promover-se a si próprio em eleições, em parte porque não havia meios de comunicação regulares na altura. Apesar dos seus grandes sucessos como advogado, Cícero não tinha uma genealogia com reputação: não era nem nobre nem patrício.[carece de fontes]
Cícero cresceu num
tempo de confusão civil e guerra. A vitória de Sula na primeira de
muitas guerras civis deu lugar a uma infra-estrutura constitucional
que sabotava a liberdade, o valor fundamental da República Romana.
De qualquer modo, as reformas de Sula fortaleceram a posição dos
equestres, contribuindo para o aumento do poder político dessa
classe. Cícero era um cidadão Italiano, mas acima de tudo,
era um constitucionalista romano. A sua classe social e lealdade à
República certificaram-se que ele iria "comandar o suporto e
confiança do povo assim como as classes médias Italianas." O
fato dos optimates nunca o terem aceitado realmente,
prejudicou os seus esforços para reformar a República ao mesmo
tempo que preservava a constituição. Mesmo assim, ele foi capaz de
subir o cursus honorum, ocupando cada posto exatamente na idade
mais jovem possível, ou perto dela: Questor em 75 a.C. (.. anos),
Edil em 69 a.C. (37 anos), e Pretor em 66 a.C. (40 anos), onde serviu
como presidente do Tribunal de "Reclamação" (ou
extorsão). Foi depois eleito Cônsul quando tinha 4. anos.
- Cícero e Pompeu
Cônsul
Cícero foi eleito
Cônsul em 6. a.C. O seu co-cônsul nesse ano, Caio António Híbrida,
teve um papel menor. Nesse cargo, ele destruiu uma conspiração para
derrubar a República, liderada por Lúcio Sérgio Catilina. O Senado
deu a Cícero o direito de usar o Senatus Consultum de Re
Publica Defendendo(uma declaração de lei marcial), e ele fez
Catilina deixar a cidade com quatro discursos (as famosas
Catilinárias), que até hoje são exemplos estupendos do seu estilo
retórico. As Catilinárias enumeraram os excessos de Catilina e os
seus seguidores, e denunciaram os simpatizantes senatoriais dele como
sendo patifes e devedores dissolutos, que viam Catilina como uma
esperança final e desesperada. Cícero exigiu que Catilina e os seus
seguidores deixassem a cidade. Quando acabou o seu primeiro discurso,
Catilina saiu do Templo de Júpiter Stator. Nos seus próximos
discursos, Cícero não se dirigiu diretamente a Catilina, mas ao
Senado. Com estes discursos, Cícero queria preparar o Senado para o
pior caso possível, e também entregou mais provas contra
Catilina.[carece de fontes]
6ª Prova
01- Em relação
às Escolas Helenísticas e Imperiais, enumere a segunda coluna de
acordo com a primeira.
1.
– Cinismo. 2 – Epicurismo. 3 – Estoicismo. 4 – Ceticismo.
(
) Fundada por Zenão de Citium, ensinava em Atenas na Stoa Poikilê.
Entre seus representantes na Roma Imperial, destacaram-se Sêneca,
Epíteto e Marco Aurélio.
(
) Desenvolveu uma argumentação para mostrar que é necessário
suspender o juízo, recusar sua adesão a todo dogma e alcançar,
assim, a tranquilidade da alma. Em Roma, Sexto Empírico foi
considerado um dos seus representantes e escreveu Esboços
Pirrônicos.
(
) Devedora da cosmologia desenvolvida por Demócrito de Abdera,
construiu uma física materialista e explicou que o Universo é
formado por átomos e pelo vazio. Em Atenas, tinha sua Escola no
local chamado Jardim. Lucrécio foi seu grande representante em Roma.
(
) Seus membros menosprezaram as regras sociais, não se preocupando
com normas de condutas. Destacaram-se como alguns de seus maiores
representantes, Diógenes de Sínope e Hipárquia
A
sequência correta é
a)
3, 2, 1, 4. b) 3, 1, 4, 2.
c) 3, 4, 2, 1. d)
1, 2, 3, 4. e) 2,1,3,4
02-
Das
três grandes escolas pós-aristotélicas, a estoica foi de longe, do
ponto de vista histórico, a mais importante. Qual dos filósofos
abaixo é reconhecidamente o fundador do Estoicismo?
A) Zenão
de Citium. B)
Epicuro de Samos. D) Cleanto de Assos. C) Diógenes de Selêucia.
E) Crisipo de Soli.
03-
Qual
desses conjuntos de filósofos pertence à terceira fase do
estoicismo, séculos depois da fundação da escola?
A) Crisipo, Cícero, Sêneca B) Marco Aurélio, Creantes, Zenão C) Sêneca, Zenão, Crisipo D) Marco Aurélio, Sêneca, Epicteto E) Epicteto, Crisipo, Cícero
A) Crisipo, Cícero, Sêneca B) Marco Aurélio, Creantes, Zenão C) Sêneca, Zenão, Crisipo D) Marco Aurélio, Sêneca, Epicteto E) Epicteto, Crisipo, Cícero
04-
Qual
é o principal bem para o epicurismo?
A) prazer
B) ausência de perturbação C) coragem D) justiça E) as quatro virtudes cardeais
A) prazer
B) ausência de perturbação C) coragem D) justiça E) as quatro virtudes cardeais
05-
Plotino
é um
A) Neoplatônico B) Neo aristotélico C) Epicurista D) Estóico E) Cético
A) Neoplatônico B) Neo aristotélico C) Epicurista D) Estóico E) Cético
06-
Filósofo
cuja teoria desiludiu Sócrates em sua juventude
A) Anaxímedes B) Anáxagoras C) Aristarco D) Pitágoras E) Demócrito
07-
Quem
foi Pródico?
A) Um discípulo de Sócrates B) Um discípulo de Platão C) Um sofista D) Um membro da Academia E) Um filósofo Pré-Socrático
08-
O
que liga Zenão de Cítio a um naufrágio?
A) Ele morreu durante um naufrágio
B) A nau de comércio dele naufragou perto de Atenas, e isso acabou o levando para a filosofia
C) Seu pai naufragou com a mercadoria, e por isso decidiu se mudar da Fenícia para Atenas
D) Seu discípulo Cleantes foi por ele resgatado de um naufrágio
E) Perdeu suas posses durante um naufrágio, mas graças à sua vida moderada, conseguiu salvar sua vida
09 - O Cristianismo surgiu como revelação. No encontro da fé cristã com a razão grega, alguns autores se destacaram por conceberem o Cristianismo nascente como continuidade da filosofia e, desse modo, trabalharam na elaboração do encontro das duas perspectivas. Na Patrística, Agostinho de Hipona foi considerado um dos responsáveis por construir um pensamento que transmitia, ao mundo cristão latino, ideias greco-romanas.
Entre
os autores que trabalharam o encontro da nova fé com a antiga razão
em língua grega, encontram-se
a) Fílon de Alexandria e Boécio. b) Clemente de Alexandria e Orígenes.
c) Plutarco e Ambrósio de Milão.
d) Celso e Irineu de Lion.
a) Fílon de Alexandria e Boécio. b) Clemente de Alexandria e Orígenes.
c) Plutarco e Ambrósio de Milão.
d) Celso e Irineu de Lion.
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