Habermas:
29. Sobre a ética do discurso de Habermas é INCORRETO afirmar que:
A) Refere-se a questões práticas e a conflitos no nível da ação moral que poderiam em princípio ser decididos através da argumentação, portanto, de modo consensual.
B) Reconstrói o princípio de universalização kantiano (Imperativo Categórico) e abandona a teoria dos dois reinos de Kant (mundo fenomênico e mundo inteligível).
C) Procura superar a perspectiva monadológica do paradigma da filosofia consciência individual.
D) Segue a linha de um conceito formal, universal, deôntico e cognitivo da moral identificado na tradição filosófica que remonta a Hegel.
E) A universalização ética pretendida por Habermas ancora-se, por um lado, em formas de vida concreta (mundo da vida) e, por outro lado, busca ultrapassá-los através do processo de argumentação (comunidade ideal de fala).
50. O irracionalismo foi gerado, em parte, pela identificação que se produziu (...) entre a razão sistêmica e a razão em si. Opor-se ao sistema equivalia, assim, a opor-se à própria razão. A razão não pode deixar de ser vista como opressora, quando o poder que oprime fala em nome dela e quando ela é percebida como a única possível. (S.P. Rouanet)
A partir do excerto acima, é possível afirmar corretamente que, para a teoria da ação comunicativa de Habermas:
(A)) o irracionalismo surge, paradoxalmente, como resultado da confiança excessiva na possibilidade de esclarecimento promovida pela razão.
(B) a razão e a verdade devem estar a serviço de uma ideologia política.
(C) são racionais as proposições que correspondam a uma verdade objetiva, não a um processo argumentativo.
(D) a economia, como ciência racional, tem condições de prever o desenvolvimento da sociedade. (E) quando vários argumentos são usados para refutar uma afirmação, a razão corre o risco de desaparecer e, junto com ela, a liberdade.
(Stuart Mill)
47. É hábito de nosso tempo nada desejar intensamente. O ideal de caráter é não ter nenhum caráter marcante; aleijar por compressão, como fazem os chineses com os pés das mulheres, toda parte da natureza humana que projete uma saliência, e tenda a tornar uma pessoa notadamente dissimilar em relação ao perfil comum da humanidade. (Stuart Mill)
No excerto acima Stuart Mill expressa uma crítica:
(A) aos movimentos sindicais e socialistas, muito atuantes em meados do século XIX na Inglaterra.
(B) à imprensa vitoriana, que não respeitava a individualidade dos cidadãos, expondo-a à opinião pública.
(C) à doutrina positivista, e sua proposta de uma sociedade hierarquizada.
(D) aos governantes dos grandes impérios, que esmagam o potencial de desenvolvimento dos mais pobres.
(E)) aos que afirmam ser possível conhecer as verdadeiras finalidades da vida e reprimir os que se opõem a elas, disseminando falsidades perniciosas.
H. Arendt
29. Sobre a ética do discurso de Habermas é INCORRETO afirmar que:
A) Refere-se a questões práticas e a conflitos no nível da ação moral que poderiam em princípio ser decididos através da argumentação, portanto, de modo consensual.
B) Reconstrói o princípio de universalização kantiano (Imperativo Categórico) e abandona a teoria dos dois reinos de Kant (mundo fenomênico e mundo inteligível).
C) Procura superar a perspectiva monadológica do paradigma da filosofia consciência individual.
D) Segue a linha de um conceito formal, universal, deôntico e cognitivo da moral identificado na tradição filosófica que remonta a Hegel.
E) A universalização ética pretendida por Habermas ancora-se, por um lado, em formas de vida concreta (mundo da vida) e, por outro lado, busca ultrapassá-los através do processo de argumentação (comunidade ideal de fala).
50. O irracionalismo foi gerado, em parte, pela identificação que se produziu (...) entre a razão sistêmica e a razão em si. Opor-se ao sistema equivalia, assim, a opor-se à própria razão. A razão não pode deixar de ser vista como opressora, quando o poder que oprime fala em nome dela e quando ela é percebida como a única possível. (S.P. Rouanet)
(A)) o irracionalismo surge, paradoxalmente, como resultado da confiança excessiva na possibilidade de esclarecimento promovida pela razão.
(B) a razão e a verdade devem estar a serviço de uma ideologia política.
(C) são racionais as proposições que correspondam a uma verdade objetiva, não a um processo argumentativo.
(D) a economia, como ciência racional, tem condições de prever o desenvolvimento da sociedade. (E) quando vários argumentos são usados para refutar uma afirmação, a razão corre o risco de desaparecer e, junto com ela, a liberdade.
(Stuart Mill)
47. É hábito de nosso tempo nada desejar intensamente. O ideal de caráter é não ter nenhum caráter marcante; aleijar por compressão, como fazem os chineses com os pés das mulheres, toda parte da natureza humana que projete uma saliência, e tenda a tornar uma pessoa notadamente dissimilar em relação ao perfil comum da humanidade. (Stuart Mill)
No excerto acima Stuart Mill expressa uma crítica:
(A) aos movimentos sindicais e socialistas, muito atuantes em meados do século XIX na Inglaterra.
(B) à imprensa vitoriana, que não respeitava a individualidade dos cidadãos, expondo-a à opinião pública.
(C) à doutrina positivista, e sua proposta de uma sociedade hierarquizada.
(D) aos governantes dos grandes impérios, que esmagam o potencial de desenvolvimento dos mais pobres.
(E)) aos que afirmam ser possível conhecer as verdadeiras finalidades da vida e reprimir os que se opõem a elas, disseminando falsidades perniciosas.
H. Arendt
Antes que se tornasse um atributo do pensamento ou uma qualidade da vontade, a liberdade era entendida como o estado do homem livre, que o capacitava a se mover, a se afastar de casa e sair para o mundo e a se encontrar com outras pessoas em palavras e ações. Essa liberdade, é claro, era precedida da liberação: para ser livre o homem deve ter-se libertado das necessidades da vida [...] A liberdade necessitava ainda da companhia de outros homens que estivessem no mesmo estado.
H. Arendt
No parágrafo acima, a autora
(A) descreve a noção kantiana de liberdade como autonomia da vontade, ou seja, como regra que cada indivíduo dá a si mesmo.
(B) contrasta as noções de liberdade em Hobbes e Rousseau, privilegiando a visão política deste último.
(C) ressalta a inovação que representa a noção cristã de liberdade em relação à tradição grega.
(D) descreve a noção generalizada a partir da modernidade que identifica liberdade com a vitória da vontade sobre o desejo.
(E) apresenta a noção de liberdade como uma experiência política cujo domínio não era a consciência, mas a esfera pública.
Husserl
Wilhelm Dilthey,
Husserl
23. A filosofia de Husserl vincula-se ao problema tradicional do método. Husserl procura um método que restitua à filosofia o rigor da ciência no sentido cartesiano. A filosofia deve ser crítica da atitude natural, da aceitação dos dados imediatos do mundo e da consciência no mundo. A Fenomenologia visa constituir transcendentalmente um terreno onde seja possível localizar os fundamentos do saber numa anterioridade lógica em relação ao saber científico. Considere as alternativas abaixo:
I. Husserl segue o lema "de volta às coisas mesmas". Procura superar a oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, consciência e mundo.
II. O objetivo da fenomenologia é uma reforma completa da filosofia que faça desta uma ciência de fundamentação absoluta e purificada de falibilidades.
III. A époche fenomenológica, o "por entre parênteses" o mundo, que abandona a atitude natural, coloca o mundo de um lado e a consciência transcendental de outro.
IV. A base natural da realidade é secundária em seu valor de realidade: pressupõe constantemente a transcendental.
V. Husserl pode ser visto como um herdeiro direto de Descartes e Hegel.
A alternativa em que todas as afirmações são
INCORRETAS é:
A) II,III e V.
B) II, III e IV
C) I, II e IV
D) I, III e V
E) I, IV e V
I. Husserl segue o lema "de volta às coisas mesmas". Procura superar a oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, consciência e mundo.
II. O objetivo da fenomenologia é uma reforma completa da filosofia que faça desta uma ciência de fundamentação absoluta e purificada de falibilidades.
III. A époche fenomenológica, o "por entre parênteses" o mundo, que abandona a atitude natural, coloca o mundo de um lado e a consciência transcendental de outro.
IV. A base natural da realidade é secundária em seu valor de realidade: pressupõe constantemente a transcendental.
V. Husserl pode ser visto como um herdeiro direto de Descartes e Hegel.
A alternativa em que todas as afirmações são
INCORRETAS é:
A) II,III e V.
B) II, III e IV
C) I, II e IV
D) I, III e V
E) I, IV e V
Wilhelm Dilthey,
49. De acordo com o filósofo Wilhelm Dilthey, a interpretação hermenêutica de textos das ciências humanas pressupõe que o leitor não se prenda à mera explicação causal do objeto (tal como em textos de ciências exatas), mas busque principalmente a compreensão do objeto. O conceito de compreensão de Dilthey pressupõe outro, a saber, o de
(A) vivência do objeto.
(B) inversão do objeto.
(C) construção do objeto.
(D) pressentimento do objeto.
(E) confabulação do objeto.
(A) vivência do objeto.
(B) inversão do objeto.
(C) construção do objeto.
(D) pressentimento do objeto.
(E) confabulação do objeto.
Considere o texto para responder às questões de números 51 a 55.
"Cada indivíduo, com efeito, pode, como homem, ter uma vontade particular, contrária ou diversa da vontade geral que tem como cidadão. Seu interesse particular pode ser muito diferente do interesse comum. Sua existência, absoluta e naturalmente independente, pode levá-lo a considerar o que deve à causa comum como uma contribuição gratuita, cuja perda prejudicará menos aos outros, do que será oneroso o cumprimento a si próprio."
(...) Ele desfrutará dos direitos do cidadão sem desempenhar os deveres de súdito - injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político."
(Contrato social)
"Cada indivíduo, com efeito, pode, como homem, ter uma vontade particular, contrária ou diversa da vontade geral que tem como cidadão. Seu interesse particular pode ser muito diferente do interesse comum. Sua existência, absoluta e naturalmente independente, pode levá-lo a considerar o que deve à causa comum como uma contribuição gratuita, cuja perda prejudicará menos aos outros, do que será oneroso o cumprimento a si próprio."
(...) Ele desfrutará dos direitos do cidadão sem desempenhar os deveres de súdito - injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político."
(Contrato social)
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Escola de FrankfurtA) desencadear um processo de acomodação diante das certezas e dos conflitos cognitivos de si mesmo.
B) reconhecer os fatos ou fenômenos puramente, sem a interpretação.
C) naturalizar o mundo, torná-lo menos complexo, mais óbvio.
D) consolidar a fé nas aparências, nas rotinas e nos dogmas.
E) levar os homens a uma ação reflexiva.
45. A neutralidade das ciências é um tema retomado e seriamente discutido na Escola de Frankfurt. Nasce, então, a teoria crítica, exposta no ensaio "Teoria Tradicional e Teoria Crítica". A alternativa que identifica o pesquisador frankfurtiano autor dessa obra é.
A) Jürgen Habermas.
B) Herbert Marcuse.
C) Walter Benjamin.
D) Max Horkheimer.
E) Felix Weil.
61. Alguns filósofos alemães ligados à Escola de Frankfurt descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão. Para eles, a razão instrumental ou razão técnico-científica
(A) reflete sobre as contradições, os conflitos sociais e políticos, apresentando-se como força libertadora.
(B) defende que a ciência se baseia na ideologia e no mito social, pois representa o senso comum cientificista.
(C) concebe o conhecimento de maneira pura, desprezando o controle da natureza e dos seres humanos.
(D) propaga as ideias de progresso e neutralidade científica.
(E) representa um poderoso instrumento de libertação das minorias por intermédio do conhecimento.
Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a "razão instrumental" é a noção histórica de razão que prepondera no mundo contemporâneo, servindo tanto à justificação das relações de dominação entre as classes sociais quanto ao domínio técnico da natureza. Na medida em que a razão instrumental ignora a investigação crítica do conhecimento e da realidade em seu todo e serve à construção ideológica do conhecimento científico, ela dá ensejo
(A) ao surgimento da mitologia cientificista.
(B) à instrumentalização da luta de classes.
(C) ao processo de alienação do trabalho.
(D) ao abandono da prática da ciência pura.
(E) à fundamentação cientificista da mais-valia.
Gottlob Frege
Se há um ponto de consenso entre os filósofos e historiadores da lógica, este é a posição eminente que goza Gottlob Frege (1848-1925). Frege é tido como um dos maiores lógicos da modernidade e, indubitavelmente, aquele que mais colaborou para o avanço no campo da lógica matemática.
Sobre suas contribuições, é incorreto afirmar:
a. ( ) Em seu pequeno livro Begriffsschrift aparece pela primeira vez o desenvolvimento axiomático inteiramente formalizado do cálculo sentencial, consistente e completo.
b. ( ) Uma das várias contribuições importantes de Frege abrange também a quantificação de predicados ou de variáveis de classe.
c. ( ) Sua descoberta notável consistiu em mostrar que a aritmética, e com ela boa parte da matemática, podiam ser sistematizadas a partir da lógica.
d. ( ) Frege, ao introduzir quantificadores, axiomas e regras em seu sistema formal, acaba por obter um sistema de cálculo de predicados de primeira ordem, que é completo.
e. ( X ) O trabalho de Frege foi muito bem recebido pelos matemáticos da época, que costumavam cometer muitos erros em suas demonstrações e por isso encontraram na sistematização do raciocino matemático um grande auxílio.
Freud
O falseacionismo foi uma proposta de demarcação científica inovadora em vários aspectos.
Segundo o critério popperiano, é incorreto afirmar: a. ( ) Resumidamente, o que define o estatuto de cientificidade de uma teoria é a sua capacidade de ser testada e, consequentemente, falseada. b. ( ) Logicamente, pode-se dizer que o ponto de ruptura entre o critério popperiano e o da concepção herdada baseia-se no fato de que o modus ponens é mais fraco do que o modus tollens. c. ( X ) A teoria psicanalítica de Freud poderá ou não ser classificada como científica, dependendo de sua capacidade de explicar e prever os casos a que se refere. d. ( ) Em sua formulação original, o marxismo era uma teoria científica; isto é, fazia previsões testáveis como, por exemplo, a da "revolução social vindoura". e. ( ) Segundo Popper, podem existir teorias puramente tautológicas - ou não empíricas - (como a lógica e a matemática) que também se coadunam com o falseacionismo. 27. Considere a epistemologia popperiana e seu posicionamento acerca da possibilidade de progresso na ciência e analise as afirmativas abaixo. 1. Popper insistiu que, através de testes severos das teorias, os cientistas levam a cabo um processo racional de aproximação da verdade, aumentando de forma progressiva o conhecimento. 2. Sobre progresso científico Popper manteve teses evolucionistas, no seguinte sentido: as melhores teorias são as que vão sendo validadas ao longo da história, por meio da verificação empírica. 3. Preferimos uma teoria à outra, em última instância, porque é mais verossímil, ainda que nunca possamos demonstrar de uma teoria que ela é verdadeira. 4. Não se pode afirmar que Popper acreditasse no progresso cumulativo do conhecimento, pois ao romper com o racionalismo de Descartes e Leibniz, ele defendeu veementemente que não existe método de verificação científica. 5. O aumento do conteúdo empírico das teorias, e o fato de as novas teorias terem de explicar também o que as anteriores explicavam levaram Popper a conceber o progresso científico como uma paulatina aproximação da verdade. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. d. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5. 37. (...) quanto mais virtuoso um homem é, mais severo e desconfiado é o seu comportamento, de maneira que, em última análise, são precisamente as pessoas que levaram mais longe a santidade as que se censuram da pior pecaminosidade. (Freud, S. O mal-estar na civilização) Freud faz a afirmação acima, argumentando que (A) o santo não elimina seus sentimentos agressivos, apenas os põe sob a inspeção do superego. (B) o virtuoso e o santo, para livrar-se da culpa inconsciente, assumem conscientemente a sua perversão sexual. (C) a autocensura do santo livra-o do mal-estar inconsciente que caracteriza o desenvolvimento civilizatório. (D) a severidade e a desconfiança são, inconscientemente, virtudes essenciais ao ego do homem virtuoso. (E) o homem, enquanto ser humano, peca, mas especialmente os virtuosos e os santos. |
Wittgenstein
33. O fim da filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos.
A filosofia não é uma teoria, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente em elucidações.
O resultado da filosofia não são proposições filosóficas, mas é tornar proposições claras.
Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos.
(L. Wittgenstein)
A visão de filosofia acima expressa gerou uma corrente significativa de trabalhos cuja característica fundamental é
(A) a fusão da filosofia com as ciências da natureza, trazendo à primeira um estatuto científico.
(B)) a ênfase em estudos voltados para as linguagens, analisando-as do ponto de vista da clareza dos conceitos e da força dos argumentos.
(C) a separação entre as ciências e a metafísica, ficando esta última como tarefa eminentemente filosófica.
(D) a ênfase na construção, por parte da filosofia, de sistemas éticos, já que as proposições sobre a natureza ficam ao encargo das ciências.
(E) o abandono de qualquer pretensão de esclarecimento conceitual nos campos tradicionais da ética e da epistemologia.
No Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein trata, dentre outros assuntos, da relação entre o mundo e a linguagem.
Assinale a alternativa que reflete essa relação.
a. ( ) Posso afirmar o que o mundo é.
b. ( ) O mundo é a totalidade das coisas, não dos fatos.
c. ( ) Dizer algo do mundo é mostrar algo no mundo.
d. ( X ) Posso descrever o mundo dentro dos limites da minha linguagem, e esta por sua vez é limitada pelo mundo.
e. ( ) Na linguagem, a significação de uma expressão qualquer sobre o mundo deve repousar na verdade.
2. O que Wittgenstein entendia por "linguagem privada", em suas "Investigações Filosóficas"?
a. ( ) Uma linguagem que se refere à verdade sobre o mundo conforme a pessoa o entende.
b. ( X ) Uma linguagem cujas palavras se referem ao que só a pessoa que fala pode conhecer.
c. ( ) Uma linguagem absolutamente artificial, criada pela pessoa que fala.
d. ( ) Uma linguagem compartilhada somente entre duas pessoas que conversam.
e. ( ) Uma linguagem incapaz de expressar sensações íntimas.
Algumas proposições da linguagem sobre o mundo podem ser sempre verdadeiras, qualquer que seja o estado em que o mundo se encontra.
O que isso significa, de acordo com Wittgenstein?
a. ( X ) Um tipo de expressão lógica, qual seja, a tautologia.
b. ( ) Uma verdade a priori, no mesmo sentido dado por Kant à palavra.
c. ( ) Uma informação absolutamente verdadeira e inquestionável.
d. ( ) Uma lei de pensamento que pode ser experimentada continuamente.
e. ( ) Uma proposição lógica possível na linguagem, mas sem correspondência com o mundo.
Para uma resposta que não se pode formular, tampouco se pode formular a questão.
L. Wittgenstein
É correto afirmar que, para Wittgenstein, como decorrência,
(A) o enigma não existe.
(B) a certeza não existe.
(C) a dúvida não existe.
(D) o inefável não existe.
(E) a solução não existe.
Heidegger
Husserl considerava a si mesmo e a Heidegger como os pensadores que desenvolviam e aplicavam a fenomenologia na reflexão filosófica, mas o estudo dos pensadores indica que Heidegger se distanciava do fundador da fenomenologia.
Assinale a alternativa que demonstra esse distanciamento.
a. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, assumia o conceito de ser como evidente.
b. ( ) Heidegger considerava a fenomenologia como a própria forma de se filosofar, enquanto que Husserl a via como método.
c. ( X ) Heidegger evidencia uma preocupação com a metafísica, ao passo que Husserl construiu uma fenomenologia antimetafísica.
d. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, buscou resolver o problema do ser recorrendo à consciência.
e. ( ) A redução em Heidegger se refere a dados existenciais da consciência, e em Husserl, ao homem concreto.
4. Na sua abordagem da fenomenologia, diferentemente dos demais pensadores, Heidegger busca o entendimento do conceito de ser, que para ele era um termo filosoficamente vazio na reflexão filosófica contemporânea.
Qual das proposições abaixo não pode ser associada ao tratamento do ser em Heidegger?
a. ( ) O Ser-aí possui consciência de sua realidade.
b. ( X ) Na noção do Ser-aí, não há relação entre a essência e a existência.
c. ( ) Ser-no-mundo envolve relações de ser com os outros, os quais também são seres-no-mundo.
d. ( ) Para o entendimento do significado de ser, não bastaria retornar à linguagem aristotélica, é preciso buscar a dos pré-socráticos.
e. ( ) O significado do ser necessita da compreensão de um ente que Heidegger designa como Ser-aí.
Martin Heidegger abre seu tratado Ser e Tempo, de 1927, com uma citação de Platão, do diálogo O Sofista, na qual pode-se ler: "pois é evidente que de há muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expressão ?ente?. Outrora, também nós julgávamos saber, agora, porém, caímos em aporia". Esta citação prepara o terreno para que Heidegger lance a tese inicial de sua obra, que consiste em afirmar que:
A) Hoje temos uma resposta para a pergunta sobre o que queremos dizer com a palavra "ente".
B) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ser".
C) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ente".
D) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", não está mais trivializada.
E) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", caiu no esquecimento.
52. Heidegger explica, na introdução de Ser e Tempo, aquilo que chama de método de investigação que pretende utilizar na sua obra. Este método ou "modo de tratar" sua questão é:
A) dedutivo
B) indutivo
C) ontológico
D) fenomenológico
E) existencialista
53. No final da introdução de Ser e Tempo, Heidegger adverte o leitor "quanto à inadequação e falta de beleza do estilo das análises que se seguirão". É que, explica, "uma coisa é fazer um relatório narrativo sobre os entes, outra coisa é apreender o ente em seu ser". Para esta última tarefa, diz ele, faltam, na maioria das vezes:
A) as palavras e a gramática
B) a estrutura e a conjuntura
C) a filosofia e a poesia
D) a história e o destino
E) o método e o procedimento
Walter Benjamin
23 - Com relação à função social da arte, e com base no pensamento de Walter Benjamin, assinale a opção correta.
A - Benjamin era, em certa medida, um filósofo platônico, e defendia a completa separação entre arte e política; ou seja, para ele, a arte não tem nenhuma função social.
B - Benjamin defendeu a estetização da política; em outras palavras, a única função social da arte seria atender ao controle e à massificação dos cidadãos.
C - Benjamin, pensador ligado à escola de Frankfurt, defendia a politização da arte; isso quer dizer que, em sua opinião, a arte tem, além de outras, também a função social de emancipar o homem e de questionar o poder vigente.
D - Benjamin, filósofo neokantiano, em detrimento das questões sobre a função da arte, preocupava-se apenas com investigações teóricas sobre o belo e o sublime.
Benjamin, no ensaio "O narrador", refletiu sobre a condição da experiência na modernidade. Ele comenta, aí, a situação da forma literária do romance. Para ele, o surgimento do romance é:
A) o último sintoma do lento desaparecimento da narrativa
B) o indício mais remoto do processo que termina no declínio da narrativa
C) a possibilidade de salvação da narrativa na modernidade
D) a perpetuação moderna da natureza da tradição oral antiga
E) uma forma nova, especificamente moderna, de narrativa
55. Para o crítico Walter Benjamin, a situação da arte no século XX experimentou uma radical transformação, que ele tenta indicar no famoso ensaio "A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução". No final deste texto, Benjamin afirma que a humanidade tornou-se espetáculo para si mesma: "tornou-se suficientemente estranha a si mesma, a fim de conseguir viver a sua própria destruição, como um gozo estético". Isso, para ele, acontecia:
A) na politização da arte, como a pratica o comunismo
B) na politização da arte, como a pratica o fascismo
C) na autonomia da arte, como a pratica o liberalismo
D) na estetização da política, como a pratica o comunismo
E) na estetização da política, como a pratica o fascismo
59. Segundo Walter Benjamin, o advento dos meios de reprodução técnica das obras de arte permitiu, pela primeira vez, a produção do objeto artístico em série, tornando impossível distinguir entre original e cópia. Uma das principais consequências desse acontecimento é a
(A) perda da reprodutibilidade da obra de arte.
(B) destruição da aura da obra de arte.
(C) dissociação entre arte e técnica.
(D) impossibilidade da existência do objeto artístico em série.
(E) valorização do original, já que as cópias são vistas como imitações grosseiras do mesmo.
Assinale a alternativa que demonstra esse distanciamento.
a. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, assumia o conceito de ser como evidente.
b. ( ) Heidegger considerava a fenomenologia como a própria forma de se filosofar, enquanto que Husserl a via como método.
c. ( X ) Heidegger evidencia uma preocupação com a metafísica, ao passo que Husserl construiu uma fenomenologia antimetafísica.
d. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, buscou resolver o problema do ser recorrendo à consciência.
e. ( ) A redução em Heidegger se refere a dados existenciais da consciência, e em Husserl, ao homem concreto.
4. Na sua abordagem da fenomenologia, diferentemente dos demais pensadores, Heidegger busca o entendimento do conceito de ser, que para ele era um termo filosoficamente vazio na reflexão filosófica contemporânea.
Qual das proposições abaixo não pode ser associada ao tratamento do ser em Heidegger?
a. ( ) O Ser-aí possui consciência de sua realidade.
b. ( X ) Na noção do Ser-aí, não há relação entre a essência e a existência.
c. ( ) Ser-no-mundo envolve relações de ser com os outros, os quais também são seres-no-mundo.
d. ( ) Para o entendimento do significado de ser, não bastaria retornar à linguagem aristotélica, é preciso buscar a dos pré-socráticos.
e. ( ) O significado do ser necessita da compreensão de um ente que Heidegger designa como Ser-aí.
Martin Heidegger abre seu tratado Ser e Tempo, de 1927, com uma citação de Platão, do diálogo O Sofista, na qual pode-se ler: "pois é evidente que de há muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expressão ?ente?. Outrora, também nós julgávamos saber, agora, porém, caímos em aporia". Esta citação prepara o terreno para que Heidegger lance a tese inicial de sua obra, que consiste em afirmar que:
A) Hoje temos uma resposta para a pergunta sobre o que queremos dizer com a palavra "ente".
B) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ser".
C) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ente".
D) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", não está mais trivializada.
E) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", caiu no esquecimento.
52. Heidegger explica, na introdução de Ser e Tempo, aquilo que chama de método de investigação que pretende utilizar na sua obra. Este método ou "modo de tratar" sua questão é:
A) dedutivo
B) indutivo
C) ontológico
D) fenomenológico
E) existencialista
53. No final da introdução de Ser e Tempo, Heidegger adverte o leitor "quanto à inadequação e falta de beleza do estilo das análises que se seguirão". É que, explica, "uma coisa é fazer um relatório narrativo sobre os entes, outra coisa é apreender o ente em seu ser". Para esta última tarefa, diz ele, faltam, na maioria das vezes:
A) as palavras e a gramática
B) a estrutura e a conjuntura
C) a filosofia e a poesia
D) a história e o destino
E) o método e o procedimento
Walter Benjamin
23 - Com relação à função social da arte, e com base no pensamento de Walter Benjamin, assinale a opção correta.
A - Benjamin era, em certa medida, um filósofo platônico, e defendia a completa separação entre arte e política; ou seja, para ele, a arte não tem nenhuma função social.
B - Benjamin defendeu a estetização da política; em outras palavras, a única função social da arte seria atender ao controle e à massificação dos cidadãos.
C - Benjamin, pensador ligado à escola de Frankfurt, defendia a politização da arte; isso quer dizer que, em sua opinião, a arte tem, além de outras, também a função social de emancipar o homem e de questionar o poder vigente.
D - Benjamin, filósofo neokantiano, em detrimento das questões sobre a função da arte, preocupava-se apenas com investigações teóricas sobre o belo e o sublime.
Benjamin, no ensaio "O narrador", refletiu sobre a condição da experiência na modernidade. Ele comenta, aí, a situação da forma literária do romance. Para ele, o surgimento do romance é:
A) o último sintoma do lento desaparecimento da narrativa
B) o indício mais remoto do processo que termina no declínio da narrativa
C) a possibilidade de salvação da narrativa na modernidade
D) a perpetuação moderna da natureza da tradição oral antiga
E) uma forma nova, especificamente moderna, de narrativa
55. Para o crítico Walter Benjamin, a situação da arte no século XX experimentou uma radical transformação, que ele tenta indicar no famoso ensaio "A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução". No final deste texto, Benjamin afirma que a humanidade tornou-se espetáculo para si mesma: "tornou-se suficientemente estranha a si mesma, a fim de conseguir viver a sua própria destruição, como um gozo estético". Isso, para ele, acontecia:
A) na politização da arte, como a pratica o comunismo
B) na politização da arte, como a pratica o fascismo
C) na autonomia da arte, como a pratica o liberalismo
D) na estetização da política, como a pratica o comunismo
E) na estetização da política, como a pratica o fascismo
59. Segundo Walter Benjamin, o advento dos meios de reprodução técnica das obras de arte permitiu, pela primeira vez, a produção do objeto artístico em série, tornando impossível distinguir entre original e cópia. Uma das principais consequências desse acontecimento é a
(A) perda da reprodutibilidade da obra de arte.
(B) destruição da aura da obra de arte.
(C) dissociação entre arte e técnica.
(D) impossibilidade da existência do objeto artístico em série.
(E) valorização do original, já que as cópias são vistas como imitações grosseiras do mesmo.
------------------
Theodor Adorno
36 - Considerando a teoria crítica de Adorno, a respeito da relação entre arte e técnica, assinale a opção correta.
A - A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos.
B - Adorno vê o avanço das técnicas de reprodução, que possibilitam novas formas de arte, como o cinema e o rádio, como algo irrestritamente positivo.
C - O termo indústria cultural, cunhado por Adorno, pode ser substituído por cultura de massa, significando uma cultura que surge espontaneamente do povo.
D - Para Adorno, o jazz é uma manifestação cultural mais importante que a música dodecafônica.
57. Adorno e Horkheimer cunharam a expressão indústria cultural para indicar uma cultura baseada no consumo de produtos culturais fabricados em série. Ao definir indústria cultural como sendo uma reconciliação aparente, baseada numa falsa identidade entre o universal e o particular, os autores estavam apontando para o fato de que
72. "Da improvisação padronizada do jazz até os tipos originais do cinema, que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, o que domina é a pseudoindividualidade."
(T. Adorno; M.Horkheimer, Dialética do esclarecimento. 1985)
O fragmento pode proporcionar uma situação de aprendizagem sobre
(A) a teoria do indivíduo.
(B) condutas massificadas.
(C) alienação moral.
(D) ética.
(E) a sujeição.
54. Em seus escritos, Adorno criticou vigorosamente o que chamava de "indústria cultural". No âmbito da Escola de Frankfurt, não foi privilégio seu investigar as transformações de arte diante das inovações técnicas do mundo moderno. Walter Benjamin, por exemplo, considerava o cinema e a fotografia fundamentais para compreender a estética na sua época. Para ele, tanto um quanto outra indicavam uma importante mudança de ênfase naquilo que é a obra de arte, passando ela:
A) do valor de exposição para o valor de culto
B) do valor de culto para o valor de exposição
C) do valor de uso para o valor de troca
D) do valor de troca para o valor de uso
E) do valor de uso para o valor de exposição
36 - Considerando a teoria crítica de Adorno, a respeito da relação entre arte e técnica, assinale a opção correta.
A - A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos.
B - Adorno vê o avanço das técnicas de reprodução, que possibilitam novas formas de arte, como o cinema e o rádio, como algo irrestritamente positivo.
C - O termo indústria cultural, cunhado por Adorno, pode ser substituído por cultura de massa, significando uma cultura que surge espontaneamente do povo.
D - Para Adorno, o jazz é uma manifestação cultural mais importante que a música dodecafônica.
57. Adorno e Horkheimer cunharam a expressão indústria cultural para indicar uma cultura baseada no consumo de produtos culturais fabricados em série. Ao definir indústria cultural como sendo uma reconciliação aparente, baseada numa falsa identidade entre o universal e o particular, os autores estavam apontando para o fato de que
(A) o indivíduo e o todo apenas parecem estar reconciliados; na verdade, a indústria cultural é um instrumento poderoso para gerar lucros e controlar socialmente as massas.
(B) a alta qualidade dos produtos oferecidos pela indústria cultural é resultado das demandas dos próprios consumidores.
(C) a participação de milhões de pessoas nessa indústria impõe métodos que tornam impossível a disseminação de bens culturais padronizados.
(D) a indústria cultural favorece a criatividade, a sensibilidade e o pensamento crítico do público.
(E) a padronização dos produtos artísticos é um poderoso instrumento de democratização da cultura.
(B) a alta qualidade dos produtos oferecidos pela indústria cultural é resultado das demandas dos próprios consumidores.
(C) a participação de milhões de pessoas nessa indústria impõe métodos que tornam impossível a disseminação de bens culturais padronizados.
(D) a indústria cultural favorece a criatividade, a sensibilidade e o pensamento crítico do público.
(E) a padronização dos produtos artísticos é um poderoso instrumento de democratização da cultura.
72. "Da improvisação padronizada do jazz até os tipos originais do cinema, que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, o que domina é a pseudoindividualidade."
(T. Adorno; M.Horkheimer, Dialética do esclarecimento. 1985)
O fragmento pode proporcionar uma situação de aprendizagem sobre
(A) a teoria do indivíduo.
(B) condutas massificadas.
(C) alienação moral.
(D) ética.
(E) a sujeição.
25. De acordo com o filósofo alemão Adorno, pode-se afirmar que
(A) há notável descontinuidade e heterogeneidade entre tempo de trabalho e tempo livre.
(B) não é verdade que os meios de massa sejam estilística e culturalmente conservadores.
(C) os meios de comunicação de massa apresentam indiscutível potencial revolucionário.
(D) ao adaptar-se aos desejos das massas, a indústria cultural apresenta inegável potencial democrático.
(E) a indústria cultural é moldada pela racionalidade instrumental.
26. Adorno pertenceu ao seguinte movimento filosófico:
(A) existencialismo.
(B) teoria crítica.
(C) epicurismo.
(D) estruturalismo.
(E) empirismo.
27. De acordo com Adorno,
(A) o termo mass media é adequado para designar o fenômeno da indústria cultural.
(B) a indústria cultural apresenta indiscutível potencial emancipador.
(C) a indústria cultural não é ideológica.
(D) o consumidor cultural existe em estado de heteronomia.
(E) o consumidor cultural existe em estado de autonomia.
(A) há notável descontinuidade e heterogeneidade entre tempo de trabalho e tempo livre.
(B) não é verdade que os meios de massa sejam estilística e culturalmente conservadores.
(C) os meios de comunicação de massa apresentam indiscutível potencial revolucionário.
(D) ao adaptar-se aos desejos das massas, a indústria cultural apresenta inegável potencial democrático.
(E) a indústria cultural é moldada pela racionalidade instrumental.
26. Adorno pertenceu ao seguinte movimento filosófico:
(A) existencialismo.
(B) teoria crítica.
(C) epicurismo.
(D) estruturalismo.
(E) empirismo.
27. De acordo com Adorno,
(A) o termo mass media é adequado para designar o fenômeno da indústria cultural.
(B) a indústria cultural apresenta indiscutível potencial emancipador.
(C) a indústria cultural não é ideológica.
(D) o consumidor cultural existe em estado de heteronomia.
(E) o consumidor cultural existe em estado de autonomia.
A) do valor de exposição para o valor de culto
B) do valor de culto para o valor de exposição
C) do valor de uso para o valor de troca
D) do valor de troca para o valor de uso
E) do valor de uso para o valor de exposição
Theodor Adorno, um dos fundadores da Escola de Frankfurt, realizou uma das mais importantes análises da Estética filosófica utilizando a Teoria Crítica.
Qual das seguintes alternativas não está de acordo com o pensamento deste autor sobre a Estética e a arte?
a. ( ) Na arte moderna, existe uma tendência à autonomia.
b. ( ) A arte deve ser pura, e não socialmente comprometida.
c. ( ) A arte tenta evitar a mercantilização, mas isso só a sujeita a ela.
d. ( ) A arte resiste ao domínio da razão instrumental.
e. ( X ) A arte moderna possui um objetivo social regulador.
Dentro da Teoria Crítica, o conceito de indústria cultural desempenha um papel de destaque.
Qual das alternativas a seguir está refletindo as consequências da indústria cultural?
a. ( ) No domínio cultural, os meios de comunicação integram os indivíduos.
b. ( ) Os monopólios culturais são tão fortes quanto os econômicos.
c. ( ) A tecnologia contemporânea cria uma cultura de massa que pode se libertar do sistema capitalista.
d. ( ) Como a cultura se converte em mercadoria e se difunde como informação, ela penetra mais facilmente nos indivíduos informados.
e. ( X ) Existe um monopólio cultural que forma uma unidade com o sistema econômico dentro da sociedade.
9. Em seu livro "Dialética do Esclarecimento", Adorno e Horkheimer estudam o conceito de publicidade e seu papel na sociedade.
Qual das seguintes alternativas não se relaciona com os efeitos da publicidade na sociedade?
a. ( ) A publicidade conduz à mimese entre os indivíduos.
b. ( ) A publicidade e a indústria cultural confundem-se econômica e tecnicamente.
c. ( X ) A publicidade serve diretamente à venda de mercadorias.
d. ( ) A publicidade aprisiona o indivíduo junto às grandes corporações.
e. ( ) A publicidade, ao funcionar pela repetição, assemelha-se às "palavras de ordem".
Sobre o funcionamento da indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a. ( X ) Todo o mundo passa pela indústria cultural.
b. ( ) Os produtos da indústria cultural exigem máxima atenção.
c. ( ) Cada manifestação da indústria cultural reproduz os homens como algo novo.
d. ( ) Não se pode violar o sistema da indústria cultural em hipótese alguma.
e. ( ) Não há lugar para os mais capazes, somente para os medíocres.
Horkheimer:
30. Desde sempre o Iluminismo, no sentido mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o objetivo de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas, completamente iluminada, a terra resplandece sob o sígno do infortúnio triunfal. O programa do iluminismo era o de livrar o mundo do feitiço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e eliminar a imaginação, por meio do saber [...] O entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada [...] O que os homens querem aprender da natureza é como aplicá-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens.
A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Adorno e Horkheimer:
(A)) o desejo de dominação do homem sobre a natureza aboliu o mito e a magia e instaurou a racionalidade técnica e controladora.
(B) o Iluminismo propiciou simultaneamente um progresso técnico e moral a partir da libertação das superstições e dos mitos.
(C) a racionalidade moderna tende a, progressivamente, libertar os homens do medo e da dominação.
(D) o infortúnio de nossa sociedade deve-se ao malogro do ideal iluminista de pleno desenvolvimento da razão.
(E) somente a contínua desmistificação da natureza poderá nos livrar definitivamente da dominação do homem sobre o homem.
Sartre
27. Considere as seguintes alternativas relacionadas à fenomenologia existencial de Sartre extraídas do texto O existencialismo é um humanismo.
I. O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.
II. Não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber.
III. O homem é, antes de mais nada, algo que se projeta em direção ao futuro e ciente que está fazendo isso.
IV. O homem é liberdade porque a essência precede sua existência.
A alternativa em que todas as afirmativas estão
CORRETAS é:
A) I e II.
B) II, III e IV.
C) I, III e IV.
D) I, II e IV.
E) I, II e III.
48. Ora, na realidade, para o existencialista, não há amor diferente daquele que se constrói; não há possibilidade de amor senão a que se manifesta no amor, não há gênio senão o que se exprime nas obras de arte. (Sartre)
De acordo com esse excerto de Sartre, é correto afirmar que:
(A) a essência do homem, seus sentimentos, sua razão, determinam o modo como ele age em relação a outros e a si mesmo.
(B) é possível definir o homem sem considerar sua cultura e sua história.
(C) as intenções equivalem a atos.
(D)) o homem é o que ele faz.
(E) a condição humana se caracteriza pela dominação de um homem por outro e pela inexistência de liberdade.
_________________________________________________________
52 . O homem nada mais é do que seu projeto; esta afirmativa está presente na obra de:
A) Sigmund Freud.
B) Michel Foucault.
C) Jean-Paul Sartre.
D) Martin Heidegger.
E) Jean-Jacques Rousseau.
(Sartre, J. P. O ser e o nada)
Para Sartre,
(A) a experiência do outro é essencialmente concreta.
(B) o cogito é sempre uma estrutura a priori.
(C) o cogito do outro se revela por similitude abstrata.
(D) a experiência do cogito de si ou de outrem é sempre abstrata.
(E) o cogito tem o mesmo significado que tem para Descartes.
71. Sartre afirmou que não se pode viver com morais alienantes, fora da história. A ética deve ser entendida como ação no mundo, sob o contingenciamento da história - história e ética se confundem.
Segundo o texto, é correto afirmar que
(A) a alienação moral procura fazer com que a ação do passado seja repetida no presente.
(B) a história mostra que é impossível agir de modo ético devido à alienação moral.
(C) no processo de alienação moral, a história é contingente, mas a ética é necessária.
(D) o contingenciamento da história é levado em conta no processo de alienação moral.
(E) a alienação moral faz com que a ação no mundo esteja sob as contingências históricas.
75. Leia as afirmações.
I. Ser livre é, pois, o mesmo que agir voluntariamente.
II. Tudo é movido por uma causa que se encontra fora de nós, não podemos evitar agir como agimos.
III. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem.
Assinale a alternativa correta.
(A) A afirmação I representa a concepção dialética da liberdade.
(B) A afirmação III representa a concepção determinista da liberdade.
(C) A afirmação III representa a concepção dialética da liberdade.
(D) A afirmação II representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
(E) A afirmação III representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
Considere o texto para responder às questões de números 56 a 60.
"Olho esta folha branca sobre minha mesa; percebo sua forma, sua cor, sua posição. Essas diferentes qualidades têm características comuns: em primeiro lugar, elas se dão a meu olhar como existências que apenas posso constatar e cujo ser não depende de forma alguma do meu capricho. Elas são para mim, não são eu. Mas também não são outrem, isto é, não dependem de nenhuma espontaneidade, nem da minha, nem da de outra consciência. São, ao mesmo tempo, presentes e inertes. Essa inércia do conteúdo sensível, frequentemente descrita, é a existência em si. De nada serve discutir se esta folha se reduz a um conjunto de representações ou se é ou deve ser mais do que isso. O certo é que o branco que constato não pode ser produzido por minha espontaneidade. Esta forma inerte, que está aquém de todas as espontaneidades conscientes, que devemos observar, conhecer pouco a pouco, é o que chamamos uma coisa. Em hipótese alguma minha consciência seria capaz de ser uma coisa, porque seu modo de ser em si é precisamente um ser para si. Existir, para ela, é ter consciência de sua existência."
(A imaginação, Abril, 1984)
56. Este texto de Sartre é
(A) estruturalista.
(B) marxista.
(C) pós-moderno.
(D) fenomenológico.
(E) iluminista.
57. A existência em si é
(A) uma espontaneidade inconsciente do outro.
(B) uma inércia sem conteúdo que se apresenta por si.
(C) uma coisa aquém da consciência.
(D) um conjunto de representações além da consciência.
(E) uma coisa para si e outra para mim.
58. Minha consciência é
(A) um ser em si reificado (coisificado).
(B) um ser para si nadificado.
(C) um ser para outro representado.
(D) um ser espontâneo caprichado.
(E) um ser para isso modificado.
59. Num primeiro momento, olhar para a folha branca é
(A) uma constatação.
(B) um conhecimento.
(C) uma produção.
(D) um capricho.
(E) uma representação.
60. Uma coisa é
(A) um ser para si.
(B) um ser para mim.
(C) um ser de outrem.
(D) um ser sensível.
(E) um ser mais do que isso.
7. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais famosas e controvertidas da filosofia no século XX. No núcleo de seu pensamento, esteve o problema da liberdade, especialmente tematizada no texto "O existencialismo é um humanismo", de 1946. Nele, Sartre considera a questão da má-fé, que estaria em todo homem:
A) que se refugia na desculpa que inventa um determinismo
B) que possui intenções dolosas frente aos outros
C) cujo caráter está centrado na falsidade, não na verdade
D) que age com segundas intenções em relação àquilo que faz
E) que encara a moral como a arte, enquanto criação e invenção
40. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprimese a noção de Deus, mas não a ideia de que a essência precede a existência. O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem (...).
É sabido que Sartre considerava seu ateísmo mais completo que o de seus antecessores. A partir do texto supracitado é correto afirmar:
(A) O ateísmo sartreano é mais completo por refutar os pressupostos lógicos de todo teísmo, embora concorde com alguns de seus pressupostos metafísicos.
(B) Para Sartre, o ateísmo do século XVIII é falho porque nega a tese de que toda existência é precedida por uma essência.
(C) O ateísmo sartreano é mais completo porque não nega apenas a idéia de Deus, mas também a tese metafísica de que a essência precede a existência.
(D) O ateísmo sartreano é mais radical por retomar a argumentação dos céticos pirrônicos e voltá-la contra toda metafísica.
(E) O ateísmo sartreano é mais radical, pois, recusa tanto a tese da existência de Deus quanto a moral ligada ao cristianismo, a qual o século XVIII deixara intacta.
Sobre o conceito de liberdade em Sartre, pode-se afirmar que sua tese central é a de que ela deve ser absoluta.
Assinale a alternativa que se coaduna com esta tese.
a. ( ) Os valores permitem definir a liberdade para os homens e suas sociedades.
b. ( ) Não existe angústia no homem ao se defrontar com a liberdade.
c. ( ) O simples fato da liberdade impõe uma forma materialista de determinismo, em que se abandona a ideia de consciência.
d. ( ) Os atos livres do ser humano possuem uma essência psicológica que os define e possibilita.
e. ( X ) É preciso excluir a possibilidade da existência de Deus, pois sua onipotência não permite a liberdade humana.
15. Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé.
Considerando-se a ideia de má fé e de suas consequências para a liberdade, é incorreto afirmar:
a. ( ) Agir em má fé consiste em viver na seriedade.
b. ( ) Agir em má fé representa virar as costas à escolha de si mesmo.
c. ( X ) Agir em má fé representa uma afirmação do sujeito.
d. ( ) Agir em má fé significa uma fuga à responsabilidade da decisão livre.
e. ( ) Agir em má fé representa identificar-se com o ser.
---------
Simone de Beauvoir.
77. Assinale a alternativa que indique o(a) filósofo(a) mais adequado(a), segundo a Proposta Curricular, para contribuir em uma situação de aprendizagem que pretenda desenvolver no aluno as competências e habilidades de analisar a importância dos valores éticos na reflexão sobre a humilhação social e a velhice.
(A) Theodor Adorno.
(B) Immanuel Kant.
(C) Simone de Beauvoir.
(D) Hannah Arendt.
(E) John Rawls.
78. "O preço da dominação não é meramente a alienação dos homens com relação aos objetos dominados; com a coisificação do espírito, as próprias relações dos homens foram enfeitiçadas, inclusive as relações de cada indivíduo consigo mesmo."
O tema em questão no texto corresponde a uma preocupação da Filosofia
(A) contemporânea.
(B) moderna.
(C) renascentista.
(D) antiga.
(E) medieval.
Merleau-Ponty
Iniciando o estudo da percepção, encontramos na linguagem a noção de sensação, que parece imediata e clara: eu sinto o vermelho, o azul, o quente, o frio. (...) A sensação pura será a experiência de um "choque" indiferenciado, instantâneo e pontual. Não é necessário mostrar, já que os autores concordam com isso, que essa noção não corresponde a nada de que tenhamos experiência, que as mais simples percepções de fato que conhecemos, em animais como o macaco e a galinha, versam sobre relações e não sobre termos absolutos.
Maurice Merleau-Ponty
O trecho acima resume as linhas gerais da análise que o fenomenólogo Merlau-Ponty faz da percepção e, mais especificamente, da noção de "sensação", cara à filosofia moderna. A partir dele é correto inferir que:
(A) Merleau-Ponty retoma integralmente a noção moderna de sensação adaptando-a sutilmente ao quadro conceitual da fenomenologia.
(B) Merleau-Ponty nega a noção moderna de sensação, pois, para ele, não há percepção "pura" e toda a percepção inclui a apreensão de relações.
(C) Para Merleau-Ponty a noção de sensação dos modernos é apenas um erro de linguagem sem maiores conseqüências.
(D) Para Merlau-Ponty a percepção tem início com impressões sensíveis puras, desconectadas e sem relações umas com as outras.
(E) Para Merleau-Ponty nossas sensações são dadas isoladamente à percepção e as relações entre elas são estabelecidas a posteriori pela imaginação e pela fantasia.
-------------
Leia os textos para responder às questões de números 28 a 30.
1. "Era urgente uma filosofia que justificasse a confiança comum na razão. Só era possível opor ao ceticismo desagregador uma razão metafisicamente fundada, capaz de se sustentar na busca da verdade, e um método universal e fecundo."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
2. "A razão (...) não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as ideias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva."
(Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994)
3. "As ideias, em suma, não são simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível; constituem o "verdadeiro ser", o "ser por excelência"."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
4. "Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas."
Hegel
35.Marque a única alternativa que se opõe ao idealismo de Hegel.
a) Para Hegel, o Ser é a Idéia que se exterioriza no sujeito.
b) A realidade objetiva é o resultado do trabalho humano sobre a natureza, enquanto, a realidade subjetiva é a consciência dessa outra realidade, aquilo que permite dar significado ao que está fora do sujeito.
c) A realidade é constituída no pensamento. O mundo subjetivo, portanto, é o mundo real. Isso constitui seu sistema chamado de Idealismo.
d) De acordo com o entendimento do pensamento Hegeliano, podemos admitir que o homem é a natureza tomando consciência de si. A passagem do "em si" ao "para si".
e) N.D.R
54. Segundo Hegel, a "certeza sensível" é caracterizada como:
A) uma proposição lógica.
B) a evidência do Absoluto.
C) uma tomada verdadeira da realidade.
D) o conhecimento mais rico e o mais pobre.
E) a desconstrução do conhecimento científico.
44. As características da verdade, presentes na obra de Hegel são:
A) atemporal, imutável e eterna, apesar do devir.
B) antiga, iluminista e identificadora das reflexões certas e erradas.
C) objetiva e filosófica, fruto da reflexão sobre os modos de pensar.
D) substancial e primordial ao mesmo nível dos pré-socráticos e dos eleatas.
E) subjetiva e contestadora da possibilidade de haver algo acima da razão humana.
28. As 4 afirmações, comparadas entre si, podem ser, respectivamente, atribuídas, com maior propriedade, aos seguintes pensadores:
(A) Descartes, Kant, Hegel, Platão.
(B) Descartes, Hegel, Platão, Kant.
(C) Platão, Kant, Hegel, Descartes.
(D) Platão, Hegel, Kant, Descartes.
(E) Kant, Hegel, Platão, Descartes.
29. É correto afirmar que
(A) no texto 1, o "método universal e fecundo" apresenta-se em oposição à "razão metafisicamente fundada".
(B) no texto 2, tem-se a formulação de uma razão dialética.
(C) no texto 3, prevalece a formulação de um mundo sensível em detrimento de um mundo inteligível.
(D) às formulações do texto 3 corresponde a concepção básica da filosofia empirista.
(E) às formulações do texto 4 corresponde a concepção da mente humana como "tábula rasa" ou "folha em branco".
30. Pode-se dizer que
(A) o texto 1 expressa uma concepção filosófica que corrobora o ceticismo.
(B) no texto 2, a "harmonia entre "coisas e ideias" pressupõe a existência de uma coisa-em-si incognoscível".
(C) no texto 3, as ideias pertencem ao mundo sensível.
(D) no texto 4, "pensamentos sem conteúdo são vazios", significa que é possível a existência de uma intuição intelectual.
(E) no texto 1, o "método universal e fecundo" adaptou-se, em grande medida, à linguagem matemática.
Marx
22. O "fetichismo da mercadoria", como nos diz Marx, consiste no fato de que "uma relação social determinada dos próprios homens [...] toma para eles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas". E ainda: "As relações sociais que seus trabalhos privados mantêm aparecem aos produtores [...] como relações impessoais entre pessoas e relações sociais entre coisas impessoais". (Apud BALIBAR, 1995, p. 71). Que atualidade podemos derivar da crítica marxiana ao "fetichismo da mercadoria"?
A) A inexistência de modos de sujeição implicadas pelos processos de troca no capitalismo contemporâneo, como a coisificação.
B) O fetichismo da mercadoria é apenas uma aparência que pode ser abolida se suprimirmos o dinheiro.
C) O trabalho humano objetivado em mercadorias é um dado positivo devendo ser expurgada toda linguagem que interprete a mercadoria como possuindo aspectos "teológicos" ou "sensíveis supra-sensíveis".
D) A ideia da reificação do mundo burguês generalizada nas formas mercantilizadas das atividades sociais, ou seja, a tendência global de predomínio da racionalidade econômica como coordenadora das relações sociais no capitalismo sobrepondo-se à racionalidade ética.
E) As relações de produção no capitalismo contemporâneo são livres e igualitárias, consubstanciadas no próprio contrato de trabalho e na "liberdade" de compra e venda.
32. O conjunto das relações de produção (que corresponde ao grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina seu ser; é seu ser social que, inversamente, determina sua consciência.
É correto afirmar que o texto acima apresenta uma visão característica:
(A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII.
(B) do idealismo alemão do século XIX.
(C) da economia política liberal.
(D) do materialismo epicurista grego.
(E)) do materialismo histórico do século XIX.
_________________________________________________________
31.Sobre a filosofia de Karl Marx, julgue os itens a seguir:
( ) A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade.
( ) Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo.
( ) Foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867.
( ) Marx continuou e desenvolveu plenamente as três principais correntes ideológicas do século XIX.
a) VVVV
b) VFVF
c) FVFV
d) VVFV
e) FVFF
27.Na teoria marxista, o materialismo histórico:
a) A sociedade é comparada a um celeiro no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas.
b) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, a partir da Idade Média, através de fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.
c) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.
d) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através de fatos materiais, culturais e técnicos.
e) De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até a atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do meio pelo homem".
Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels afirmam que a classe dominante luta sempre para não perder seu status em relação à classe dominada. Para esta sociedade dividida em classes permanecer como tal, a melhor forma de manutenção do poder é investir em:
A) convencimento.
B) esclarecimento.
C) solidariedade.
D) igualdade.
E) coragem.
(Marx, K. Contribuição à Crítica da Economia Política)
Para Marx,
(A) a história é um progresso linear e contínuo, independentemente das contradições sociais.
(B) as modificações das condições materiais de produção e da divisão social do trabalho não influenciam as mudanças históricas.
(C) a consciência humana é uma construção concreta, relacionada ao conjunto das religiões das sociedades ocidentais.
(D) a sociedade e a política são condicionadas pela ação de intelectuais combativos, que desenvolvem novas formas de consciência social.
(E) a sociedade constitui-se a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho.
60. A noção de ideologia, tal como formulada por Marx, pode ser definida como sendo a lógica social imaginária de ocultamento da realidade histórica.
(Chauí, M. Convite à filosofia)
Com base na citação acima, é INCORRETO afirmar que a ideologia
(A) oculta a origem da sociedade nas relações de produção.
(B) dissimula a presença da luta de classes na sociedade.
(C) burguesa produz a representação da imagem ilusória do Estado originado do contrato social entre homens livres e iguais.
(D) procura incentivar e apoiar a práxis política dos trabalhadores.
(E) mascara as desigualdades sociais, apresentando-as como consequência de talentos diferentes, da preguiça ou da disciplina laboriosa.
QUESTÃO 43
Adam Smith observou que o trabalho incorporado em uma mercadoria ou o custo de sua produção correspondente aos salários pagos ao trabalhador era inferior ao trabalho comandado, ou seja, à quantidade de trabalho que uma mercadoria, uma vez vendida, poderia comandar ou comprar. Smith considerava que o lucro decorria das relações entre oferta e procura, sendo criado pelo próprio mercado. Para David Ricardo, o salário gravitava sempre em torno dos seus níveis naturais - isto é, de um mínimo de subsistência fisiológica. Caso, em decorrência da escassez de mão de obra, o salário aumentasse além do nível natural, os operários se reproduziriam de tal forma que a oferta excessiva de força de trabalho deprimiria de novo os salários ao nível natural. Para esse autor, o lucro acabava sendo simplesmente um resíduo - aquilo que sobrava como renda do empresário depois de pagos os salários de subsistência e as rendas da terra. A partir das idéias de seus predecessores, Karl Marx propôs novas ideias a respeito das relações entre trabalho e salário, especialmente, ao analisar a questão do lucro.
Considerando o texto acima, é correto afirmar que Karl Marx
A - nega a relação automática e naturalizante entre lucro e capital investido, insistindo no caráter fetichista da mercadoria.
B - adota abordagem similar à de David Ricardo, ao assumir noções de trabalho da perspectiva biológica.
C - admite, assim como Adam Smith e David Ricardo, que o valor do trabalho é uma grandeza concreta pela qual o operário vende sua força.
D - assume que o salário como forma de remuneração do trabalho é injusto quando o empregador busca o lucro.
34. A alienação do homem em relação ao homem aparece como conseqüência imediata do fato de que o homem se tornou estranho ao produto de seu trabalho, à sua atividade vital, ao seu ser genérico. E se homem se opõe a si mesmo ele também se opõe aos outros. O que é verdadeiro na relação do homem com seu trabalho, com o produto de seu trabalho e quanto a si mesmo, é verdadeiro na relação do homem com os outros, assim como quanto ao trabalho e ao objeto do trabalho dos outros.
Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos
A partir do texto, tendo em vista a crítica marxista à economia política e o papel da teoria da alienação nessa crítica, considere os itens a seguir.
I. A alienação é conseqüência imediata da natureza humana, que exige o trabalho para a sobrevivência.
II. A vida prática, marcada pelo trabalho, determina a consciência do homem da sua condição, enquanto ser humano genérico, frente a si e frente aos outros homens.
III. Segundo Marx, a guerra de todos contra todos é uma das conseqüências imediatas da natureza humana sob a alienação e isso é o que ele quer dizer com a noção de oposição.
IV. A consciência do trabalho e do objeto de trabalho dos outros homens é independente da relação que o indivíduo tem com o seu trabalho.
V. A alienação é conseqüência imediata do caráter alheio do produto de seu trabalho em relação ao que o indivíduo é enquanto ser humano que não se define exclusivamente como agente econômico.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I.
b) II e V.
c) III.
d) III, IV e V.
e) II.
74. Para Marx, a consciência do sofrimento dos trabalhadores faria com que eles se associassem para derrubar o capitalismo, resultando assim no comunismo. É característica do comunismo a ideia de
(A) propriedade e trabalho.
(B) fim da propriedade privada.
(C) Estado liberal.
(D) liberdade e desobediência.
(E) todo o poder ao Estado e à nação.
16. O pensamento de Marx pode ser considerado como uma crítica aos sistemas de pensamento tanto de autores anteriores quanto contemporâneos, embora incorpore diversos conceitos utilizados por eles.
Qual dos conceitos abaixo não é essencial para a compreensão do materialismo histórico?
a. ( ) A dialética.
b. ( X ) A escassez.
c. ( ) A alienação.
d. ( ) O valor-trabalho.
e. ( ) O modo de produção.
17. Assinale a alternativa que sintetiza o conceito de materialismo histórico em Marx e Engels:
a. ( X ) É a interpretação dos fatos históricos a partir das relações de trabalho e de produção.
b. ( ) É a interpretação dos fatos históricos a partir da noção de alienação do homem.
c. ( ) É o movimento da história na realização do espírito do homem, a sociedade sem classes.
d. ( ) É a teoria que toma a consciência do homem de suas relações de classe como pressuposto para a história.
e. ( ) É a teoria que explica os fatos históricos a partir da contradição entre forças produtivas, valores de uso e consciência.
18. Na obra "A Ideologia Alemã", Marx e Engels realizam uma crítica às concepções idealistas de Feuerbach e lançam as bases para sua compreensão marxista da história.
Assinale a alternativa que indica o primeiro pressuposto da análise histórica, sobre os quais os demais se constroem:
a. ( ) A produção de ideias.
b. ( ) A criação de uma propriedade comunal.
c. ( ) O desenvolvimento da propriedade privada.
d. ( X ) A organização dos homens e sua relação com a natureza.
e. ( ) A divisão do trabalho como organização dos homens.
47. Em Para a crítica da economia política, de 1859, Karl Marx antecipou, em grande parte, as linhas-mestras do que viria a ser sua mais famosa obra, O Capital. Pode-se ler já ali, por exemplo, que:
A) O processo em geral da vida social condiciona o modo de produção da vida material.
B) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social não possuem relação de condicionamento.
C) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social se condicionam mutuamente.
D) O modo de produção da vida material não condiciona o processo em geral da vida social.
E) O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida social.
48. No século XX, muitos movimentos políticos importantes tiveram em Marx sua grande inspiração. De fato, o próprio Marx fala, em Para a crítica da economia política, de "uma época de revolução social". Para ele, contudo:
A) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
B) Só se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
C) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de quaisquer critérios existentes.
D) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da vontade dos homens que nela vivem.
E) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da capacidade de seus líderes políticos.
Kuhn,
De modo geral, desde meados do século XX, surgem várias teorias sobre o progresso científico; por exemplo, a teoria das "rupturas epistemológicas" de G. Bachelard, a teoria das "revoluções científicas" de Thomas Kuhn e a teoria da "falsificação" de Popper. A despeito de suas diferenças, todas essas teorias terminam por mostrar
(A) que as teorias científicas seguem uma evolução relativamente linear.
(B) que a ciência progride por saltos, mas sua concepção universal não se altera.
(C) que, apesar das grandes descobertas científicas, as leis da natureza são eternas.
(D) que a ciência, resistindo ao obscurantismo religioso, conduz inexoravelmente à secularização.
(E) que as conquistas e as concepções de ciência são diferentes entre si e descontínuas.
68. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Para Thomas Kuhn, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, após uma __________ da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na __________ , isto é, quando a __________ não consegue responder a alguns problemas.
(A) revolução científica ... crise ... pré-ciência
(B) crise ... ciência normal ... anomalia
(C) anomalia ... crise ... pré-ciência
(D) revolução científica ... pré-ciência ... anomalia
(E) crise ... anomalia ... ciência normal
Segundo Kuhn, um campo científico é criado quando métodos, tecnologias, formas de observação e experimentação, conceitos e demonstrações formam um todo sistemático, uma teoria que permite o conhecimento de inúmeros fenômenos. A teoria se torna um modelo de conhecimento ou um paradigma científico. Uma revolução acontece quando o cientista descobre que os paradigmas disponíveis não conseguem explicar um fenômeno ou fato novo, sendo necessário produzir um novo paradigma (...).
Marilena Chauí
A passagem acima descreve a teoria do filósofo da ciência Thomas Kuhn que procura explicar os movimentos de transformação pelos quais passam as diversas ciências. A partir dele, devemos inferir que Kuhn é partidário
(A) da tese segundo a qual a ciência progride e evolui constante e continuamente ao longo de sua história.
(B) da tese segundo a qual as grandes transformações científicas resultam de rupturas radicais com quadros conceituais e procedimentos previamente existentes.
(C) da tese segundo a qual a história da ciência é um continuum, no qual cada nova teoria pode ser considerada como um desdobramento lógico das precedentes.
(D) da tese segundo a qual o essencial para o progresso da ciência é o desenvolvimento de métodos e a aquisição de novas tecnologias que tornem a observação mais precisa.
(E) do positivismo, pois considera a ciência como um conjunto de conhecimentos testáveis empiricamente que progride cumulativamente ao longo da história.
26. Roberto Machado em seu livro Zaratustra: tragédia nietzschiana (1997) interpreta a problemática da morte de Deus como o "niilismo do homem moderno", com seu projeto de desvalorização dos valores supremos, dos valores mais elevados. Por que razão a religião judaico-cristã e a filosofia socrática-platônica são, por natureza, niilistas, na visão de Nietzsche?
A) Porque julgam e desvalorizam a vida temporal a partir do mundo supra-sensível eterno, considerado o verdadeiro.
B) Porque o platonismo é o cristianismo para o povo.
C) Porque as verdades da metafísica e da religião são verdades superiores, transcendentes.
D) Porque Nietzsche quer provar que Deus não existe.
E) Porque Nietzsche que preparar a vinda do Anti-Cristo, que promoveria a melhora da humanidade.
58. Para organizar a "transvaloração dos valores", Nietzsche faz a seguinte proposta:
A) superação da moral comum.
B) busca pela perfeição divina.
C) agir moral a partir de condicionantes religiosos.
D) afirmação da moral social e negação da moral individual.
E) organização dos atos morais a partir de imperativos categóricos.
34 - Todo artista é um imitador, e isso quer como artista onírico apolíneo, quer como artista extático dionisíaco, ou enfim - como por exemplo na tragédia grega - enquanto artista ao mesmo tempo onírico e extático.
F. Nietzsche. O nascimento da tragédia. § 2; J. Guinsburg (Trad.). São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
Acerca dos princípios artísticos apolíneo e dionisíaco, e sobre a estética nietzscheana, é correto afirmar que
A - o princípio apolíneo é exemplificado pela música, mais especificamente por sua melodia e harmonia.
B - o princípio dionisíaco é o princípio não-figurativo.
C - a tragédia grega é o maior exemplo de arte puramente dionisíaca.
D - os princípios apolíneo e dionisíaco são exclusivos à arte grega.
35 - Nietzsche, Marx e Freud foram reconhecidos como praticantes da hermenêutica da suspeita. Acerca da relação entre conhecimento e ideologia, julgue os itens a seguir.
I - Para Marx, as idéias dominantes em uma sociedade bem arranjada são idéias que promovem o bem-estar da classe dominante (classe economicamente dominante).
II - Para Nietzsche, justificações morais são racionalizações ex post facto, e não têm nenhum valor cognitivo.
III - Para Freud, os desejos e, mais largamente, os estados mentais dos homens não são transparentes a eles mesmos.
IV - Para os três pensadores, algumas das pretensões humanas ao conhecimento são suspeitas por não terem sido obtidas da maneira relevante.
A quantidade de itens certos é igual a
A - 1.
B - 2.
C - 3.
D - 4.
56. Tendo como referência o pensamento nietzschiano exposto em "A Genealogia da Moral", é INCORRETO afrimar:
(A) A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora, e não para garantir o exercício da liberdade.
(B) A moral racionalista transformou tudo o que é natural nos seres humanos em vício, falta e culpa, castigando qualquer transgressão.
(C) Bem e mal são invenções da moral racionalista.
(D) Devemos submeter a vontade ao domínio da razão, que nos indica a virtude e o dever.
(E) A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida, inventa uma outra vida, futura, eterna, aos que sacrificam seus impulsos vitais.
73. Para Nietzsche, os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele chamou de apolíneo e a outra de dionisíaco. São características do dionisíaco:
(A) sonho, dança, mutação, luz.
(B) embriaguez, aparência, luz, força.
(C) beleza, força, luz, ordem.
(D) sonho, aparência, luz, ordem.
(E) embriaguez, dança, mutação, violência.
49. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradição judaico-cristã eram basicamente niilistas. No prólogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigência, segundo a qual:
A) Será preciso descobrir a verdade dos valores morais.
B) O próprio valor dos valores morais deverá ser questionado.
C) A vontade de vingança deverá operar contra a metafísica.
D) Os fracos deverão ser protegidos da vontade dos fortes.
E) A vontade de saber deverá prevalecer sobre todas as outras.
50. Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão ascética que dela tem certa tradição estética dentro da filosofia. Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção estética de origem:
A) platônica
B) aristotélica
C) kantiana
D) schilleriana
E) hegeliana
30. Como Nietzsche indica na Genealogia da Moral, ainda que os sentimentos de "dever" e de "obrigação pessoal" tenham se originado nas mais antigas relações entre os indivíduos, as relações entre comprador e vendedor, eles foram concentrados e monopolizados no dever e na obrigação a Deus. Desde então, quanto mais se exponencia a idéia de Deus, tanto maior será, proporcionalmente, o sentimento de dever e de obrigação em relação a ele. (...) Sendo assim, pode-se prever que o triunfo completo e definitivo do ateísmo libertaria a humanidade de todo sentimento de obrigação em relação à sua origem. Desde então, é por um único e mesmo movimento que se obtém o eclipse do "tu deves" e a emancipação do "eu quero" (...).
Carlos A. R. de Moura
A partir do texto supracitado, é correto afirmar que o ateísmo de Nietzsche
(A) é apenas um corolário de sua análise da moral, não desempenhando nenhum papel central em sua filosofia.
(B) visa apenas a desconstruir a idéia de dever, sem realmente preocupar-se com a crítica à idéia de Deus.
(C) antecipa o marxismo, uma vez que, nele, a gênese do dever moral é situada nas relações entre comprador e vendedor.
(D) não implica uma mudança completa da moral, pois fica intacto o estatuto positivo para o dever.
(E) desempenha um papel estruturante em sua filosofia, uma vez que ele é um requisito para a emancipação da vontade.
Qual das seguintes alternativas não está de acordo com o pensamento deste autor sobre a Estética e a arte?
a. ( ) Na arte moderna, existe uma tendência à autonomia.
b. ( ) A arte deve ser pura, e não socialmente comprometida.
c. ( ) A arte tenta evitar a mercantilização, mas isso só a sujeita a ela.
d. ( ) A arte resiste ao domínio da razão instrumental.
e. ( X ) A arte moderna possui um objetivo social regulador.
Dentro da Teoria Crítica, o conceito de indústria cultural desempenha um papel de destaque.
Qual das alternativas a seguir está refletindo as consequências da indústria cultural?
a. ( ) No domínio cultural, os meios de comunicação integram os indivíduos.
b. ( ) Os monopólios culturais são tão fortes quanto os econômicos.
c. ( ) A tecnologia contemporânea cria uma cultura de massa que pode se libertar do sistema capitalista.
d. ( ) Como a cultura se converte em mercadoria e se difunde como informação, ela penetra mais facilmente nos indivíduos informados.
e. ( X ) Existe um monopólio cultural que forma uma unidade com o sistema econômico dentro da sociedade.
9. Em seu livro "Dialética do Esclarecimento", Adorno e Horkheimer estudam o conceito de publicidade e seu papel na sociedade.
Qual das seguintes alternativas não se relaciona com os efeitos da publicidade na sociedade?
a. ( ) A publicidade conduz à mimese entre os indivíduos.
b. ( ) A publicidade e a indústria cultural confundem-se econômica e tecnicamente.
c. ( X ) A publicidade serve diretamente à venda de mercadorias.
d. ( ) A publicidade aprisiona o indivíduo junto às grandes corporações.
e. ( ) A publicidade, ao funcionar pela repetição, assemelha-se às "palavras de ordem".
Sobre o funcionamento da indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a. ( X ) Todo o mundo passa pela indústria cultural.
b. ( ) Os produtos da indústria cultural exigem máxima atenção.
c. ( ) Cada manifestação da indústria cultural reproduz os homens como algo novo.
d. ( ) Não se pode violar o sistema da indústria cultural em hipótese alguma.
e. ( ) Não há lugar para os mais capazes, somente para os medíocres.
Horkheimer:
30. Desde sempre o Iluminismo, no sentido mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o objetivo de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas, completamente iluminada, a terra resplandece sob o sígno do infortúnio triunfal. O programa do iluminismo era o de livrar o mundo do feitiço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e eliminar a imaginação, por meio do saber [...] O entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada [...] O que os homens querem aprender da natureza é como aplicá-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens.
A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Adorno e Horkheimer:
(A)) o desejo de dominação do homem sobre a natureza aboliu o mito e a magia e instaurou a racionalidade técnica e controladora.
(B) o Iluminismo propiciou simultaneamente um progresso técnico e moral a partir da libertação das superstições e dos mitos.
(C) a racionalidade moderna tende a, progressivamente, libertar os homens do medo e da dominação.
(D) o infortúnio de nossa sociedade deve-se ao malogro do ideal iluminista de pleno desenvolvimento da razão.
(E) somente a contínua desmistificação da natureza poderá nos livrar definitivamente da dominação do homem sobre o homem.
Sartre
27. Considere as seguintes alternativas relacionadas à fenomenologia existencial de Sartre extraídas do texto O existencialismo é um humanismo.
I. O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.
II. Não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber.
III. O homem é, antes de mais nada, algo que se projeta em direção ao futuro e ciente que está fazendo isso.
IV. O homem é liberdade porque a essência precede sua existência.
A alternativa em que todas as afirmativas estão
CORRETAS é:
A) I e II.
B) II, III e IV.
C) I, III e IV.
D) I, II e IV.
E) I, II e III.
48. Ora, na realidade, para o existencialista, não há amor diferente daquele que se constrói; não há possibilidade de amor senão a que se manifesta no amor, não há gênio senão o que se exprime nas obras de arte. (Sartre)
De acordo com esse excerto de Sartre, é correto afirmar que:
(A) a essência do homem, seus sentimentos, sua razão, determinam o modo como ele age em relação a outros e a si mesmo.
(B) é possível definir o homem sem considerar sua cultura e sua história.
(C) as intenções equivalem a atos.
(D)) o homem é o que ele faz.
(E) a condição humana se caracteriza pela dominação de um homem por outro e pela inexistência de liberdade.
_________________________________________________________
A) Sigmund Freud.
B) Michel Foucault.
C) Jean-Paul Sartre.
D) Martin Heidegger.
E) Jean-Jacques Rousseau.
Texto para as questões 28 e 29
Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.
Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. Vergílio Ferreira (Trad.). In: Os pensadores. V. XLV, Sartre e Heidegger. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 15.
28 -Com base no texto acima, acerca do existencialismo sartreano, assinale a opção correta.
A - O homem é livre, mas só até certo ponto, pois ele é
determinado por fatores biológicos e sociais.
B - Dizer que o homem é condenado a ser livre é uma maneira irônica de dizer que o homem não é livre.
C - O homem é livre na medida em que é responsável, pois, um dia, terá de prestar contas de suas ações a Deus.
D - O homem é livre porque não tem uma essência predeterminada; ele é aquilo que ele faz de si.
29 - Ainda com base no texto e na moral de Sartre, é correto afirmar que
A - o que conta, para Sartre, não é o valor de nossas ações, mas o modo como elas foram feitas - se de má-fé ou com autenticidade.
B - há ações intrinsecamente ruins, que devem ser evitadas por todos.
C - maximizar a utilidade é a única fórmula moral em que se deve confiar.
D - os sentimentos devem servir de base para a tomada de decisões frente a conflitos morais.
76. Estamos condenados a ser livres. (Sartre, J.- P. O existencialismo é um humanismo)
Ao fazer essa afirmação aparentemente paradoxal, Sartre pretende dizer que
(A) existem forças transcendentes superiores as nossas e que nos governam, quer o queiramos quer não.
(B) a liberdade é uma característica essencial dos seres humanos.
(C) existem relações causais necessárias que regem a realidade conhecida e controlada pela ciência.
(D) o homem é socialmente determinado a agir de acordo com leis que condicionam suas ações, tornando a liberdade ilusória.
(E) o todo da realidade, existente em si e por si, age sobre nós e nos insere em sua rede de causas e efeitos.
O que chamamos, por falta de termo melhor, de cogito da existência do outro, se confunde com meu próprio cogito. É preciso (...) que o cogito me lance para fora dele sobre o outro, como me lançou para fora dele sobre o em-si; e isso não revelando para mim uma estrutura a priori de mim mesmo que apontaria na direção de um outro igualmente a priori, mas descobrindo para mim a presença concreta e indubitável deste ou daquele outro concreto, como já se revelou para mim a minha existência incomparável, contingente, necessária e, não obstante, concreta. Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.
Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. Vergílio Ferreira (Trad.). In: Os pensadores. V. XLV, Sartre e Heidegger. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 15.
28 -Com base no texto acima, acerca do existencialismo sartreano, assinale a opção correta.
A - O homem é livre, mas só até certo ponto, pois ele é
determinado por fatores biológicos e sociais.
B - Dizer que o homem é condenado a ser livre é uma maneira irônica de dizer que o homem não é livre.
C - O homem é livre na medida em que é responsável, pois, um dia, terá de prestar contas de suas ações a Deus.
D - O homem é livre porque não tem uma essência predeterminada; ele é aquilo que ele faz de si.
29 - Ainda com base no texto e na moral de Sartre, é correto afirmar que
A - o que conta, para Sartre, não é o valor de nossas ações, mas o modo como elas foram feitas - se de má-fé ou com autenticidade.
B - há ações intrinsecamente ruins, que devem ser evitadas por todos.
C - maximizar a utilidade é a única fórmula moral em que se deve confiar.
D - os sentimentos devem servir de base para a tomada de decisões frente a conflitos morais.
76. Estamos condenados a ser livres. (Sartre, J.- P. O existencialismo é um humanismo)
Ao fazer essa afirmação aparentemente paradoxal, Sartre pretende dizer que
(A) existem forças transcendentes superiores as nossas e que nos governam, quer o queiramos quer não.
(B) a liberdade é uma característica essencial dos seres humanos.
(C) existem relações causais necessárias que regem a realidade conhecida e controlada pela ciência.
(D) o homem é socialmente determinado a agir de acordo com leis que condicionam suas ações, tornando a liberdade ilusória.
(E) o todo da realidade, existente em si e por si, age sobre nós e nos insere em sua rede de causas e efeitos.
(Sartre, J. P. O ser e o nada)
Para Sartre,
(A) a experiência do outro é essencialmente concreta.
(B) o cogito é sempre uma estrutura a priori.
(C) o cogito do outro se revela por similitude abstrata.
(D) a experiência do cogito de si ou de outrem é sempre abstrata.
(E) o cogito tem o mesmo significado que tem para Descartes.
71. Sartre afirmou que não se pode viver com morais alienantes, fora da história. A ética deve ser entendida como ação no mundo, sob o contingenciamento da história - história e ética se confundem.
Segundo o texto, é correto afirmar que
(A) a alienação moral procura fazer com que a ação do passado seja repetida no presente.
(B) a história mostra que é impossível agir de modo ético devido à alienação moral.
(C) no processo de alienação moral, a história é contingente, mas a ética é necessária.
(D) o contingenciamento da história é levado em conta no processo de alienação moral.
(E) a alienação moral faz com que a ação no mundo esteja sob as contingências históricas.
75. Leia as afirmações.
I. Ser livre é, pois, o mesmo que agir voluntariamente.
II. Tudo é movido por uma causa que se encontra fora de nós, não podemos evitar agir como agimos.
III. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem.
Assinale a alternativa correta.
(A) A afirmação I representa a concepção dialética da liberdade.
(B) A afirmação III representa a concepção determinista da liberdade.
(C) A afirmação III representa a concepção dialética da liberdade.
(D) A afirmação II representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
(E) A afirmação III representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
Considere o texto para responder às questões de números 56 a 60.
"Olho esta folha branca sobre minha mesa; percebo sua forma, sua cor, sua posição. Essas diferentes qualidades têm características comuns: em primeiro lugar, elas se dão a meu olhar como existências que apenas posso constatar e cujo ser não depende de forma alguma do meu capricho. Elas são para mim, não são eu. Mas também não são outrem, isto é, não dependem de nenhuma espontaneidade, nem da minha, nem da de outra consciência. São, ao mesmo tempo, presentes e inertes. Essa inércia do conteúdo sensível, frequentemente descrita, é a existência em si. De nada serve discutir se esta folha se reduz a um conjunto de representações ou se é ou deve ser mais do que isso. O certo é que o branco que constato não pode ser produzido por minha espontaneidade. Esta forma inerte, que está aquém de todas as espontaneidades conscientes, que devemos observar, conhecer pouco a pouco, é o que chamamos uma coisa. Em hipótese alguma minha consciência seria capaz de ser uma coisa, porque seu modo de ser em si é precisamente um ser para si. Existir, para ela, é ter consciência de sua existência."
(A imaginação, Abril, 1984)
56. Este texto de Sartre é
(A) estruturalista.
(B) marxista.
(C) pós-moderno.
(D) fenomenológico.
(E) iluminista.
57. A existência em si é
(A) uma espontaneidade inconsciente do outro.
(B) uma inércia sem conteúdo que se apresenta por si.
(C) uma coisa aquém da consciência.
(D) um conjunto de representações além da consciência.
(E) uma coisa para si e outra para mim.
58. Minha consciência é
(A) um ser em si reificado (coisificado).
(B) um ser para si nadificado.
(C) um ser para outro representado.
(D) um ser espontâneo caprichado.
(E) um ser para isso modificado.
59. Num primeiro momento, olhar para a folha branca é
(A) uma constatação.
(B) um conhecimento.
(C) uma produção.
(D) um capricho.
(E) uma representação.
60. Uma coisa é
(A) um ser para si.
(B) um ser para mim.
(C) um ser de outrem.
(D) um ser sensível.
(E) um ser mais do que isso.
7. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais famosas e controvertidas da filosofia no século XX. No núcleo de seu pensamento, esteve o problema da liberdade, especialmente tematizada no texto "O existencialismo é um humanismo", de 1946. Nele, Sartre considera a questão da má-fé, que estaria em todo homem:
A) que se refugia na desculpa que inventa um determinismo
B) que possui intenções dolosas frente aos outros
C) cujo caráter está centrado na falsidade, não na verdade
D) que age com segundas intenções em relação àquilo que faz
E) que encara a moral como a arte, enquanto criação e invenção
40. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprimese a noção de Deus, mas não a ideia de que a essência precede a existência. O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem (...).
É sabido que Sartre considerava seu ateísmo mais completo que o de seus antecessores. A partir do texto supracitado é correto afirmar:
(A) O ateísmo sartreano é mais completo por refutar os pressupostos lógicos de todo teísmo, embora concorde com alguns de seus pressupostos metafísicos.
(B) Para Sartre, o ateísmo do século XVIII é falho porque nega a tese de que toda existência é precedida por uma essência.
(C) O ateísmo sartreano é mais completo porque não nega apenas a idéia de Deus, mas também a tese metafísica de que a essência precede a existência.
(D) O ateísmo sartreano é mais radical por retomar a argumentação dos céticos pirrônicos e voltá-la contra toda metafísica.
(E) O ateísmo sartreano é mais radical, pois, recusa tanto a tese da existência de Deus quanto a moral ligada ao cristianismo, a qual o século XVIII deixara intacta.
Sobre o conceito de liberdade em Sartre, pode-se afirmar que sua tese central é a de que ela deve ser absoluta.
Assinale a alternativa que se coaduna com esta tese.
a. ( ) Os valores permitem definir a liberdade para os homens e suas sociedades.
b. ( ) Não existe angústia no homem ao se defrontar com a liberdade.
c. ( ) O simples fato da liberdade impõe uma forma materialista de determinismo, em que se abandona a ideia de consciência.
d. ( ) Os atos livres do ser humano possuem uma essência psicológica que os define e possibilita.
e. ( X ) É preciso excluir a possibilidade da existência de Deus, pois sua onipotência não permite a liberdade humana.
15. Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé.
Considerando-se a ideia de má fé e de suas consequências para a liberdade, é incorreto afirmar:
a. ( ) Agir em má fé consiste em viver na seriedade.
b. ( ) Agir em má fé representa virar as costas à escolha de si mesmo.
c. ( X ) Agir em má fé representa uma afirmação do sujeito.
d. ( ) Agir em má fé significa uma fuga à responsabilidade da decisão livre.
e. ( ) Agir em má fé representa identificar-se com o ser.
---------
Simone de Beauvoir.
77. Assinale a alternativa que indique o(a) filósofo(a) mais adequado(a), segundo a Proposta Curricular, para contribuir em uma situação de aprendizagem que pretenda desenvolver no aluno as competências e habilidades de analisar a importância dos valores éticos na reflexão sobre a humilhação social e a velhice.
(A) Theodor Adorno.
(B) Immanuel Kant.
(C) Simone de Beauvoir.
(D) Hannah Arendt.
(E) John Rawls.
78. "O preço da dominação não é meramente a alienação dos homens com relação aos objetos dominados; com a coisificação do espírito, as próprias relações dos homens foram enfeitiçadas, inclusive as relações de cada indivíduo consigo mesmo."
O tema em questão no texto corresponde a uma preocupação da Filosofia
(A) contemporânea.
(B) moderna.
(C) renascentista.
(D) antiga.
(E) medieval.
Merleau-Ponty
Iniciando o estudo da percepção, encontramos na linguagem a noção de sensação, que parece imediata e clara: eu sinto o vermelho, o azul, o quente, o frio. (...) A sensação pura será a experiência de um "choque" indiferenciado, instantâneo e pontual. Não é necessário mostrar, já que os autores concordam com isso, que essa noção não corresponde a nada de que tenhamos experiência, que as mais simples percepções de fato que conhecemos, em animais como o macaco e a galinha, versam sobre relações e não sobre termos absolutos.
Maurice Merleau-Ponty
O trecho acima resume as linhas gerais da análise que o fenomenólogo Merlau-Ponty faz da percepção e, mais especificamente, da noção de "sensação", cara à filosofia moderna. A partir dele é correto inferir que:
(A) Merleau-Ponty retoma integralmente a noção moderna de sensação adaptando-a sutilmente ao quadro conceitual da fenomenologia.
(B) Merleau-Ponty nega a noção moderna de sensação, pois, para ele, não há percepção "pura" e toda a percepção inclui a apreensão de relações.
(C) Para Merleau-Ponty a noção de sensação dos modernos é apenas um erro de linguagem sem maiores conseqüências.
(D) Para Merlau-Ponty a percepção tem início com impressões sensíveis puras, desconectadas e sem relações umas com as outras.
(E) Para Merleau-Ponty nossas sensações são dadas isoladamente à percepção e as relações entre elas são estabelecidas a posteriori pela imaginação e pela fantasia.
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Leia os textos para responder às questões de números 28 a 30.
1. "Era urgente uma filosofia que justificasse a confiança comum na razão. Só era possível opor ao ceticismo desagregador uma razão metafisicamente fundada, capaz de se sustentar na busca da verdade, e um método universal e fecundo."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
2. "A razão (...) não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as ideias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva."
(Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994)
3. "As ideias, em suma, não são simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível; constituem o "verdadeiro ser", o "ser por excelência"."
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990)
4. "Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas."
Hegel
46. A metáfora da relação entre senhor e escravo, entre quem submete e quem é submetido, procura mostrar (....) como, dialeticamente, os papéis acabam por se inverter, já que o senhor também precisa ser reconhecido como tal pelo escravo. (D. Marcondes)
No trecho acima, é correto afirmar que o autor se refere:
(A)) a uma poderosa imagem utilizada por Hegel não só para descrever o processo de constituição da consciência, mas para exemplificar as conseqüências morais da relação de escravidão.
(B) ao pensamento de Heidegger, e sua investigação filosófica dos conceitos relativos às modalidades ônticas.
(C) à fenomenologia de Husserl, que tentou separar a psicologia e filosofia, manter o privilégio do sujeito do conhecimento e ampliar o conceito de fenômeno.
(D) a um dos principais artigos da Declaração dos Direitos do Homem (1789).
(E) ao nascimento da sociologia, no final do século XIX, como estudo das relações sociais.
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No trecho acima, é correto afirmar que o autor se refere:
(A)) a uma poderosa imagem utilizada por Hegel não só para descrever o processo de constituição da consciência, mas para exemplificar as conseqüências morais da relação de escravidão.
(B) ao pensamento de Heidegger, e sua investigação filosófica dos conceitos relativos às modalidades ônticas.
(C) à fenomenologia de Husserl, que tentou separar a psicologia e filosofia, manter o privilégio do sujeito do conhecimento e ampliar o conceito de fenômeno.
(D) a um dos principais artigos da Declaração dos Direitos do Homem (1789).
(E) ao nascimento da sociologia, no final do século XIX, como estudo das relações sociais.
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a) Para Hegel, o Ser é a Idéia que se exterioriza no sujeito.
b) A realidade objetiva é o resultado do trabalho humano sobre a natureza, enquanto, a realidade subjetiva é a consciência dessa outra realidade, aquilo que permite dar significado ao que está fora do sujeito.
c) A realidade é constituída no pensamento. O mundo subjetivo, portanto, é o mundo real. Isso constitui seu sistema chamado de Idealismo.
d) De acordo com o entendimento do pensamento Hegeliano, podemos admitir que o homem é a natureza tomando consciência de si. A passagem do "em si" ao "para si".
e) N.D.R
54. Segundo Hegel, a "certeza sensível" é caracterizada como:
A) uma proposição lógica.
B) a evidência do Absoluto.
C) uma tomada verdadeira da realidade.
D) o conhecimento mais rico e o mais pobre.
E) a desconstrução do conhecimento científico.
44. As características da verdade, presentes na obra de Hegel são:
A) atemporal, imutável e eterna, apesar do devir.
B) antiga, iluminista e identificadora das reflexões certas e erradas.
C) objetiva e filosófica, fruto da reflexão sobre os modos de pensar.
D) substancial e primordial ao mesmo nível dos pré-socráticos e dos eleatas.
E) subjetiva e contestadora da possibilidade de haver algo acima da razão humana.
28. As 4 afirmações, comparadas entre si, podem ser, respectivamente, atribuídas, com maior propriedade, aos seguintes pensadores:
(A) Descartes, Kant, Hegel, Platão.
(B) Descartes, Hegel, Platão, Kant.
(C) Platão, Kant, Hegel, Descartes.
(D) Platão, Hegel, Kant, Descartes.
(E) Kant, Hegel, Platão, Descartes.
29. É correto afirmar que
(A) no texto 1, o "método universal e fecundo" apresenta-se em oposição à "razão metafisicamente fundada".
(B) no texto 2, tem-se a formulação de uma razão dialética.
(C) no texto 3, prevalece a formulação de um mundo sensível em detrimento de um mundo inteligível.
(D) às formulações do texto 3 corresponde a concepção básica da filosofia empirista.
(E) às formulações do texto 4 corresponde a concepção da mente humana como "tábula rasa" ou "folha em branco".
30. Pode-se dizer que
(A) o texto 1 expressa uma concepção filosófica que corrobora o ceticismo.
(B) no texto 2, a "harmonia entre "coisas e ideias" pressupõe a existência de uma coisa-em-si incognoscível".
(C) no texto 3, as ideias pertencem ao mundo sensível.
(D) no texto 4, "pensamentos sem conteúdo são vazios", significa que é possível a existência de uma intuição intelectual.
(E) no texto 1, o "método universal e fecundo" adaptou-se, em grande medida, à linguagem matemática.
Marx
22. O "fetichismo da mercadoria", como nos diz Marx, consiste no fato de que "uma relação social determinada dos próprios homens [...] toma para eles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas". E ainda: "As relações sociais que seus trabalhos privados mantêm aparecem aos produtores [...] como relações impessoais entre pessoas e relações sociais entre coisas impessoais". (Apud BALIBAR, 1995, p. 71). Que atualidade podemos derivar da crítica marxiana ao "fetichismo da mercadoria"?
A) A inexistência de modos de sujeição implicadas pelos processos de troca no capitalismo contemporâneo, como a coisificação.
B) O fetichismo da mercadoria é apenas uma aparência que pode ser abolida se suprimirmos o dinheiro.
C) O trabalho humano objetivado em mercadorias é um dado positivo devendo ser expurgada toda linguagem que interprete a mercadoria como possuindo aspectos "teológicos" ou "sensíveis supra-sensíveis".
D) A ideia da reificação do mundo burguês generalizada nas formas mercantilizadas das atividades sociais, ou seja, a tendência global de predomínio da racionalidade econômica como coordenadora das relações sociais no capitalismo sobrepondo-se à racionalidade ética.
E) As relações de produção no capitalismo contemporâneo são livres e igualitárias, consubstanciadas no próprio contrato de trabalho e na "liberdade" de compra e venda.
32. O conjunto das relações de produção (que corresponde ao grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina seu ser; é seu ser social que, inversamente, determina sua consciência.
É correto afirmar que o texto acima apresenta uma visão característica:
(A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII.
(B) do idealismo alemão do século XIX.
(C) da economia política liberal.
(D) do materialismo epicurista grego.
(E)) do materialismo histórico do século XIX.
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31.Sobre a filosofia de Karl Marx, julgue os itens a seguir:
( ) A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade.
( ) Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo.
( ) Foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867.
( ) Marx continuou e desenvolveu plenamente as três principais correntes ideológicas do século XIX.
a) VVVV
b) VFVF
c) FVFV
d) VVFV
e) FVFF
27.Na teoria marxista, o materialismo histórico:
a) A sociedade é comparada a um celeiro no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas.
b) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, a partir da Idade Média, através de fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.
c) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.
d) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através de fatos materiais, culturais e técnicos.
e) De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até a atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do meio pelo homem".
Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels afirmam que a classe dominante luta sempre para não perder seu status em relação à classe dominada. Para esta sociedade dividida em classes permanecer como tal, a melhor forma de manutenção do poder é investir em:
A) convencimento.
B) esclarecimento.
C) solidariedade.
D) igualdade.
E) coragem.
78. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos.
(Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789)
Ao criticar o formalismo jurídico que preside a ideia de direitos do cidadão, Marx pretendia chamar a atenção para o fato de que a
(A) regulamentação jurídica formal garante que os direitos civis estejam concretamente instituídos.
(B) simples declaração dos direitos já é, por si só, suficiente para instituí-los concretamente.
(C) mera declaração do direto à igualdade não faz surgir os iguais, mas abre o campo histórico para a efetivação desse direito pela práxis humana.
(D) sociedade é uma comunidade una e indivisa voltada para o bem comum obtido por consenso.
(E) declaração dos direitos humanos institui uma democracia formal e concreta.
79. Segundo M. Chauí, a alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade (...). Um exemplo desse senso comum aparece no caso da explicação da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina, ou por inferioridade natural.
A essa elaboração intelectual, cuja função principal é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dando-lhes a aparência de diferenças naturais entre os seres humanos, dá-se o nome de
(A) ideologia.
(B) fenomenologia.
(C) ceticismo.
(D) antropologia.
(E) gnoseologia.
(Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789)
Ao criticar o formalismo jurídico que preside a ideia de direitos do cidadão, Marx pretendia chamar a atenção para o fato de que a
(A) regulamentação jurídica formal garante que os direitos civis estejam concretamente instituídos.
(B) simples declaração dos direitos já é, por si só, suficiente para instituí-los concretamente.
(C) mera declaração do direto à igualdade não faz surgir os iguais, mas abre o campo histórico para a efetivação desse direito pela práxis humana.
(D) sociedade é uma comunidade una e indivisa voltada para o bem comum obtido por consenso.
(E) declaração dos direitos humanos institui uma democracia formal e concreta.
79. Segundo M. Chauí, a alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade (...). Um exemplo desse senso comum aparece no caso da explicação da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina, ou por inferioridade natural.
A essa elaboração intelectual, cuja função principal é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dando-lhes a aparência de diferenças naturais entre os seres humanos, dá-se o nome de
(A) ideologia.
(B) fenomenologia.
(C) ceticismo.
(D) antropologia.
(E) gnoseologia.
70. A expressão mais valia, que é um dos conceitos fundamentais da teoria econômica de Marx, designa
(A) o controle das taxas de juros, a fim de conter o avanço da inflação.
(B) o valor pago ao trabalhador para garantir sua subsistência e a reprodução de sua força de trabalho.
(C) a alta dos preços causada pelos índices de inflação na Alemanha na época de Marx.
(D) a parte do valor produzido pelo trabalho assalariado da qual o capitalista se apodera.
(E) o montante dos vencimentos do trabalhador que é pago pelo Estado, através do salário indireto e dos benefícios sociais.
66. O conjunto das relações de produção (...) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. (A) o controle das taxas de juros, a fim de conter o avanço da inflação.
(B) o valor pago ao trabalhador para garantir sua subsistência e a reprodução de sua força de trabalho.
(C) a alta dos preços causada pelos índices de inflação na Alemanha na época de Marx.
(D) a parte do valor produzido pelo trabalho assalariado da qual o capitalista se apodera.
(E) o montante dos vencimentos do trabalhador que é pago pelo Estado, através do salário indireto e dos benefícios sociais.
(Marx, K. Contribuição à Crítica da Economia Política)
Para Marx,
(A) a história é um progresso linear e contínuo, independentemente das contradições sociais.
(B) as modificações das condições materiais de produção e da divisão social do trabalho não influenciam as mudanças históricas.
(C) a consciência humana é uma construção concreta, relacionada ao conjunto das religiões das sociedades ocidentais.
(D) a sociedade e a política são condicionadas pela ação de intelectuais combativos, que desenvolvem novas formas de consciência social.
(E) a sociedade constitui-se a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho.
60. A noção de ideologia, tal como formulada por Marx, pode ser definida como sendo a lógica social imaginária de ocultamento da realidade histórica.
(Chauí, M. Convite à filosofia)
Com base na citação acima, é INCORRETO afirmar que a ideologia
(A) oculta a origem da sociedade nas relações de produção.
(B) dissimula a presença da luta de classes na sociedade.
(C) burguesa produz a representação da imagem ilusória do Estado originado do contrato social entre homens livres e iguais.
(D) procura incentivar e apoiar a práxis política dos trabalhadores.
(E) mascara as desigualdades sociais, apresentando-as como consequência de talentos diferentes, da preguiça ou da disciplina laboriosa.
36. Não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens de carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos desse processo vital.
(Engels. F. & Marx, K. A ideologia alemã)
Na citação acima, Engels e Marx contrapõem-se à filosofia alemã de sua época e criticam seu caráter ideológico, defendendo que
(A) o conhecimento da realidade social baseia-se necessariamente no cogito.
(B) os filósofos alemães desprezam a natureza animal do ser humano.
(C) os filósofos pós-hegelianos inverteram a dialética materialista.
(D) a filosofia alemã é, em princípio, idealista e religiosa.
(E) a vida não é determinada pela consciência, mas sim a consciência pela vida.
(Engels. F. & Marx, K. A ideologia alemã)
Na citação acima, Engels e Marx contrapõem-se à filosofia alemã de sua época e criticam seu caráter ideológico, defendendo que
(A) o conhecimento da realidade social baseia-se necessariamente no cogito.
(B) os filósofos alemães desprezam a natureza animal do ser humano.
(C) os filósofos pós-hegelianos inverteram a dialética materialista.
(D) a filosofia alemã é, em princípio, idealista e religiosa.
(E) a vida não é determinada pela consciência, mas sim a consciência pela vida.
QUESTÃO 43
Adam Smith observou que o trabalho incorporado em uma mercadoria ou o custo de sua produção correspondente aos salários pagos ao trabalhador era inferior ao trabalho comandado, ou seja, à quantidade de trabalho que uma mercadoria, uma vez vendida, poderia comandar ou comprar. Smith considerava que o lucro decorria das relações entre oferta e procura, sendo criado pelo próprio mercado. Para David Ricardo, o salário gravitava sempre em torno dos seus níveis naturais - isto é, de um mínimo de subsistência fisiológica. Caso, em decorrência da escassez de mão de obra, o salário aumentasse além do nível natural, os operários se reproduziriam de tal forma que a oferta excessiva de força de trabalho deprimiria de novo os salários ao nível natural. Para esse autor, o lucro acabava sendo simplesmente um resíduo - aquilo que sobrava como renda do empresário depois de pagos os salários de subsistência e as rendas da terra. A partir das idéias de seus predecessores, Karl Marx propôs novas ideias a respeito das relações entre trabalho e salário, especialmente, ao analisar a questão do lucro.
Considerando o texto acima, é correto afirmar que Karl Marx
A - nega a relação automática e naturalizante entre lucro e capital investido, insistindo no caráter fetichista da mercadoria.
B - adota abordagem similar à de David Ricardo, ao assumir noções de trabalho da perspectiva biológica.
C - admite, assim como Adam Smith e David Ricardo, que o valor do trabalho é uma grandeza concreta pela qual o operário vende sua força.
D - assume que o salário como forma de remuneração do trabalho é injusto quando o empregador busca o lucro.
34. A alienação do homem em relação ao homem aparece como conseqüência imediata do fato de que o homem se tornou estranho ao produto de seu trabalho, à sua atividade vital, ao seu ser genérico. E se homem se opõe a si mesmo ele também se opõe aos outros. O que é verdadeiro na relação do homem com seu trabalho, com o produto de seu trabalho e quanto a si mesmo, é verdadeiro na relação do homem com os outros, assim como quanto ao trabalho e ao objeto do trabalho dos outros.
Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos
A partir do texto, tendo em vista a crítica marxista à economia política e o papel da teoria da alienação nessa crítica, considere os itens a seguir.
I. A alienação é conseqüência imediata da natureza humana, que exige o trabalho para a sobrevivência.
II. A vida prática, marcada pelo trabalho, determina a consciência do homem da sua condição, enquanto ser humano genérico, frente a si e frente aos outros homens.
III. Segundo Marx, a guerra de todos contra todos é uma das conseqüências imediatas da natureza humana sob a alienação e isso é o que ele quer dizer com a noção de oposição.
IV. A consciência do trabalho e do objeto de trabalho dos outros homens é independente da relação que o indivíduo tem com o seu trabalho.
V. A alienação é conseqüência imediata do caráter alheio do produto de seu trabalho em relação ao que o indivíduo é enquanto ser humano que não se define exclusivamente como agente econômico.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I.
b) II e V.
c) III.
d) III, IV e V.
e) II.
74. Para Marx, a consciência do sofrimento dos trabalhadores faria com que eles se associassem para derrubar o capitalismo, resultando assim no comunismo. É característica do comunismo a ideia de
(A) propriedade e trabalho.
(B) fim da propriedade privada.
(C) Estado liberal.
(D) liberdade e desobediência.
(E) todo o poder ao Estado e à nação.
16. O pensamento de Marx pode ser considerado como uma crítica aos sistemas de pensamento tanto de autores anteriores quanto contemporâneos, embora incorpore diversos conceitos utilizados por eles.
Qual dos conceitos abaixo não é essencial para a compreensão do materialismo histórico?
a. ( ) A dialética.
b. ( X ) A escassez.
c. ( ) A alienação.
d. ( ) O valor-trabalho.
e. ( ) O modo de produção.
17. Assinale a alternativa que sintetiza o conceito de materialismo histórico em Marx e Engels:
a. ( X ) É a interpretação dos fatos históricos a partir das relações de trabalho e de produção.
b. ( ) É a interpretação dos fatos históricos a partir da noção de alienação do homem.
c. ( ) É o movimento da história na realização do espírito do homem, a sociedade sem classes.
d. ( ) É a teoria que toma a consciência do homem de suas relações de classe como pressuposto para a história.
e. ( ) É a teoria que explica os fatos históricos a partir da contradição entre forças produtivas, valores de uso e consciência.
18. Na obra "A Ideologia Alemã", Marx e Engels realizam uma crítica às concepções idealistas de Feuerbach e lançam as bases para sua compreensão marxista da história.
Assinale a alternativa que indica o primeiro pressuposto da análise histórica, sobre os quais os demais se constroem:
a. ( ) A produção de ideias.
b. ( ) A criação de uma propriedade comunal.
c. ( ) O desenvolvimento da propriedade privada.
d. ( X ) A organização dos homens e sua relação com a natureza.
e. ( ) A divisão do trabalho como organização dos homens.
47. Em Para a crítica da economia política, de 1859, Karl Marx antecipou, em grande parte, as linhas-mestras do que viria a ser sua mais famosa obra, O Capital. Pode-se ler já ali, por exemplo, que:
A) O processo em geral da vida social condiciona o modo de produção da vida material.
B) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social não possuem relação de condicionamento.
C) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social se condicionam mutuamente.
D) O modo de produção da vida material não condiciona o processo em geral da vida social.
E) O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida social.
48. No século XX, muitos movimentos políticos importantes tiveram em Marx sua grande inspiração. De fato, o próprio Marx fala, em Para a crítica da economia política, de "uma época de revolução social". Para ele, contudo:
A) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
B) Só se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
C) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de quaisquer critérios existentes.
D) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da vontade dos homens que nela vivem.
E) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da capacidade de seus líderes políticos.
K. Popper
34. A ciência não é um sistema de enunciados certos ou bem estabelecidos, nem um sistema que avança constantemente em direção a um estado final. Nossa ciência não é um conhecimento (episteme): ela nunca pode pretender haver atingido a verdade, ou mesmo um substituto para ela, tal como a probabilidade [...] Embora não possa atingir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a procura da verdade ainda são os motivos mais fortes da descoberta científica. [...] Somos sempre nós que formulamos as questões propostas à natureza; somos nós que repetidas vezes tentamos colocar essas questões para então obter um nítido "sim" ou "não". (K. Popper)
A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Popper, as teorias científicas
(A) são convenções úteis e modelos analógicos e não têm, pois, valor ou pretensão de verdade.
(B) se caracterizam por um progresso acumulativo de verdades provadas metodicamente.
(C) constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar.
(D)) enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências são passíveis de testes e, eventualmente, refutação.
(E) constituem um conjunto de hipótese verificadas e aceitas como verdades históricas.
_________________________________________________________
47. A irrefutabilidade de uma teoria não é uma virtude, como freqüentemente se pensa, mas um vício.
K. Popper
A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para Popper, as teorias
(A) só podem ser consideradas científicas se tomadas como modelos analógicos sem valor ou pretensão de verdade.
(B) só podem ser consideradas científicas depois de confirmadas por pelo menos um teste metódico.
(C) só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências sejam passíveis de refutação através de testes.
(D) científicas constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar.
(E) científicas constituem um conjunto de hipóteses verificadas e aceitas como verdades históricas.
34. A ciência não é um sistema de enunciados certos ou bem estabelecidos, nem um sistema que avança constantemente em direção a um estado final. Nossa ciência não é um conhecimento (episteme): ela nunca pode pretender haver atingido a verdade, ou mesmo um substituto para ela, tal como a probabilidade [...] Embora não possa atingir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a procura da verdade ainda são os motivos mais fortes da descoberta científica. [...] Somos sempre nós que formulamos as questões propostas à natureza; somos nós que repetidas vezes tentamos colocar essas questões para então obter um nítido "sim" ou "não". (K. Popper)
A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Popper, as teorias científicas
(A) são convenções úteis e modelos analógicos e não têm, pois, valor ou pretensão de verdade.
(B) se caracterizam por um progresso acumulativo de verdades provadas metodicamente.
(C) constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar.
(D)) enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências são passíveis de testes e, eventualmente, refutação.
(E) constituem um conjunto de hipótese verificadas e aceitas como verdades históricas.
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47. A irrefutabilidade de uma teoria não é uma virtude, como freqüentemente se pensa, mas um vício.
K. Popper
A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para Popper, as teorias
(A) só podem ser consideradas científicas se tomadas como modelos analógicos sem valor ou pretensão de verdade.
(B) só podem ser consideradas científicas depois de confirmadas por pelo menos um teste metódico.
(C) só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências sejam passíveis de refutação através de testes.
(D) científicas constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar.
(E) científicas constituem um conjunto de hipóteses verificadas e aceitas como verdades históricas.
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Kuhn,
De modo geral, desde meados do século XX, surgem várias teorias sobre o progresso científico; por exemplo, a teoria das "rupturas epistemológicas" de G. Bachelard, a teoria das "revoluções científicas" de Thomas Kuhn e a teoria da "falsificação" de Popper. A despeito de suas diferenças, todas essas teorias terminam por mostrar
(A) que as teorias científicas seguem uma evolução relativamente linear.
(B) que a ciência progride por saltos, mas sua concepção universal não se altera.
(C) que, apesar das grandes descobertas científicas, as leis da natureza são eternas.
(D) que a ciência, resistindo ao obscurantismo religioso, conduz inexoravelmente à secularização.
(E) que as conquistas e as concepções de ciência são diferentes entre si e descontínuas.
68. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Para Thomas Kuhn, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, após uma __________ da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na __________ , isto é, quando a __________ não consegue responder a alguns problemas.
(A) revolução científica ... crise ... pré-ciência
(B) crise ... ciência normal ... anomalia
(C) anomalia ... crise ... pré-ciência
(D) revolução científica ... pré-ciência ... anomalia
(E) crise ... anomalia ... ciência normal
Segundo Kuhn, um campo científico é criado quando métodos, tecnologias, formas de observação e experimentação, conceitos e demonstrações formam um todo sistemático, uma teoria que permite o conhecimento de inúmeros fenômenos. A teoria se torna um modelo de conhecimento ou um paradigma científico. Uma revolução acontece quando o cientista descobre que os paradigmas disponíveis não conseguem explicar um fenômeno ou fato novo, sendo necessário produzir um novo paradigma (...).
Marilena Chauí
A passagem acima descreve a teoria do filósofo da ciência Thomas Kuhn que procura explicar os movimentos de transformação pelos quais passam as diversas ciências. A partir dele, devemos inferir que Kuhn é partidário
(A) da tese segundo a qual a ciência progride e evolui constante e continuamente ao longo de sua história.
(B) da tese segundo a qual as grandes transformações científicas resultam de rupturas radicais com quadros conceituais e procedimentos previamente existentes.
(C) da tese segundo a qual a história da ciência é um continuum, no qual cada nova teoria pode ser considerada como um desdobramento lógico das precedentes.
(D) da tese segundo a qual o essencial para o progresso da ciência é o desenvolvimento de métodos e a aquisição de novas tecnologias que tornem a observação mais precisa.
(E) do positivismo, pois considera a ciência como um conjunto de conhecimentos testáveis empiricamente que progride cumulativamente ao longo da história.
28. O esquema analítico kuhniano (desenvolvido fundamentalmente em sua obra A Estrutura das Revoluções Científicas) defende que a evolução da ciência ocorreria através de uma sucessão de períodos de "ciência normal" esporadicamente rompidos por "revoluções científicas".
Sobre a noção de "paradigma" e seus problemas, é incorreto afirmar:
a. ( ) No pós-escrito à segunda edição de sua obra, Kuhn reconhece ter formulado o conceito de paradigma de maneira ambígua, o reformula e passa a denominá-lo "matriz disciplinar".
b. ( ) É possível entender o conceito de paradigma num sentido global, sociológico, que determina o conjunto de crenças e métodos compartilhados pela comunidade científica.
c. ( ) Em um sentido estrito, o paradigma deve ser entendido como a constelação de exemplos clássicos, compartilhados e aceitos sem questionamentos pela comunidade - os "exemplares".
d. ( ) Somente a consolidação de um paradigma pode caracterizar o empreendimento de uma comunidade como sendo científico. E é o estudo dentro do paradigma constituído o que capacitará o estudioso de uma ciência a se integrar numa comunidade científica.
e. ( X ) Segundo Kuhn, a ciência seria o único empreendimento humano que promoveria um acúmulo crescente e linear do conhecimento humano. Acerca desta questão ele não divergia de Popper.
29. Analise o texto abaixo:
"[...] nem a ciência nem o desenvolvimento do conhecimento têm probabilidades de ser compreendidos se a pesquisa [for] vista apenas através das revoluções que produz de vez em quando"(...) "Um olhar cuidadoso dirigido à atividade científica dá a entender que é a ciência normal,onde não ocorrem os tipos de testes de Sir Karl, e não a ciência extraordinária que quase sempre distingue a ciência de outras atividades. A existir um critério de demarcação (entendo que não devemos procurar um critério nítido nem decisivo), só pode estar na parte da ciência que Sir Karl ignora."
Kuhn, "Reflexões sobre meus críticos". In: Lakatos, I.; Musgrave, A. (orgs.), A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix,1979, p. 11.
Identifique as afirmativas abaixo como verdadeiras ( V ) ou falsas ( F ).
A famosa polêmica Popper-Kuhn, brevemente ilustrada no trecho acima, teve como alguns de seus pontos-chave:
( ) Numa situação de crise, a disputa entre o paradigma até então dominante e o candidato a novo não pode ser decidida por critérios unicamente racionais, como queria Popper. Para Kuhn, a substituição da antiga pela nova abordagem assume a natureza de uma conversão quase que religiosa, envolvendo uma mudança-Gestalt.
( ) Em termos kuhnianos, poder-se-ia dizer que Popper entendia e procurava explicar a ciência como um empreendimento em eterna "revolução", o que estaria em total desacordo com o que de fato teria ocorrido nos episódios mais marcantes da história da ciência.
( ) Um dos pontos mais polêmicos da proposta kuhniana foi o fato de ele não ter se preocupado em estabelecer, à risca, uma linha fronteiriça entre ciência e não ciência. Para ele existiriam, no âmago da própria ciência, elementos que são claramente sociológicos, como autoridade, hierarquia e grupos de referência.
( ) A tendência a preservar teorias e torná-las imunes à crítica, que Popper relutantemente aceita como sendo um afastamento da ciência de prática superior, torna-se a norma do comportamento do cientista, na proposta de Kuhn.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
a. ( X ) V - V - V - V
b. ( ) V - V - F - F
c. ( ) V - F - V - F
d. ( ) F - V - F - V
e. ( ) F - F - V - V
30. A despeito do fato de nunca ter recebido nenhum treinamento formal em História, Thomas Kuhn conseguiu com seu livro transformar radicalmente tanto a história quanto a filosofia da ciência do século XX. Por isso, não é incomum que sua obra seja considerada como "revolucionária".
Com relação ao antes e depois dessa "revolução kuhniana" na Epistemologia, podemos afirmar:
1. Antes de A Estrutura, tanto o filósofo alemão Rudolf Carnap - um dos mais eminentes membros do Círculo de Viena - quanto Karl Popper afirmavam que o progresso e o êxito da ciência são decorrentes da aquisição de um método próprio, rigoroso, válido para todas as ciências e aplicável independentemente das contingências históricas e culturais.
2. A metodologia do falseacionismo popperiano é evidentemente normativa; ou seja, prescreve o que deve ser a boa prática científica. Esse é mais um ponto de continuidade entre a versão herdada e a concepção de Popper, com o qual Kuhn romperá drasticamente.
3. Seguindo a trilha aberta por Thomas Kuhn, surgiu toda uma tradição de pesquisa que ficou conhecida como a Nova Filosofia da Ciência, reunindo nomes como Karin Knorr-Cetina, Bruno Latour e Steve Woolgar.
4. Depois de Kuhn, ficou patente que a distinção entre linguagem observacional e linguagem teórica não era tão clara quanto se imaginava. Uma das razões para isso é a chamada "impregnação das teorias pelas evidências".
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
c. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
Sobre a noção de "paradigma" e seus problemas, é incorreto afirmar:
a. ( ) No pós-escrito à segunda edição de sua obra, Kuhn reconhece ter formulado o conceito de paradigma de maneira ambígua, o reformula e passa a denominá-lo "matriz disciplinar".
b. ( ) É possível entender o conceito de paradigma num sentido global, sociológico, que determina o conjunto de crenças e métodos compartilhados pela comunidade científica.
c. ( ) Em um sentido estrito, o paradigma deve ser entendido como a constelação de exemplos clássicos, compartilhados e aceitos sem questionamentos pela comunidade - os "exemplares".
d. ( ) Somente a consolidação de um paradigma pode caracterizar o empreendimento de uma comunidade como sendo científico. E é o estudo dentro do paradigma constituído o que capacitará o estudioso de uma ciência a se integrar numa comunidade científica.
e. ( X ) Segundo Kuhn, a ciência seria o único empreendimento humano que promoveria um acúmulo crescente e linear do conhecimento humano. Acerca desta questão ele não divergia de Popper.
29. Analise o texto abaixo:
"[...] nem a ciência nem o desenvolvimento do conhecimento têm probabilidades de ser compreendidos se a pesquisa [for] vista apenas através das revoluções que produz de vez em quando"(...) "Um olhar cuidadoso dirigido à atividade científica dá a entender que é a ciência normal,onde não ocorrem os tipos de testes de Sir Karl, e não a ciência extraordinária que quase sempre distingue a ciência de outras atividades. A existir um critério de demarcação (entendo que não devemos procurar um critério nítido nem decisivo), só pode estar na parte da ciência que Sir Karl ignora."
Kuhn, "Reflexões sobre meus críticos". In: Lakatos, I.; Musgrave, A. (orgs.), A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix,1979, p. 11.
Identifique as afirmativas abaixo como verdadeiras ( V ) ou falsas ( F ).
A famosa polêmica Popper-Kuhn, brevemente ilustrada no trecho acima, teve como alguns de seus pontos-chave:
( ) Numa situação de crise, a disputa entre o paradigma até então dominante e o candidato a novo não pode ser decidida por critérios unicamente racionais, como queria Popper. Para Kuhn, a substituição da antiga pela nova abordagem assume a natureza de uma conversão quase que religiosa, envolvendo uma mudança-Gestalt.
( ) Em termos kuhnianos, poder-se-ia dizer que Popper entendia e procurava explicar a ciência como um empreendimento em eterna "revolução", o que estaria em total desacordo com o que de fato teria ocorrido nos episódios mais marcantes da história da ciência.
( ) Um dos pontos mais polêmicos da proposta kuhniana foi o fato de ele não ter se preocupado em estabelecer, à risca, uma linha fronteiriça entre ciência e não ciência. Para ele existiriam, no âmago da própria ciência, elementos que são claramente sociológicos, como autoridade, hierarquia e grupos de referência.
( ) A tendência a preservar teorias e torná-las imunes à crítica, que Popper relutantemente aceita como sendo um afastamento da ciência de prática superior, torna-se a norma do comportamento do cientista, na proposta de Kuhn.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
a. ( X ) V - V - V - V
b. ( ) V - V - F - F
c. ( ) V - F - V - F
d. ( ) F - V - F - V
e. ( ) F - F - V - V
30. A despeito do fato de nunca ter recebido nenhum treinamento formal em História, Thomas Kuhn conseguiu com seu livro transformar radicalmente tanto a história quanto a filosofia da ciência do século XX. Por isso, não é incomum que sua obra seja considerada como "revolucionária".
Com relação ao antes e depois dessa "revolução kuhniana" na Epistemologia, podemos afirmar:
1. Antes de A Estrutura, tanto o filósofo alemão Rudolf Carnap - um dos mais eminentes membros do Círculo de Viena - quanto Karl Popper afirmavam que o progresso e o êxito da ciência são decorrentes da aquisição de um método próprio, rigoroso, válido para todas as ciências e aplicável independentemente das contingências históricas e culturais.
2. A metodologia do falseacionismo popperiano é evidentemente normativa; ou seja, prescreve o que deve ser a boa prática científica. Esse é mais um ponto de continuidade entre a versão herdada e a concepção de Popper, com o qual Kuhn romperá drasticamente.
3. Seguindo a trilha aberta por Thomas Kuhn, surgiu toda uma tradição de pesquisa que ficou conhecida como a Nova Filosofia da Ciência, reunindo nomes como Karin Knorr-Cetina, Bruno Latour e Steve Woolgar.
4. Depois de Kuhn, ficou patente que a distinção entre linguagem observacional e linguagem teórica não era tão clara quanto se imaginava. Uma das razões para isso é a chamada "impregnação das teorias pelas evidências".
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
c. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
M. Foucault
24. A que pensador contemporâneo são atribuídas as teses a seguir:
1ª) O poder é uma estratégia. É compreendido como um exercício que alia saberes e práticas e privilegia as resistências em face de uma tomada revolucionária do poder do Estado. A ideia de um poder maciço global, do qual tudo parte ou ao qual todo retorna, não se sustenta.
2ª). O poder está em toda parte. O poder vem de toda parte - o que não significa que ele englobe tudo.
A) Gilles Deleuze
B) Felix Guattari
C) Jean-François Lyotard
D) Jacques Rancière
E) Michel Foucault
49. A expressão microfísica do poder, cunhada pelo filósofo Michel Foucault, designa:
(A) as mudanças de regime político nos períodos revolucionários.
(B)) uma rede de dispositivos ou mecanismos de poder que se disseminam por toda a estrutura social.
(C) a forma repressiva da dominação capitalista.
(D) o Estado como instância coercitiva que origina e fundamenta todo tipo de poder social.
(E) o aparato de pompa envolvido no espetáculo das punições durante o Antigo Regime.
_________________________________________________________
53. O ponto de ruptura situa-se no dia em que (x) e (y) [...] mostraram que o "sentido" não era, provavelmente, mais do que um efeito de superfície, uma reverberação, uma espuma, e que o que nos atravessava profundamente era o sistema [ou seja] um conjunto de relações que se mantêm, se transformam independentemente das coisas que essas relações religam. Foi possível mostrar, por exemplo, que os mitos romanos, escandinavos, célticos davam origem a deuses e heróis muito diferentes uns dos outros, mas que a organização que os liga (em culturas que se ignoravam umas às outras), as suas hierarquias, as suas rivalidades, as suas traições, os seus contratos, as suas aventuras obedeciam a um sistema único.
M. Foucault
É correto afirmar que os autores (X e Y) a que Foucault se refere têm como perspectiva teórica comum o
(A) materialismo dialético.
(B) empirismo-lógico.
(C) estruturalismo.
(D) pós-estruturalismo.
(E) funcionalismo.
59. Na entrevista "Vontade e poder", publicada em Microfísica do poder, Michel Foucault explicou sua resistência à incorporação, no seu pensamento, do conceito de "ideologia", oriundo do marxismo. Para ele, a noção de ideologia é dificilmente utilizável porque:
A) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação econômica, material
B) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística
C) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
D) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o objeto; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
E) está sempre em posição virtual de alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística
Baruch Spinoza
36. Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia.
Baruch Spinoza, Tratado Político
A partir do texto, considere os itens a seguir.
I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade.
II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra de todos contra todos.
III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia, segundo Spinoza.
IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo.
V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado segundo regras racionais estabelecidas a priori.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I, II e V.
b) I, IV e V.
c) III e IV.
Nietzsche24. A que pensador contemporâneo são atribuídas as teses a seguir:
1ª) O poder é uma estratégia. É compreendido como um exercício que alia saberes e práticas e privilegia as resistências em face de uma tomada revolucionária do poder do Estado. A ideia de um poder maciço global, do qual tudo parte ou ao qual todo retorna, não se sustenta.
2ª). O poder está em toda parte. O poder vem de toda parte - o que não significa que ele englobe tudo.
A) Gilles Deleuze
B) Felix Guattari
C) Jean-François Lyotard
D) Jacques Rancière
E) Michel Foucault
49. A expressão microfísica do poder, cunhada pelo filósofo Michel Foucault, designa:
(A) as mudanças de regime político nos períodos revolucionários.
(B)) uma rede de dispositivos ou mecanismos de poder que se disseminam por toda a estrutura social.
(C) a forma repressiva da dominação capitalista.
(D) o Estado como instância coercitiva que origina e fundamenta todo tipo de poder social.
(E) o aparato de pompa envolvido no espetáculo das punições durante o Antigo Regime.
_________________________________________________________
53. O ponto de ruptura situa-se no dia em que (x) e (y) [...] mostraram que o "sentido" não era, provavelmente, mais do que um efeito de superfície, uma reverberação, uma espuma, e que o que nos atravessava profundamente era o sistema [ou seja] um conjunto de relações que se mantêm, se transformam independentemente das coisas que essas relações religam. Foi possível mostrar, por exemplo, que os mitos romanos, escandinavos, célticos davam origem a deuses e heróis muito diferentes uns dos outros, mas que a organização que os liga (em culturas que se ignoravam umas às outras), as suas hierarquias, as suas rivalidades, as suas traições, os seus contratos, as suas aventuras obedeciam a um sistema único.
M. Foucault
É correto afirmar que os autores (X e Y) a que Foucault se refere têm como perspectiva teórica comum o
(A) materialismo dialético.
(B) empirismo-lógico.
(C) estruturalismo.
(D) pós-estruturalismo.
(E) funcionalismo.
59. Na entrevista "Vontade e poder", publicada em Microfísica do poder, Michel Foucault explicou sua resistência à incorporação, no seu pensamento, do conceito de "ideologia", oriundo do marxismo. Para ele, a noção de ideologia é dificilmente utilizável porque:
A) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação econômica, material
B) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística
C) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
D) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o objeto; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
E) está sempre em posição virtual de alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística
35. O Estado é a realidade efetiva da Idéia ética - o espírito ético enquanto vontade substancial, revelada, clara a si mesma, que se pensa e se sabe, que executa o que sabe e à medida em que o sabe. Ele tem sua existência imediata nos costumes, sua existência mediada na consciência de si, no saber e na atividade do indivíduo, assim como, por sua convicção, o indivíduo possui sua liberdade substancial nele [Estado], que é sua essência, seu fim e o produto de sua atividade.
G.W.F. Hegel, Filosofia do Direito
A partir do texto, indique a alternativa correta.
a) O Estado hegeliano é uma estrutura dogmática, que realiza sua vontade a despeito das consciências e sobre elas.
b) O Estado é o único fim e o que determina aquilo que os indivíduos são, segundo Hegel.
c) Ser a realidade efetiva da ideia ética significa ser aquilo que de ético há nos costumes e nas consciências que se sabem parte de uma totalidade que os ultrapassa e determina.
d) A liberdade do indivíduo independe dessa estrutura abstrata que funciona apenas como instrumento de controle de suas mentes.
e) Segundo Hegel, o Estado é o proprietário da força de trabalho dos homens.
G.W.F. Hegel, Filosofia do Direito
A partir do texto, indique a alternativa correta.
a) O Estado hegeliano é uma estrutura dogmática, que realiza sua vontade a despeito das consciências e sobre elas.
b) O Estado é o único fim e o que determina aquilo que os indivíduos são, segundo Hegel.
c) Ser a realidade efetiva da ideia ética significa ser aquilo que de ético há nos costumes e nas consciências que se sabem parte de uma totalidade que os ultrapassa e determina.
d) A liberdade do indivíduo independe dessa estrutura abstrata que funciona apenas como instrumento de controle de suas mentes.
e) Segundo Hegel, o Estado é o proprietário da força de trabalho dos homens.
Baruch Spinoza
36. Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia.
Baruch Spinoza, Tratado Político
A partir do texto, considere os itens a seguir.
I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade.
II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra de todos contra todos.
III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia, segundo Spinoza.
IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo.
V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado segundo regras racionais estabelecidas a priori.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I, II e V.
b) I, IV e V.
c) III e IV.
d) IV.
e) V.
Comte
18. Auguste Comte (1798-1857), iniciador do positivismo francês e pai da sociologia, têm um projeto de reforma universal, que abrange além da ciência, outros setores da vida humana.
Segundo esse projeto a humanidade segue uma "grande lei fundamental", constituída de três estágios, que são:
A) O teológico, o metafísico e o positivo;
B) O metafísico, o científico e o sociológico;
C) O metafísico, o teológico e o positivo;
D) O religioso, o humanista e o científico;
E) O politeísta, o monoteísta e o positivista.
--------------------
---------------------
21. Sobre a ideologia positivista da ciência de Comte podemos afirmar que ela propõe uma homogeneidade epistemológica entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta consideração metodológica do conhecimento da realidade remete a que tipo de relação entre ciência e sociedade:
A) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis contingentes.
B) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis histórica e culturalmente mutáveis.
C) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social como regida por leis naturais invariáveis.
D) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis casuais.
E) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis transcendentes dadas por Deus.
45. O que Comte procura sempre são leis invariáveis, de acordo com o modelo da física e da matemática, paradigmas da ordem. Por isso, a história é pensada como uma sucessão ordenada (...), e a sociedade será pensada como uma totalidade orgânica dividida em segmentos ou classes, que se relacionam de maneira estática. (Franklin L. e Silva)
De acordo com o trecho acima, é FALSO afirmar que:
(A) A filosofia de Comte deve ser compreendida a partir do êxito das ciências exatas e naturais.
(B)) O positivismo adota o conceito de luta de classes para explicar as mudanças históricas.
(C) Ordem e progresso são noções centrais para a compreensão do positivismo.
(D) A sociologia, ciência que estuda a sociedade, deve procurar pelas leis que regem a conduta e as relações humanas.
(E) Há, no positivismo, uma crença no processo evolutivo da sociedade.
_________________________________________________________
26.A respeito do Positivismo julgue os itens a seguir:
( ) O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte.
( ) Os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética.
( ) O positivismo teve grande aceitação na Europa e também em outros países, como o Brasil, as idéias de Comte foram amplamente aceitas pela tradição sociológica e filosófica marxista.
( ) O Positivismo tem por finalidade colaborar para estabelecer uma educação e uma instrução, de cunho altruístico, científico e industrial, a fim de criar uma Única Civilização Positiva.
( ) O positivismo apresenta duas partes que se complementam e entrelaçam: o culto e o dogma científico.
a) VVVFF
b) VVFVF
c) FVFVF
d) FFVFV
e) FFFVV
Comte
18. Auguste Comte (1798-1857), iniciador do positivismo francês e pai da sociologia, têm um projeto de reforma universal, que abrange além da ciência, outros setores da vida humana.
Segundo esse projeto a humanidade segue uma "grande lei fundamental", constituída de três estágios, que são:
A) O teológico, o metafísico e o positivo;
B) O metafísico, o científico e o sociológico;
C) O metafísico, o teológico e o positivo;
D) O religioso, o humanista e o científico;
E) O politeísta, o monoteísta e o positivista.
--------------------
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21. Sobre a ideologia positivista da ciência de Comte podemos afirmar que ela propõe uma homogeneidade epistemológica entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta consideração metodológica do conhecimento da realidade remete a que tipo de relação entre ciência e sociedade:
A) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis contingentes.
B) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis histórica e culturalmente mutáveis.
C) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social como regida por leis naturais invariáveis.
D) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis casuais.
E) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis transcendentes dadas por Deus.
45. O que Comte procura sempre são leis invariáveis, de acordo com o modelo da física e da matemática, paradigmas da ordem. Por isso, a história é pensada como uma sucessão ordenada (...), e a sociedade será pensada como uma totalidade orgânica dividida em segmentos ou classes, que se relacionam de maneira estática. (Franklin L. e Silva)
De acordo com o trecho acima, é FALSO afirmar que:
(A) A filosofia de Comte deve ser compreendida a partir do êxito das ciências exatas e naturais.
(B)) O positivismo adota o conceito de luta de classes para explicar as mudanças históricas.
(C) Ordem e progresso são noções centrais para a compreensão do positivismo.
(D) A sociologia, ciência que estuda a sociedade, deve procurar pelas leis que regem a conduta e as relações humanas.
(E) Há, no positivismo, uma crença no processo evolutivo da sociedade.
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26.A respeito do Positivismo julgue os itens a seguir:
( ) O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte.
( ) Os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética.
( ) O positivismo teve grande aceitação na Europa e também em outros países, como o Brasil, as idéias de Comte foram amplamente aceitas pela tradição sociológica e filosófica marxista.
( ) O Positivismo tem por finalidade colaborar para estabelecer uma educação e uma instrução, de cunho altruístico, científico e industrial, a fim de criar uma Única Civilização Positiva.
( ) O positivismo apresenta duas partes que se complementam e entrelaçam: o culto e o dogma científico.
a) VVVFF
b) VVFVF
c) FVFVF
d) FFVFV
e) FFFVV
A) Porque julgam e desvalorizam a vida temporal a partir do mundo supra-sensível eterno, considerado o verdadeiro.
B) Porque o platonismo é o cristianismo para o povo.
C) Porque as verdades da metafísica e da religião são verdades superiores, transcendentes.
D) Porque Nietzsche quer provar que Deus não existe.
E) Porque Nietzsche que preparar a vinda do Anti-Cristo, que promoveria a melhora da humanidade.
29. O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias; as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas.
O texto acima pode ser corretamente interpretado como exemplo da crítica:
(A) marxista às formas burguesas de pensamento.
(B)) de Nietsche ao racionalismo iluminista.
(C) de Platão ao pensamento dos sofistas.
(D) iluminista ao pensamento medieval.
(E) de Agostinho aos filósofos pagãos.
_________________________________________________________
O texto acima pode ser corretamente interpretado como exemplo da crítica:
(A) marxista às formas burguesas de pensamento.
(B)) de Nietsche ao racionalismo iluminista.
(C) de Platão ao pensamento dos sofistas.
(D) iluminista ao pensamento medieval.
(E) de Agostinho aos filósofos pagãos.
_________________________________________________________
58. Para organizar a "transvaloração dos valores", Nietzsche faz a seguinte proposta:
A) superação da moral comum.
B) busca pela perfeição divina.
C) agir moral a partir de condicionantes religiosos.
D) afirmação da moral social e negação da moral individual.
E) organização dos atos morais a partir de imperativos categóricos.
34 - Todo artista é um imitador, e isso quer como artista onírico apolíneo, quer como artista extático dionisíaco, ou enfim - como por exemplo na tragédia grega - enquanto artista ao mesmo tempo onírico e extático.
F. Nietzsche. O nascimento da tragédia. § 2; J. Guinsburg (Trad.). São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
Acerca dos princípios artísticos apolíneo e dionisíaco, e sobre a estética nietzscheana, é correto afirmar que
A - o princípio apolíneo é exemplificado pela música, mais especificamente por sua melodia e harmonia.
B - o princípio dionisíaco é o princípio não-figurativo.
C - a tragédia grega é o maior exemplo de arte puramente dionisíaca.
D - os princípios apolíneo e dionisíaco são exclusivos à arte grega.
35 - Nietzsche, Marx e Freud foram reconhecidos como praticantes da hermenêutica da suspeita. Acerca da relação entre conhecimento e ideologia, julgue os itens a seguir.
I - Para Marx, as idéias dominantes em uma sociedade bem arranjada são idéias que promovem o bem-estar da classe dominante (classe economicamente dominante).
II - Para Nietzsche, justificações morais são racionalizações ex post facto, e não têm nenhum valor cognitivo.
III - Para Freud, os desejos e, mais largamente, os estados mentais dos homens não são transparentes a eles mesmos.
IV - Para os três pensadores, algumas das pretensões humanas ao conhecimento são suspeitas por não terem sido obtidas da maneira relevante.
A quantidade de itens certos é igual a
A - 1.
B - 2.
C - 3.
D - 4.
56. Tendo como referência o pensamento nietzschiano exposto em "A Genealogia da Moral", é INCORRETO afrimar:
(A) A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora, e não para garantir o exercício da liberdade.
(B) A moral racionalista transformou tudo o que é natural nos seres humanos em vício, falta e culpa, castigando qualquer transgressão.
(C) Bem e mal são invenções da moral racionalista.
(D) Devemos submeter a vontade ao domínio da razão, que nos indica a virtude e o dever.
(E) A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida, inventa uma outra vida, futura, eterna, aos que sacrificam seus impulsos vitais.
73. Para Nietzsche, os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele chamou de apolíneo e a outra de dionisíaco. São características do dionisíaco:
(A) sonho, dança, mutação, luz.
(B) embriaguez, aparência, luz, força.
(C) beleza, força, luz, ordem.
(D) sonho, aparência, luz, ordem.
(E) embriaguez, dança, mutação, violência.
49. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradição judaico-cristã eram basicamente niilistas. No prólogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigência, segundo a qual:
A) Será preciso descobrir a verdade dos valores morais.
B) O próprio valor dos valores morais deverá ser questionado.
C) A vontade de vingança deverá operar contra a metafísica.
D) Os fracos deverão ser protegidos da vontade dos fortes.
E) A vontade de saber deverá prevalecer sobre todas as outras.
50. Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão ascética que dela tem certa tradição estética dentro da filosofia. Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção estética de origem:
A) platônica
B) aristotélica
C) kantiana
D) schilleriana
E) hegeliana
30. Nietzsche considera que Parmênides "animou aquela divisão completamente errônea entre corpo e espírito que, especialmente desde Platão, pesa sobre a filosofia como uma maldição". Isso, contudo, é já uma conseqüência da tese central de Parmênides, pois ele foi o pensador pré-socrático que escreveu que:
A) "como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém"
B) "necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar"
C) "conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas"
D) "o espírito sempre é, também agora deveras onde são também as outras (coisas) todas"
E) "tudo que é conhecido tem número; pois nada é possível pensar ou conhecer sem ele"
A) "como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém"
B) "necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar"
C) "conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas"
D) "o espírito sempre é, também agora deveras onde são também as outras (coisas) todas"
E) "tudo que é conhecido tem número; pois nada é possível pensar ou conhecer sem ele"
28. Mesmo com todas as suas diferenças em relação a Hegel, Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo, justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal afirmação a sério, pois ela:
A) dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
B) dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento "tudo é um"
C) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
D) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é físico"
E) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é múltiplo"
A) dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
B) dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento "tudo é um"
C) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
D) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é físico"
E) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é múltiplo"
30. Como Nietzsche indica na Genealogia da Moral, ainda que os sentimentos de "dever" e de "obrigação pessoal" tenham se originado nas mais antigas relações entre os indivíduos, as relações entre comprador e vendedor, eles foram concentrados e monopolizados no dever e na obrigação a Deus. Desde então, quanto mais se exponencia a idéia de Deus, tanto maior será, proporcionalmente, o sentimento de dever e de obrigação em relação a ele. (...) Sendo assim, pode-se prever que o triunfo completo e definitivo do ateísmo libertaria a humanidade de todo sentimento de obrigação em relação à sua origem. Desde então, é por um único e mesmo movimento que se obtém o eclipse do "tu deves" e a emancipação do "eu quero" (...).
Carlos A. R. de Moura
A partir do texto supracitado, é correto afirmar que o ateísmo de Nietzsche
(A) é apenas um corolário de sua análise da moral, não desempenhando nenhum papel central em sua filosofia.
(B) visa apenas a desconstruir a idéia de dever, sem realmente preocupar-se com a crítica à idéia de Deus.
(C) antecipa o marxismo, uma vez que, nele, a gênese do dever moral é situada nas relações entre comprador e vendedor.
(D) não implica uma mudança completa da moral, pois fica intacto o estatuto positivo para o dever.
(E) desempenha um papel estruturante em sua filosofia, uma vez que ele é um requisito para a emancipação da vontade.
No pensamento de Nietzsche, pode-se encontrar grande quantidade de considerações a respeito dos valores.
Assinale a alternativa que não está de acordo com a filosofia de Nietzsche sobre os valores. a. ( ) A perda da fé em Deus conduz à desvalorização de todos os valores. b. ( ) É preciso reconhecer que, pelos seus próprios critérios, nossa moral é imoral. c. ( ) Deve-se criar novos valores por meio da vontade de potência. d. ( ) A moral deve expressar as condições de vida e de desenvolvimento de um povo. e. ( X ) Não existe papel para a razão na compreensão dos valores. 29. As alternativas a seguir apresentam e descrevem conceitos encontrados na filosofia de Nietzsche, exceto: a. ( ) A vontade de potência: motivo básico da ação do homem, a vontade de viver e dominar. b. ( X ) O super-homem: indivíduo que é capaz de superar-se e possui um valor em si. c. ( ) O eterno retorno: recorrência permanente dos mesmos eventos. d. ( ) O ideal dionisíaco: conciliação do saber apolíneo e do saber dionisíaco. e. ( ) A moral dos escravos: ressentimento dos que não podem realmente agir e são compensados com uma vingança imaginária. 30. Para lidar com o tratamento dos valores no pensamento de Nietzsche, o conceito da "morte de Deus" é essencial. Assinale a alternativa que reflete esse conceito. a. ( ) A morte de Deus desvaloriza o mundo. b. ( ) A morte de Deus gera necessariamente o super-homem. c. ( X ) A morte de Deus implica a perda das sanções sobrenaturais dos valores. d. ( ) A morte de Deus exige o retorno a Apolo e a Dionísio. e. ( ) A morte de Deus impossibilita a superação dos valores hoje aceitos. 60. Todos os filósofos têm em si o defeito comum de partirem do homem do presente e acreditarem chegar ao alvo por uma análise dele. Sem querer, paira diante deles "o homem", como uma aeterna veritas, como algo que permanece igual em todo torvelino, como uma medida segura das coisas. Tudo o que o filósofo enuncia sobre o homem, entretanto, nada mais é, no fundo, do que um testemunho sobre o homem de um espaço de tempo muito limitado. Falta de sentido histórico é o defeito hereditário de todos os filósofos. É correto afirmar que a citação acima apresenta uma visão bastante característica (A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII. (B) do pensamento sofístico de Protágoras. (C) do materialismo histórico e dialético de Marx. (D) do iluminismo kantiano. (E) do perspectivismo de Nietzsche. Ourtos 59. A sugestão pragmática é que devemos substituir uma fundação meramente ética por nosso senso de comunidade. Esta sugestão é feita pelo seguinte filósofo: A) Merleau-Ponty. B) Richard Rorty. C) Heidegger. D) Davidson. E) Derrida. Para Antonio Gramsci, os dois seguintes filósofos foram os representantes de um pensamento que implicava "uma clara superação" da ideologia : A) Hegel e Karl Marx. B) Karl Marx e Friedrich Engels. C) Immanuel Kant e David Hume. D) John Stuart Mill e Karl Popper. E) Jacques Derida e Giles Deleuze. 57. A sociedade contemporânea possibilitou a ampliação do consumo de obras de arte. Este movimento é denominado: A) Consumismo Artístico. B) Massificação Estética. C) Cultura de Massa. D) Indústria Cultural. E) Arte Popular. 51. Em epistemologia, consideramos o rociocínio indutivo partindo de: A) raciocínios dogmáticos das ciências experimentais. B) de casos particulares para alcançar uma verdade geral. C) argumento capaz de persuadir pelo efeito psicológico que causa. D) lei universal, considerada válida para um determinado conjunto. E) certeza da pesquisa e não dependendo da verificação de casos particulares. O anarquismo é uma das principais correntes socialistas modernas. Seu principal teórico foi Bakunin, muito influenciado pelas ideias socialistas de Proudhon. Os anarquistas (A) fomentam o Estado liberal, considerando que suas ações têm o alcance necessário a favor dos oprimidos. (B) acreditam que, embora naturalmente bons, os seres humanos encontram dificuldades naturais para viver em grupos sociais diversificados. (C) atribuem a origem da sociedade à propriedade coletiva dos bens, característica perdida devido à exploração do trabalho feminino. (D) defendem a organização da população em federações nacionais e internacionais para a tomada de decisões globais, com representação parlamentar. (E) propõem o retorno à vida em comunidades autogovernadas, sem nenhuma hierarquia e sem instituir autoridade com poder de mando. 40. O indagar como atitude filosófica dirigida ao mundo que nos rodeia e às nossas relações com ele pode ser resumido em três perguntas fundamentais, a saber: (A) De onde vim? Onde estou? Para onde vou? (B) Ser ou não ser? Deus existe? Qual é a origem de tudo? (C) O bem existe? O mal existe? O que devo fazer? (D) O que é o homem? O que é tudo? O que é o nada? (E) O que é? Como é? Por que é?
Ciência que estuda princípios e métodos de inferência, tendo o objetivo principal de determinar em que condições certas coisas se seguem (são consequência), ou não, de outras.
(Mortari, C.A. Introdução à lógica, p.2) A definição acima bem se aplica a qual disciplina filosófica? (A) Ética. (B) Metafísica. (C) Dialética. (D) Hermenêutica. (E) Lógica. 58. Albert Camus escreveu, no século XX, um belo texto intitulado "O mito de Sísifo". Ele recupera a história grega de que "os deuses tinham condenado Sísifo a empurrar sem descanso um rochedo até o cume de uma montanha, de onde a pedra caía de novo, em conseqüência do seu peso". Em uma forte descrição, Camus fala do "esforço de um corpo tenso, que se esforça por erguer a enorme pedra, rolá-la e ajudá-la a levar a cabo uma subida cem vezes recomeçada; vê-se o rosto crispado, a face colada à pedra, o socorro de um ombro que recebe o choque dessa massa coberta de barro, de um pé que a escora, os braços de novo empurram, a segurança bem humana de duas mãos cheias de terra". Na interpretação de Camus, este mito é trágico porque o herói é consciente, sabe de toda a extensão de sua miséria, embora isso seja também a sua vitória. No fim da interpretação, pode-se ler que é preciso imaginar Sísifo: A) angustiado B) revoltado C) culpado D) feliz E) recompensado
60. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio, a natureza reflexiva é definida como a especificidade em que consiste a atividade filosófica. Esta definição é enriquecida, logo a seguir, quando lê-se que "o conceito de reflexão, em geral, abarca duas dimensões distintas que freqüentemente se confundem". Essas dimensões são:
A) a da propedêutica e a da definição B) a da metodologia e a da especulação C) a da análise e a da síntese D) a da epistemologia e a da ontologia E) a da reconstrução e a da crítica 58. Nunca acreditei que um estudante pudesse orientar-se para a filosofia porque tivesse sede da verdade: a fórmula é vazia. É de outra coisa que o jovem tem necessidade: falar uma língua de segurança, instalar-se num vocabulário que se ajuste ao máximo às "dificuldades" (no sentido cartesiano), munir-se de um repertório de topoi, em suma, possuir uma retórica que lhe permitirá a todo instante denunciar a "ingenuidade" do "cientista" ou a "ideologia" de quem não pensa como ele. G. Lebrun Ao pensar o ensino de filosofia a partir dessa perspectiva, Favaretto destaca que (A) todo aluno está apto a filosofar, já que se trata, fundamentalmente, de um exercício de retórica. (B) a vivência dos alunos e o debate sobre suas ideologias constituem o ponto de partida de qualquer projeto atual de ensino de filosofia. (C) os alunos, através da leitura e da interpretação filosófica, educam-se para o domínio desta linguagem. (D) perdemos por completo a noção da história da filosofia como uma evolução na busca da verdade, restando-nos apenas a abordagem temática. (E) a filosofia deve progressivamente voltar-se para o desenvolvimento das competências da retórica e da expressão lingüística. 59. A educação que dialoga com a tradição é o antídoto à amnésia coletiva e a instantaneidade do mundo da mídia. Olgária Matos É correto afirmar que, de acordo com a autora, (A) a educação deve restaurar os métodos tradicionais de ensino a fim de resgatar o valor da autoridade. (B) o desafio da educação contemporânea é traduzir em recursos midiáticos a tradição da filosofia. (C) o diálogo entre a tradição e o mundo da mídia representa a grande oportunidade de renovação dos métodos escolares. (D) enquanto a educação não superar seus métodos tradicionais, ela não trará inteligibilidade para o mundo da mídia contemporânea. (E) o valor da tradição humanista em educação reside no seu potencial formador de um espírito capaz de pensar o presente.
25. No marco das transformações paradigmáticas do fordismo ao pós-fordismo, muitos teóricos sociais contemporâneos apontam para a necessidade de pensar o novo papel do Estado. Giuseppe Cocco, em seu texto Trabalho e Cidadania - produção e direitos na era da Globalização (2001) aponta para um deslocamento do conceito de cidadania colocando esta como condição essencial à inserção produtiva. Atribui à falta de cidadania a lentidão do crescimento. Assinale a alternativa que não se encaixa neste debate sobre a mudança paradigmática.
A) A problemática da integração-exclusão, desenvolvimento-desigualdade se transforma neste novo contexto. B) O crescimento lento tem como consequência a desigualdade social. C) O Estado tem que repensar as políticas econômicas na perspectiva da imediata redução (superação) das desigualdades. D) O acesso aos serviços, à universalização do acesso aos saberes constituem a condição efetiva ao crescimento e geram impacto sobre a dinâmica do emprego. E) É a cidadania que determina a inserção produtiva, na medida em que a produtividade é socializada e depende da integração dos cidadãos cooperando entre si. | ||
gabarito?
ResponderExcluirgabarito?
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